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5º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais. Belo Horizonte, 29 a 31 de julho de 2015

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Área temática:

Segurança Internacional, Estudos Estratégicos e Política de Defesa

SISTEMAS NACIONAIS DE INTELIGÊNCIA AFRICANOS:

POSSIBILIDADES ANALÍTICAS PARA A ÁFRICA DO SUL, NIGÉRIA E ANGOLA

Giovanna Marques Kuele

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mariana Falcão Chaise

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Sistemas Nacionais de Inteligência Africanos:

possibilidades analíticas para a África do Sul, Nigéria e Angola

Giovanna Marques Kuele Mestranda em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEEI-UFRGS)

Mariana Falcão Chaise Mestranda em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGPOL-UFRGS)

Resumo: O trabalho proposto, tendo como temática Sistemas Nacionais de Inteligência em países africanos, insere-se no escopo do projeto intitulado “Política Comparada e Sistemas Nacionais de Inteligência”, desenvolvido no âmbito do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV-UFRGS). O objetivo principal é realizar o mapeamento institucional dos sistemas de inteligência de três países africanos selecionados: África do Sul, Nigéria e Angola. A escolha dos casos justifica-se pela sua importância no entorno estratégico brasileiro, bem como pela carência de análises específicas sobre serviços de inteligência em países africanos, fato que contrasta com a existência de fenômenos cuja compreensão subsidiaria um melhor entendimento de seus esquemas políticos e securitários: as renovadas controvérsias concernentes à reorganização destes serviços, sua inclusão em agendas de democratização e as disputas entre autoridades políticas e operadores de inteligência. Assim, com base em fontes ostensivas, entrevistas com especialistas e bibliografia especializada, busca-se mapear os sistemas de inteligência sul-africano, angolano e nigeriano, identificando suas agências e órgãos executivos participantes, bem como os fluxos de autoridade e de informação, a fim de definir as relações de poder existentes entre suas unidades componentes. Para tanto, a técnica de pesquisa utilizada é a Análise de Redes, que acompanha a análise qualitativa. A Análise de Redes, por meio da Teoria dos Grafos, permite que cada elemento do sistema seja representado como um vértice, ao passo que as relações entre estes, como arestas, viabilizando não apenas a apreciação estatística (índices de centralidade e de intermediação) e a visualização gráfica dos sistemas, mas também a comparação entre os casos. Como conclusão parcial de trabalho, admite-se a possibilidade de mapeamento nos termos indicados e a validade da Análise de Redes enquanto técnica de pesquisa para análise comparada e avaliação de estruturas e organizações no âmbito dos Estudos de Inteligência.

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1 Introdução

O fim da Guerra Fria trouxe consigo a necessidade de se redesenhar as linhas mestras da política mundial. No contexto do Terceiro Mundo – e na avaliação dos países desenvolvidos –, os aparatos de segurança necessitavam de reformas que os alinhassem aos novos padrões democráticos e de boa governança, particularmente os da África Subsaariana, econômica e socialmente fragilizada e profundamente polarizada pelo anterior conflito (ALEX; KAMENJU, 2004).123

Bendix e Stanley (2008) apresentam algumas razões pelas quais políticas de Reformas do Setor de Segurança deveriam ser empreendidas no continente africano.4 Em primeiro lugar, os autores apontam para a persistência de conflitos violentos e ameaças à segurança no Pós-Guerra Fria, que contribuem para o problema corrente da instabilidade interna aos regimes; a maioria destes conflitos, nos anos 1990, tinha raízes em divisões sociais, de recursos, de classes, de ideologias, de heranças coloniais, etnias, territórios e religiões (UKEJE, 2005). Em segundo lugar, a própria natureza do Estado e das instituições africanas – das Forças Armadas em particular – enquanto heranças do colonialismo são fonte de insegurança. As elites políticas de muitos dos países da África replicam a abordagem instrumental de seus antecessores coloniais em relação ao poder estatal, de modo que as forças de segurança continuam a servir aos interesses destas elites, visando à manutenção de seus domínios. Uma terceira razão listada pelos autores é o fato de os Estados não deterem o monopólio do uso da força, havendo uma série de atores não estatais provedores de segurança, tais como empresas privadas, milícias locais e grupos comunitários de autopoliciamento. Segundo Hutchfun (2009), no entanto, em um ambiente de profundas mudanças políticas no continente e de reestruturação de diversas instituições públicas africanas, inclusive no campo da defesa, os setores de inteligência continuam excluídos tanto das agendas de democratização, quanto das agendas de Reforma do Setor

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O presente artigo é uma versão reduzida do artigo original proposto. Optou-se, devido à limitação de páginas, a expandir apenas o estudo de caso da Nigéria, deixando os aspectos principais dos outros dois casos – África do Sul e Angola – embutidos, ainda que de modo bem reduzido, na Introdução e nas Considerações Finais.

