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RELATÓRIO FINAL. ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE do Mestrado Integrado em Medicina

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

do Mestrado Integrado em Medicina

Filipe Modesto | Aluno nº 2014215

Orientador: Mestre Catarina Maria Machado França Gouveia

Regente da Unidade Curricular: Professor Doutor Rui Maio

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“It is far more important to know what person the disease has

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than what disease the person has.”

― Hippocrates

Dedicatória e Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todos os profissionais de saúde, tutores e colegas que tornaram o meu percurso académico possível e por todas as experiências positivas e didáticas que me proporcionaram.

Agradeço também aos meus amigos, à minha família e ao meu parceiro pelo apoio incondicional durante todo este processo.

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Índice

1| Introdução 3 2| Atividades Desenvolvidas 4 2.1 Pediatria 4 2.2 Ginecologia e Obstetrícia 4 2.3 Cirurgia Geral 5 2.4 Medicina Interna 6 2.5 Saúde Mental 7

2.6 Medicina Geral e Familiar 7

3| Elementos Valorativos 8

4| Posicionamento Crítico 8

5| Anexos 11

Anexo 1 – Declaração de Monitor Voluntário de Fisiologia. 11

Anexo 2 – Programa ERASMUS+, RWTH Aachen University, Alemanha (2019/2020) 12 Anexo 3 – Intercâmbios Clínicos, Otorrinolaringologia, Malta (Agosto, 2018) 13 Anexo 4 - PECLICUF, Estágio CUF Infante Santo, Cardiologia e Pneumologia (Agosto, 2017) 14 Anexo 5 – Voluntariado e Participação no Artigo “Projeto de Notificação e Seguimento da

COVID-19 no Hospital CUF Sintra” 15 Anexo 6 – Abstract Artigo “Projeto de Notificação e Seguimento da COVID 19 no Hospital CUF

Sintra” (2020) 16

Anexo 7 – Voluntariado “O meu melhor amigo”, Casa dos Animais de Lisboa (2017-2018) 17 Anexo 8 – Voluntariado Pontual, Rastreios de Saúde Populacional (2017, 2018) 18

Siglas e Acrónimos Utilizados

MIM – Mestrado Integrado em Medicina NMS – Nova Medical School

PECLICUF – Programa de Estágios Clínicos em Unidades de Saúde CUF SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

TEAM – Trauma Evaluation and Management UC – Unidade Curricular

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Introdução

O Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Nova Medical School (NMS) tem como objetivo a formação médica, sendo a fase final da formação pré-graduada composta pelo Estágio Profissionalizante, organizado ao longo de 32 semanas em seis estágios parcelares - Medicina Interna, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar. Nestes, através de um exercício clínico programado e orientado, procura-se aproximar a rotina diária da realidade da prática clínica, de modo a desenvolver os conhecimentos e competências necessários para a prática médica.

Esta formação baseia-se em princípios delineados em documentos como o The Tuning Project (Medicine)

– Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe1 e O Licenciado Médico em Portugal – Core Graduate Learning Outcomes Project2, que definem objetivos específicos a atingir na

formação médica. Assim, com base nestes documentos, bem como nas Unidades Curriculares (UC’s) de cada estágio, procurei cumprir os seguintes objetivos:

- Adquirir, consolidar e integrar conhecimentos teórico-práticos, de forma a aplicá-los na análise e resolução de problemas clínicos comuns, valorizando a Medicina Baseada na Evidência;

- Ser capaz de avaliar e gerir doentes através de colheita de histórias clínicas e exame objetivo adequados, assim como gerir problemas médicos comuns, através da elaboração de estratégias diagnósticas, planos terapêuticos e prognósticos;

- Ser capaz de apresentar informação medicamente relevante de forma clara, sistematizada e rigorosa;

- Treinar capacidades sociais de comunicação e entreajuda com outros profissionais de saúde, bem como doentes e seus familiares, de forma a criar e facilitar uma boa relação médico-doente; - Basear a prática médica segundo o modelo biopsicossocial, centrado na pessoa;

- Encarar a atividade clínica com profissionalismo e ética e desenvolver um sentido de identidade e responsabilidade profissional.

