MAP 2210
Henrique von Dreifus
15 de maio de 2012
1 N´ umeros Complexos
Nosso objetivo nesta se¸c˜ao ´e introduzir de maneira informal o conjunto dos n´umeros complexos. Para tanto considere o espa¸co vetorial<2, o qual consiste de pares ordenados de n´umeros reais, (x1, x2), i.e.
<2={(x1, x2)|xj∈ <, j= 1,2}
a estrutura de Espa¸co Vetorial introduzida a partir da defini¸c˜ao das opera¸c˜oes de soma e multiplica¸c˜ao por um escalar, elemento de<:
• Soma
Dados (x1, x2)∈ <2 e (y1, y2)∈ <2 definimos a opera¸c˜ao de soma por:
(x1, x2) + (y1, y2) = (x1+y1, x2+y2)∈ <2
• Multiplica¸c˜ao por um escalar
Dados (x1, x2) ∈ <2 e α∈ < definimos a opera¸c˜ao de multiplica¸c˜ao por um escalar por
α(x1, x2) = (αx1, αx2)∈ <2
Uma estrutura geom´etrica ´e introduzida em <2 a partir da defini¸c˜ao de um produto interno. Em particular a estrutura geom´etrica Euclideana ´e obtida a partir da defini¸c˜ao do produto interno
• Produto Interno Euclideano
Dados (x1, x2)∈ <2e (y1, y2)∈ <2definimos a opera¸c˜ao de produto interno que a um par de elementos de<2 associa um n´umero real dado por
(x1, x2)·(y1, y2) =x1y1+x2y2
A partir da defini¸c˜ao de produto interno temos as no¸c˜oes geometricas de
• Magnitude
|x|=√ x·x
• Distˆancia
d(x, y) =|(x−y)|
• Angulo
θ= arccos x·y
|x||y|
Uma das principais defini¸c˜oes no estudo das propriedades do espa¸co vetorial<2 s˜ao as no¸c˜oes de dependˆencia e independˆencia linear.
• Dependˆencia Linear
Dois elementos (x1, x2) e (y1, y2) s˜ao ditos ser linearmente dependentes se existem escalares (n´umeros reais)αeβ n˜ao nulos tais que
α(x1, x2) +β(y1, y2) = (0,0)
ou seja o sistema linear nas vari´aveisαeβ αx1 + βy1 = 0 αx2 + βy2 = 0
admite solu¸c˜ao n˜ao nula. Se o sistema linear acima admitir apenas a solu¸c˜ao trivial, α = 0 e β = 0, os vetores x = (x1, x2) e y = (y1, y2) s˜ao dito serem linearmente independentes.
Outro conceito importante consiste na no¸c˜ao debase.
•BaseDados dois vetoresx∈ <2ey∈ <2, LI (linearmente independentes), temos definida uma base de <2 no sentido de que para qualquer outro vetor (elemento) z= (z1, z2)∈ <2, existe um ´unico par de n´umeros reais αeβ tais que
α(x1, x2) +β(y1, y2) = (z1, z2) ou de forma equivalente, o sistema linear nas vari´aveisαeβ
αx1 + βy1 = z1 αx2 + βy2 = z2 admite uma ´unica solu¸c˜ao.
Uma base definida a partir de dois vetoresx∈ <2ey∈ <2´e dita serortogonal se os vetoresxey forem ortogonais, isto ´e, se x·y = 0. Uma base ortogonal ´e dita serortonormalse|x|2=x·x= 1 e|y|2=y·y= 1
Em <2 uma base ortogonal pode ser caracterizada por um ´unico vetor u = (a, b) ∈ <2. Para tanto basta considerar o vetor u⊥ = (−b, a) ∈ <2 de forma que os vetoresuev definem uma base ortogonal de<2.