2 O presente artigo insere-se no escopo do projeto intitulado “Sistemas de Inteligência e o Entorno Estratégico do Brasil: análise institucional e identificação de ameaças”, desenvolvido conjuntamente no âmbito do CEGOV-UFRGS e do IMM-ECEME. Agradecemos aos demais participantes do projeto, em especial, ao Prof. Marco Cepik, a Gustavo Moller e a Pedro Marques. Ademais, agradecemos ao CNPq e ao Instituto Pandiá Calógeras, pelo financiamento concedido através do Programa Álvaro Alberto (Chamada CNPq/Pandiá No 29/2014), que tornou possível a execução do projeto.

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A África subsaariana é definida como o conjunto de países situados no continente africano ao sul do deserto do Saara. Conforme Fiori (2013), tal conjunto apresenta grandes disparidades e assimetrias sociais, embora alguns – como Angola e Nigéria, a serem analisados neste artigo – tenham acelerado seu PIB na última década em decorrência da produção de petróleo.

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Reforma no Setor de Segurança refere-se, conforme relatório da OCDE Development Assistence Committee (DAC): “transformation of the security system which includes all the actors, their roles, responsibilities and actions, so that it is managed and operated in a manner that is more consistent with democratic norms and sound principles of good governance, and thus contributes to a well-functioning security framework” (DAC Apud PICCIOTTO, 2005).

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de Segurança, carecendo, portanto, de debate e de escrutínio (HUTCHFUN, 2009, LALÁ, 2004).

Para Cepik (2003), os serviços de inteligência – juntamente com as Forças Armadas e com as polícias – formam o núcleo coercitivo do Estado contemporâneo, desempenhando atividades ofensivas e defensivas na área de informações. Assim, além da função principal (de prover informações processadas), haveria funções secundárias associadas ao uso da informação para a dominação e para a maximização do poder. Nesse sentido, os serviços de inteligência modernos possuiriam uma “dupla face, informacional e coercitiva” (CEPIK, 2003, p.80).

Assim, uma vez que a atividade de inteligência busca prover o tomador de decisão dos subsídios para sua função, podemos considerar que ela não é um fim em si mesma (LOWENTHAL, 2011).Em realidade, a atividade reflete um conflito e supõe a geração ou a manutenção de poder, dado que a posse mesma da informação é uma fonte de empoderamento, sendo a inteligência – portanto – a dimensão informacional do “compelir o outro à nossa vontade” (DAVIES, 1994). Esta aptidão – conforme será visto – foi instrumentalizada por Estados africanos, fato que possivelmente explica a hesitação em incluir os Sistemas de Inteligência nas novas agendas de reformas, especialmente aquelas financiadas por países europeus e pelos Estados Unidos (LALÁ, 2004).

Com base no exposto, o presente artigo tem como objetivo realizar o mapeamento institucional dos Sistemas de Inteligência de três países africanos relevantes para o contexto do “entorno estratégico brasileiro”: África do Sul, Angola e Nigéria.5 Com isso, busca-se identificar como estes países vêm adaptando seus Sistemas Nacionais de Inteligência às ameaças e aos desafios estratégicos do século XXI, bem como identificar suas dinâmicas próprias. A escolha dos casos também se justifica pela carência de análises específicas sobre serviços de inteligência em países africanos, fato que contrasta com a existência de fenômenos cuja compreensão subsidiaria um melhor entendimento de seus esquemas políticos e securitários.

No caso da África, há uma interconexão evidente entre os serviços de inteligência e o poder político, característica muitas vezes ignorada pelos analistas. Dessa maneira, as dinâmicas políticas de um determinado período afetam a natureza e função da atividade de inteligência, de modo que esta muitas vezes associa-se mais pronunciadamente à segurança dos regimes que à segurança das populações (AFRICA; KWADJO, 2009). O estudo dos três casos presentes neste artigo demonstrará que as reformas nos seus Sistemas Nacionais de Inteligência estiveram relacionadas às mudanças de regime, sendo

5 O “entorno estratégico brasileiro” é definido como América do Sul, Atlântico Sul, países lindeiros da África e Antártica (BRASIL, 2005). Nos últimos anos, tais regiões vêm adquirindo um papel relevante na política externa e de defesa brasileiras, conforme assinalado na Política Nacional de Defesa (BRASIL, 2005), na Estratégia Nacional de Defesa (BRASIL, 2008) e no Livro Brando de Defesa Nacional (BRASIL, 2012).