Com o presente relatório proponho-me a sintetizar as atividades desenvolvidas ao longo do estágio profissionalizante e seus objetivos específicos, bem como as adaptações feitas pelas UC’s afetadas face às medidas excepcionais implementadas no contexto da COVID-19. Adicionalmente, descrevo atividades de natureza extracurricular que considerei mais relevantes e que marcaram o meu percurso académico e pessoal. Por último, concluo este relatório com uma análise crítica global, refletindo sobre o cumprimento dos objetivos acima delineados. Em anexo podem ser consultados os certificados das atividades mencionadas neste relatório.

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Atividades Desenvolvidas

2.1 Pediatria

Local: Hospital Universitário de Aachen (Uniklinikum Aachen), Alemanha Tutor: Prof. Dr. Martin Häusler | 02/09/2019 – 27/09/2019 Para o estágio de Pediatria estabeleci como objetivos: 1) consolidar competências de anamnese e semiologia das doenças mais comuns na criança e adolescente; 2) formular hipóteses de diagnóstico e propor estratégias de gestão do doente; 3) aprender a lidar com as preocupações dos pais ou cuidadores, observando a relação médico-doente.

Durante estas quatro semanas fui integrado nas equipas de dois serviços, Hematologia e Oncologia com a duração de uma semana, e Pediatria Geral durante 3 semanas. Por se tratar do hospital central da região de Aachen, tive a oportunidade de contactar com um grande volume de doentes e com múltiplas patologias de relevo. Apesar de o serviço de Pediatria Geral tratar vários tipos de patologias, encontrava-se especializado em Neurologia, e o diagnóstico mais frequente com que contactei foi o Episódio Convulsivo de Novo, num total de 12 doentes. As restantes patologias mais frequentes com que contactei foram Atrite Idiopática Juvenil (5 doentes) e Episódio Inaugural de Diabetes Mellitus (3 doentes).

Tendo sido o meu primeiro estágio no estrangeiro, considero como principais dificuldades de adaptação não só a língua alemã, mas também a organização da enfermaria e da agenda médica. Apesar destas dificuldades, ao final da segunda semana já me encontrava mais familiarizado com a equipa, o que me permitiu realizar notas de entrada, comunicar com os doentes e família e realizar procedimentos como colheitas de sangue, colocação de acessos venosos periféricos e manuseamento de acessos venosos centrais. Para além destas atividades, acompanhei o meu tutor ao longo das atividades diárias na enfermaria. Era também da minha responsabilidade a apresentação de um doente na visita do Diretor de Serviço, realizada semanalmente.

Em termos formativos eram lecionadas semanalmente formações específicas para alunos do sexto ano nas áreas de Neonatologia e Cuidados Intensivos.

2.2 Ginecologia e Obstetrícia

Local: Marienhospital, Aachen, Alemanha Tutor: Dr. Matthias Lerch | 30/09/2019 – 25/10/2019 O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia teve uma duração de quatro semanas e estabeleci como objetivos: 1) consolidar conhecimentos das patologias ginecológicas e obstétricas mais comuns e sua abordagem; 2) conhecer as diferentes valências da especialidade; 3) treinar técnicas e procedimentos práticos de Ginecologia e Obstetrícia.

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Neste estágio, segundo um sistema rotativo tive contacto com o Internamento, Bloco Operatório, Sala de Partos, Consultas Externas, e o Serviço de Senologia. Globalmente, as patologias com que tive maior contacto incluíram infeções ginecológicas e neoplasias ginecológicas, nomeadamente ovárica, uterina e mamária.

Ao longo das 4 semanas tive a oportunidade de acompanhar os médicos assistentes na enfermaria, sendo da minha responsabilidade a colheita das análises do dia às doentes internadas. No Bloco Operatório integrei totalmente a equipa e tive sempre a oportunidade de participar ativamente nas cirurgias. No total observei 15 cirurgias, das quais participei em 10, incluindo 5 mastectomias, 3 curetagens uterinas e 3 partos distócicos por cesariana. Era também da minha responsabilidade o auxílio na preparação da sala e do doente, e o seu acompanhamento até ao recobro. A nível da Sala de Partos observei 1 parto eutócico. Na Consulta Externa, onde acompanhei 13 consultas, tive oportunidade de realizar o exame ginecológico, e treinar a realização de ecografias abdominais. No Centro de Senologia contactei com doentes na fase de diagnóstico e seguimento de diversas patologias mamárias, tendo tido a possibilidade de dirigir algumas consultas de forma supervisionada, com realização da anamnese e exame objetivo mamário. Tive também oportunidade de assistir e auxiliar na realização de biópsias mamárias, tendo observado 13 consultas de patologia mamária e 5 biópsias mamárias.

