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DESAFIOS IMPOSTOS AOS ASSISTENTES SOCIAIS FRENTE ÀS NOVAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL

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Academic year: 2021

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DESAFIOS IMPOSTOS AOS ASSISTENTES SOCIAIS FRENTE ÀS NOVAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL

Janicleia Santos Mendes 1 Fátima Raulina de Sousa Cunha2 Joicy Lorenna Lustosa Amorim3 Maria Joicy de Oliveira Moura4 Maria da Paixão Moura Costa5

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo contextualizar uma discussão sobre as novas expressões da questão social e os desafios impostos aos profissionais da assistência social frente a essas novas expressões. Tais são desenvolvidas a partir da cotradição do capital/trabalho e passam por trasformaçõe e/ou assume uma nova roupagem. Assim a questão social surge como, objeto de trabalho do Assistente Social. E coloca o profissional frente aos desafios da profissão, no qual requisita-o mecanismos de atuação através da instrumentalidade e norteá-lo através do seu projeto ético político a fim de cumprir tais desafios e amenizar e/ou acabar com as demandas da questão social.

Palavras-Chave: Desafios, Questão social, Serviço Social. 1. INTRODUÇÃO

Uma das grandes discussões que ocorre na esfera da profissão do serviço social são os desafios impostos aos profissionais, tendo em vista as condições do processo de trabalho que gera assim novas expressões da questão social. O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise das discussões acerca das implicações sobre os desafios impostos aos profissionais da assistência social frente às novas expressões da questão social disponíveis na literatura nacional em artigos científicos, dissertações, livros, etc.

Inicialmente é feita uma contextualização da questão social seu conceito tendo como base a obra marxiana, em seguida o seu desdobramento, considerando a Revolução Industrial, a maior contribuinte para o crescente aumento da questão social. Sendo que a partir da revolução industrial, o processo de trabalho torna se de forma mais dinâmica e isso vê-se desdenhar um aumento de uma massa fragilizada e crescente e outra fortificada e dominante. Com isso a questão social nasce a partir desse processo trabalho/capital e lutas de classes.

1 Acadêmica de Serviço Social, Faculdade R Sá , email: janyvitoriano@gmail.com 2 Acadêmica de Serviço Social, Faculdade R Sá , email: raulinacunha@hotmail.com 3 Acadêmica de Serviço Social, Faculdade R Sá , email: joiicynhas2@hotmail.com 4

Acadêmica de Serviço Social, Faculdade R Sá , email: joicymoura1234@gmail.com

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Ressalta-se também a questão social no contexto atual, de novas expressões, seja ela transformada em novas configurações, ou seja, ela emergente com novas roupagens. Abordaremos, brevemente, o Serviço Social, com seu surgimento a partir do viés conservador da igreja católica em que a intervenção do Estado e a requisição de profissionais de Serviço Social tinham como objetivo amenizar as expressões da questão social manifestadas na sociedade.

São ressaltado com ênfase os desafios que esses profissionais enfrentam na contemporaneidade frente às novas expressões da questão social, na qual tem como principal norteador o projeto ético político da profissão. Que traduz para o desenvolvimento da profissão ações criativas, atualizadas a fim de atender aos usuários de acordo com suas necessidades sem feri-lá sua integridade física, psicológica e social, por se tratar de seres humanos, vulneráveis e de alguma forma vitima de uma sociedade capitalista em que o seu maior objetivo é a produção e reprodução de riquezas e que a tal é de apropriação privada.

Desse modo, faz-se necessário uma analise sobre discussões de alguns autores da área, tais como: CASTEL (1995) e IAMAMOTO (2009) entre outros.

2. CONCEITO DE QUESTÃO SOCIAL E SEU DESDOBRAMENTO

O estuda da obra marxiana oferece elementos teóricos importantes para a compreensão da questão social, que nasce a partir de um antagonismo trabalho e capital. E essa compreensão se dar, com base na Lei da Acumulação Capitalista, segundo GUERRA, et al. 2007 pag.2, “[...] que a miséria cresce na mesma medida que a acumulação do capital”, ou seja, a questão social está integralmente ligada a esse antagonismo entre trabalho é capital.