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um artifício para a sua legitimação, ao eliminar o aparato repressivo do regime anterior: tal ocorreu na Angola em 1975, após a independência nacional, e em 1994, após a introdução do regime multipartidário; na Nigéria em 1986, com a ascensão do General Ibrahim Babangida; na África do Sul em 1994, no pós-Apartheid. Neste último país, que assistiu a uma série de reformas institucionais visando sua adequação à democracia, reformas subsequentes objetivando maior operacionalidade e eficiência do Sistema de Inteligência foram empreendidas, mas a inteligência permanece alvo de críticas devido à politização e autonomização de suas agências (DUCAN, 2015).

Mudanças nas condições securitárias, ou mesmo nas percepções dos tomadores de decisão sobre essas condições, também moldam as agendas dos Serviços de Inteligência, sendo necessário – ao longo do trabalho – destacar estas ameaças.6 As organizações de inteligência africanas, em particular, enfrentam enormes desafios relativos a ameaças tradicionais, como conflitos internos, e a novas ameaças, como migrações ilegais, lavagem de dinheiro, terrorismo, contrabando de pessoas, drogas e armas (AFRICA; KWADJO, 2009). A partir destas novas agendas de segurança e defesa, a inteligência, e não o poder militar, tornou-se a primeira linha de defesa para as nações (ZEGART, 2009).7

Ademais das dinâmicas internas e regionais que estimulam a atividade, após o 11 de setembro de 2001, o foco dos Estados Unidos em terrorismo na África tornou-se mais pronunciado. Os Estados Unidos fornecem assistência aos serviços de segurança africanos no enfrentamento da ameaça terrorista, principalmente a partir da East Africa

Counterterrorism Initiative de 2003. Esta prevê treinamentos militares e policiais, programas

de controle de fronteiras, ao mesmo tempo em que provê vazão – conforme já mencionado – ao alargamento da importância e do papel dos serviços de inteligência. Os esforços estadunidenses, porém, focam-se no aumento da eficácia operacional da arena de segurança, não necessariamente na democratização e no maior controle das forças de segurança, em geral, e de inteligência, em particular (LALÁ, 2004, WOLF, 2010).

Assinaladas as dinâmicas peculiares do continente africano e da África subsaariana, buscou-se – com base em fontes ostensivas – mapear os sistemas de inteligência sul-africano, angolano e nigeriano, identificando suas agências e órgãos executivos participantes, bem como os fluxos de autoridade e de informação, a fim de definir as relações de poder existentes entre suas unidades componentes. Para tanto, a metodologia utilizada foi a Análise de Redes, acompanhada de uma análise qualitativa, dando continuidade ao desenvolvimento da Análise de Redes como metodologia para o estudo

6

Os países necessitam de inteligência relativa ao seu ambiente imediato e ao ambiente imediato de outros países, uma vez que – objetivando preservar sua segurança – precisam manter o controle das ameaças internas e externas (LOWENTHAL, 2011).

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Para mais informações sobre atividade de inteligência no combate ao terrorismo e ao crime organizado, ver Herman (1996).

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comparado em inteligência (Cf. CEPIK; MOLLER, 2015). A Análise de Redes permite que cada elemento do sistema seja representado como um vértice, ao passo que as relações entre estes, como arestas, viabilizando não apenas a visualização gráfica dos sistemas, mas também a apreciação estatística e a comparação entre os casos. Nesse sentido, a técnica permite uma análise panorâmica dos atributos estruturais dos Sistemas Nacionais de Inteligência e uma análise de sua adaptabilidade às ameaças que se propõe enfrentar.

Na próxima seção, explica-se mais detalhadamente a metodologia utilizada, incluindo definições conceituais, escolhas técnicas e processos para coleta de dados, cálculos estatísticos, verificação de resultados e análise de discrepâncias. Na seção seguinte, apresenta-se o estudo de caso – Nigéria – e a análise dos resultados obtidos. Nas considerações finais, comparam-se os resultados obtidos para os três países, buscando-se identificar padrões. Além disso, assinalam-se as possibilidades e limitações da Análise de Redes enquanto técnica de pesquisa para análise comparada e avaliação de estruturas e organizações no âmbito dos Estudos de Inteligência.

