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COMPÓSITOS MULTICAMADAS COM REFORÇO DE FIBRAS AMAZÔNICAS: PROPRIEDADES MECÂNICAS

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Academic year: 2021

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COMPÓSITOS MULTICAMADAS COM REFORÇO DE FIBRAS AMAZÔNICAS: PROPRIEDADES MECÂNICAS

Ugo Leandro BELINI1, Marta Karina LEITE2, Holmer SAVASTANO JR3, Juliano FIORELLI3,

1 - Universidade Federal de Santa Catarina, Engenharia Florestal, Curitibanos-SC, Brasil. 2 - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Desing, Curitiba-PR, Brasil 3 - Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Biossistemas, Pirassununga-SP, Brasil

Resumo: As pesquisas da última década têm avaliado a aplicação de matérias primas fibrosas de resíduos de culturas agrícolas de menor custo para a confecção de compósitos, sendo que o desenvolvimento de materiais compósitos com fibras naturais ou resíduos agroindustriais desperta interesse nos meios acadêmicos e industriais por quesitos tecnológicos e possibilidades associadas de serem materiais ecologicamente favoráveis e com propriedades mecânicas competitivas, podendo ainda contribuir para um maior desenvolvimento sustentável. Neste contexto, a presente avaliação contemplou a inserção de fibras de curauá (Ananás erectifolius) e de juta (Corchorus capsularis) na camada interna de painéis de bagaço

de cana-de-açúcar de baixa densidade visando aumento de desempenho em propriedades mecânicas. Os painéis foram confeccionados em multicamadas, similarmente ao painel MDP e contendo: (i) camadas externas (CE) de granulometria fina e dosagem de 15% de resina à base de mamona e (ii) camada interna (CI), de granulometria mais grossa e dosagem de 12% de resina, e que recebeu a adição de fibras de curauá e juta em percentual de 20% sobre a massa total. Os resultados preliminares indicaram a necessidade de ajustes granulométricos prévios nas fibras alternativas para melhor adequação à matriz de bagaço de cana, sendo que a inserção de fibras de juta promoveu expressivo acréscimo nos valores de MOR e MOE comparativamente à painéis confeccionados apenas com bagaço de cana, desempenho este satisfatório que pode nortear a continuidade de pesquisas visando ajustes no processo produtivo e utilização de demais matrizes fibrosas.

Palavras-chave: painel particulado, fibra de curauá, fibra de juta.

Abstract: The research of the last decade have evaluated the application of fibrous raw materials of agricultural crop residues for composites manufacture and the development of composite materials with natural fibers or waste agroindustrial arouses interest in academic and industrial circles for questions and associated technological possibilities of being environmentally friendly and competitive mechanical properties of materials, and can also contribute to greater sustainable development. In this context, this evaluation included the insertion of curauá fibers (Pineapple erectifolius) and jute fibers (Corchorus capsularis) in the inner layer of low density particleboard from sugarcane bagasse in order to increase performance mechanical in properties panels. The panels were made of multilayer, similarly to the MDP panel, containing: (i) outer layers (CE) and fine particle dose of 15% based on castor oil resin and (ii) the inner layer (CI), grain size coarser and 12% dosage of resin, which received the addition of curauá and jute fibers in a percentage of 20% per mass. Preliminary results indicate the necessity of prior particle size distributions in fiber alternatives to better match the matrix of sugarcane bagasse, with the inclusion of jute fibers promoted significant

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increase in the values of MOR and MOE compared to panels made by only sugarcane bagasse, this satisfactory performance which can guide the further research aiming adjustments in the production process and the use of other fibrous matrices.

Keywords: particleboard, curauá fiber, juta fiber.

1. INTRODUÇÃO

O crescente aumento do consumo de madeira, o expressivo crescimento na demanda de painéis de madeira e a necessidade de tecnologias para a utilização de insumos considerados como resíduos, evitando a pressão sobre os ecossistemas naturais, abrem desafios para o desenvolvimento de tecnologia e inovação de novos produtos compósitos.