É importante salientar que a questão social esteve por muito tempo ligado a os indivíduos que de alguma forma estava relacionado com a disfunção e/ou a ameaça à ordem social. Nos estudos feitos por CASTEL (1995) em sua obra As Metamorfoses da Questão Social, na Inglaterra no século XIV existia de um lado uma população pauperizada que era conhecida como indigentes válidos, que não era obrigado a trabalhar e que tinha direito a assistência, como crianças, idosos, viúvos (as), e outro lado umas populações de indigentes inválidos que eram aptos a trabalhar mais estavam fora do mercado como indolentes e similares e que não tinham direito a assistência. Tais fenômenos ainda não eram denominados como expressões da questão social.

Foi a partir do século XIX que o pauperismo começa a ganhar novos contornos e novas discussões. Lembrando que antes era visto tão somente como aqueles indivíduos que estava exposto a escassez de condições mínimas de sobrevivência humana. Passa a ganhar novas formas de debate

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tendo em vista como principal influenciador a ordem burguesa e a forma de produção do capital. Na medida em que a burguesia se consolidava na sociedade como classe dominante, configurando como uma ameaça real ao proletariado que se emergia e de forma descofigurada, com sua base sustentada no trabalho.

Entretanto, com o aumento dessa massa fragilizada, constituindo uma fragmentada classe do proletariado, acaba revolucionando e permitindo o livre e total acesso à força de trabalho e a mão de obra barata, tornando assim a base de sobrevivência de novos pauperizados proletariado, e isso reestrutura a questão social. Para GUERRA (2007), “Isso põe no centro a luta de classe como fator determinante do surgimento da questão social”, de um lado está à classe trabalhadora que busca uma necessária consciência política para assim lutar contra um sistema que o coloca a mercê das vulnerabilidades imposta por o trabalho que é, no entanto a única forma de sobrevivência e de estruturação do ser social, e que somente a superação da sociedade capitalista permite a supressão da questão social.

No emergente século XX, se observou novas configurações de trabalho devido o crescimento econômico e o desenvolvimento dos direitos trabalhistas e da proteção social. A sociedade vive segundo CASTEL (1995) um período de verdadeira efervescência e inesgotável capitalismo. Entretanto, compondo o quadro de contradições e contrapontos, é na segunda metade do século XX que a crise no sistema capitalista trás consigo mudanças significatória no quadro do trabalho com o desemprego, a precarização do trabalho e etc.

Que para o autor:

[...] o problema atual não é apenas o da constituição de uma ‘periferia precária’, mas também o da ‘desestabilização dos estáveis’ [...]. Assim como o pauperismo do século XIX estava inserido no coração da dinâmica da primeira industrialização, também a precarização do trabalho é um processo central, comandado pelas novas exigências tecnológico-econômicas da evolução do capitalismo moderno. “Realmente, há aí uma razão para levantar uma ‘nova questão social’ que, para espanto dos contemporâneos, tem a mesma amplitude e a mesma centralidade da questão suscitada pelo pauperismo na primeira metade do século XIX” (CASTEL, 1995, p. 526).

Nessa condição podemos salientar que a nova questão social, se emerge a partir das novas condições imposta pela homogeneização do capitalismo em que tem como processo central o trabalho, que devido às novas exigências tecnológicas se tornou cada vez mais flexibilizado e isso leva a sua precarização.

Para outros autores como Marilda Iamamoto (2008), são precisos em dizer que há sim uma nova expressão da questão social, mas a mesma mantém os mesmos traços da questão social surgida no

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século XIX, no entanto com uma nova roupagem. As expressões da questão social passaram por transformações ao longo do tempo e que de acordo com as imposições postas por o sistema capitalista ora sofre uma metamorfose, ora ele assume novas configurações.

