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Lírica Profana Galego-Portuguesa. Corpus completo das cantigas medievais, con estudio biográfico, análise retórica e bibliografía específica A

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Academic year: 2021

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RESENHAS

Lírica Profana Galego-Portuguesa. Corpus completo das

cantigas medievais, con estudio biográfico, análise retórica

e bibliografía específica

Lírica Profana Galego-Portuguesa. Corpus completo das can-tigas medievais, con estudio biográfico, análise retórica e bibliografía específica, é uma publicação que faz parte do sub-projeto Lírica Galego-Portuguesa, dirigido por Vicente Beltrán e Mercedes Brea, que por sua vez se integra num projeto mais amplo, o projeto de investigação Arquivo Galícia Medieval, do Centro de Investigacións Lingüísticas e Literarias Ramón Piñeiro (CIRP), da Xunta de Galicia, que pretende criar um arquivo de textos e imagens de ma-nuscritos, abarcando todo o âmbito medieval do galego, não só do ponto de vista literário, mas também do lingüístico, histórico, paleo-gráfico, etc., com a inclusão de documentos jurídicos e administrati-vos. A obra que nos é agora apresentada é um compêndio das cantigas registradas nos manuscritos dos cancioneiros da Ajuda, da Biblioteca Nacional e da Vaticana, na Távola colocciana, nos pergaminhos Sharrer e Vindel, Lais da Bretanha, no fólio 25r do volume MS 9249 da Bibliote-ca Nacional de Madrid, e nas páginas 9-11 do volume MS 419 da Biblio-teca Pública Municipal do Porto. Excetuam-se portanto os textos con-servados no cancioneiro da Brancoft Library de Berkeley, que os edito-res prometem incorporar na futura edição eletrônica.

A obra, em dois volumes, vem suprir uma lacuna, que constituía um obstáculo ao estudioso que não fosse um especialista na leitura de textos manuscritos e que pudesse se valer das edições facsimiladas, ou àquele que não tivesse acesso às recolhas individuais, muitas vezes inacessíveis, em virtude de não terem sido objeto de reedições

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tes. A expectativa dos investigadores do CIRP é que o seu trabalho motive a realização de novas edições das cantigas, em face de dados colhidos em pesquisas atuais. Por isso, pretendem apenas um caráter provisório para a edição ora elaborada, que deve servir de fonte de informação básica acerca da lírica galego-portuguesa medieval.

Enquanto são aguardadas essas novas edições, não deixa de ser de grande valia àqueles que enveredam pelos estudos da lírica profana medieval, a relação de edições individuais de toda obra conservada dos trovadores e de antologias e estudos mais específicos, no final da Introdução.

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enqua-dra, a sua modalidade compositiva, e as relações interestróficas, o es-quema métrico e a distribuição das rimas (acompanhada do número que a localiza no Repertorio), os principais recursos empregados e uma bibliografia seletiva dos estudos que dela tratam. Nessa pequena bi-bliografia, a obra destacada em negrito é sempre aquela que tem pre-ferência sobre as demais.

Ainda na Introdução, abordam a questão da organização da líri-ca galego-portuguesa em três grandes gêneros: amor, amigo, e escár-nio e maldizer. Dentro desses três grupos de cantigas, aceitam a dife-renciação de certas modalidades. O gênero amoroso é subdividido em: cantigas de amor, de amigo, de amor (pastorela), amor (com motivo de pastorela), amor/amigo (escondit), amor/amigo (com motivo do escondit), amigo (com motivo de alba), amor/amigo (com motivo da chanson de change), amor (com motivo da mala cansó), amor (com motivo do comjat), amigo (malmaridada), amor (malmonxada), amigo (cantiga de tear), amigo (romaria), amigo (com apenas alguns motivos da cantiga de ro-maria), amor/amigo (marinha), amor/amigo (com motivo de cantiga moral). O gênero escarninho, por sua vez, se ramifica em: escárnio de amor/ de amigo, escárnio pessoal, escárnio pessoal (com motivo da mala cansó), escárnio social, escárnio literário, escárnio político, canti-ga moral, escárnio moral (meio termo entre a canticanti-ga moral e o escár-nio pessoal), escárescár-nio político moral. As distinções entre todas essas vertentes mencionadas são criteriosamente esclarecidas, mas revelam justamente um zelo talvez excessivo nessas sub-classificações, como se observa, por exemplo, em:

Amor (mot. da pastorela): A ausencia de diálogo ou de encontro, ou bem a soa presencia do vocablo pastor, non permitem incluír algunhas composicións no tipo anterior [pastorela, propriamente dita]. Caso á parte supono a cantiga de Don Denis 25,128, na que o papagaio bem pode estar substituíndo ó cabaleiro.”

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natural que o gênio poético não se detivesse nas fronteiras estreitas das definições canônicas. Talvez fosse mais adequado tomar uma clas-sificação mais simples que não conduzisse aos descaminhos das exce-ções. Nos chamados “gêneros menores” são enquadrados: descordos, lais, prantos, cantigas de seguir, cantigas encomiásticas, bailadas e can-tigas epigramáticas. As cancan-tigas dialogadas (tensão e partimen) são con-sideradas um gênero distinto, sendo a tensão subdividida em escárnio literário e escárnio pessoal. A preocupação detalhista se faz sempre presente. Como gêneros tardios são mencionadas as canções de amor (algo diferentes das cantigas de amor, segundo se afirma), as cobras jocosas, as laudas marianas e as preguntas.

Os recursos formais analisados (cobras capcaudadas, cobras retrogradadas, cobras capfinidas, cobras capdenals, dobre, mordobre, palavra-rima, palavra-rima dobrada, palavra-volta, palavra equívoca, rima derivada, palavra perduda, leixa-pren, paralelismo e repetição literal) são definidos também na Introdução do trabalho, esclarecendo-se que serão levados em conta também alguns instrumentos propostos pelas Leys d’amors occitânicas, procedimento este que merece destaque, pois fundamenta a retórica de nossos trovadores.

Segue-se então a relação da extensa bibliografia empregada, an-tes da apresentação do corpus lírico propriamente dito.

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já que escamoteia a realidade codicológica. Aconselham os editores àquele que enverede por tais estudos recorrer à consulta direta das edições empregadas. Mas parece que tal proposta desvirtua o objeti-vo da obra que é suprir a lacuna deixada pela não reedição de muitas dessas edições, há muito esgotadas e pouco acessíveis. A eventual com-plementação de edições futuras com o aparato crítico de cada edição pode fazer com que a obra possa servir não só aos estudiosos da lite-ratura medieval, mas também aos pesquisadores de língua.

No entanto, algumas dessas lições consideradas “preferíveis” foram objeto de intervenções. As alterações efetuadas foram devida-mente apontadas e justificam-se, segundo os editores, pelo surgimen-to de trabalhos posteriores que ofereciam leitura mais convincente. Assim, por exemplo, as reflexões de Lapa servem para que sejam revi-sados alguns passos das leituras de Nunes, em suas Cantigas d’Amigo.

Alguns dos textos conservados nos cancioneiros, mas perten-centes a uma tradição tardia, segundo os editores, são trazidos no Apêndice I. Um segundo apêndice contém, por sua vez, as cantigas perdidas, que provavelmente preenchiam as lacunas existentes nos manuscritos.

É bastante interessante a proposta de tornar possível o acompa-nhamento do desenvolver do projeto e seus resultados parciais atra-vés da rede mundial de computadores, muito embora o site indicado pelos editores para essa consulta não tenha sido objeto de atualiza-ção, desde o final de 1996, época em que a obra ainda não havia saído do prelo.

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edi-ção das Cantigas de Santa Maria, a Prosa literária e historiográfica, e a Prosa documental.

Referências

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