Em termos formativos, participei semanalmente em reuniões multidisciplinares de Patologia Mamária, e, apesar de o serviço de Ginecologia e Obstetrícia não ter fornecido formações, o Hospital organizava semanalmente sessões para todos os alunos do 6º ano, nas áreas de Cirurgia Geral e Imagiologia.

2.3 Cirurgia Geral

Local: Marienhospital, Aachen, Alemanha Tutor: Prof. Dr. Carsten J. Krones| 28/11/2019 – 20/12/2019 O estágio de Cirurgia Geral teve uma duração total de oito semanas, para as quais defini como objetivos específicos: 1) adquirir, consolidar e aplicar conhecimentos relativos ao diagnóstico e tratamento das principais patologias cirúrgicas; 2) realizar procedimentos cirúrgicos simples, incluindo suturas e técnicas de anestesia e assepsia; 3) acompanhar o trajeto intra-hospitalar do doente cirúrgico.

Durante o estágio participei nas várias valências de Cirurgia Geral, nomeadamente o Internamento, Bloco Operatório, Serviço de Urgência e Consultas Externas. A nível do internamento, para além de realizar várias notas de entrada e observação dos doentes, era também responsável pela realização de várias tarefas de enfermaria, como a mudança dos pensos e colheitas de sangue. Desta forma, tive a oportunidade de contactar com várias patologias cirúrgicas de relevo. As patologias mais frequentes incluíram: i) hérnias da parede abdominal; ii) patologia do trato digestivo, principalmente Hérnia do Hiato Diafragmático e Carcinoma Colorretal e iii) patologia hepatobiliar, principalmente Colecistite e Coledocolitíase.

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A nível do Bloco Operatório, fui totalmente integrado na equipa, sendo escalado na agenda diária como segundo assistente, ou mesmo como primeiro assistente em cirurgias mais simples. Observei 33 cirurgias, das quais participei em 29 delas e contactei com as várias abordagens, nomeadamente a via laparoscópica e a laparotomia. Dentro destas cirurgias, as mais frequentes eram hernioplastias (um total de 10) por hérnias inguinais ou ventrais, e Fundoplicatura de Nissen (um total de 4). Destaco também a participação em três colectomias parciais e um procedimento de Whipple. Para além das intervenções supramencionadas, participei também em cirurgias mais simples como excisão de quistos, e, de forma assistida foi-me permitido realizar várias suturas. As minhas responsabilidades incluíam igualmente as várias etapas de preparação do doente para a cirurgia, nomeadamente no pré-operatório, com posicionamento e desinfeção do doente; e no pós-operatório com o acompanhamento até ao recobro. Nas restantes valências referidas do estágio acompanhei o meu tutor ou os médicos assistentes nas suas atividades.

A nível formativo participei semanalmente nas formações realizadas para alunos do sexto ano, previamente referidas. Após retornar a Portugal, por ter considerado o curso “TEAM” (Trauma Evaluation

and Management), oferecido pela NMS, de grande importância na formação médica, inscrevi-me na sessão

que se realizaria a 19 e 20 de Março de 2020. No entanto, devido às medidas extraordinárias impostas pelo COVID-19, esta sessão não foi realizada.

2.4 Medicina Interna

Local: Hospital Egas Moniz, serviço de Medicina II Tutor: Dra. Raquel Domingos | 20/01/2020 – 06/03/2020 O estágio de Medicina Interna teve uma duração de sete semanas, uma semana inferior ao calendarizado, devido às medidas de contingência impostas no contexto da pandemia por COVID-19. Neste estágio estabeleci os seguintes objetivos específicos: 1) integrar progressivamente a atividade assistencial diária da equipa médica; 2) aprofundar aspetos de anamnese e de semiologia; 3) formular hipóteses de diagnóstico estruturadas e propor estratégias de gestão em conformidade.