2 Metodologia8

A Análise de Redes, conforme já assinalado, foi escolhida como referencial metodológico pois permite uma análise das estruturas das atividades de inteligência de cada país em perspectiva individual e comparada. A partir desta metodologia, é possível tratar os sistemas nacionais de inteligência como redes, que podem ser representadas visualmente por grafos. As redes referem-se ao conjunto de atores (representados por vértices, nós) que podem ter relações (representadas por ligações, arestas) uns com os outros, conectando os pares de vértices (SCOTT, 2000, HANNEMAN, 2001, BRANDES; ELERBAC, 2005).

Na nossa abordagem para sistemas nacionais de inteligência, cada vértice representa uma organização e cada ligação entre os vértices representa uma relação de autoridade ou um fluxo de informações. Nesse sentido, consideramos duas redes para cada país: a rede de autoridade (representada por um grafo direto) e a de fluxo de informações (representada por um grafo indireto). Enquanto a rede de autoridade refere-se às relações de autoridade hierárquicas existentes entre as organizações, a rede de fluxo de informações refere-se às comunicações observadas entre as mesmas.

A base para a definição das organizações componentes dos sistemas de inteligência e para o mapeamento das relações foi tanto as leis dos respectivos países quanto inferências através do exame da literatura, de entrevistas e de notícias na mídia. As organizações (vértices) foram classificadas em três tipos: organizações de supervisão e

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Uma vez que a metodologia utilizada já foi apresentada em outros trabalhos, optamos por colocar nesta seção uma versão mais concisa. Para maiores detalhes ver Cepik e Moller (2015).

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direção governamental (governo), organizações colegiais para coordenação (coordenação) e agências de inteligência (agências). Já as relações foram definidas em diretas (relações na rede de autoridade, indicadas por uma flecha) e indiretas (relações na rede de fluxo de informações, reciprocas). Ainda, na busca por uma maior aproximação com a realidade, consideramos a intensidade das relações para ambas as redes, a partir de uma escala de quatro intervalos (0, 3, 6 e 9).9

Uma vez que os componentes do respectivo sistema nacional de inteligência foram identificados e classificados, as relações entre eles foram registradas em duas matrizes relacionais (adjacentes), uma para as relações de autoridade e outra para o fluxo de informações.10 A partir destas, com auxílio do software ORA, foram formados os grafos e calculados quatro índices para cada país.11

A apreciação dos índices escolhidos permite uma análise do poder nos sistemas nacionais de inteligência, partindo-se do conceito deste como inerentemente relacional (HANNEMAN, 2001). Dos quatro índices escolhidos, dois encontram-se no nível dos elementos (i.e., calculados para cada ator em cada rede) e dois no nível das redes (i.e., calculados para cada rede). Enquanto os índices no nível dos elementos permitem observar a distribuição de poder entre os atores em uma rede, os índices no nível das redes permitem, além de uma comparação das redes de diferentes sistemas, a inferência do risco organizacional de uma determinada distribuição de poder na rede (BRANDES; ELERBACH, 2005, MCCULLOH; ARMSTRONG; JOHNSON, 2013).12 A seguir definimos e explicamos os quatro índices utilizados.

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Na rede de autoridade, intensidade “9” indica relações previstas na legislação e efetivas, ou seja, a unidade subordinante exerce efetivamente sua autoridade sobre a subordinada. Há respeito às linhas de comando e controle especificadas na legislação, sem maiores custos políticos. Já intensidade “6” indica também relações previstas na legislação, porém há limitações no grau de subordinação observado, seja em assuntos específicos ou por períodos de tempo. Intensidade “3”, por sua vez, também indica relações previstas na legislação, contudo caracterização por uma insubordinação significante. Também pode ser uma situação na qual a organização é legalmente subordinada a um determinado ator, entretanto é outro que, informal e efetivamente, subordina tal unidade. Por fim, aplica-se “0” quanto não há relações entre as organizações ou tais são irrelevantes para o funcionamento do Sistema Nacional de Inteligência. Já para a rede de fluxo de informações, intensidade “9” indica um fluxo de informações legal e efetivo, ou seja, o fluxo entre as unidades está previsto na lei e há evidencias de sua efetividade. Intensidade “6” indica um fluxo que está na lei também, todavia, não há evidencias suficientes para caracteriza-lo como efetivo ou há um baixo compartilhamento e/ou uma competição entre as organizações. A intensidade “3”, por sua vez, é atribuída quanto existem evidencias, não previstas na lei, de fluxo de informações entre as unidades. Por fim, aplica-se “0” quanto não há fluxo de informações relevante entre dois vértices na rede.

