Efeitos, Complicações e evolução da intoxicação por
inalação da fumaça
ORLANDI, Antônio Marcos 1 SILVA, Gisele Rocha da 1 GOMES, Jairo Costa Pereira 1 SOARES, Karina Marques1
SILVA, Luan Moraes da 1 CASTELAN, Taffarel Pariz¹
MARQUES, Aline Costa¹ SAMPAIO, Poliane 2
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Graduando do Curso de Ciências biológicas do Centro Universitário São Camilo-ES
2
Professor orientador: Especialista e Mestre em saúde coletiva, Centro Universitário São Camilo-ES, polianesampaio@saocamilo-es.br
Introdução
O fogo desde os tempos remotos, sempre foi um elemento essencial para homem, em se tratando do conforto e serventia de sua utilização, ora como um meio de sobrevivência contra o frio, ora, cozinhando alimentos, e defendendo o seu território contra inimigos. Uma vez que o fogo, escape acidental, ou propositadamente ao controle do homem, denominamos incêndio, no qual são desprendidos gases presente na fumaça, que por sua vez acarreta direta e indiretamente, lesões e intoxicações ao organismo exposto. A origem, o grau, e as peculiaridades destas intoxicações, são objeto de estudo da toxicologia, constituindo-se no tema central deste estudo, que buscou avaliar os elementos nocivos da fumaça, as complicações sistêmicas decorrentes de sua inalação, a evolução dessas intoxicações, bem como os meios de tratamento e profilaxia.
PALAVRAS CHAVE: Intoxicações, gases tóxicos, asfixia, lesão pulmonar.
INTRODUÇÂO
A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos produzidos pela interação de agentes químicos com sistemas biológicos. O objetivo básico é prevenir, diagnosticar e tratar as intoxicações provocadas por esses agentes (Mendes,Alcântara,Brito,et al).
O estudo teve como objetivo, o levantamento de informações, o relato de procedimentos, e demais implicações, acerca dos efeitos da fumaça no organismo, haja vista que os processos de metabolização, danos e bioquímica da fumaça no corpo humano, estão intimamente ligados para que possa compreender com exatidão a toxicologia da fumaça dos incêndios.
A fumaça é a mistura de gases e partículas em suspensão resultantes da queima de qualquer combustível. Os constituintes da fumaça podem ser divididos em dois grupos: material particulado e gases. Tanto um como o outro produzem lesões nas vias aéreas, mas por mecanismos e em territórios diferentes. O material particulado pode levar à obstrução das vias aéreas por efeito direto de deposição e pela indução de broncoespasmo. (Souza,Jardim,Salge,et al,2004).
As intoxicações decorrentes do contato com fumaça em incêndios podem estar vinculadas a uma substância específica ou grupo de substâncias, dentre elas destacam-se o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o cianeto, dentre outras substâncias associadas. No tocante estas substâncias adentram o corpo humano por inalação, e podem acarretar sérios danos , lesões e sequelas ao sistema respiratório, cardiovascular, e neurológico, podendo levar a óbito dependendo da quantidade e do grau de exposição. (Spinelli; Rezegue; Fiorin;Bragança,2009)
MATERIAL E MÈTODOS
Foram pesquisados informações e dados, contidos em periódicos, livros, e internet. Todo material foi revisado detalhadamente, de forma abranger e
focar os pontos mais importantes e cruciais utilizados na elaboração e edição do trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÔES Inalação da fumaça
Durante um incêndio, o oxigênio no ar diminui e a queima de produtos gera grande quantidade de monóxido de carbono (CO) e outros gases tóxicos. Depois de inaladas, as substâncias tóxicas chegam aos pulmões e seguem para os alvéolos. O monóxido cai na corrente sanguínea, onde se liga as hemácias. O CO ocupa o lugar do oxigênio e impede que o organismo seja oxigenado e sem a oxigenação, as células do corpo não produzem energia. O cérebro e o coração entram em colapso, o que pode causar a morte do indivíduo. (Moino,Nogueira ,Carrer,et al2003)
A fumaça ainda causa irritação da mucosa das vias aéreas e no pulmão, e o inchaço dificulta ainda mais a respiração.(Campos,2006)
Das patologias associadas à exposição da fumaça de incêndio teve destaque á lesão inalatória, que hoje é a principal causa de morte nos pacientes queimados, motivo pelo qual se justifica o grande número de estudos publicados sobre o assunto (Souza, Jardim,Salge,et al,2004).
Os mecanismos envolvidos na gênese da lesão inalatória envolvem tanto os fatores de ação local quanto os de ação sistêmica, o que acaba por aumentar muito as repercussões da lesão. Atualmente, buscam-se ferramentas que permitam o diagnóstico cada vez mais precoce da lesão inalatória e ainda estratégias de tratamento que minimizem as consequências da lesão já instalada (Souza, Jardim,Salge,et al,2004).
