• Nenhum resultado encontrado

Uma vida longa demais

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Uma vida longa demais"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Uma vida

longa demais

Romance

(2)

© by Maria Célia Nacfur – 2012

Ficha Técnica

Revisão Luiz Otávio da Justa Neves

Danilo Gomes Editoração eletrônica Tagore Alegria Finalização Cláudia Gomes Arte da Capa Thiago Sarandy Impressão Thesaurus Editora www.thesaurus.com.br ISBN: 978-85-409-0072-1 N118u Nacfur, Maria Célia

Uma vida longa demais / Maria Célia Nacfur. – Brasília: Thesaurus, 2012.

126 p.

1. Literatura, Brasil 2. Romance brasileiro I. Título

CDU 82-3(81)

CDD 869.B

Todos os direitos reservados de acordo com a Lei.

The saurus ediTora de brasíLia LTda - siG – Quadra 8 – Lote 2356 – CeP 70610-480 Tel. (61) 3344-3738 brasília, dF – brasil. e-mail: editor@thesaurus.com.br• www.thesaurus.com.br

Composto e impresso no brasil | Printed in brazil

Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência.

(3)
(4)

Agradeço o incentivo de meu marido, sem ele eu não seria a pessoa que sou hoje.

(5)

Sumário

Prefácio ... 11

A fuga ... 15

Nos confins da Bahia... 19

Emília ... 29

A origem das coisas ... 37

O vapor e o rio ... 43 Os coronéis ... 49 A vingança ... 59 Rumo ao desconhecido... 69 O recomeço ... 83 O libanês ... 89 A capital ... 95 As gerações seguintes ... 103

O ocaso das irmãs ... 113

(6)

Prefácio

O

livro que Maria Célia Nacfur acaba de es-crever – e que, publicado pela Thesaurus, o leitor tem em mãos – é tido como “obra de ficção” e “qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência”, segundo a autora. Mas os fatos narrados ficcionalmente têm embasamento numa história real, numa verdadeira e instigante saga fa-miliar.

A história da centenária matriarca (cem anos de solidão!) agarra o leitor e, como visgo bom, só o larga na última linha, tal o talento narrativo da autora. E aí entra aquela frase de Fernando de Cas-tro: “Mas esse é o problema dos bons livros: quan-do menos se espera, eles acabam.” O leitor sempre quer mais, quando a história e o estilo do autor o encantam. É o caso desse livro.

Aqui, as lembranças da autora tomam a forma de ficção.

O que nos prende nesse livro é a narrativa com sabor de suspense, é a dinâmica da história que não

(7)

m a r i a c é l i a n a c f u r

permite o tédio e o desinteresse, é o poder encan-tatório da prosa da autora, é a busca do desfecho, como num filme. Os desdobramentos, o desfecho da saga de Emília e Zenildo, começada “nos confins da Bahia”.

Os títulos dos capítulos nos dão a espinha dorsal do entrecho em que Maria Célia Nacfur constrói, com a perícia de uma escritora veterana, a sua dramática e comovente história, que estava latente, por longos anos, na sua alma. Vejam esses títulos. Eles são a trilha que a família percorrerá neste mundo. A história nos prende e nos associa aos personagens – “A morte foi chegando sorrateira e devagar”, para uma vida “que foi longa demais”, longa, mas fascinante.

Leitora contumaz, Maria Célia Nacfur alcan-çou, como autora, notável perícia narracional, em capítulos curtos (técnica que merece louvores) e em “agarrar” o leitor parágrafo após parágrafo.

Andanças e lembranças, venturas e desven-turas, esperanças e desesperos, certezas e enga-nos, desilusões e momentos felizes. Dramaticida-de e lirismo. Há Dramaticida-de tudo nessa instigante história de vidas, de gerações, de perenidade. A prosa magistral da autora “é irrigada pela emoção poé-tica mais peregrina”, diria o grande poeta e pro-sador alagoano Lêdo Ivo, membro da Academia Brasileira de Letras.