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A matrizes relacionais (ou adjacentes) são uma forma, a partir da Teoria dos Grafos, de compilar os dados. Nelas, os atores são colocados em dois eixos, com linhas e colunas formando um quadrado. Nas cédulas da matriz, cada relação entre dois atores foi registrada de acordo com a escala de intensidade.

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O software ORA é desenvolvido pelo Center for Computational Analysis of Social and Organizational Systems

(CASOS) da Carnegie Mellon University. Disponível em:

<http://www.casos.cs.cmu.edu/projects/ora/software.php>. Acesso em 23 mai. 2015. 12

O risco organizacional é a probabilidade de que as vulnerabilidades internas do sistema ou ameaças externas a ele afetarão adversamente organizações importantes na rede (MCCULLOH; ARMSTRONG; JOHNSON, 2013). Conforme Cepik e Ambros (2014), riscos organizacionais expressam fragmentação potencial, dificuldades de cooperação e de adaptação a mudanças no ambiente, sendo combustível para crises institucionais recorrentes no campo da inteligência.

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No nível elementos, utilizamos dois índices de centralidade: o índice de Centralidade de Grau, para a rede de autoridade; e o índice de Centralidade de Intermediação, para a rede de fluxo de informações.13 O índice de Centralidade de Grau considera o número de arestas que conectam um vértice a outros, i. e., o quão conectado é o vértice.14 Quanto mais alta a distribuição relativa de conexões que tem ator possui, menos dependente ele torna-se de um ator especifico (FREEMAN, 1979). Já o índice de Centralidade de Intermediação considera o número de vezes que um vértice particular está intermediando uma relação entre outros dois vértices em um caminho geodésico (i.e., o caminho mais curto entre dois vértices). Ou seja, indica o quanto um ator está em uma posição privilegiada, na medida em que ele recai sobre os caminhos geodésicos entre outros pares de atores na rede (HANNEMAN, 2001).15

Por fim, no nível redes, utilizamos dois índices de centralização: o índice de Centralização de Grau, para a rede de autoridade; e o índice de Centralização de Intermediação, para a rede de fluxo de informações.16 O índice de Centralização de Grau indica a existência de atores muito centrais na rede, que, se removidos, levariam a dispersão de outros atores e é medido em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 0, maior capacidade de resiliência – ou seja, menos propensa a fragmentação – tem a rede. Isso acontece porque todos os atores têm uma Centralidade de Grau semelhante. Vale assinalar que ter maior capacidade de resiliência pode também significar uma menor capacidade de adaptação, visto que mudanças na configuração dos sistemas tendem a não alterar as relações entre os atores da rede (MCCULLOH; ARMSTRONG; JOHNSON, 2013). Já o índice de Centralização de Intermediação, também medido em uma escala de 0 a 1, indica que, quanto mais próximo de 0, melhor a informação está distribuída na rede. Contudo, em se tratando de Sistemas Nacionais de Inteligência, uma disseminação uniforme de informações não é, necessariamente, desejável. Já, quanto mais próximo de 1, maior o risco de que um determinado ator possa reter toda a informação, agindo como um

gatekeeper na rede.

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Assinalamos que, para ser possível a comparação e a avaliação qualitativa dos índices de cada elemento, dois passos foram seguidos: (a) cada índice de Centralidade (de Grau e de Intermediação) foi calculado separadamente; e (b) os valores foram normalizados em uma escala entre 0 e 100, de modo a equalizar a diferença de tamanhos (diâmetros das redes) dos Sistemas Nacionais de Inteligência. A normalização foi feita através da adição dos índices obtidos de cada ator em cada rede e divisão do índice original de cada ator pelo valor da soma de todos eles.

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A Centralidade de Grau é um índice composto, que pode ser decomposto em in-degree (relações nas quais o ator está sendo subordinado), out-degree (relações em que o ator subordina outros) e as medidas totais de grau, uma vez que se refere a um grafo indireto.

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O índice de Centralidade de Intermediação também permite avaliar quais atores estão na posição de stakeholders (i.e., quem tem o poder de reter informações na rede e o potencial para quebrar e/ou evitar relações, isolando outros atores) (MCCULLOH; ARMSTRONG; JOHNSON, 2013).

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Assinalamos que, para a comparação e avaliação qualitativa destes últimos índices não foi necessário a normalização, uma vez que eles já estão expressos em uma escala entre 0 e 1. Assim, puderam ser calculados separadamente para cada rede de cada país e, logo, comparados.

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Segue, pois, na próxima seção, o estudo de caso da Nigéria. No início, fornecemos um breve histórico e uma contextualização do respectivo Sistema Nacional de Inteligência; logo, provemos as imagens dos grafos das redes de autoridade e de fluxo de informações; por fim, analisamos os resultados obtidos, através dos índices, para os elementos do sistema e destacamos os aspectos relevantes.

