• Nenhum resultado encontrado

CULTURA DIGITAL E FORMAÇÃO DOCENTE NO SÉCULO XXI

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CULTURA DIGITAL E FORMAÇÃO DOCENTE NO SÉCULO XXI"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

CULTURA DIGITAL E FORMAÇÃO DOCENTE NO SÉCULO XXI

Marlene Aparecida dos Reis - UFPE A educação está em constante transformação, a era da informação e comunicação, a quebra de paradigmas na forma de ensinar e aprender, nos leva a um momento de questionamento permanente. Um momento educacional que nos possibilite discutir a produção do conhecimento, que evolui, no propósito de criar e recria os saberes que se transformam em nossa atual sociedade. A Cultura Digital e a Formação Docente é um debate contemporâneo, que vem sendo discutido no campo educacional, pois com a chegada das atuais tecnologias digitais na escola e em outros meios, nos leva a reavaliar a prática docente em relação ao uso e apropriação dessas tecnologias. O presente artigo é parte teórica de uma pesquisa que discute a Cultura Digital e a Formação Docente no século XXI, especificamente no cenário da web 2.0 com ênfase nos estudantes do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia no estado de Pernambuco. Com isso, temos como objetivos identificar, discutir e analisar os conceitos de cultura, técnica, tecnologia com os estudantes em formação de pedagogo. A pesquisa está sustentada por autores como: Assis (2008), Cuche (1999), Lemos (2002), Mattelart; Neveu (2004), Moraes (1997), Petto (2008) entre outros que fundamentam a temática em discussão. Nesta pesquisa usamos os métodos mistos, do tipo descritiva, com enfoque culturalista e etnográfico. A investigação será realizada com alunos do curso de Licenciatura em Pedagogia, na cidade do Recife, que responderão um questionário semi-estruturado, cujas questões contemplam categorias de elementos a priori com base nos estudos teóricos e a inserção destes estudantes na cultura digital. Com esta pesquisa, pretendemos possibilitar e ampliar discussões sobre educação, formação docente, inserção tecnológica e cultura digital dos estudantes do curso de Pedagogia.

Palavras-chave: Cultura digital, Formação docente, Educação.

INTRODUÇÃO

Alcançar cada espaço peculiar do complexo fenômeno “tecnológico”, bem como seu lugar no âmbito social e em sua essência de modificação das tradições de convivência no curso da história da humanidade, não deve ser considerado como uma simples, acessível e descomplicada atividade prática.

Em nossos dias, muito mais que em quaisquer outras eras, existe num espaço predominante de uso diário, filosófico, aplicado, pessoal e empresarial do que conceituamos, tentando certo controle por forma literal, de “tecnologia”. A importância, e o consequente poder desta, estão localizados como abalizamento das sociedades ocidentais, esta é como a coroa das questões que eclodem todos os dias dentre as principais desta época hodierna.

Nesse processo de transformação temos o desafio nas propostas pedagógicas e no fazer docente, as tecnologias na sociedade, na educação causando uma emergente reflexão em torno das discussões em relação à cultura digital, mundo virtual, linguagem

(2)

tecnológica, com diferentes objetivos, sejam pedagógicos ou não. Entende-se que o espaço acadêmico não pode estar desconectado destas constantes transformações.

Partindo desse pressuposto, temos o seguinte problema de pesquisa, como a inserção dos alunos do Curso de Pedagogia na cultura digital se reflete na apropriação e no uso de recursos educativos digitais?

Consideramos como hipótese que os alunos do Curso de Pedagogia quando inseridos no contexto da cultura digital, produzem, compartilham e colaboram em rede materiais digitais, porém, de forma incipiente em relação aos recursos educativos digitais “na rede sim, na escola mais ou menos”, parafraseando Carmen Maia (2008).

Como objetivo geral esta pesquisa pretende analisar a relação entre a inserção dos alunos do curso de Pedagogia na cultura digital e a apropriação de recursos digitais numa perspectiva de uso pedagógico.

O percurso metodológico utilizado nesta pesquisa tem métodos mistos do tipo descritiva com enfoque culturalista e etnográfico.

Evidencia que o tema desta pesquisa aborda uma questão contemporânea no tocante as discussões em relação a inserção da cultura digital dos alunos de Pedagogia.

Em nossa revisão da literatura pretendemos dialogar com os autores Assis (2008), Cuche (1999), Lemos (2002), Mattelart; Neveu (2004), Moraes (1997), Petto (2008) que fundamentam a temática em discussão.

DA TÉCNICA A CULTURA DIGITAL

No longo caminho da compreensão dos desafios relacionados aos fenômenos tecnológicos contemporâneos, devemos localizar as presentes diferenças entre técnica e tecnologia, formas parecidas, porém, simplesmente diferenciadas. Ao mesmo tempo em que objetos são diagnosticados como sinônimos de tecnologia, como por exemplo: eletrodomésticos ou eletroportáteis.