(8)

u m a v i d a l o n g a d e m a i s

Aqui, a memória conduz a imaginação da au-tora, que não precisa engendrar diálogos e só se vale de sua pujante habilidade narracional. O Brasil e nossa gente estão nas páginas desse livro, que fo-caliza as pequenas cidades interioranas, onde a tra-ma vai-se desenrolando sedutoramente. O interior com seus “coronéis” e suas amantes teúdas e mante-údas. As intrigas políticas, a cobiça por terras, o po-der exercido num jogo de alternância e com mãos de ferro.

O São Francisco, rio-mar tão bem descrito pela autora – “era nele que Zenildo depositava suas esperanças de fuga.” A triste loucura de Emília, já no ocaso da vida.

Maria Célia Nacfur nos deu um belo e com-pungente romance de estréia, que, na verdade, a consagra como uma escritora de valor incontes-tável, que nem parece estreante, como os leitores perceberão.

Danilo Gomes

Membro da Academia de Letras do Brasil, Associação Nacional de Escritores-ANE, Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal e Academia Mineira de Letras.

(9)
(10)

E

ra noite e a família estava apavorada. Os acontecimentos do dia anterior provocavam calafrios a cada lembrança. A violência das ameaças, o entra e sai de amigos, as figuras horri-pilantes dos jagunços à espreita nas redondezas da casa, as vozes sussurradas sempre com uma ento-nação de medo e os arranjos de última hora, apenas aumentavam a sensação de insegurança e pavor. De vez em quando, ouvia-se barulho de cavalos a galo-pe; outras vezes, passavam vagarosamente, apenas encarando a frente da moradia, como que para não deixar esquecer que eles estavam vigiando.

Emília dirigiu-se ao marido na esperança de que ele encontrasse uma solução que não os afas-tasse da cidade e dos parentes. Implorou com os olhos cheios de lágrimas. Não era de seu feitio cho-rar; mas, naquele momento, as lágrimas eram uma tentativa de amolecer o coração enrijecido do mari-do assustamari-do. Apelou para o bem-estar das crianças e para os significados de uma vida inteira naquela

(11)

m a r i a c é l i a n a c f u r

comunidade que os viu nascer e onde todos eram praticamente parentes e dos prejuízos de um patri-mônio que deixariam para trás. Nada disso surtiu efeito. O medo que Zenildo sentia impedia-o de se-quer pensar em ficar e enfrentar os inimigos. Era um pavor paralisante que embotava seu raciocínio e o submetia ao achacamento e à intimidação

pra-ticada pelos jagunços. Nunca fora homem de gran-des enfrentamentos, não se sentia bem com armas e violência e aquela demonstração de força que des-filava na porta de sua casa fazia com que ele tivesse urgência em desaparecer.

(12)
(13)

A

pequena cidade era feita de moradias tra-dicionais, sem luxo, mas na sua maioria de boa estrutura, com pequenas varandas onde as famílias se reuniam para espantar o calor. Os telhados de telhas de barro, já escurecidas pelo tempo, formavam simpático e colorido casario, dando um aspecto familiar e aconchegante à lon-ga rua principal que serpenteava cortando toda a cidade até desembocar no rio. Nessa rua moravam os residentes mais abastados e era também onde se localizavam as principais casas comerciais e o clube recreativo onde aconteciam bailes, festas de aniver-sário e de casamento, reservado apenas para os que tivessem algum prestígio social. Nos finais de tarde, os moradores mais velhos levavam cadeiras para as calçadas, sentavam-se à porta das casas e espera-vam a noite chegar, aproveitando a fresca, conver-sando com os vizinhos, fumando o último cigarro, pondo os assuntos em dia e vendo o movimento de quem descia para a igreja rumo à missa

Referências

Documentos relacionados

Para entender o supermercado como possível espaço de exercício cidadão, ainda, é importante retomar alguns pontos tratados anteriormente: (a) as compras entendidas como

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho, referente à exposição ocupacional do frentista ao benzeno, decorreu da percepção de que os postos de

Neste tipo de situações, os valores da propriedade cuisine da classe Restaurant deixam de ser apenas “valores” sem semântica a apresentar (possivelmente) numa caixa

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

E ele funciona como um elo entre o time e os torcedores, com calçada da fama, uma série de brincadeiras para crianças e até área para pegar autógrafos dos jogadores.. O local

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam