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Estruturas de mercado

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Academic year: 2021

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Economia Aplicada

Aula

Estruturas de mercado

Esta aula será dedicada ao estudo dos tipos de estrutura de mercado. Analisaremos as hipóteses e exemplos das principais estruturas de mercado:

concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. Prontos para começar?

Boa aula!

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, o aluno será capaz de:

‡&RPSUHHQGHURVIDWRUHVTXHGHWHUPLQDPRVWLSRVGHHVWUXWXUDGHPHUFDGR

‡&RQKHFHUDVKLSyWHVHVHFDUDFWHUtVWLFDVGDVSULQFLSDLVHVWUXWXUDVGHPHUFDGR

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1 – Introdução

2 – A Estrutura Ideal de Mercado 3 – Mercado Monopolista

4 – Mercado Oligopolista e Mercado Monopolisticamente Competitivo

Seções de estudo

1 Introdução

De acordo com Pinho e Vasconcellos (2004), estruturas de mercado são modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados estão organizados.

As estruturas de mercado caracterizam-se basicamente pelos seguintes elementos: a quantidade de agentes vendedores (ou compradores) que atuam no mercado, o tipo de produto, ou seja, a natureza da mercadoria (ou fator de produção) negociada no mercado e, finalmente, a existência ou não de barreiras a entrada de novas empresas nesse mercado (VASCONCELLOS, 2008, p. 95). Analisaremos cada um desses elementos nesta primeira seção.

Determinantes das Estruturas de Mercado

1.1 A Quantidade de Agentes

Com relação à quantidade de agentes vendedores não devemos levar em conta apenas o número que está atuando no mercado, mas também a forma como eles reagem a variações de preço.

Por exemplo, em um mercado com poucos vendedores, quando um deles altera o preço da mercadoria, os demais captam essa alteração e ainda reagem alterando seu preço também. No mercado com muitos vendedores, ao contrário, não há alterações de preços.

Mercado atomizado: há grande quantidade de agentes cujas decisões individuais não influenciam as decisões dos agentes concorrentes. As empresas são tomadores de preços e, isoladamente, não conseguem influenciar o preço ditado pelo mercado.

Mercado não atomizado: há poucos agentes cujas decisões terá influência sobre as decisões dos agentes concorrentes. As empresas são capazes de ditar os preços.

1.2 Natureza do Produto

Quanto à natureza das mercadorias, esta diz respeito ao fato de os bens e serviços negociados poderem ser idênticos ou diferenciados.

Se as mercadorias negociadas no mercado são idênticas, então, existem substitutos a elas. Nesse tipo de mercado, o produto é considerado homogêneo, ou seja, todas as empresas do mercado produzem exatamente o mesmo produto, portanto, eles são substitutos perfeitos.

Exemplos de mercado homogêneo: mercado de água mineral sem gás, floriculturas, commodities, cimento etc.

Quando as mercadorias são diferenciadas, os compradores irão preferir uma delas em detrimento das demais. A diferenciação do produto ocorre quando existir preferência do agente por um produto em detrimento aos demais disponíveis no mercado, embora todos possam, em princípio, atender a

mesma finalidade.

A diferenciação entre os produtos pode ser percebida pelo consumidor graças às características físicas como forma, durabilidade, cor, qualidade, tipo de embalagem, condições de uso etc.

O consumidor também percebe a diferenciação devido à imagem que o produto lhe transmite, por exemplo, se tem uma imagem masculina ou feminina ou ainda se sua marca (etiqueta) traz uma imagem de prestígio e status social.

1.3 Barreiras à Concorrência

Finalmente, quando analisamos a existência ou ausência de barreiras à entrada de novas firmas concorrentes no mercado, devemos levar em consideração o tamanho das empresas existentes, o tipo de produto negociado e também o nível tecnológico e de investimentos necessário para a boa atuação da empresa no mercado.

O entendimento de cada um desses elementos se tornará fácil à medida que estudarmos cada tipo de estrutura de mercado, suas principais hipóteses e características.

