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LÍNGUA PORTUGUESA. Texto I

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Academic year: 2022

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Texto

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LÍNGUA PORTUGUESA Texto I

O céu é todo trevas: o vento uiva.

Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu.

E a catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho

Como um astro que já morreu.

E o sino geme em lúgubres responsos:

“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Nos três primeiros versos, há a presença das figuras de linguagem, marcantes do Simbolismo:

(A) Aliteração e metonímia.

(B) Metáfora e hipérbole.

(C) Aliteração e sinestesia.

(D) Sinestesia e silepse.

(E) Personificação e eufemismo.

Texto II

“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando- o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno conhecimento de causa.

Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo;

Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves — era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro.”

(Lima Barreto. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Scipione, 1994)

(2)

Para Policarpo Quaresma ser patriota é:

(A) ter ambições políticas e administrativas.

(B) usufruir dos benefícios da terra.

(C) conhecer as regiões do Brasil e seus falares.

(D) conhecer as verdadeiras condições do país.

(E) ter vocação militar.

Texto III

O PASTOR PIANISTA

Soltaram os pianos na planície deserta Onde as sombras dos pássaros vêm beber.

Eu sou o pastor pianista,

Vejo ao longe com alegria meus pianos Recortarem os vultos monumentais Contra a lua.

Acompanhado pelas rosas migradoras Apascento os pianos que gritam

E transmitem o antigo clamor do homem

Que clamando a contemplação Sonha e provoca a harmonia, Trabalha mesmo à força, E pelo vento nas folhagens,

Pelos planetas, pelo andar das mulheres, Pelo amor e seus contrastes,

Comunica-se com os deuses.

(Murilo Mendes)

As estrofes do poema de Murilo Mendes expressam uma característica da vanguarda européia:

(A) Cubismo.

(B) Futurismo.

(C) Expressionismo.

(D) Surrealismo.

(E) Dadaísmo.

A característica do Surrealismo presente no poema é:

(A) culto ao progresso.

(B) a transgressão lógica.

(C) a denúncia do mundo caótico.

(D) a linguagem fragmentada.

(3)

(E) a agressividade.

Texto IV

Na rua Aurora eu nasci Na aurora da minha vida E numa aurora cresci.

No largo do Paissandu Sonhei, foi luta renhida, Fiquei pobre e me vi nu.

Nesta rua Lopes Chaves Envelheço, e envergonhado Nem sei quem foi Lopes Chaves.

Mamãe! me dá essa lua, Ser esquecido e ignorado Como esses nomes de rua.

(ANDRADE, Mário de. “Lira paulistana”. In: Poesias completas. 4.

ed. São Paulo: Martins, 1974, p. 248-9)

Sobre a palavra “aurora” no texto, e seus três empregos, podemos dizer que:

(A) apresentam o mesmo significado.

(B) são usados de forma incoerente.

(C) apresentam valor conotativo.

(D) apresentam significados diferentes.

(E) são empregados com valor denotativo.

Há, no poema, versos que estabelecem a intertextualidade com poemas do:

(A) Romantismo.

(B) Parnasianismo.

(C) Barroco.

(D) Simbolismo.

(E) Arcadismo.

Uma das características do Modernismo presente no texto IV é:

(A) versos livres e brancos.

(4)

(B) a desestruturação da linguagem.

(C) a visão crítica da realidade.

(D) a ironia.

(E) o xenofobismo.

Texto VI

TAL DIA É O BATIZADO

(fragmento)

Foi, então, como se lhe houvessem arrancado uma venda dos olhos e passasse de súbito a ver claramente vistas as coisas.

Os mercadores descontentes e dispostos à revolta, a facilidade de sublevar contra o vice-rei o povo do Rio de Janeiro, no mesmo dia em que explodisse o movimento em Vila Rica, o auxílio dos franceses e dos norte-americanos, a frota carregada de tropas aguerridas e de munição, tudo não passava, agora o percebia, de criações da sua ardente imaginação.

Nada disto existia ou existira. E ele não mentia quando, no fogo do entusiasmo, falava a toda gente nesses recursos com que a conspiração poderia contar, como não mentia quando falava no homem de Sabará. Os recursos não tinham sido uma quimera, senão fatos reais e palpáveis. A cegueira sublime a que o levara o amor da pátria não o havia deixado distinguir entre os fantasmas que lhe povoavam o sonho generoso e as corriqueiras figuras de carne e osso da vida de todos os dias.

O contato inesperado com a verdade agreste desvendara-lhe os olhos para a indiferença, para o egoísmo, para o medo daqueles que desejava libertar e tornar venturosos.

Foi terrível a queda das alturas da fantasia para o chão duro da realidade.

Tiradentes tentou reagir, afastar o mundo exterior para abraçar novamente o sonho.