Dado ω = (ω1, ω2) ∈ <2 e ω⊥ = (−ω2, ω1) ∈ <2 considere a base ortogonal definida a partir destes vetores. Ent˜ao para qualquer outro elemento de z = (z1, z2)∈ <2 podemos considerar
α=z·ω=z1ω1+z2ω2 β =z·ω⊥=−z1ω2+z2ω1
de forma que dadosωezem<2podemos associar um novo elemento de<2da seguinte maneira
¯
ωz= (α, β) = (z1ω1+z2ω2,−z1ω2+z2ω1)
Ainda com estas defini¸c˜oes deαeβ temos que z=α ω
|ω|+β ω⊥
|ω⊥|
Observe tamb´em que dados z e (α, β) ´e poss´ıvel recuperar ω= (ω1, ω2). Para tanto basta determinar a solu¸c˜ao de
z1ω1 + z2ω2 = α z2ω1 − z1ω2 = β
Podemos associar a esta constru¸c˜ao um conjunto de transforma¸c˜oes lineares definidas a partir de um dado elementoω= (ω1, ω2)∈ <2
Dadoω= (ω1, ω2)∈ <2 defimos a transforma¸c˜ao linear Ω por:
Ω =
ω1 ω2
−ω2 ω1
z1 z2
=
ω1z1+ω2z2
−ω2z1+ω1z2
= α
β
Observe que det[Ω] =ω12+ω22 e portanto n˜ao nulo se ω6= (0,0). ´E f´acil de ver que no caso em queω21+ω22= 1, a transforma¸c˜ao inversa de Ω ´e:
Ω−1= Ωt=
ω1 −ω2
ω2 ω1
Observamos que quandoω12+ω22= 1, as transforma¸c˜oes lineares Ω e Ω−1, agindo em um elemento dez∈ <2, podem ser interpretadas como uma rota¸c˜ao por um angulo−θ eθ respectivamente, comθtal que:
cos(θ) =ω1
sin(θ) =ω2
A partir da transforma¸c˜ao Ω−1 podemos introduzir uma opera¸c˜ao de multi- plica¸c˜ao em<2da seguinte maneira:
Defini¸c˜ao
Dadosω∈ <2 ez∈ <2 definimos uma opera¸c˜ao demultiplica¸c˜ao em<2 por:
wz= (ω1z1−ω2z2, ω1z2+ω2z1)
que possui as propriedades:
1. Comutativa
ω=zω 2. Associativa
(yω)z=y(ωz)
3. A multiplica¸c˜ao ´e distributiva com respeito `a soma em <2: y(ω+z) =yω+yz
4. Possui elemento neutro
(1,0)z=z 5. Elemento inverso
z= (z1, z2)∈ <2, z−1= ( z1
|z|2,− z2
|z|2)
O conjunto<2munido das opera¸c˜oes de soma e da multiplica¸c˜ao definida acima constitui umCorpo.
Em vista do que foi apresentado podemos, no contexto dos operadores lineares em<2, respresentado por matrizes 2×2, considerar o conjunto das matrizes da forma:
a −b
b a
Estas matrizes s˜ao invers´ıveis:
a −b
b a
a b
−b a
=
a2+b2 0 0 a2+b2
e dadas duas matrizes desta forma temos a1 −b1
b1 a1
a2 −b2
b2 a2
=
a1a2−b1b2 −a1b2−b1a2
b1a2+a1b2 −b1b2+a1a2
=
α −β
β α
Temos ent˜ao que oCorpo dos N´umeros Complexospode ser identificado com o conjunto das transforma¸c˜oes lineares de<2obtido pelas combina¸c˜oes de rota¸c˜oes e dilata¸c˜oes ou contra¸c˜oes.