3 Nigéria

Desde sua independência, em 1960, a instabilidade é marca da política nigeriana. Seis anos após a retirada britânica, o governo civil eleito foi derrubado por um primeiro de sucessivos golpes de Estado, sendo o próprio regime militar pontuado por alguns golpes abortivos e por três anos de guerra civil (1967-1970).17 O interregno militar durou até 1999, ainda que a corrupção, as disputas por poder, a influência política das forças de segurança – além da instabilidade econômica e social – tenham permanecido. (LEVAN, 2014, OKAFOR, 2006, VISENTINI, 2010). Foi durante uma destas administrações militares, a do General Ibrahim Babangida (1985-1993), que o atual sistema de inteligência tomou forma. Babangida, após derrubar o General Muhammadu Buhari em um golpe, desmantelou o

Nigerian Security Organization (NSO), a fim de legitimar seu novo governo e alinhado à

promessa de respeito aos direitos humanos.

A NSO foi uma organização secreta estabelecida em 1976 para prevenir e detectar qualquer ameaça à segurança nigeriana, porém identificada como polícia política, atuando pela sobrevivência do anterior regime via perseguição sistemática de seus opositores. O

National Security Agencies Decree Nº 19 (1986) dividiu a NSO em três agências, cada qual

com seu próprio mandato: a Defense Intelligence Agency (DIA), responsável pela inteligência militar, a National Intelligence Agency (NIA), responsável pela inteligência externa e contra inteligência, e a State Security Service (SSS), responsável pela inteligência interna (BASSEY; DOKUBO, 2011, UGOCKUKWO, 1997).

Em relação aos problemas securitários, os quais moldam as atividades de inteligência, pode-se citar, em primeiro lugar, o terrorismo e a insurgência. O Boko Haram, grupo militante islâmico, possui como objetivo primário o estabelecimento de um Estado islâmico na região baseado na sharia; suas ações se concentram no norte do país, ainda que hoje o grupo busque estender sua área de operações. As atividades insurgentes ocorrem, em especial, no Delta do Niger, praticadas por grupos armados como o Movement

for the Emancipation of the Niger Delta (MEND) e o Niger Delta People's Volunteer Force

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Entre 1966 e 1999, a Nigéria teve as seguintes lideranças militares: (a) General J.T.U. Aguiyi-Ironsi, janeiro de 1966 a julho de 1966; (b) General Yakubu Gowon, 1966 a 1975; (c) Brigadeiro Murtala Muhammed, julho de 1975 a fevereiro de 1976; (d) General Olusegun Obasanjo, 1976 a 1979; (v) General Mohammed Buhari, 1984 a 1985; (e) General Ibrahim Babangida, 1985 a 1999 (OKAFOR, 2006).

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(NDVF). Em segundo lugar, conflitos étnico-religiosos ameaçam a estabilidade social. Ainda que considerados de baixa intensidade, sendo responsabilidade, primordialmente, das Forças de Polícia e de outras forças paramilitares, as Forças Armadas promovem ações de contra insurgência autorizadas pelo Presidente. Em nível externo e transnacional, a Nigéria também é considerada um ponto central na rede de tráfico continental, enfrentando problemas como o tráfico de drogas, de armas e de seres humanos. O Golfo da Guiné, por fim, se tornou hotspot para pirataria (JANE’S, 2014, OMEDE, 2012).

Considerando-se este complexo cenário estratégico, Nggoawaju (2013) aponta que relatórios de inteligência independentes mostraram, por um lado, falta de cooperação entre as autoridades de inteligência militar e da SSS e, por outro, entre as agências de inteligência e agências de aplicação da lei. Esta aparente anomalia é responsável pelas maciças falhas de inteligência na Nigéria e pelo triunfo dos ataques dos grupos terroristas (NGBOAWAJU, 2013, p.3).