Considerando estes aspectos, é desejável que as instituições que desenvolvem pesquisas relativas à ciência e tecnologia de recursos agropecuários apresentem propostas de trabalho que contribuam com a solução de questões relativas à utilização desses recursos de forma sustentada, com melhoramento do potencial produtivo e aprimoramento da qualidade dos produtos gerados pela indústria de base agropecuária, permitindo assim o aumento da competitividade deste segmento no mercado.

Assim, o desenvolvimento de materiais compósitos com fibras naturais ou resíduos agroindustriais desperta interesse nos meios acadêmicos e industriais por quesitos tecnológicos e com propriedades mecânicas competitivas comparadas com a de outros compósitos reforçados com fibras sintéticas,

As pesquisas da última década têm avaliado a aplicação de matérias primas fibrosas de resíduos de culturas agrícolas de menor custo, para a confecção de compósitos, em diferentes regiões do mundo, com resultados satisfatórios (LEE et al., 2006; ASHORI; NOURBAKHSHB, 2008; KHALIL et al., 2010, MENDES et al., 2010; ORTUNÕ et al., 2011; FIORELLI et al., 2012; BELINI et al., 2012).

A viabilização do emprego de fibras vegetais, como materiais alternativos na confecção de novos compósitos particulados, vai de encontro à atual demanda para a obtenção de produtos de maior valor agregado (PMVA) através da utilização de resíduos agroindustriais (por exemplo o bagaço de cana-de-açúcar) e matérias primas fibrosas alternativas (por exemplo partículas do colmo de bambu e fibras de curauá e juta).

Neste contexto, o presente trabalhou avaliou a viabilidade da confecção de compósitos de matriz de bagaço de cana de açúcar com a adição de fibras de juta e curauá, com objetivo de reforço para melhor desempenho em propriedades mecânicas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Coleta e processamento dos materiais lignocelulósicos

As partículas de bagaço de cana-de-açúcar (Saccharum sp) foram coletadas em pátio imediatamente após a moagem, fornecidas pela Baldin Bioenergia (Pirassununga-SP).

As fibras de curauá (Ananás erectifolius) foram fornecidas pela empresa Pematec Triangel (São Bernardo do Campo-SP) e as fibras de juta (Corchorus capsularis) fornecidas

pela empresa BrasJuta (Manaus – AM). Ambas as fibras apresentam robustez quanto às suas características físicas e anatômicas e são amplamente aplicadas nas indústrias têxtil e automobilística.

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Anteriormente à utilização na confecção dos compósitos, foi verificada necessidade de redução do comprimento das fibras de juta e curauá, e que contemplou a secção manual das fibras em comprimento aproximado de 4-5 cm e também de desagregação manual dos feixes, para uma melhor distribuição na matriz de partículas de bagaço e adequação ao sistema de encolagem.

2.2 Protocolo, variáveis de confecção e obtenção dos compósitos.

Os compósitos particulados, com matriz predominante de bagaço de cana-de-açúcar, foram aglutinados com resina poliuretana bi-componente à base de óleo de mamona, fabricada pela Kehl Polímeros (São Carlos – SP). Esta resina visa obtenção de produtos com o menor teor possível de formol livre, já que os painéis particulados produzidos nos EUA vem reduzindo fortemente as emissões de formol através da California Air Resource Board (CARB) e que, por consequência, guiam especificações no mercado mundial de painéis reconstituídos.

A fabricação de painéis de partículas seguiu as recomendações de Dias (2004) e Paes (2011), que incluiu os passos resumidamente comentados a seguir. Após obtenção e secagem das partículas, o material foi levado a encoladeira onde ocorreu a adição de adesivo poliuretano à base de óleo de mamona em uma proporção de 12 a 15% do peso seco de matéria prima. Após a mistura, o material foi disposto em molde (colchão) e inserido em uma prensa hidráulica a uma temperatura média variando de 90ºC a 110ºC, por 10 minutos de prensagem, com pressão média de 5 MPa, para a formação da chapa.

A quantificação da produção final indicou: (i) 3 painéis multicamadas com densidade 550 kg m-3; (ii) 3 painéis híbridos, com reforço de fibras de curauá na CI e densidade 550 kg m-3 e (v) 3 painéis híbridos, com reforço de fibras de juta na CI e densidade 550 kg m-3.

Após a saída da prensa, os painéis foram climatizados por 72 h, período em que ocorre a continuação do processo de cura da resina e posteriormente refilados em dimensões finais (380 x 380 mm).