a −b
b a
=
r 0 0 r
cos(θ) −sin(θ) sin(θ) cos(θ)
comr=√
a2+b2 e cos(θ) =√ a
a2+b2; sin(θ) =√ b
a2+b2
A forma mais comum de se representar n´umeros complexos utiliza o s´ımbolo i que, no contexto da opera¸c˜ao de multiplica¸c˜ao como definida para n´umeros reais, teria a propriedade de que:
i2=ii=−1 ou
i=√
−1
de forma quez= (a, b)∈C´e representado por z=a+bi
2 O espa¸ co L
2(<)
O objetivo aqui n˜ao ´e apresentar uma constru¸c˜ao rigorosa do espa¸co de Hilbert L2(<) mas apenas considerar um paralelo entre alguns resultados de natureza mais complexa com resultados vistos no contexto da ´algebra linear em <n. Muitas das considera¸c˜oes a seguir ser˜ao feitas de forma pouco precisa e na maioria das vezes afirma¸c˜oes ser˜ao feitas com muito pouco rigor.
Come¸camos com a no¸c˜ao deEspa¸co de Hilbert. Antes de mais nada um espa¸co de Hilbert ´e umespa¸co vetorialsobre algum corpo. Para que um espa¸co vetorial seja considerado um espa¸co de Hilbert ´e necess´ario que ele sejanormado, com um norma definida a partir de um produto interno, e que seja completo com respeito a esta norma. Assim um espa¸co de Hilbert ´e:
• Um espa¸co vetorial.
• Um espa¸co vetorial com produto interno definido (ou seja tem uma estru- tura geom´etrica definida)
• ´e um espa¸co normado, isto ´e possui uma no¸c˜ao dedistˆancia. (com a no¸c˜ao de distˆancia definida a partir do produto interno)
• ´e um espa¸co de Banach (espa¸co vetorial normado completo).
A propriedade de ser completo ´e uma propriedade de natureza mais complexa que n˜ao iremos discutir aqui, apenas com um intuito ilustrativo citamos o exem- plo de que, o conjunto dos n´umeros racionais com a no¸c˜ao de distˆancia usual, dada pelo valor absoluto da diferen¸ca de dois elementos, n˜ao ´e um conjunto completo, enquanto que o conjunto dos n´umeros reais com a mesma no¸c˜ao de distˆancia ´e completo.
Para darmos uma ideia do espa¸co L2(<), considere inicialmente o conjunto de fun¸c˜oes S(<) constituido por fun¸c˜oes definidas no conjunto dos n´umeros reais com valores no conjunto dos n´umeros complexos e que tem as seguinte propriedades:
•
φ∈ S(<); φ(x) =a(x) +ib(x)
coma(x) eb(x) fun¸c¸cesC∞(<)
•
x→±∞lim |x|k|φ(x)| →0; ∀k∈N
S(<) ´e um espa¸co vetorial sobre o corpoC dos n´umeros complexos. Definimos um produto interno emS(<) por
hφ, ψi= Z ∞
−∞
φ(x)ψ(x)dx¯
onde ¯φ(x) denota o complexo conjugado de ¯φ(x), isto ´e, para φ(x) =a(x) +ib(x)
φ(x) =¯ a(x)−ib(x)
Com esta defini¸c˜ao de produto interno, podemos considerar a norma
kφ−ψk2= Z ∞
−∞
[ ¯φ(x)−ψ(x)][φ(x)¯ −ψ(x)]dx
O espa¸co S(<) n˜ao ´e completo com esta no¸c˜ao de distˆancia. Evitando uma apresenta¸c˜ao t´ecnica, iremos apenas afirmar que atrav´es de um procedimento padr˜ao, podemos competar o espa¸co S(<) com a norma mencionada, obtendo o espa¸co L2(<).
3 Operadores Auto-adjuntos em L
2(<)
Com a defini¸c˜ao de produto interno em um Espa¸co Vetorial, podemos introduzir a no¸c˜ao deOperador Hermitiano Conjugado.