A atual estrutura de inteligência da Nigéria reflete as necessidades securitárias do Estado. Conforme já mencionado, o sistema tem três agências especializadas de inteligência separadas: a agência de inteligência interna (SSS), a externa (NIA) e a militar (DIA). É necessário ainda considerar mais três agências de inteligência, que são paramilitares: a Nigeria Immigration Service (NIS), Nigerian Prision Service (NPS) e a

Nigerian Security and Civil Defence Corps (NSCDC). Esta última atua em articulação com a

Polícia Nigeriana e com as Forças Armadas, principalmente na defesa de oleodutos (THOM-OTUYA, 2009). A polícia possui também seu próprio departamento de inteligência, a Nigeria

Police Force Criminal Investigation and Intelligence Department (FCIID), responsável pela

investigação de casos criminais e coleta de informações dentro e fora do país. Ligado ao presidente há uma agência responsável pelo controle do tráfico de drogas, a National Drug

Law Enforcement Agency (NDLEA), criada em 1990. Ainda, há uma agência responsável

pelo contrabando, o Nigerian Custom Service (NCS), ligado ao Ministério das Finanças. A

Nigerian Financial Intelligence Unit (NFIU) é uma unidade autônoma.

A legislação que rege o sistema de inteligência permanece sendo o National Security

Agencies Decree (1986). No total, o Sistema de Inteligência Nigeriano inclui nove

organizações de supervisão e direção governamental, duas organizações colegiadas para coordenação e dez agências de inteligência. As Figuras 1 e 2 ilustram, respectivamente, as relações de autoridade e o fluxo de informações no Sistema de Inteligência Nigeriano.

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Figura 1 – Relações de Autoridade no Sistema de Inteligência – Nigéria

Fonte: Autoras, software ORA.

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Fonte: Autoras, software ORA.

Concernente às relações de autoridade, destaca-se que o Presidente tem o mais alto índice de Centralidade de Grau (27,50), quase quatro vezes maior que o segundo mais alto (7,50), indicando sua posição central na rede. O resultado justifica-se porque o Presidente, além de não ser subordinado a ninguém, exerce autoridade sobre os Ministérios, bem como sobre as Forças Armadas (AF), as Forças Policiais (NFF) e quatro agências de inteligência (NIA, SSS, DIA e NDLEA). Logo, aparecem (7,50) o Ministério do Interior (MPA), as NFF e o

National Security Adviser (NSA). O MPA subordina duas agências: o NSCDC e NPS. As

NFF, por sua vez, são subordinadas por – além do Presidente – o Ministério da Defesa (MoD) e o Ministério Federal de Assuntos Policiais (MoF); ademais, subordinam uma agência, o Federal Investigation and Intelligence Bureau (FIIB). Já o NSA – subordinado ao Presidente – exerce autoridade sobre as duas organizações de coordenação do sistema: o

Joint Intelligence Board (JIB) e o Intelligence Community Committee (ICC).

Do ponto de vista do fluxo de informações, os índices mais altos de Centralidade de Intermediação são, respectivamente, da SSS (15,50) e do Presidente (15,02). A SSS, portanto, a despeito da já assinalada falta de cooperação com a inteligência militar, parece ter uma posição central na rede de fluxo de informações, intermediando diversas relações e colocando-se como uma agência importante para o funcionamento do sistema. Quanto ao presidente, o índice reitera sua posição central no Sistema de Inteligência Nigeriano como um todo. No que tange aos órgãos de coordenação assinala-se que, enquanto o JIB apresenta um valor significativo (9,42), o ICC apresenta um valor irrisório (0), o que parece significar que não é tão importante para a rede quanto o é o JIB. Por fim, quanto às demais agências de inteligência, apenas a NFIU apresenta um índice significativo (10,54).

4 Considerações Finais

Os três estudos de caso presentes neste artigo apresentaram algumas similaridades a serem destacadas. Um primeiro ponto – e que, conforme argumentado anteriormente, reflete a atividade de inteligência – é a natureza das ameaças percebidas. Externamente, os três países enfrentam ameaças de caráter transnacional, associadas ao tráfico de drogas, de armas, de pessoas, à imigração ilegal. O conceito tradicional de ameaça militar externa, entretanto, é insuficiente quando analisamos o continente africano, uma vez que as maiores fontes de insegurança possuem raiz na instabilidade interna aos Estados. As tendências separatistas prefiguram entre as principais causas de conflito na Angola e na Nigéria, estando inserida neste contexto a insurgência e mesmo o terrorismo, considerando-se as

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atividades do Boko Haram nigeriano para o estabelecimento de um Estado de base religiosa no país.

Uma segunda fonte de insegurança tem origem na baixa legitimidade dos governantes, verificada por meio dos protestos anti governo, por vezes violentos, os quais são encontrados nos três países estudados. Ainda acerca da legitimidade dos governos e de suas instituições, as críticas à performance e à possível autonomização da atividade de inteligência foram detectadas nos três casos. O argumento é que a atividade operaria em prol da manutenção dos regimes, ao invés da atuação em benefício das sociedades e das populações.