I. Os desafios sobre o enfrentamento do serviço social frente às novas expressões da questão social

O Serviço Social historicamente instituiu-se como uma profissão que nasce no ceio da igreja católica, que a principio desenvolve sua prática profissional no enfrentamento a questão social através de ações filantrópicas dificultando assim a sua legitimidade. Isso porque a profissão nasce do trinômio: igreja, estado e classe burguesa, e não de requerimentos feito pele classe trabalhadora. Essa legitimidade só foi possível através do movimento de reconceituação, ou seja, do rompimento do tradicionalismo e do conservadorismo.

À medida que para Iamamoto & Carvalho (2011) a questão social pode ser considerada como:

A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão (IAMAMOTO & CARVALHO 2011, p.83-84).

Dessa forma, segundo IAMAMOTO (2000), a questão social em suas múltiplas expressões desencadeia a necessidade da ação profissional do assistente social, junto à criança e o adolescente, ao idoso, a situação de violência contra mulher e etc. E são essas expressões da questão social que é o objeto do trabalho profissional, é a matéria prima e a justificativa da constituição do espaço do Serviço Social na divisão sócio-técnico do trabalho e na construção/atribuição da identidade da profissão.

Vivemos em uma época de pleno desafio, de hegeoneidade do capital, industrial, financeiro, bancário que se testemunha com a revolução técnico-científico tendo como principal eixo a microeletrônica gerando assim uma nova forma de produção do trabalho. Tais condições se encontra cada vez mais flexibilizada, gerando assim formas fetiches e aliciadoras que torna o proletariado cada vez mais refém da venda de sua força de trabalho e conseqüentemente das vulnerabilidades sociais. E a questão social se torna cada vez, mas neutralizada, ora focalizada no combate a pobreza, ora a violência ou na saúde precarizada. Segundo IAMAMOTO (2009) “os

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assistentes Sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente cortada em suas possibilidades de trabalho e de obter meios de sobrevivência, ameaçada na própria vida”.

No entanto, Iamamoto (2011, p. 28) aponta que:

[...] decifrar as novas mediações por meio das quais se expressa à questão social, hoje, é de fundamental importância para o Serviço Social em uma dupla perspectiva: para que se possa tanto apreender as várias expressões que assumem, na atualidade, as desigualdades sociais – sua produção e reprodução ampliada – quanto projetar e forjar formas de resistência e de defesa da vida. (grifos originais).

É importante ao profissional do Serviço Social na contemporaneidade, decifrar tais mediações postas através das expressões da questão social. Para isso é necessário manter-se um olhar clínico sobre todos os desafios postos ao profissional, para decifrá-lo e participar da sua recriação. Isso se torna possível através da teoria social critica que proporciona ao Assistente Social desmistificar, desvendar, decifrar e desenvolver seu trabalho no zelo pela qualidade dos serviços prestados. Na defesa dos direitos e serviços públicos, na atualização do compromisso com o projeto ético-político profissional, com os interesses coletivos da população usuária.

No entanto os desafios do profissional do serviço social hoje é de re-descobrir a cada dia possibilidades e alternativas em que possa levar ao usuários novas propostas de enfrentamento da questão social que seja coerente e compreensivo com o modo de vida daqueles que há vivenciam não só como vitimas desse processo mais, como sujeitos que lutam a cada dia pela sua sobrevivência, pelas suas conquistas e pela humanidade.

Segundo IAMAMOTO (2009), é importante ao profissional, apreender o processo da questão social como cada sujeito a vivencia, e com isso decifrar não so as condições de vida dos indivíduos, mais as diversas formas de lutas e manifestações que esta sendo gestada e alimentada pela população. Ou seja, estar próximo dos interesses coletivos dos usuários. Outro ponto importante para o enfrentamento dos desafios ao profissional é a qualificação, a fim de acompanhar, atualizar e explicar a questão social nos seus níveis nacional, estadual e municipal, ou seja, nas suas particularidades diante da descentralização das políticas públicas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para compreendermos os desafios impostos ao profissional do Serviço Social frente às novas expressões da questão social, as reflexões precedentes nos permitem compreender a gênese da

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questão social, que desde o século XIX, na dinâmica da revolução industrial até a atualidade, esteve fundada num tipo de relação social determinante e própria do sistema capitalista, na qual toda a

riqueza produzida pela sociedade como um toda é de apropriação privada.