O estágio decorreu principalmente a nível da Enfermaria, onde acompanhei um total de 31 doentes e contactei com várias patologias. As mais frequentes incluíram a Infeção do Trato Respiratório Inferior (10 doentes), Doença Vascular Cerebral (5 doentes) e Insuficiência Cardíaca Descompensada (4 doentes). Na equipa que integrei era responsável pelo seguimento de 1 a 3 doentes por dia, que incluiu a observação e realização dos registos clínicos, elaboração de notas de entrada e de alta, prescrição e interpretação de exame complementares diagnóstico e articulação com outras especialidades e profissionais de saúde. A formulação de hipóteses diagnósticas, discussão da evolução do internamento e o plano terapêutico dos doentes era discutida diariamente com a equipa. Semanalmente, era responsável pela apresentação de um a dois doentes na visita do serviço, que tinha como objetivo avaliar a situação clínica dos doentes internados.

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Contactei semanalmente com o Serviço de Urgência tendo participado no Balcão de Atendimento Geral, Serviço de Observação e Sala de Reanimação, que de forma tutelada me permitiu desenvolver o raciocínio clínico dirigido e hierarquizado. A este nível acompanhei 22 doentes de forma completa até à realização do diagnóstico, tendo os diagnósticos mais frequentes sido Infeção do Trato Urinário (4 casos), Infeções do Trato Respiratório (4 casos) e Descompensação de Asma (2 casos).

Em termos formativos, para além de várias sessões clínicas e Journal Clubs apresentados no serviço, realizei um trabalho sobre o “Diagnóstico Diferencial de Polineuropatias”.

2.5 Saúde Mental

Período Previsto: 16/03/2020 - 17/04/2020

Após a implementação do plano de contingência para a infeção COVID-19, as UC’s formularam um plano de adaptação face à impossibilidade da realização de estágios práticos. A UC de Saúde Mental propôs a realização de duas histórias clínicas completas com base em entrevistas Videogravadas de doentes reais, abordando os temas de Perturbação Bipolar e Esquizofrenia. Foi também proposta a elaboração de vinhetas clínicas sobre diversos temas da área, com o objetivo de aprofundar o estudo e como treino para as questões realizadas na Prova Nacional de Acesso à Especialidade. Adicionalmente, foi lecionada uma aula através de videoconferência sobre o tema “Urgências em Psiquiatria”.

2.6 Medicina Geral e Familiar

Período Previsto: 20/04/2020 – 15/05/2020 De forma semelhante à UC de Saúde Mental, também o plano de Medicina Geral e Familiar foi adaptado à situação atual. As tarefas propostas incluíram a realização de um portfólio de trabalho, bem como uma apresentação oral num seminário.

O portfólio de trabalho consistiu em: 1) discussão e análise escrita de um caso clínico, tendo-me sido atribuído uma doente com diagnóstico provável de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono; 2) análise crítica de consultas videogravadas e 3) participação em vários cursos online da plataforma da Organização Mundial de Saúde, que representaram cerca de 20 horas de trabalho.

Relativamente ao seminário, realizado online via Zoom, apresentei o trabalho com o nome “Tenho uma Tosse que não passa”, relativo à abordagem de doentes com tosse subaguda e crónica.

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Elementos valorativos

No decurso do MIM, procurei envolver-me em várias atividades que complementassem a minha formação enquanto futuro médico. Em anexo encontram-se os certificados correspondentes.

Na área da Educação Médica, fui monitor voluntário da UC de Fisiologia no ano letivo 2015/2016. Em termos formativos, participei, no presente ano letivo, no programa Erasmus+, em Aachen, Alemanha, cuja experiência descrevi anteriormente e abordarei em seguida no Posicionamento Crítico. Adicionalmente realizei um Intercâmbio Clínico em 2018 em Malta com duração de um mês, na especialidade de Otorrinolaringologia, área na qual tenho grande interesse. Destaco também a participação no programa PECLICUF (Programa de Estágios Clínicos em Unidades de Saúde CUF) em 2017, onde realizei um estágio de 2 semanas em Cardiologia e Pneumologia, na CUF Infante Santo. Ao longo do curso, procurei participar em várias palestras para complementar o meu conhecimento e desenvolver áreas de interesse, não apenas nas esferas formativas, mas também para o desenvolvimento cultural e de soft skills.