Veremos nesta aula como as firmas que trabalham em determinado mercado decidem quanto produzir de cada mercadoria, partindo-se da hipótese de que o objetivo das empresas é obter o máximo de lucro possível.

A decisão de quanto produzir para obter o lucro máximo não depende apenas dos custos de produção, mas também do poder de mercado que a firma tem.

Por exemplo: uma grande firma que possua total poder de mercado poderá reduzir sua oferta visando ao aumento do preço de seu produto em proveito próprio. O mesmo não ocorre com as pequenas empresas sem poder de mercado.

Tais afirmações parecem confusas à primeira vista, mas o entendimento ficará mais fácil ao longo do estudo desta aula.

2 A Estrutura Ideal de Mercado

A estrutura de mercado ideal é a chamada concorrência perfeita, a qual estudaremos nesta aula.

A estrutura de mercado caracterizada por concorrência perfeita é uma formulação irreal, ou seja, uma concepção ideal, porque os mercados altamente concorrenciais não existem. Na realidade o que existe são apenas aproximações desse modelo de concorrência perfeita.

Mesmo assim, é muito útil que estudemos tal tipo de estrutura de mercado para que sejamos capazes de descrever e entender o funcionamento econômico das estruturas mais próximas da realidade e muito mais complexas.

O estudo das hipóteses e características de um mercado em concorrência perfeita é importante, pois nos permite construir um padrão de referência muito útil para entender e analisar o funcionamento concreto das demais estruturas de mercado (NUSDEO, 2008, p. 266).

2.1 Hipóteses de um Mercado em Concorrência Perfeita

No mercado em concorrência perfeita existem as firmas perfeitamente competitivas. Uma firma perfeitamente competitiva é aquele que considera o preço do produto que comercializa neste mercado como dado e sabe que não pode

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controlá-lo ou influenciá-lo (VARIAN, 1993, p. 229).

Um mercado em concorrência perfeita se adéqua ao conjunto de hipóteses a seguir: mercado atomizado, produtos homogêneos, ausência de barreiras e transparência.

O mercado atomizado é composto de grande número de vendedores, firmas, produtores e empresas, os quais são tão pequenos em relação à dimensão do mercado que nenhum deles tem condições de isoladamente influenciar o preço do produto comercializado.

Cada firma participante deste mercado deve partir do pressuposto de que o preço de mercado não depende de seu próprio nível de produção, pois seja qual for a quantidade produzida, ela só poderá vendê-la a um preço: o preço será aquele vigente no mercado, por isso, dizemos que estas firmas são tomadoras de preço (VARIAN, 2003, p. 394). O preço é dado, e a empresa perfeitamente competitiva só precisará se preocupar com a quantidade a produzir.

Não existe habilidade das firmas para influenciar a procura de mercado através de mecanismos extrapreço, como propaganda, melhoria de qualidade, mecanismos de comercialização etc.

Definitivamente, todas as firmas existentes nesse mercado são tomadoras de preço.

Neste mercado, os produtos produzidos por todas as empresas são homogêneos (idênticos, iguais) e, portanto, VXEVWLWXWRVSHUIHLWRVHQWUHVL3,1+29$6&21&(//26 2004, p. 185). Assim, os compradores são indiferentes quanto DILUPDTXHIDEULFRXRSURGXWRMiTXHHOHVVmRLGrQWLFRVWDQWR faz comprar de uma firma ou de outra. Consequentemente, o produto com preço mais baixo será sempre preferido ao produto com preço mais elevado.

Existe livre acesso de qualquer empresa à produção do bem. Ou seja, sempre novas firmas podem entrar nesse mercado, tendo como único obstáculo o custo de produção.

Finalmente, a hipótese da transparência. Esta hipótese implica na existência de informação perfeita no mercado. Isto é explicado pelo fato de todas as firmas e os compradores saberem a que preço está sendo vendida cada unidade do produto. Além disso, eles conhecem também a quantidade de produto que cada empresa existente no mercado produz (VASCONCELLOS, 2008, p. 96).

Dificilmente é possível enquadrar alguma atividade como um mercado em concorrência perfeita. O exemplo mais aproximado é o mercado da maioria dos produtos agrícolas.

