SUCESSÃO LEGÍTIMA E TESTAMENTÁRIA
Prof.: Ana Carolina Xavier
A sucessão é o momento em que são transmitidos direitos de uma pessoa que veio a falecer aos seus herdeiros.
É a transmissão de direitos entre o autor da herança (de cujus) e seus herdeiros, legítimos (por força de lei) ou testamentários (por disposição de sua última vontade).
Ela pode se dar através da expressão da última vontade (sucessão testamentária) ou por força da lei (sucessão legítima).
CONCEITO DE SUCESSÃO
A vocação legal é conferida, no art. 1.829 do Código Civil, aos parentes em linha reta, ao cônjuge e aos parentes em linha colateral.
O parentesco é a ligação entre pessoas em vínculo natural ou legal, sendo vínculo reconhecido socialmente e cristalizado pelo Direito.
É decorrente do matrimônio e da sua significação social, que se irradia pela relação de afinidade e legitimação da prole.
HERDEIROS EM LINHA RETA
O parentesco em linha reta, colateral, maternal ou paternal decorre de:
• relações conjugais;
• companheirismo; filiação natural;
• origem biológica ou consanguínea;
• relação civil;
• adoção ou afinidade.
HERDEIROS EM LINHA RETA
É a principal característica da herança em linha reta e está prevista no art. 1.846 do Código Civil, que prevê:
“Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima”.
Dessa forma, mesmo que haja disposição testamentária expressa, transmitindo bens ou direitos que extrapolem 50% do patrimônio do de cujus, essa disposição pode ser anulada pelos herdeiros protegidos pela lei.
RESERVA LEGAL
O direito de sucessão privilegia a sucessão em linha reta, de forma especial, a sucessão em linha reta descendente, uma vez que se dá sentido à continuidade das gerações, por isso, a lei possui propósito de equacionar as sucessões com os princípios de igualdade e justiça, que induzem, a consagrar o direito de representação.
A lei estipula que, em havendo desigualdade de grau de parentesco entre os sucessores em linha descendente, a herança pode ser atribuída a herdeiros nessa condição pelo direito de representar entre os filhos (netos) e o pai (premorto).
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
O principal efeito da representação é atribuir o direito sucessório a pessoas que não sucederiam, por existirem herdeiros de grau mais próximo, mas que acabam substituindo um herdeiro premorto.
Uma vez que os representantes sucedem diretamente o de cujus, não estão obrigados pelas dívidas do representado, mas somente pelas dívidas daquele (autor da herança). Da mesma forma, só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse, ou seja, não recebem menos nem mais do que receberia o representado.
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Não há mais distinção entre cônjuge e companheiro para fins de sucessão, dessa forma, aplicando-se a ambos as regras do art. 1.829 do Código Civil e demais artigos aplicáveis ao cônjuge.
Dessa forma, os bens adquiridos antes da união estável ou por doação inter vivos ou mortis causa ao autor da herança não são objetos de herança entre companheiros. Da mesma forma que o cônjuge sobrevivente, no entanto, o companheiro também sucede concorrendo com os demais herdeiros necessários com participações variáveis.
POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES SOBRE A
SUCESSÃO DOS CÔNJUGES E COMPANHEIROS
Por fim, no caso de herança do cônjuge ou companheiro sem concorrência com os demais herdeiros necessários,ele herdará:
• a totalidade da legítima no caso de disposição testamentária sobre o patrimônio disponível;
• a totalidade da herança, caso não haja disposição testamentária ou a herança restante.
Obs.: A sucessão como 3º herdeiro necessário independe da modalidade de partilha de bens existente entre o casal antes do evento morte.
POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES SOBRE A
SUCESSÃO DOS CÔNJUGES E COMPANHEIROS
• Código Civil de 2002.
• GONÇALVES, C. R. Direito das Sucessões: Direito Civil brasileiro. São Paulo:
Forense, 2017.
• NADER, P. Curso de Direito das Sucessões. 6. ed. São Paulo: Forense, 2017.
• BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
• TARTUCE, F. Direito civil: direito de família. 9. ed. São Paulo: Método, 2014. v.
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