DadosV um espa¸co vetorial com um produto internohu, vi, e um operador linear M, podemos definir o operador linearM∗,Operador Hermitiano Conjugado de M, como sendo o operador linear tal que:
hu, M vi=hM∗u, vi
Observe que no contexto do espa¸co euclideano<n a no¸c˜ao de Hermitiano Con- jugado coincide com a no¸c˜ao de matriz transposta.
Um operador linear M no contexto acima ´e dito ser sim´etrico se M∗ = M, o que, novamente no contexto do espa¸co euclideano <n, corresponde a uma matriz ser sim´etrica. Em um contexto mais geral operadores sim´etricos s˜ao inicialmente definidos em subconjuntos n˜ao completos de um espa¸co vetorial.
Por exemplo, o operador linear dxd22 pode ser introduzido no subconjuntoS de L2(<). Posteriormente extens˜oesdo operador dxd22 podem ser obtidas a partir da no¸c˜ao de completar um espa¸co m´etrico. Obtemos ent˜ao a defini¸c˜ao de um operador linear sim´etrico em um espa¸co vetorial completo, (lembre que estamos considerando que o espa¸co vetorial tem um produto interno definido, a partir do qual consideramos uma norma). Nesta situa¸c˜ao tal operador linear ´e dito ser Auto-adjunto.
4 O Operador
∂x∂22Consideramos agora ooperador linear ∂x∂22 definido em S(<). N˜ao ´e dif´ıcil de verificar que
S(<) :S → S φ(x)→ ∂2φ
∂x2(x)
Tamb´em n˜ao ´e dif´ıcil verificar que ∂x∂22 ´e uma operador sim´etrico
φ,∂2ψ
∂x2
= Z ∞
−∞
φ(x)¯ ∂2
∂x2ψ(x)dx
Efetuando duas integra¸c˜oes por partes obtemos Z ∞
−∞
φ(x)¯ ∂2
∂x2ψ(x)dx= φ(x)¯ ∂ψ
∂x(x)|∞−∞− Z ∞
−∞
∂φ¯
∂x(x)∂ψ
∂xψ(x)dx=− Z ∞
−∞
∂φ¯
∂x(x)∂ψ
∂x(x)dx onde a ultima igualdade ´e consequ¸cncia do fato de que lim|x|→∞φ(x) = 0
− Z ∞
−∞
∂φ¯
∂x(x)∂ψ
∂x(x)dx=−∂φ¯
∂x(x)ψ(x)|∞−∞+ Z ∞
−∞
∂2φ¯
∂x2(x)ψ(x)dx= Z ∞
−∞
∂2φ¯
∂x2(x)ψ(x)dx Assim temos
Z ∞
−∞
φ(x)¯ ∂2
∂x2ψ(x)dx= Z ∞
−∞
∂2φ¯
∂x2(x)ψ(x)dx
e portanto ∂x∂22 ´e um operador sim´etrico.
5 Transformada de Fourier
EmL2(<) podemos considerar para cadak∈ <operadores lineares da forma
F(φ)(k) = 1
√ 2π
Z ∞
−∞
e−ikxφ(x)dx
temos assim definida uma nova fun¸c˜ao, agora na vari´avelk φ(k) =ˆ F(φ)(k)
N˜ao iremos demonstrar aqui mas apenas afirmar o resultado φ(k)ˆ ∈L2(<)
isto ´e, ˆφ(k) como fun¸c˜ao da vari´avel real k ´e um elemento de L2(<). Outro resultado ´e que o operadorF possui inversa a qual ´e dada por
F−1( ˆφ)(y) = 1
√2π Z ∞
−∞
eikyφ(k)dkˆ
Considere o espa¸co vetorial gerado por combina¸c˜oes lineares de fun¸c˜oes da vari´avel realxda seguinte forma:
ek(x) =eikx
observe que aqui o n´umero real k tem um papel de ´ındice que distingue os elementos dabase deste novo espa¸co vetorial. Se de maneira informal conside- rarmos uma analogia com nosso estudo de ´algebra linear em<n, a transformada de Fourier poderia ser vista dia seguinte maneira
Para cadak∈ <, ˆφ(k) seria aproje¸c˜ao deφnadire¸c˜aoassociada aek(x).