No mercado agrícola, normalmente existe um grande número de produtores comercializando o mesmo produto e livre entrada e saída de produtores (embora essa livre mobilidade envolva sempre algum período de tempo).

2.2 Curva de Demanda da Firma em Concorrência Perfeita

Do ponto de vista das empresas competitivas, a curva de demanda é uma restrição, pois ela diz qual é o preço máximo que se pode cobrar por uma mercadoria, dado à quantidade que se pretende vender dela.

Sabemos que a curva de demanda é negativamente inclinada, mas se considerarmos a curva de demanda de uma firma individual em um mercado em concorrência perfeita, ela muda.

Observe a figura abaixo.

Figura 01: Curva de Demanda da Firma em Concorrência Perfeita

A figura 01A mostra as curvas de oferta e demanda de mercado. O preço de mercado é determinado no ponto em que as duas curvas se cruzam. Esse ponto na figura é o ponto p*. Para a firma em concorrência perfeita o preço é dado e ela não pode afetá-lo. Resta-lhe aceitar o preço dado no mercado p*. A hipótese de que a firma, individualmente, seja incapaz de alterar o preço do produto tem uma consequência importante porque ela implica a curva com a qual a empresa se defronta. É a linha horizontal com altura igual ao preço de mercado, como mostrado na figura 01B.

Perceba também pela análise gráfica da figura 01B, que a firma acredita que se cobrar um preço acima do de mercado não venderá nada de seu produto, pois como os produtos são homogêneos, os consumidores comprarão o mesmo produto mais barato de outras firmas.

Por outro lado, se vendê-lo ao preço abaixo do de mercado ela terá toda a demanda do mercado a esse preço, o que seria irracional, pois ela pode vender o quanto quiser cobrando o preço de mercado. Não vale a pena cobrar menos, então (VARIAN, 2003, p. 395). Se vender a preço de mercado ela poderá vender a quantidade que desejar.

Dessa forma, a curva de demanda de mercado é negativamente inclinada, mas a curva de demanda que a empresa individual em concorrência perfeita se defronta é horizontal.

A empresa em concorrência perfeita venderá qualquer quantidade se cobrar o preço vigente no mercado!

3 Mercado Monopolista

O monopólio é uma estrutura de mercado completamente oposta à concorrência perfeita que acabamos de estudar na aula anterior.

Nesta seção analisaremos as hipóteses dessa estrutura de mercado, levando-se em consideração aqueles fatores determinantes de todas as estruturas de mercado que já estudamos na aula anterior. Estudaremos também alguns exemplos de mercado monopolista existentes na economia mundial.

3.1 Hipóteses de um Mercado Monopolista

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Um monopólio existe quando apenas uma firma detém toda a produção de determinada mercadoria e esta não possui substitutos próximos.

Para haver monopólio é preciso que novas empresas que se sintam atraídas a entrar nesse mercado sejam afastadas, caso contrário não haveria mais somente uma firma e deixaria de ser monopólio. Em outras palavras, a existência do monopólio depende da existência de barreiras à entrada de concorrentes.

Entre as diversas barreiras à entrada de outras firmas podemos citar as barreiras legais, ou seja, quando fica determinado por lei que certo produto somente pode ser SURGX]LGRSRUGHWHUPLQDGDHPSUHVDpXPPRQRSyOLROHJDO

O caso das patentes seria um bom exemplo, já que a legislação da maioria dos países permite que a firma que desenvolveu e inventou determinado produto detenha seu monopólio durante certo período.

Outro tipo de monopólio legal é o caso da Petrobrás, que por lei detém o monopólio do refino e extração de petróleo no Brasil.

Outra barreira é o controle do fornecimento de matérias- primas utilizadas na produção. O caso da Alcoa é um exemplo.

A empresa detinha praticamente todas as minas de bauxita nos Estados Unidos, a matéria-prima básica da produção de alumínio. Por isso, monopolizava também a produção de alumínio.

Por último, existem as barreiras tecnológicas que beneficiam empresas de grande porte, com rendimentos crescentes de escala e dotadas de um processo de produção mais econômico.

