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Quanto custa um pedaço do céu?

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Academic year: 2022

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Quanto custa um pedaço do céu?

Cleonice Schlieck

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QUANTO CUSTA UM PEDAÇO DO CÉU?

CLEONICE SCHLIECK

1ª edição

Chapadão do Sul—MS Edição do Autor

2017

Imagens de capa obtidas do site

(5)

Um senhor da sociedade Grande empresário No ramo de administração

Do setor imobiliário Trabalhava de sol a sol Sem olhar para horário Chegando em uma cidade Comprava um pedaço de chão

Loteava em terrenos E os vendia à população

Assim fazia fortuna E ganhava admiração.

Se era honesto nos negócios Não se está aqui em questão

Só sei que era dedicado

Em sua profissão

Se o assunto era terra

Ele sempre tinha chão.

(6)

Porém, em sua presença Chegou um dia um trabalhador

Cuja renda era um salário De ínfimo valor

Com uma proposta de aluguel Para o “nobre senhor”.

Trazendo o chapéu ao peito Em gesto de humildade

A voz era modesta De grande afabilidade Pai de dois filhos pequenos

Recém-chegado na cidade.

Suas roupas denunciavam Sua situação social A pele era queimada do sol

Como era natural Pois o seu sustento vinha

Do serviço braçal.

(7)

“Me desculpe o incômodo”, Ele assim foi dizendo,

“Sem demoras ou rodeios, Sei que estou lhe aborrecendo,

Vou direto ao assunto Dizer o que estou querendo.

Pra família eu preciso Uma casa alugar.

Uma casa pequenina Não importa o lugar.

Que é pra mulher e os filhos Por um mês poder ficar.

Pode ser pequenina Sem reboco na parede Que eu só tenho de pertences

Pote de água e uma rede.

E se o senhor me atender

Que Deus assim o conserve.

(8)

Vim de longe, de outro estado Em busca de oportunidade

De um salário digno Aqui nesta cidade Para o trabalho não me falta

Força de vontade.

Mas dinheiro ainda não tenho Por isso peço a caridade E lhe dou minha palavra

Com muita honestidade De que ao final do mês Em extrema pontualidade

Pagarei o que te devo Como ficar acertado.

Só lhe faço esse pedido Muito a custo e contrariado,

Pois não tenho condições

De pagar adiantado”.

(9)

O empresário ouviu O trabalhador em sua frente

Mas às palavras que ouvia Se fazia indiferente Se cedesse à proposta:

Não há negócio que aguente!

Compreendia a situação Mas nada podia fazer Pois as terras que ele tinha

Eram todas para vender Se atendesse aos pedintes

Seu negócio iria perecer.

Pois são muitos no país Sem teto para morar;

São muitos os que não tem

Nem condições de o alugar,

Que dormem pelas calçadas

E das ruas fazem seu lar.

(10)

Nisso ele estava pensando E em sinal de conclusão Do trabalhador se despediu

Estendendo-lhe a mão, Dando-lhe adeus Encerrando a questão.

E desse modo ele foi falando Quase que se desculpando

Com palavras vazias Que da boca ia expulsando Em seu orgulho de “senhor”

Desse modo foi falando:

“Por ser um trabalhador Ao senhor tiro o chapéu E lamento muito não ajudá-lo

Deixando-o assim ao léu,

Se pudesse eu lhe vendia

Até um pedaço do céu”.

(11)

Poderia ficar calado Despedindo-se com respeito

Mas proferiu estas palavras Sem valor e sem proveito

Revelando seu caráter E a índole de seu peito.

O Trabalhador honrado Essa rejeição sofreu

Não pela negativa

Mas pela forma em que se deu E de modo muito educado

O comentário respondeu:

“Creio que o senhor não pode Tomar essa decisão Mas, por curiosidade, doutor,

Quanto custaria a transação, Sendo o senhor um Filho de Deus

E sendo eu o seu irmão?”

(12)

E retirou-se dignamente Como era necessário, Ciente de que para morar no céu

Não importa o salário Nem a origem social Nem o saldo bancário.

Quanto custa um pedaço do céu?

O empresário ficou pensando Durante todo o dia

A pergunta ficou lhe martelando Mesmo enquanto trabalhava

No escritório negociando.

Desde os tempos de Adão Os homens caem em pecado,

E a Lei que Deus deu Sempre a deixam de lado, Fingem que dela se esquecem

E a si se tem endeusados.