Uma outra forma de tra¸car um paralelo entre o caso de dimens˜ao finita<n e o caso de dimens˜ao infinitaL2(<) seria ver a transformada de Fourier como uma mudan¸ca de baseemL2(<).
Tendo em vista o operador ∂∂x2φ2, temos
φ(x) =F−1( ˆφ)(x) = 1
√2π Z ∞
−∞
eikxφ(k)dkˆ e portanto
∂2φ
∂x2(x) = ∂2
∂x2 1
√ 2π
Z ∞
−∞
eikxφ(k)dkˆ
=
√1 2π
Z ∞
−∞
eikx[−k2φ(k)]dkˆ
de forma que a mudan¸ca de base devido a a¸c˜ao da transformada de Fourier implica em
F ∂2φ
∂x2
(k) =F 1
√2π Z ∞
−∞
eikx[−k2φ(k)]dkˆ
=−k2φ(k)ˆ
Ou seja o operador linear ∂∂x2φ2, ap´os efetuarmos a mudan¸ca de base definida pela transformada de Fourier, ´e representado por um operador de multiplica¸c˜ao, (multiplica¸c˜ao por−k2).
6 Equa¸ c˜ ao do Calor
A identidade acima pode ser utilizada para obter a solu¸c˜ao do problema de Cauchy para a equa¸c˜ao do calor.
∂φ
∂t(t, x) = ∂2φ
∂x2(t, x) φ(0, x) =f(x)
ondef(x) ´e uma fun¸c˜ao dada.
Para obter a solu¸c˜ao iremos seguir passos analagos aos que foram utilizados para obter a solu¸c˜ao de uma sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias da forma:
dv
dt(t) =M v(t) v(0) =v0 ondev(t)∈ <n eM ´e uma matriz sim´etrica.
Primeiro observamos que neste caso mais simples utilizamos o fato de que sendo M uma matriz sim´etrica ent˜ao temos assegurada a existˆencia de uma trans- forma¸c˜ao linear U :<n→ <n, invers´ıvel tal que
U⊥M U =
λ1 0 0 λ2
comλj autovalores deM e
v11 v12 v12 v22
v1= v11
v12
ev2= v12
v22
autovetores normalizados (|vj|= 1) deM.
Utilizando este fato,
U⊥dv
dt(t) =U⊥M U U⊥v(t) onde utiizamos o fato de queU U⊥=I.
Assim
d˜v dt(t) =
λ1 0 0 λ2
˜ v(t)
com ˜v=U⊥v. A resolu¸c˜ao do sistema acima ´e simples.
˜
v1(t) =c1eλ1t
˜
v2(t) =c2eλ2t
onde
c1 c2
=U⊥v0 e portanto
˜ v(t) =
eλ1t 0 0 eλ2t
U⊥v0
de forma que
v1(t) v2(t)
=U
v˜1(t)
˜ v2(t)
ou
v(t) =U
eλ1t 0 0 eλ2t
U⊥v0
Observamos que o ponto importante na resolu¸c˜ao acima reside no seguinte fato Existˆencia da transforma¸c˜ao linearU com as seguintes propriedades
• U ´e invers´ıvel.
• U⊥M U ´e um operador lineardiagonal.
No contexto da equa¸c˜ao do calor, consideramos as seguintes analogias F ←→U⊥
F−1←→U φ(t, x)←→v(t) φ(t, k)ˆ ←→v(t)˜
observe quexcorresponde aos indices que indicam as componente dev ekaos indices que indicam as componentes de ˜v.