Dessa forma, ela é a única empresa que pode abastecer toda a demanda do mercado a um custo mais baixo do que o preço das eventuais firmas concorrentes. É o exemplo dos monopólios naturais, formados por uma firma gigantesca que atua em setores em que a oferta do mesmo produto por parte das firmas menores é mais cara para os consumidores.

Sem chances de competir acabam sendo expulsas do mercado naturalmente.

Exemplos de monopólios são os serviços de telefonia, águas e esgotos e energia elétrica. Esse tipo de monopólio é estabelecido por concessão do setor público.

Quando existe somente uma firma no mercado é pouco provável que ela considere os preços como dados, como ocorre em concorrência perfeita (VARIAN, 2003, p. 435). Na qualidade de único produtor, se o monopolista decidir elevar o preço do produto ele não precisará se preocupar com os concorrentes que poderiam capturar todo o mercado caso cobrassem um preço menor.

Mesmo assim, a firma monopolista sabe que não pode elevar tanto o preço da mercadoria se seu objetivo for a maximização dos lucros, pois poderá sofrer queda nas vendas

Dessa forma, para qualquer preço determinado pela firma, ela só venderá aquilo que o mercado puder comprar. Se o preço for muito alto a demanda dos consumidores será menor.

3.2 Lucro Normal e Lucro Extraordinário

No monopólio existe uma única firma e a entrada de outras alteraria a estrutura do mercado. É fácil concluir que o monopólio somente se mantém se a firma conseguir impedir a

entrada de outras concorrentes.

Diversos fatores contribuem para expulsar a concorrência e manter o monopólio, dentre eles podemos destacar:

‡ $ GLPHQVmR UHGX]LGD GR PHUFDGR RX VHMD SRXFRV consumidores para o produto. Se o mercado de uma firma for reduzido, é provável que ele permaneça no regime de monopólio, mesmo auferindo lucros vantajosos. Isso ocorre na medida em que se outra firma entrar no mercado, como existe pouco mercado para o produto, o preço do produto poderá tornar-se tão baixo que as duas sofrerão prejuízo.

‡$H[LVWrQFLDGHSDWHQWHVTXHLPSHGHDSURGXomRGHXP dado produto por firmas concorrentes.

‡$SURWHomRRIHUHFLGDSRUOHLVJRYHUQDPHQWDLV

‡ 2 FRQWUROH GDV IRQWHV GH VXSULPHQWR GH PDWpULDV primas para a produção de seu produto.

Tais fatores representam vantagens ao monopolista, pois ele pode apresentar lucro maior que outros setores.

Nesse sentido, é interessante distinguir lucro normal e lucro extraordinário.

‡/XFURQRUPDOLQFOXLDUHPXQHUDomRGRHPSUHViULRHR seu custo de oportunidade.

‡ /XFUR H[WUDRUGLQiULR FRUUHVSRQGH j VLWXDomR GR monopólio. A condição de único produtor permite ao monopolista auferir um lucro acima do lucro normal.

Contudo, é pouco provável que um monopólio se perpetue no longo prazo, já que as patentes tornam-se obsoletas, novos e mais refinados produtos são desenvolvidos por outras firmas, matérias-primas substitutas tornam-se disponíveis devido à constante inovação tecnológica e às descobertas.

Adicionalmente, no longo prazo o desenvolvimento tecnológico dá origem à produção de novos métodos e técnicas que determinam o surgimento de novos produtos de melhor qualidade e substitutos daqueles bens anteriormente monopolizados.

A manutenção do monopólio no longo prazo somente é possível quando este é garantido por meio de leis governamentais. O governo pode estabelecer alguns instrumentos capazes de exercer certo controle sobre o poder do monopólio, por exemplo, a regulamentação do preço do produto e a imposição fiscal.

3.3 Custo Social do Monopólio

É fato que o monopólio implica em preços mais altos e quantidades de produto mais baixas em relação ao mercado em concorrência perfeita, ou seja, os consumidores pagam mais caro pelo produto e compram menos dele. Neste tipo de estrutura de mercado, os consumidores estão em pior situação e as empresas em melhor situação do que no mercado em concorrência perfeita (VARIAN, 2003, p. 443).