Para CASTEL, em seu livro as metamorfoses da questão social, é preciso em dizer que embora as expressões da questão social tenham passado por transformações, o que leva ao autor afirmar a existência de uma nova expressão da questão social, essa sempre emergiu do antagonismo entre o capital e o trabalho.

Essa nova expressão da questão social no contexto atual surgiu a partir dos novos processos de trabalho, que devido à dinamização do capital, toma formas cada vez mais flexibilizadas e isso leva a sua precarização. As deficiências no processo de trabalho se dão no âmbito a mão de obra barata, dos direitos trabalhistas a cada dia sendo desapropriada, ou seja, marcada pela desestabilização dos trabalhadores estáveis entre outras formas que impõe a sociedade constituir uma população sobrante, o que para MARX, se constituía em uma “exercito industrial de reserva”.

Como já foi referido, o objeto de estudo do Serviço Social é a questão social, por a profissão esta inscrita no âmbito da produção e reprodução da vida social. Uma vez que a questão social é aderida como fundamento do processo histórico da profissão

No entanto a relação profissional com a questão social não pode ser vista como algo permanente e acabado, visto que a cada dia surgem novas discussões impostas à realidade da sociedade, aonde novas demandas e atribuições vão surgindo a profissão.

As reivindicações que o profissional do Serviço Social tem a atender são diversas, e, portanto todas emergidas da contradição do capital/trabalho, aonde a cada dia vivenciam uma divisão de classes mais favorecidas e diferenciadas. Assim, cabe ao profissional atender as necessidades nascentes da sociedade usuária e/ou vitimada, como o acesso e defesa dos direitos civis, sociais e políticos dentre outros.

Para isso segundo IAMAMOTO, busca-se um profissional capacitado, criativo, atualizado e comprometido com o projeto ético político do Serviço Social, a fim de atender os desafios impostos pela sociedade capitalistas que reproduz a cada dia formas abrangente da questão social, e acompanhar as diferentes maneiras em que essas questões são vivenciadas pelo sujeito.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas ABNT elaboração de referências. Rio de Janeiro: ABNT, 2011 (6023)

ALMEIDA, Cristina da S.: O Debate Sobre o Objeto do Serviço Social: reflexão sobre a atuação do Serviço Social frente à questão Social. Disponível em:

http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2167/2347 acesso em: 07 Dez. 2016.

FREITAS, Rita de Cássia S. e MESQUITA, Adriana de A.: As Novas Expressões da Questão Social e as Famílias Brasileiras: Reflexão para o Serviço Social. Disponível em:

http://www.ces.uc.pt/myces/UserFiles/livros/1097_enps%20-%20fam%EDlias%20e%20quest%E3o%20social.pdf acesso em: 07 Dez. 2016.

GUERRA, Yolanda. ORTIZ, Fatima da S G. VALENTE, Joana. FIALHO, Nádia. : O Debate Contemporâneo da “Questão Social”. III Jornada Internacional de Politicas Publicas. São Luís – MA, 28 a 30 de Agosto de 2007

IAMAMOTO, Marilda V.: O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 16ª ed, São Paulo, cortez 2009.

RODRIGUES, Jailma de S. RODRIGUES. Maria M. CASTRO, Jamile S de O. e SILVA, Mirna V. : Questão Social e Serviço Social: entre contexto e repercussões. Revista Trabalho e Sociedade, Fortaleza, v.2, n.2, Jul/Dez, 2014, p.78-95.

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