2.3 Caracterização tecnológica dos painéis

Para a determinação das propriedades mecânicas dos painéis foram realizados ensaios de determinação da espessura, densidade, módulo de ruptura, módulo de elasticidade e arranchamento de parafuso (face e topo dos painéis), conforme descrito pela norma ABNT NBR 14810 (2006).

Para cada um dos 3 tratamentos, foram realizados 12 ensaios de espessura, densidade e resistência ao arranchamento de parafuso (face e topo), bem como 15 ensaios de MOR e MOE, que contemplam a especificação de número de corpos de prova previsto na referida norma.

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Caracterização tecnológica dos painéis

Os resultados do desempenho físico-mecânicos dos painéis estão descritos na Tabela 1, que indica valores médios dos quesitos tecnológicos bem como comparativo estatístico.

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Tabela 1: Valores médios das variáveis tecnológicos dos painéis nos tratamentos delineados.

Variáveis Tecnológicas Cana

Cana + Juta Cana + Curauá ABNT 14810 550 kg m-3 Espessura (mm) 15,2 a (0,1) 15,1 a (0,2) 14,9 a (0,1) Densidade (kg m-3) 560 a (31) 569 a (42) 573 a (38) Módulo ruptura (N mm-2) 11,4 ab (1,5) 15,2 c (3,5) 13,0 bc (2,6) mínimo 15 (N mm-2) Módulo elasticidade (N mm-2) 1048 a (113) 1517 b (228) 1344 b (240) mínimo 1500 (N mm-2)

Arrancamento parafuso topo (kgf) 651 a (137) 844 a (171) 803 a (264) mínimo 800 kgf

Arrancamento parafuso face (kgf) 773 ab (114) 825 ab (169) 965 b (113) mínimo 1020 kgf Valores médios seguidos de (desvio padrão). Letras diferentes em uma mesma linha diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

De acordo com a Tabela 1, houve semelhança estatística entre a espessura média dos painéis e os valores médios de densidade, o que é fundamental para isolar estes dois quesitos e evitar suas influências nas determinações tecnológicas visto que, notadamente a densidade, apresenta forte correlação com propriedades físico-mecânicas em painéis reconstituídos. 3.2. Compósito cana + juta

Os painéis apresentaram densidade média de 569 kg m-3, valor que os enquadram como de média densidade segundo a NBR 14810 (2006, parte 2). Porém, este valor médio situa-se no limite mínimo especificado de densidade, que é de 551 kg m-3, comprovando a obtenção de um painel leve visto que condições mercadológicas indicam a comercialização de painéis com densidade média de 700 kg m-3.

O tratamento com adição de fibras de juta, em matriz de partículas de bagaço de cana-de-açúcar, promoveu relevante acréscimo nos valores médios de MOR e MOE comparativamente à condição standard, respectivamente 34% e 45%. Também houve enquadramento quanto ao quesito resistência ao arranchamento de parafuso topo e acréscimo de cerca de 7% no valor médio para a variável resistência ao arranchamento de parafuso face, porém não havendo enquadramento em norma para esta variável.

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3.3 Compósito cana + curauá

Os painéis apresentaram densidade média de 573 kg m-3, valor que os enquadram como de média densidade segundo a NBR 14810 (2006, parte 2). Porém, este valor médio situa-se no limite mínimo especificado de densidade, que é de 551 kg m-3, comprovando a obtenção de um painel leve comparativamente ao comercializado no mercado brasileiro, conforme comentado no item 3.2.

Corroborando o item 3.2, também verificou-se melhor desempenho em propriedades mecânicas e acréscimo nos valores de MOR e MOE, porém em médias inferiores à condição cana+juta. Também houve enquadramento quanto ao quesito resistência ao arranchamento de parafuso topo e acréscimo de cerca de 20% no valor médio para a variável resistência ao arranchamento de parafuso face, porém não havendo enquadramento em norma para esta variável.

