Psicologia Aplicada
ao Cotidiano
Os Tipos de Ansiedade e os
2 Passos Fundamentais
Para Controlá-la
Por Patrícia Pacheco
Copyright
Autora Patrícia Pacheco Editora Patrícia Pacheco Revisora Charline FonsecaPsicologia Aplicada ao Cotidiano
Sobre a Autora e o Projeto
Patrícia Pacheco é mestre doutora em Psicologia.
Formada há mais de 25 anos, dedicou todo esse tempo à docência e ao atendimento clínico. Nesse vasto contato com os alunos, analisando todos os seus questionamentos com relação à Psicologia, Patrícia começou a notar que essa ciência pode ser extremamente útil não só para a formação de um novo profissional mas também para melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma geral.
Sua área de especialização é a TCC (Terapia Cognitiva Comportamental), possuindo duas especializações e duas pós-graduações (mestrado e doutorado). A premissa básica da TCC ensina que a forma como pensamos influencia nossas emoções e nosso comportamento.
Patrícia notou então que, compreendendo o processo cognitivo, a forma de pensar do ser humano e, principalmente, sabendo-se usar da melhor forma essas características, é possível abranger de uma forma muito vasta diversos aspectos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida.
Foi criado, então, o projeto Psicologia Aplicada ao Cotidiano, que tem por objetivo difundir conhecimentos básicos da TCC a respeito de temas diversos para que, aplicados de forma simples no cotidiano, possam ajudar na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Psicologia Aplicada ao Cotidiano
Sumário
1. Introdução
2. Ansiedade. Vilã ou aliada? 3. Tipos de Ansiedade
4. Como notar o aumento da ansiedade? 5. Como gerenciar seu nível de ansiedade? 6. Principais transtornos de ansiedade
7. Mensagem final
Introdução
O tema que vou abordar aqui nesse e-Book é ANSIEDADE.
Cada vez mais tem sido comum observar pessoas com níveis muito elevados de ansiedade, que prejudicam tanto o seu funcionamento mental quanto orgânico. As causas são diversas, mas é inegável que vivemos dias altamente ansiogênicos, com excesso de exigências e preocupações que impõem uma carga pesada ao nosso cotidiano e que, por vezes, levam o indivíduo ao adoecimento.
Em casos extremos, é necessário acompanhamento profissional. Contudo, no dia-a-dia, você pode adotar estratégias muito úteis para controlar a ansiedade e usá-la a seu favor.
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Ansiedade. Vilã ou aliada?
É importante, entretanto, reconhecermos a função da ansiedade em nossas vidas. Ela não é uma vilã, como muitos pregam. A ansiedade é uma característica intrínseca ao ser humano, que nos faz estar em alerta e empregar nossas forças em prol de um objetivo que desejamos ou necessitamos atingir. A ansiedade mantém nossa atenção e motivação para conseguirmos êxito nas atividades cotidianas sendo, portanto, essencial à nossa vida. É impossível viver sem ansiedade. Trata-se de uma grande aliada.
O problema é quando ela aumenta muito, atingindo níveis desadaptativos que prejudicam o indivíduo. É importante perceber quando a ansiedade aumenta e ainda mais importante conseguir controlá-la enquanto os níveis ainda são baixos e funcionais. Podemos subdividir essa última afirmação em dois pontos igualmente importantes:
1 – perceber o aumento da ansiedade antes que ela atinja níveis patológicos. 2 – desenvolver formas de gerenciamento da ansiedade para conseguir mantê-la em níveis adequados ao nosso funcionamento mental e orgânico.
Tipos de ansiedade
Com relação ao aumento da ansiedade, é importante esclarecer que há dois tipos de ansiedade: uma ansiedade de traço e uma ansiedade de estado.
A primeira refere-se a uma característica de personalidade do sujeito, que funciona em um nível mais acelerado e alerta que os demais. Já a segunda refere-se a situações que estão aumentando o nível de ansiedade em um determinado momento da vida do indivíduo.
Se uma pessoa naturalmente ansiosa vive situações que aumentam ainda mais o seu nível de ansiedade, este pode alcançar patamares alarmantes e patológicos, infligindo um grau considerável de sofrimento ao sujeito.
Desta forma, reafirmo a importância dos dois pontos que enumerei no tópico anterior: perceber o aumento da ansiedade e conseguir gerenciá-la de forma eficaz.
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Como notar o aumento da ansiedade?
Muitos pesquisadores sugerem a existência de um “órgão alvo”, que seria um órgão ou sistema que primeiro sinaliza o aumento do nível da ansiedade. Qual seria o seu? Qual o primeiro sinal orgânico ou cognitivo que você nota ao experimentar um aumento progressivo da ansiedade?
Um dos mais clássicos é o sistema cardiovascular, quando a pessoa apresenta manchas pelo corpo ou tem variações de pressão arterial.
Outros clássicos são: o sistema digestório, a pele, o sono e o apetite, que têm frequentemente seu funcionamento normal abalado pelo aumento da ansiedade. Se encaixou em algum desses exemplos? Consegue começar a notar agora como seu corpo dá sinais de que sua ansiedade está aumentando demais? Em casos extremos, ela te leva a sofrer fisicamente com dores de cabeça, de estômago, diarreia, falta de ar, dentre outros sintomas.
Independente de qual seja o seu órgão alvo, o importante é identificá-lo, pois ele dá o alerta de que o nível de ansiedade está aumentando além do que seria adaptativo e benéfico para você. Este passo é importante, pois, para conseguir gerenciar a ansiedade de forma eficaz, é necessário, primeiro, reconhecê-la.
Como gerenciar seu nível de ansiedade?
Agora que já aprendemos a identificar o aumento do nível de ansiedade, passamos, então, para o gerenciamento da mesma, utilizando algumas estratégias simples que podem mudar o curso de sua evolução.
Em primeiro lugar, seria importante você aprender uma forma de relaxamento. O mais comum e fácil deles é o relaxamento respiratório (também chamado de relaxamento diafragmático).
Esta técnica consiste em voltar a respirar de uma forma correta, uma vez que, em geral, pessoas ansiosas mantém uma respiração curta e superficial (tipo cachorrinho, como dizem). Então, por poucos minutos, preste atenção em sua respiração: tente inspirar e expirar profunda e longamente. Concentre-se apenas na sua respiração!
Apoie a mão abaixo de seu peito para sentir o diafragma se movimentando e controlando sua respiração. Você já deve ter visto um bebezinho recém-nascido
Psicologia Aplicada ao Cotidiano Escolha a forma de relaxamento mais atrativa para você e treine-a diariamente
para que, nos momentos em que a ansiedade se elevar por problemas cotidianos, você já tenha automatizado uma forma de relaxar e nem precise pensar no que fazer. Esse é o primeiro passo para o controle da ansiedade.
Outra sugestão importante para controlar sua ansiedade é examinar seus pensamentos que, por vezes, assumem uma dimensão catastrófica e totalmente fora da realidade, jogando-o em um círculo vicioso que só irá aumentar ainda mais sua ansiedade e deixá-la fora de controle.
Uma característica da ansiedade é gerar pensamentos automáticos negativos! Já viu alguém muito ansioso pensando que tudo vai dar certo? Certamente não. Os pensamentos tornam-se pessimistas, catastróficos e, muitas vezes, totalmente surreais!
Observe esses pensamentos e discuta com eles. Não se renda facilmente a esta característica da ansiedade ou fique ao sabor dos pensamentos negativos, pois isso certamente só irá piorar a situação que você está vivendo. Pense sempre no que de pior pode acontecer se aquele pensamento vier a se concretizar e, paulatinamente, você vai começar a notar que seus vieses catastróficos não têm qualquer fundamento.
Tente manter o foco, discuta consigo mesmo, peça auxílio aos amigos para avaliar a situação e ouça com atenção o que eles têm a dizer. Esse é o segundo passo fundamental para um controle eficiente da ansiedade.
Além disso, mantenha uma boa qualidade de sono, alimentação saudável e atividades físicas regulares. Diversas pesquisas já demonstraram claramente que estes fatores estão intimamente ligados ao adequado gerenciamento da ansiedade.
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Principais Transtornos de Ansiedade
Quando a ansiedade atinge níveis alarmantes, existe a possibilidade do desenvolvimento dos chamados transtornos de ansiedade. Nessa situação, faz-se necessário o acompanhamento de um profissional. Os principais transtornos de ansiedade são:
- Agorafobia: é o medo de lugares abertos ou de lugares nos quais o indivíduo acredita que, caso sinta-se mal, não haveria a possibilidade de ser socorrido a tempo.
- Fobia Específica: é o medo desproporcional em relação ao objeto causador. Como. por exemplo, medo de barata, lagartixa, lugares fechados, etc. O indivíduo sente um medo extremo de algo que, de fato, não oferece um risco considerável.
- Transtorno de Ansiedade Social (já chamado de Fobia Social): é o temor acentuado da avaliação negativa de terceiros. O indivíduo se isola cada vez mais, agravando ainda mais seu quadro.
- Transtorno do Pânico: é uma descarga abrupta, muito intensa, do sistema nervoso simpático. Provoca fortes reações fisiológicas (taquicardia, sudorese, dores pelo corpo, etc), o que leva o sujeito a acreditar que está prestes a morrer naquele momento.
- Transtorno da Ansiedade de Separação: antes acreditava-se ser exclusivo de crianças, mas hoje é observado em adultos também. É o medo excessivo de ficar sozinho; o indivíduo acredita que tudo de pior vai acontecer caso não tenha companhia frequente.
- Mutismo Seletivo: é uma dificuldade enorme que o sujeito tem de se comunicar com os outros. Às vezes, chega-se a acreditar que a pessoa é muda, tamanho é o sofrimento e incapacitação que esse transtorno causa.
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Mensagem final
Espero, de coração, que você tenha gostado do conteúdo que preparei para, de forma simples, ajudá-lo a começar a controlar seu nível de ansiedade no dia-a-dia. Essas são apenas algumas dicas em um mar de possíveis estratégias para manter o controle e usar a ansiedade a seu favor. Coloque em prática as dicas que dei aqui e você verá que também é capaz de começar a assumir o controle da sua ansiedade.
Muitas vezes, explicações ou sugestões simples não são mais suficientes para controlar o que já se tornou crônico, transformando-se em patologia, como um dos transtornos de ansiedade que citei anteriormente.
Se este for o seu caso e seu sofrimento for tão intenso que prejudica sua qualidade de vida e suas atividades cotidianas, não hesite em procurar ajuda profissional.
Nos falamos em breve!
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