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Arq Bras Endocrinol Metab vol.47 número4

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Academic year: 2018

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297 Arq Bras Endocrinol Metab vol 47 nº 4 Agosto 2003

O

U N IVERSO H O RMO N AL ME FASCIN A desde meus primeiros contatos com a Medicina. Ainda hoje me parece mágico que os hormônios via-jem longamente no interior do corpo humano, fazendo com que glându-las e tecidos situados tão distantes uns dos outros possam conversar entre si, e que esta comunicação seja tão importante para manter nosso corpo – e quiçá nossa alma! – em equilíbrio.

Q uem sabe não foi o encanto dos primeiros endocrinologistas em descobrir o maravilhoso funcionamento desta engrenagem que fez surgir, lá pelos idos da década de 30, a idéia de uma “orquestra endócrina” no organismo humano, que de maneira ritmada executa dia após dia as mais variadas e fascinantes partituras biológicas, concedendo-nos, com isto, a graça da vida. N um primeiro momento, coube à hipófise a responsabili-dade de desempenhar o papel de maestro (ou maestrina?) desta orquestra especial. Entretanto, novas descobertas ampliaram os conhecimentos sobre a fisiologia endócrina e acabaram por transferir a tarefa de regência para o cérebro, ou mais precisamente, para o hipotálamo, com a hipófise assu-mindo a posição de spalla. Maestro-spalla-músicos! H ipotálamo-hipófise-órgãos alvos! N a música, eixos de conexão que transformam sons em sin-fonias. N o organismo humano, eixos de conexão que integram as funções do corpo e da mente, como imaginado primordialmente por D escartes, que sob este ângulo, foi um precursor da N euroendocrinologia.

A reflexão sobre a organização perfeita e harmônica de nossa orquestra endócrina serviu-me de inspiração para colaborar e dar vida a esta edição especial dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia (ABE&M). Ao receber o honroso convite do meu amigo (que nos últimos e-mails trocados também virou “mermão!”) Claudio Kater, imediatamente coloquei-me na posição da hipófise recebendo instruções do comando cen-tral hipotalâmico. Para completar este eixo, faltava identificar “órgãos alvos” responsivos e com mecanismos de feedbackativados. E, mais uma vez, a orquestra endócrina serviu-me de exemplo... Assim como o sistema endócrino conta com a colaboração de glândulas e hormônios atuantes em diferentes partes do organismo, esta edição também foi organizada com um grupo de colaboradores dos diversos cantos do nosso país, a fim de demonstrar o dinamismo e a qualidade das pessoas envolvidas mais de perto com a N euroendocrinologia brasileira. Aos inúmeros e ilustres cole-gas colaboradores, gostaria de agradecer pelo empenho, amizade e dedi-cação na elaboração das revisões desta edição. Apesar da difícil missão e do árduo trabalho dos últimos meses, chego aqui com a sensação de que con-seguimos montar uma orquestra bem afinada.

N aturalmente, caberá aos nossos expectadores – ou melhor, leitores – o julgamento final sobre as músicas do repertório – digo, sobre os arti-gos deste ABE&M especial. Creio, entretanto, que de um modo ou de outro será possível satisfazer a todos os gostos! Para os fãs de clássicos, há ótimas revisões sobre acromegalia, síndrome de Cushing, hiperprolactine-mia, diabetes insipidus, hipopituitarismo, testes de GH e tumores hipofisários. Para os menos tradicionais, as revisões sobre somatopausa,

editorial

Sobre o U ni verso H or monal, Músi ca e

Encantamento

César Lui z Boguszewski

Professor A djunto-Doutor e Vice-Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Medicina Interna do Departam ento de Clínica Médica da U niversidade Federal do Paraná (U FPR ), Presidente da Sociedade Brasileira

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Sobre o U niverso H orm onal, Música e Encantam ento

Boguszewski

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haste hipofisária, alterações genéticas no hipogonadis-mo, interações dos glicocorticóides com o eixo soma-totrófico, crescimento em crianças com puberdade precoce ou o relato da experiência brasileira no trata-mento da deficiência de GH em adultos, serão boas pedidas. Finalmente, para os alternativos, temos arti-gos que abordam os aspectos neuroendócrinos de doenças bastante comuns na população, como obesi-dade, síndrome metabólica, síndrome dos ovários

policísticos e osteoporose. U m repertório proposital-mente abrangente, para realçar a enorme quantidade de informação e conhecimento que tem sido gerado na pesquisa básica e clínica no campo da N euroen-docrinologia.

Referências

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