Uma opção para agregar valor a biomassa bagaço de cana-de-açúcar está na fabricação de painéis de partículas, pois os mesmos apresentam um custo inferior em relação a alguns tipos de painéis como, por exemplo, o painel compensado, e suas propriedades mecânicas permitem aplicação em diversas áreas da construção civil, arquitetura e indústria moveleira. Sua versatilidade permite a inserção de componentes de reforço, como no caso de fibras de juta e curauá, promovendo melhoria em propriedades na busca de novo produto sustentável.

Assim, a viabilização do emprego de fibras vegetais, como materiais alternativos na confecção de novos compósitos particulados, vai de encontro à atual demanda para a obtenção de produtos de maior valor agregado (PMVA) através da utilização de resíduos agroindustriais (bagaço de cana-de-açúcar) e matérias primas fibrosas alternativas (fibras de curauá e juta).

4.CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos conclui-se que:

- há necessidade de adequação granulométrica das fibras de juta (Corchorus capsularis) e curauá (Ananás erectifolius) para uma correta inserção na matriz

principal de bagaço de cana-de-açúcar, facilitando o processo de encolagem e prensagem.

- houve acréscimo em propriedades mecânicas com a adição de fibras especializadas de reforço (juta e curauá), comparativamente ao tratamento utilizando somente bagaço de cana-de-açúcar.

- o tratamento cana + juta enquadrou-se na especificação vigente para painéis MDP, menos na variável “arranchamento de parafuso face”, mesmo apresentando uma densidade bastante baixa (550 kg m-3) o que denota a perspectiva do avanço das pesquisas na incorporação de fibras especializadas em painéis de baixa densidade.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores expressam seus sinceros agradecimentos às empresas Baldim Bioenergia, Pematec Triangel e BrasJuta pala doação do bagaço de cana-de-açúcar, fibras de curauá e juta, respectivamente. Á FAPESP pelo apoio financeiro, à FZEA/USP e ao núcleo BioSMat.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14810: Chapa de madeira aglomerada. Pt. 2: Requisitos. Rio de Janeiro, 2006. 4 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14810: Chapa de madeira aglomerada. Pt. 3: Métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2006. 27 p.

ASHORI, A.; NOURBAKHSH, A. Effect of press cycle time and resin content on physical and mechanical properties of particleboard panels made from the underutilized low-quality raw materials. Iranian Research Organization for Science and Technology (IROST), Iran. Industrial Crops and Products, Amsterdam, v. 28, n. 2, p. 225–230, 2008.

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DIAS, F.M. Aplicação de resina poliuretana a base de mamona na fabricação de painéis de madeira compensada e aglomerada. 116 p. Tese (Doutorado) em Ciência e Engenharia de Materiais. Universidade de São Paulo, 2004.

FIORELLI, J.; CURTOLO, D. D.; GARZON, N. B.; JOHNSON, R.; SAVASTANO JUNIOR, H. Particulate composite based on coconut fiber and castor oil polyurethane adhesive: An ecoefficient product. Industrial Crops and Products, v. 40, p. 69-75, 2012. KHALIL, A.H.P.S.; FAZITA, M.R.; BHAT, A.H.; JAWAID, M.; FUAD, N.A. Development and material properties of new hybrid plywood from oil palm biomass. Materials and Design, Reigate, v. 31, p. 417–424, 2010.

LEE, S. Mechanical and physical properties of agro based fiberboard. Holz als Roh – und Werkstoff, Heidelberg, v. 64, p. 74-79, 2006.

MENDES, R.F.; MENDES, L.M.; ABRANCHES, R.A.S.; SANTOS, R.C.; GUIMARÃES JR., J.B. Painéis aglomerados produzidos com bagaço de cana em associação com madeira de eucalipto. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 38, n. 86, p. 285-295, jun. 2010.

ORTUNÕ, T.G.; RODRÍGUES, J.A.; GARCÍA, M.T.F.; VILLENA, M.F.; GARCÍA, C.E.F. Evaluation of the physical end mechanical properties of particleboard made from giant reed (Arundo donax L.). BioResources, Raleigh, v. 6, n. 1, p. 477-486, 2011.

PAES, J.B.; NUNES, S.T.; LAHR, F.A.R.; NASCIMENTO, M.F.; LACERDA, R.M.A. Qualidade de chapas de partículas de Pinus elliottii coladas com resina poliuretana sob diferentes condições de pressão e temperatura. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 3, p. 551-558, 2011.

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