Tentou continuar pregando o evangelho da liberdade contra ventos e marés, contra tudo e contra todos. Mas o impacto violento causara-lhe profunda depressão moral e, por mais que se esforçasse, não encontrava o ardor que por tantos anos o sustentara e acabara por esgotá- Io.

Quem o tivesse visto, dias antes, tão alegre e conversado, durante toda a viagem de Vila Rica ao Rio de Janeiro, não o reconheceria agora, triste e silencioso, em incessante perambulação pelas ruas da capital do vice-reino.

A alegria desaparecera, desaparecera a loquacidade, como por encanto. Nem jucundo nem facundo. E se ainda andava abaixo e acima, o dia inteiro, era como um autômato que o fazia, indiferente ao que via e ouvia. Se é que via e ouvia, porque o mais provável é que nada visse e nada ouvisse, esmagado pelo fragoroso esbarrondar do ideal de sua existência inteira.

Caíra-lhe dos olhos a venda.

No Rio de Janeiro não haveria revolta nenhuma e ele não sabia como é que iria dar essa surpreendente notícia aos companheiros lá nas Minas. Pois não garantira a todos que a capital do vice-reino estava pronta a sublevar-se, esperando apenas o sinal combinado? E não lhes jurara, rejurara e trejurara que era certo o auxílio dos Estados Unidos e da França?

(ALENCAR, Gilberto de. Tal dia é o batizado. Belo Horizonte:

Itatiaia, 1981, p. 224-5)

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Em todas as opções seguintes, o autor empregou a palavra destacada no seu sentido conotativo ou metafórico, exceto em uma delas. Marque-a:

(A) “... não mentia quando, no fogo do entusiasmo, falava...”

(2º parágrafo)

(B) “A cegueira sublime a que o levara o amor da pátria...”

(2º parágrafo)

(C) “... a queda das alturas da fantasia para o chão duro da realidade.” (4º parágrafo) (D) “... afastar o mundo exterior para abraçar novamente o sonho.” (5º parágrafo)

(E) “Tentou continuar pregando o evangelho da liberdade contra ventos e marés...” (5º parágrafo)

Contextualmente, “ver claramente vistas as coisas” significa:

(A) desprezar o passado.

(B) trair a revolução.

(C) incrementar a sublevação.

(D) compreender a realidade.

(E) articular a revolta.

Da leitura do segundo parágrafo, deduz-se que Tiradentes sobrepôs:

(A) a razão à imaginação.

(B) a fantasia ao sonho.

(C) a imaginação à razão.

(D) o sonho à fantasia.

(E) a realidade à quimera.

“Quem o tivesse visto (...) não o reconheceria...”

Assinale a opção, dentre as seguintes, em que há oração com o mesmo valor sintático da destacada acima:

(A) Sempre há quem não esteja satisfeito com as decisões.

(B) Ansiava por que chegassem as férias.

(C) Parece que os turistas vão tirar muitas fotografias.

(D) Tenho admiração por jovens que estudam.

(E) Meu tio assegurou-me que virá aqui no carnaval.

“Tiradentes tentou reagir, afastar o mundo exterior para abraçar novamente o sonho.”

A propósito desse período, assinale a análise incorreta:

(A) O período é composto por coordenação e subordinação.

(B) O período é composto por três orações.

(C) A última oração é subordinada adverbial.

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(D) Há três verbos que são transitivos diretos.

(E) A 2ª oração é coordenada em relação à 1ª e, principalmente, em relação à 3ª oração.

Em: “Mas o impacto violento causara-lhe profunda depressão moral e, por mais que se esforçasse, não encontrava o ardor...”, a oração subordinada é:

(A) condicional.

(B) concessiva.

(C) consecutiva.

(D) adjetiva.

(E) comparativa.

Erra-se na classificação da oração em destaque, na seguinte alternativa:

(A) “Nada disto existia ou existira.” (coordenada sindética)

(B) “E ele não mentia quando, no fogo do entusiasmo, falava a toda gente nesses recursos com que a conspiração poderia contar...” (subordinada adverbial temporal)

(C) “A cegueira sublime a que o levara o amor da pátria não o havia deixado distinguir..”

(oração subordinada adjetiva restritiva)

(D) “Caíra-lhe dos olhos a venda.” (coordenada assindética)

(E) “... ele não sabia como é que iria dar essa surpreendente notícia aos companheiros lá nas Minas.” (subordinada substantiva objetiva direta)

Assinale a alternativa em que, ao contrário das demais opções, a palavra grifada não é pronome relativo:

(A) “... nesses recursos com que a conspiração poderia contar...”

(B) “A cegueira sublime a que o levara o amor da pátria...”

(C) “... distinguir entre os fantasmas que lhe povoavam o sonho generoso...”

(D) “... para o medo daqueles que desejava libertar...”

(E) “... o mais provável é que nada visse...”

Referências

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