“A fumaça inalada pode produzir efeitos agudos, como a morte por asfixia. Efeitos tardios acarretando pneumonia química e lesões neurológicas.Os efeitos crônicos, podem acarretar broquiotite, a síndrome do desconforto respiratório agudo (ARDS) etc.(Moino,Nogueira ,Carrer,2003)
Sintomas da intoxicação
A inalação de grandes quantidades de monóxido de carbono produz a morte por síncope respiratória ou circulatória, devido à inibição do centro bulbar
correspondente. Não existe nesta modalidade de intoxicação uma sintomatologia evidenciável(. Spinelli; Rezegue; Fiorin;Bragança,2009)
É importante ressaltar que o monóxido de carbono é um gás inodoro e insípido e, portanto, a vítima geralmente não percebe o perigo a que está exposta, a absorção do monóxido de carbono e os sintomas resultantes dependem da concentração do mesmo no ar expirado, do tempo de exposição no ambiente contaminado e da atividade do indivíduo exposto, ou melhor, do ritmo respiratório.
A intoxicação aguda apresenta três períodos distintos, que vão desde a perda de consciência, imobilidade dos membros, levando ao coma, podendo ocorrer sequelas neurológicas posteriores como a amnésia. (Alcântara,1995)
Tratamento das intoxicações
Retirar a vítima do local de exposição; se a respiração estiver deprimida, aplicar respiração artificial com o oxigênio a 100% até recuperação das condições normais. As condições respiratórias do paciente devem ser cuidadosamente controladas, realizando-se de acordo com a necessidade de traqueostomia, aspiração das secreções e respiração assistida, administrando-se antibióticos e oxigênio em altas concentrações.(Campos,2006)
Caso não se produza acidose metabólica é aconselhável o uso de carbógeno (95% de oxigênio e 5% de CO2) para restaurar as condições respiratórias do intoxicado; a Exsanguineotransfusão onde se obtém uma substituição das hemácias comprometidas com o monóxido de carbono; as sangrias largas seguidas de equivalente reposição sanguínea.
(Spinelli; Rezegue; Fiorin;Bragança,2009)
São inúmeras as complicações decorrentes da intoxicação pelo monóxido de carbono: respiratórias: pneumonia, broncopneumonia, edema pulmonar agudo, laringite, etc. as complicações cardíacas: a parada cardíaca é o acidente comum na fase de aspiração do gás, enquanto que o colapso é frequente no período comatoso. Ainda pode ser observada insuficiência
cardíaca, taquicardia acompanhada de extra-sístoles, seguindo-se bradicardia; as complicações neurológicas: paralisias de origem central (hemiplégicas e paraplégicas), síndromes especiais de origem central, como inércia total e hipertonia acentuada e difusa, crises convulsivas, hipertermias de origem central, paralisias localizadas por lesões dos nervos periféricos, distúrbios sensitivos; manifestações mentais: confusão mental, distúrbios da memória. (Souza;Jardim,;Salgb;et al,2004)
CONCLUSÂO
As intoxicações causadas pela fumaça de incêndio estão entre os tipos mais graves, e acontecem com frequência na população, em todo o mundo. Grandes esforços são feitos em pesquisa, e tratamento dessas intoxicações e agravos, levando-nos a concluir, a primeira ótica, que o tratamento inclui bruscamente a intubação, provendo sumariamente a ventilação ou superventilação mecânica, buscando prover o supri mento de oxigênio em déficit do paciente.
Ressaltasse, todavia e em definitivo, que o tratamento das mesmas vai muito além, mobilizando intervenções cirúrgicas categóricas, métodos de desintoxicação, administração minuciosa de medicamentos e drogas. Ademais as sequelas mobilizam uma gama de profissionais e especialistas, desde pneumologistas, cardiologistas, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras para o tratamento de traumas e síndromes subsequentes.
O Alerta para prevenção e profilaxia, é uma bandeira vigente, para evitar e mitigar, os danos e lesões provenientes de intoxicações causadas por incêndios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS
Alcântara, H. R. Toxicologia clínica e forense. Andrei Editora Ltda.,1985. 427p.
Mendes, R. Patologia do Trabalho. Editora Atheneu, 1995.643 p.
Brito, F. D. Toxicologia humana e geral. Livraria Atheneu, 1988.413 p.
Moino,Elaine de O;Nogueira,Helena L;Carrer,Karina.Principais complicações respiratórias em queimados associadas Á inalação de fumaça:Abordagem fisioterapêutica em UTI.São Paulo:2003.
Kaimen-Maciel,Damacio R.;Rocha ,Flávio Henrique B., Mancini, Diogo A..Desmielinização tardia após intoxicação por monóxido de carbono.Rev neurocienc .Londrina:2008.
Souza, Rogério;Jardim, Carlos;Salgb, João Marcos;Carvalho, Carlos Roberto R.Lesão por inalação de fumaça.J Bras Pneumol.:Brasil.2004.
Spinelli, Jorge;Rezegue, Leila;Bragança, Kátya R.Lesão inalatória grave: tratamento precoce e reversão do quadro. Relato de caso e revisão de literatura.Belém:Brasil:2009.
Campos, Hisbello S. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: mais do que apenas uma doença pulmonar.Bol Pneumol Sanit :Brasil.2006.