Participei também em várias atividades de voluntariado, das quais destaco o Projeto do Hospital CUF Sintra no âmbito da pandemia por COVID-19, com o objetivo de prestar apoio à equipa médica na notificação de novos casos ao SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). Este projeto teve a duração de 2 meses, de 31/03/2020 a 31/05/2020. Desta iniciativa surgiu a oportunidade da elaboração de um artigo: “Projeto de Notificação e Seguimento da COVID-19 no Hospital CUF Sintra”, com o objetivo de descrever o projeto e o papel que os voluntários desempenharam neste e será publicado brevemente na Gazeta Médica. De outras atividades de voluntariado em que me envolvi destaco o projeto “O meu melhor Amigo” programa de apoio à Casa dos Animais de Lisboa, um abrigo de animais, de 2017 a 2018. Ao longo do curso participei pontualmente em vários rastreios de saúde populacional.

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Posicionamento Crítico

Terminado o Estágio Profissionalizante e o último ano do MIM, torna-se importante realizar uma reflexão crítica relativa aos objetivos inicialmente propostos, de forma a poder avaliar o seu cumprimento e identificar aspetos que possam ser trabalhados no meu futuro.

O facto de ter sido completamente integrado em todas as equipas de estágio, facilitou muito o meu percurso do 6º ano, pois permitiu definir claramente as tarefas a realizar, permitindo-me progredir na confiança das minhas capacidades, no raciocínio clínico e na relação com o doente, aproximando progressivamente a realidade clínica ao que será o Ano Comum.

Relativamente à realização de Erasmus no sexto ano, que penso ser uma experiência construtiva e importante no currículo, o meu maior receio era a possibilidade de a barreira linguística limitar a minha vivência clínica, e não ter oportunidade de experienciar na totalidade o ano prático que o estágio profissionalizante representa. No entanto, este receio não se concretizou. Tal como referi anteriormente, as

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primeiras duas semanas, que representaram um período de adaptação, foram as mais desafiantes, em que tive de me adaptar à língua falada em situações reais, bastante diferentes do que tinha sido exposto até à altura. No entanto, após este período senti-me totalmente integrado, confortável para colocar questões sobre os casos e comunicar com os doentes e seus familiares. As equipas onde estagiei também desempenharam um papel importante neste aspeto, uma vez que se demonstraram sempre disponíveis para esclarecer questões. Globalmente esta experiência, tal como o meu estágio prévio de verão realizado em Malta, permitiu-me desenvolver competências não só do ponto vista científico - exercendo Medicina noutras línguas e integrando-me em diferentes contextos sociais e profissionais - como também a nível pessoal, contactando com outras nacionalidades e culturas.

No estágio de Pediatria adquiri uma perspetiva global desta especialidade e apesar de o serviço onde passei o maior período de estágio se especializar em patologias neurológicas, tive a oportunidade de observar uma grande diversidade de patologias. Contudo, gostaria de mencionar algumas limitações que senti neste estágio, onde, por questões de organização intra-hospitalar, não pude observar a vivência em Serviço de Urgência ou de Consultas Externas, atividades que considero centrais à especialidade, pelo que ficou aquém dos objetivos práticos que pretendia e que espero conseguir ter mais contacto no futuro.

Na especialidade de Ginecologia e Obstetrícia, observei as principais valências da especialidade pelo que pude consolidar uma visão abrangente da área. Gostaria também de destacar as várias oportunidades que tive para treinar vários procedimentos de forma supervisionada.

Em Cirurgia Geral a participação ativa no Bloco Operatório como parte da rotina diária permitiu-me treinar a realização de várias técnicas cirúrgicas. Adicionalmente, o período mais prolongado de estágio face aos anteriores, facilitou o desenvolvimento de uma melhor relação pessoal com a equipa e permitiu-me aperfeiçoar a comunicação com os vários profissionais de saúde e doentes. Foi particularmente gratificante ter a possibilidade de acompanhar o doente ao longo do seu percurso hospitalar, desde a entrada, à realização do diagnóstico e cirurgia, até à sua recuperação e alta.