Além dos preços abusivos, com um único produtor acaba havendo ineficiência por parte da firma monopolista e até falta de estímulo para melhoria dos métodos produtivos.

Outra desvantagem do monopólio é a limitação que este impõe aos consumidores quanto às oportunidades de compra e escolha. A conclusão a que se pode chegar é que a existência de monopólio ocasiona uma piora do bem-estar dos consumidores e uma melhoria da situação da empresa.

Na ausência de concorrência os preços dos produtos

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são mais elevados e a qualidade é inferior. Esse é o custo do monopólio!

4 Mercado Oligopolista e Mercado Monopolisticamente Competitivo

Nesta seção estudaremos dois tipos de estrutura de mercado consideradas intermediárias entre a concorrência perfeita e o monopólio: o oligopólio e a concorrência monopolística.

Nesta seção analisaremos as hipóteses dessas estruturas de mercado. Estudaremos também alguns exemplos de mercado oligopolista e monopolisticamente competitivo na economia mundial.

Oligopólio

4.1. Hipóteses

O oligopólio é caracterizado como uma estrutura de mercado em que um pequeno número de vendedores concorrentes entre si controla a oferta de determinada mercadoria, a qual pode ser homogênea ou diferenciada.

A indústria automobilística e a indústria de bebidas são exemplos de oligopólio, mas na primeira há um pequeno número de grandes empresas dominando o mercado e na segunda há uma grande quantidade de empresas, mas poucas dominam o mercado (VASCONCELLOS, 2008, p. 99).

O que importa é que apenas poucas empresas são as responsáveis pela maior parte ou pela totalidade da produção dessa mercadoria.

Além disso, existem barreiras que dificultam a entrada de novas firmas nesse mercado. Essas barreiras surgem porque as poucas firmas existentes são grandes tanto fisicamente como financeiramente e tecnologicamente, o que faz com que seja necessário que a firma que deseja entrar no mercado também detenha tal poderio para poder concorrer com as poderosas já existentes.

As firmas presentes nesse mercado devem ter uma estratégia de produção que envolve a definição do preço a ser cobrado e a quantidade a ser produzida. Quando uma firma decide a respeito de preços e quantidades, ela pode já conhecer as escolhas feitas pelas outras firmas.

Em oligopólio as firmas podem fixar as quantidades e os preços entre si, por meio de conluios ou cartéis (VASCONCELLOS, 2008, p. 99). Pode também haver uma situação em que uma empresa estabelece seu preço antes das demais, ela será a firma líder de preço e as demais serão as seguidoras. Do mesmo modo, uma firma pode escolher a quantidade que produzirá antes das outras e neste caso, ela será a líder de quantidade e as demais firmas serão as seguidoras.

São exemplos de oligopólios a indústria de automóveis, a indústria de tratores, a indústria de medicamentos veterinários, serviços de transporte aéreo e rodoviário, setores químico e siderúrgico, entre outros.

A indústria automobilística é um ótimo exemplo de mercado oligopolizado. As firmas que compõe esse mercado realmente são fisicamente grandes, investem pesadamente em tecnologia, são muito bem supridas de capital para manter sua estrutura e seus investimentos e, ainda, suas marcas são muito

famosas no mercado. É o caso da Ford, Fiat, GM, Volkswagen entre outras.

Concorrência Monopolística

4.2. Hipóteses

Um mercado monopolisticamente competitivo é bem semelhante ao mercado perfeitamente competitivo, pois em ambos existem muitas empresas e a entrada de novas firmas não é limitada.

Porém, ele difere da concorrência perfeita, pois nesse mercado os produtos são diferenciados entre si. A diferenciação de produtos pode ocorrer pelas características físicas, pela embalagem, ou pela forma como cada empresa promove suas vendas. Aí entram a propaganda, o atendimento ao cliente, o fornecimento de brindes, a manutenção do produto etc.