(13)

“Não sou tão ruim assim”, Pensou consigo o empresário,

“Não trafico e não mato Também não sou salafrário,

Não sufoco nem adultero Outros pecados não faço, À luz dos Dez Mandamentos

Nem sou assim tão pecador Conheço a história bíblica

De Jesus o Salvador E sei que Ele na cruz morreu

Por seu infinito amor...

Talvez se eu morresse E a Ele me apresentasse Se Ele talvez permitisse Que em minha causa eu falasse

Provavelmente no céu

Talvez eu entrasse”.

(14)

A secretária que o ouvia Ousou uma interferência

“Entre os pecados dos homens Está a prepotência, Mesmo os mais honestos Não têm completa obediência.

Perante a Lei de Deus Não há pecadinho ou pecadão.

Cobiçar a mulher alheia Também é traição, O mal que se deseja ao outro Já aconteceu em seu coração.

Por isso é que se diz Nisso tenho convicção Que se peca por muito falar

Também pela omissão

Pelo bem que não se faz

E pela falta de contrição.

(15)

Depois do primeiro pecado Todos somos pecadores Assim testemunham os padres

E também os pastores A Deus não se suborna Com promessas de favores.

Se quiseres entrar no céu Tem muito em que meditar.

A receita é uma só É em Deus sempre confiar.

Como a fé é pessoal não posso Acreditar em seu lugar.”.

“Mas as obras que eu faço?”, Assim ele questionou,

“Altos lances nos leilões Doações de grande valor,

O meu nome nos jornais,

Testemunham quem eu sou.

(16)

Já falei e repito:

Conheço a história da cruz, Sei todos os mandamentos

E a história de Jesus.

O que mais é preciso Para que eu alcance a luz?”

“É preciso ter fé E em Jesus confiar Acreditar em Deus Em primeiro lugar.

O resto é consequência Não é preciso eu falar”.

A história dessa conversa Não é fácil reproduzir.

Bem fez a secretária Em seus termos interferir Mas o que se passa no coração

Ninguém pode deduzir.

(17)

Acontece que esse homem A vida inteira acreditou

Que a sua boa ação Ao céu o creditou E esperava morar com Deus

Por seu próprio valor.

Tinha ajudado a construir Uma igreja pro senhor, E das missas de domingo

Ele nunca se ausentou, Porém, a palavra da salvação

Seu coração não tocou.

E naquela noite aconteceu O que ninguém esperava:

Um acidente ele sofreu Quando voltava para casa.

Se sua alma subisse ao céu,

Será que Deus o aceitava?

(18)

Por sorte, foi um acidente pequeno Só de prejuízo material,

Ninguém ficou ferido Nem precisou ir ao hospital, Tão pequeno que nem alterou

Nem a pressão arterial.

Mas serviu para mostrar Ao homem sua impotência

Pois ele só não se ferira Pela divina clemência, Não por seus próprios méritos

Ou por causa da ciência.

Se o prejuízo fosse maior Com danos mais consistentes

Outros bens conquistaria, Assim como mais clientes, Mas sobre salvar sua alma,

Ele não estava ciente.

(19)

Se tivesse morrido No céu será que entraria?

Se possuísse uma relíquia, Isso o ajudaria?

E nessa dúvida da salvação Sua alma se consumia.

A Bíblia em sua biblioteca Ele mandou buscar E em ânsia incontida Pôs-se nela a estudar Folheando o Livro Sagrado

Começou a explicar:

A criação do mundo No primeiro momento E a história dos profetas

Do Antigo Testamento E o Evangelho da salvação

Ele tinha conhecimento.

(20)

Foi então que compreendeu O que não explica a razão Como é grande o amor de Deus

Ao nos dar a salvação Nenhum de nós a merece Ninguém merece perdão.

Mesmo assim Ele nos escolhe Para no céu um dia entrar

Basta somente a fé, Em Deus somente confiar Que as boas obras e as boas ações

A fé vai despertar.

Talvez não sejamos empresários Mas como ele nos comportamos

Quando por mérito próprio

O céu desejamos

Sem saber que assim

Do céu nos afastamos

(21)

E assim como este empresário De seus erros se arrependeu

Também em contrição Nos acheguemos a Deus

Pois foi por amar a nós

Que Seu filho na cruz morreu.

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Cleonice Schlieck

É autora dos livros

* Anjo de uma asa só;

* A busca pela verdade;

* A força do amor;

* Intenso como as águas

E dos cordéis:

* Quem precisa de Jesus?;

* Bullying

* A gorda que queria ser magra;

* As aventuras do menino José

* As aventuras do menino José II

* Retrato da corrupção;

* O amor de uma mulher;

* Uma história de amor

Referências

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