No estágio de Medicina Interna, estagiei num serviço no qual já tinha passado no 4º ano, o que facilitou a minha integração na equipa. Sob a tutoria da Dr.ª Raquel Domingos, aprendi a importância da organização do raciocínio clínico, exposição ordenada e sucinta de casos clínicos e o pensamento no doente de forma holística. Considero este estágio uma grande mais valia na minha formação, representando, sem dúvida, o tipo de médico que aspiro ser no futuro. Adicionalmente, uma vertente que ainda não tinha contactado ao longo do curso e que foi bastante marcante foi o contacto com a frequente necessidade de tomadas de decisão em fim de vida.

Quanto aos estágios de Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar, as substituições e adaptações realizadas face à situação de estado de emergência tiveram como objetivo testar situações clínicas semelhantes às que se experienciariam na prática real e a avaliação dos conhecimentos mais importantes

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em cada área, nomeadamente elaboração de histórias clínicas, formulação de hipóteses de diagnóstico, e propostas de abordagem e terapêutica. Apesar deste facto, tendo em conta a prática clínica que se obtém através de um estágio profissionalizante, considero que a substituição deste não consegue igualar a vivência clínica, pelo que nestes dois estágios o cumprimento total dos objetivos propostos está inerentemente lesado. Tendo isto em conta, e dadas as limitações exigidas pela situação atual seria interessante ponderar opções futuras que colmatassem esta falha. Uma das opções que penso ser plausível seria a adaptação do ano de formação geral, permitindo uma rotação mais alargada nos estágios clínicos que foram obrigados a ser cancelados este ano letivo.

Tendo o estágio clínico opcional sido substituído por uma metodologia teórica, este não foi considerado no presente relatório. Neste, teria estagiado no Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Egas Moniz, área em que tenho grande interesse. A possibilidade de realizar um estágio num serviço à escolha é uma grande vantagem para os alunos, pois permite contactar com especialidades com interesse futuro ou áreas que não tenha sido possível observar durante o percurso académico. Perante esta lacuna, poderia também ser considerada a possibilidade de realização deste estágio no futuro.

Tendo todos estes fatores em conta, considero ter cumprido na globalidade os objetivos gerais que propus inicialmente. Ao longo do ano foi a integração e consolidação dos conhecimentos de base e de outras UC’s que me permitiu progredir nas várias situações com que me deparei, permitindo-me a avaliação de vários casos, e após discussão tutelada, a gestão mais apropriada para cada situação. Neste aspeto, considero a prescrição medicamentosa como um ponto fraco pessoal. Não considero que este ponto seja particularmente uma lacuna no ensino da faculdade, mas sim uma aptidão clínica que se adquire com a prática regular e que considero fulcral desenvolver no meu futuro. Relativamente ao objetivo de capacidades sociais e de comunicação, o 6º ano representou um ano totalmente diferente em relação aos anos anteriores, em que a integração nas equipas, a apresentação regular de casos clínicos e a necessidade de passar informação de forma direta e sucinta treinou muito estas capacidades. Por fim, reconheço que a postura médica e a criação de uma relação médico-doente são aptidões que não se estudam meramente de forma teórica e estão em constante evolução ao longo do crescimento pessoal e profissional de todos nós. Considero que este ano foi fundamental para trabalhar estes aspetos, e comprometo-me no futuro a trabalhar ativamente nestes de forma a tornar-me sempre um melhor profissional de saúde.

Concluindo, Medicina é uma aprendizagem contínua, constantemente moldada pelos que nos rodeiam e pelas experiências vividas. Ao longo do curso contactei com Profissionais de Saúde que admiro e que tanto me ensinaram, muito além da matéria teórica, e que espero um dia chamar de colegas. Para tal comprometo-me a trabalhar e desenvolver os comprometo-meus conhecicomprometo-mentos e competências diariacomprometo-mente, de comprometo-mente aberta.

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Referências Citadas:

1 Cumming, A. & Ross, M. 2007. The Tuning Project (Medicine) – Learning Outcomes/Competences for Undergraduate Medical Education in Europe.

2 Victorino, R., Jollie, C., e McKimm, J. (2005). O licenciado médico em Portugal. Core Graduates Learning

Outcomes Project. Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

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Anexos

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Voluntariado e Participação no Artigo “Projeto de Notificação e Seguimento da

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Anexo 6

Abstract Artigo “Projeto de Notificação e Seguimento da COVID 19 no Hospital CUF

Sintra” (2020)

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