{F ∂2
∂x2F−1Fφ}(t, k) =
√1 2π
Z ∞
−∞
e−ikx ∂2
∂x2{ 1
√2π Z ∞
−∞
ei¯kx[ 1
√2π Z ∞
−∞
e−ik¯x¯φ(t,x)d¯¯ x]d¯k}dx=
√1 2π
Z ∞
−∞
e−ikx{ 1
√2π Z ∞
−∞
(−¯k2)ei¯kx[ 1
√2π Z ∞
−∞
e−ik¯x¯φ(t,x)d¯¯ x]d¯k}dx=
√1 2π
Z ∞
−∞
e−ikx{ 1
√2π Z ∞
−∞
ei¯kx(−k¯2)[ 1
√2π Z ∞
−∞
e−i¯k¯xφ(t,x)d¯¯ x]dk}dx¯ =
denotando
ψ(t,ˆ ¯k) =−¯k2[ 1
√2π Z ∞
−∞
e−ik¯x¯φ(t,x)d¯¯ x]
temos
{F ∂2
∂x2F−1Fφ}(t, k) ={F F−1ψ}(t, k)ˆ ou
{F ∂2
∂x2F−1}φ(t, k) =ˆ −k2φ(t, k)ˆ dado o exposto acima temos
∂φ
∂t(t, x) =∂2φ
∂x2(t, x)⇒
F {∂φ
∂t}(t, k) =F {∂2φ
∂x2}(t, k)⇒
∂φˆ
∂t(t, k) =−k2φ(t, k)ˆ e portanto
φ(t, k) =ˆ cke−k2t com
ck ={Ff}(k) Assim
φ(t, x) = 1
√ 2π
Z ∞
−∞
eikx{ 1
√ 2π
Z ∞
−∞
e−ik¯xf(¯x)d¯x}e−k2tdk=
√1 2π
Z ∞
−∞
{ 1
√2π Z ∞
−∞
eikx−ik¯x−k2tdk}f(¯x)d¯x}=
φ(t, x) = 1
√4πt Z ∞
−∞
e−(x−¯x)2/(4t)f(¯x)d¯x
onde a integral emdk´e calculada da seguinte maneira
√1 2π
Z ∞
−∞
eikx−ik¯x−k2tdk=
√1 2π
Z ∞
−∞
eik(x−¯x)−k2tdk=
√1 2π
Z ∞
−∞
exp −
k√
2t−i(x−x)¯
√2t 2
/2
! exp
−(x−x)¯ 2 4t
dk= considerando a mudan¸ca de vari´avel
k√
2t−i(x−x)¯
√
2t =z dk= dz
√2t temos
√1 2π
Z ∞
−∞
eikx−ik¯x−k2tdk= 1
√2te−(x−¯4tx)2 ( 1
√2π
Z ∞−i(x−¯x)/√ 2t
−∞+i(x−¯x)/√ 2t
e−z2/2dz )
⇒
√1 2π
Z ∞
−∞
eikx−ik¯x−k2tdk= 1 2√
2te−(x−¯4tx)2
onde utilizamos o seguinte resultado referente a integra¸c˜ao complexa
√1 2π
Z ∞−i(x−¯x)/√ 2t
−∞+i(x−¯x)/√ 2t
e−z2/2dz= 1
√2π Z ∞
−∞
e−z2/2dz= 1
Como exemplo consideramos o caso em que f(x) = 1
√2πe−x2/2σ2 ondeσ´e dado.
Neste caso φ(t, x) = 1
√4πt Z ∞
−∞
e−(x−¯x)2/(4t)f(¯x)d¯x= 1
√4πt Z ∞
−∞
e−(x−¯x)2/(4t) 1
√2πe−¯x2/2σ2d¯x
Exerc´ıcio: Calcule a ´ultima integral a direita para obter a express˜ao expl´ıcita de φ(t, x) e verifique que a fun¸c˜ao de t e x obtida ´e solu¸c˜ao do problema de Cauchy para a equa¸c˜ao do calor com condi¸c˜ao inicialφ(0, x) =f(x).