Quadro 01: Resumo das Características Características Concorrência

perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolística 4XDQWRDR

numero de empresas

Muito grande Só há uma

empresa Pequeno Grande 4XDQWRDR

produto Homogênio Não há quaisquer diferenças

Não há substitutos próximos

Pode ser homogênio ou diferen- ciado

Diferenciado

4XDQWRDR controle de empresas so- bre os preços

Não há pos- sibilidades de manobras pelas empre- sas

As empre- sas tem grande poder para manter preços re- lativamente elevados- sobretudo quando não há in- tervenções restritivas do governo (leis anti- trustes)

Embora GLȴFXOWDGR pela inter- dependêcia entre as HPSUHVDV essas ten- dem a for- mar cartéis controlando Preços e cotas de Produção

Pouca mar- gem de ma- QREUDGHYLGR à existência de substitutos próximos

4XDQWRD concorrência extrapreço SURPR©·HV DWHQGLPHQWR propagan- GDSµVYHQ GDHWF

Não é possi- vel nem seria HȴFD]

A empresa geralmente recorre a campanhas institucio- QDLVSDUD salvaguar- dar sua imagem

‹LQWHQVD sobretudo quando há diferen- ciação do produto

É intensa exercendo-se pelas diferen-

©DVȴVFDLVGH embalagens e prestação de serviços complemen- tares 4XDQWRDV

condições de ingresso na indústria

Não há

barreiras Barreiras de acesso de novas empresas

Barreiras de acesso de novas empresas

Não há barrei- ras

Cada empresa vende uma marca ou uma versão de um produto que difere em termos de qualidade ou aparência e cada empresa é a única produtora de sua própria marca. E por

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uma razão ou outra, os consumidores veem a marca de cada empresa como algo diferente e que a distingue das demais.

O desodorante Nívea é diferente do desodorante da marca Dove. A diferença está na imagem que o consumidor tem sobre a eficiência de cada um deles e na confiança que eles depositam no produto. E assim, aqueles consumidores que confiam mais na eficiência do desodorante Nívea estão dispostos a pagar mais por ele.

A Beiersdorf S.A. é a única produtora do Nívea. Ela tem poder de monopólio na produção desse desodorante. Mas seu poder de monopólio é limitado, já que os consumidores podem substituir o Nívea pelo Dove, caso o preço do primeiro fique muito alto.

Embora os consumidores prefiram Nívea e estejam dispostos a pagar mais por ele, não querem pagar um valor muito alto.

Nessa estrutura, cada firma tem certa dose de poder sobre a fixação de preços, mas não totalmente, pois a existência de substitutos próximos permite que os consumidores tenham alternativas para fugir de aumentos de preços.

Exemplos de mercado em concorrência imperfeita são os vendedores de diferentes marcas de cigarros, de sabonete, de refrigerantes e de roupas.

Retomando a aula

3DUHFHTXHHVWDPRVLQGREHP(QW¥RSDUDHQFHUUDUHVVD DXODYDPRVUHFRUGDU

1 – Introdução

Conhecemos os fatores que determinam os tipos de estrutura de mercado.

2 – A estrutura Ideal do Mercado

Estudamos a estrutura de mercado ideal: concorrência perfeita. Nesta seção analisamos as hipóteses dessa estrutura de mercado. Analisamos também a curva de demanda e de oferta de uma empresa em concorrência perfeita, bem como a maximização de seus lucros.

3 – Mercado Monopolista

Estudamos as hipóteses e características do monopólio.

Analisamos também a curva de demanda e de oferta da firma monopolista, bem como a maximização de seus lucros.

4 – Mercado Oligopolista e Mercado Monopolisticamente Competitivo

Estudamos as hipóteses e características do oligopólio e da concorrência monopolística.

9$6&21&(//26 0 $ 6 GH 2OLYHLUD 5 * GH Manual de Microeconomia. 2ª edição. São Paulo: editora Atlas, 2009.

PINHO, Diva Benevides & VASCONCELLOS, Marco A. Sandoval de. Manual de Economia. 5ª edição. São Paulo:

Saraiva, 2004.

Vale a pena ler

Minhas anotações

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