Em terceiro lugar, por meio do mapeamento institucional realizado e com base nos grafos gerados, o modelo organizacional dos Sistemas de Inteligência repete-se: duas agências civis principais, uma responsável pela coleta externa de informações e outra pela coleta interna, uma agência de caráter militar ligada às Forças Armadas e uma agência ligada à Polícia Nacional. No caso da África do Sul, a inovação foi a introdução da SSA em 2009, uma camada intermediária entre as principais agências e o Presidente, baseada na estratégia estadunidense do pós 11 de setembro, quando foi criado o Director of National

Intelligence (DNI) em um esforço de aumentar a coordenação interagências, no intuito de

reduzir as falhas (DUNCAN, 2015).

Enquanto a África do Sul (19 unidades) e a Nigéria (21 unidades) apresentam Sistemas de Inteligência de tamanhos semelhantes, a Angola (12 unidades) diferencia-se nesse aspecto. As duas primeiras têm o mesmo número de órgãos de coordenação (2) e de agências de inteligência (10), diferindo um pouco no número de órgãos de direção e supervisão governamental – África do Sul (7) e Nigéria (9). Já a Angola possui menos agências de inteligência (4) e menos órgãos de direção e supervisão governamental (5), porém mais órgãos de coordenação (3). Ainda, no que concerne aos índices de centralidade, estes indicam que nos três casos o poder não é igualmente distribuído entre os entes dos Sistemas Nacionais de Inteligência. Para todos, o Presidente parece ser, devido a sua posição nas redes, em maior ou menor grau, o ente mais poderoso.

Em relação aos índices de centralização, todos os resultados ficam mais próximos a 0. Isso indica, que, embora todos os países tenham algumas unidades mais influentes que outras, nenhum possui uma única agência ou órgão que domina ou controla os demais. Os resultados do Índice de Centralização de Grau (África do Sul – 0,148; Nigéria – 0,251; Angola – 0,3) sugerem que todos os sistemas detêm certa capacidade de resiliência, sendo a maior a do Sistema de Inteligência Sul-africano. Já os resultados do Índice de Centralização de Intermediação (Nigéria – 0,052; Angola – 0,294; África do Sul – 0,315) sugerem que existe certa distribuição das informações nas redes, não havendo, portanto,

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um único gatekeeper para nenhuma. Dentre os três países, a Nigéria é o que tem as informações melhor distribuídas na rede.

Ainda que os resultados dos índices de centralidade e de centralização nos permitam realizar as inferências anteriores, ressaltamos as limitações destes, em particular, e as da Análise de Redes, em geral. Para tentar suprir tais limitações, fornecemos uma análise qualitativa para cada estudo de caso; entretanto, devemos assinalar que elas permanecem. Nesse sentido, continuaremos a explorar os potenciais da Análise de Redes para a comparação de Sistemas Nacionais de Inteligência, uma vez que esta se tem mostrado uma ferramenta útil. Dessa forma, sublinha-se a importância da continuação da agenda de pesquisa, bem como a necessidade de se buscarem dados mais precisos e de se realizarem melhores interpretações da Análise de Redes.

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ANEXO I – Centralidade de Grau e Centralidade de Intermediação - Nigéria

Acrônimo Centralidade de Grau

Centralidade de

Intermediação Tipo

President Pr 27,50 15,02 Governo

Ministry of Defence MoD 4,20 1,60 Governo

Ministry of Foreign Affairs MFA 5,00 8,63 Governo

Federal Ministry of Finances MoI 5,00 10,86 Governo

Federal Ministry of Police Affairs MoF 4,20 0,00 Governo

Ministry of Interior MPA 7,50 1,76 Governo

National Security Adviser NSA 7,50 10,70 Governo

Joint Intelligence Board JIB 2,50 9,42 Coordenação

Intelligence Community Committee ICC 2,50 0,00 Coordenação

Armed Forces of Nigeria AF 3,30 1,92 Governo

Nigeria Police Forces NFF 7,50 3,35 Governo

National Intelligence Agency NIA 2,50 3,51 Agência

State Security Service SSS 2,50 15,50 Agência

Federal Investigation and

Intelligence Bureau FIIB 2,50 0,48 Agência

Defense Intelligence Agency DIA 3,30 1,92 Agência

Nigerian Security and Civil Defence

Corps NSCDC 2,50 1,44 Agência

National Drug Law Enforcement

Agency NDLEA 2,50 2,88 Agência

Nigerian Financial Intelligence Unit NFIU 0,00 10,54 Agência

Nigeria Immigration Service NIS 2,50 0,32 Agência

Nigerian Prision Service NPS 2,50 0,00 Agência

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