De modo similar usufruímos do termo “técnica” para contextualizar uma evolução ou atualização em áreas distintas como dança, teatro, bolsa de valores e futebol. A forma como os termos são entrelaçados onde mesmo existam somente pequenas particularidades entre eles é estupefata.

Etimologicamente a raiz da palavra técnica vem do grego tekhnè, que quer dizer arte.

(3)

Esta engloba as atividades práticas, desde a elaboração de leis e a habilidade para contar e/ou medir, passando pelas artes culturais ou plásticas, e ainda é vista como parte de múltiplas capacidades habilitadoras, como uma incisão feita de forma perfeita por um médico e seu bisturi ou como uma forma costumeira de massa feita por um padeiro. Estes são apenas alguns exemplos da performática tecnicidade humana.

O conceito de tekhnè é pertencente a uma premissa filosófica que reza em podermos distinguir aquilo que o homem pode fazer e reproduzir diferenciando estes do fazer da natureza.

Semelhantemente o conceito de cultura proposto por Cuche (1999) apresenta cultura como sendo um “termo que tanto pode designar um panteão de grandes obras “legítimas” como tomar um sentido mais antropológico, por englobar as maneiras de viver, sentir e pensar próprias de um grupo social”. Neveu e Mattelart (2004, p. 13-14) consideram “a cultura seu sentido amplo, antropológico, de passar de uma reflexão centrada sobre o vínculo cultura-nação para a abordagem da cultura dos grupos sociais”. Como pressuposto para adentrarmos de forma analítica os comportamentos processados pelo “universo” cibernético se faz necessário o entendimento e consideração de uma importante questão tecnológica e não técnica dos dias de hoje: o conceito de “Cibercultura”.

CULTURA DIGITAL E FORMAÇÃO DOCENTE

Na contemporaneidade, o debate acerca da sociedade e sua cultura digital, nos trás uma discussão pertinente a ser dialogada com a educação. Assim, percebemos que as pessoas que fazem parte da sociedade nos apresentam modos de se comunicarem, interagirem, dialogar conforme seu grupo, sua época, sua criação em tempo e espaço de acordo com sua significação. Assim, quando esses sujeitos se integram há uma construção coletiva de suas características múltiplas que foram e são construídas e reconstruídas cada momento, não sendo fixa.

No tocante ao conceito de cultura digital não foi localizado de forma consolidada. Mas aproximamos das relações dos sujeitos na sua forma de interagir, se comunicar, em suas relações com o outro e consigo mesmo, que podem ser apresentadas fortemente através da mediação por tecnologias e comunicações digitais de uma determinada época, de um grupo localizado principalmente na sociedade da informação e comunicação no tempo atual.

(4)

Quando o sujeito tem a liberdade de acesso às informações, transforma essas em conhecimento, no contexto mais geral de produção da cultura é uma forma de potencializar as possibilidades de forma estimuladora para que os sujeitos sejam autônomos e produtores utilizando suas potencialidades em relação a cultura digital (PRETTO; ASSIS, 2008).

Segundo Pretto e Assis (2008, p. 79), A cultura digital é um espaço aberto de vivência dessas novas formas de relação social no espaço planetário. O exercício das mais diversas atividades humanas está alterado pela transversalidade com que se produz a cultura digital. [...] atuação e produção das identidades dos sujeitos sociais, ampliando o potencial criativo do cidadão.

A formação é um processo incluso que deve iniciar na formação inicial (Licenciatura) e permanecer na formação contínua, mais especificamente a formação de pedagogo, é importante não só para o aperfeiçoamento docente, mas também para reflexão, adaptação a cada situação-época, no sentido de construir e reconstruir a didática, a metodologia, as técnica e ação docente.

Da mesma forma deve acontecer com a presença da tecnologia na vida e no trabalho docente, através da constante contextualização do conteúdo, apropriando-se das atuais tecnologias, facilitando a construção das competências e autonomia dos discentes. Na Educação, mas especificamente na Educação Básica, muitos professores ainda estão na prática de centralização do conhecimento, conteúdo, poder que deveria desconectar-se do centro conteudistica, centrado no professor, em seus conhecimentos, que geralmente apenas são transmitidos através de técnica, mas deveríamos trocar o centro do conteúdo para aprendizagem.

Mas não é simples, por trás desses questionamentos estão várias preocupações, como a organização do currículo, a constituição de um corpo docente altamente capacitado do ponto de vista profissional e uma metodologia.

Segundo Masetto (2005, p. 82), “o paradigma que propomos é substituir a ênfase no ensino pela ênfase na aprendizagem”. Assim, buscaríamos desenvolver as capacidades intelectuais, habilidades humanas, atitudes e valores do aluno, neste caso falamos dos alunos do curso de Pedagogia, estes licenciados que serão os formadores da base, da Educação Infantil, das séries iniciais do Ensino Fundamental, onde o professor seria o mediador do processo de aprendizagem de seus estudantes.

(5)

CONSIDERAÇÕES E PESQUISA FUTURA

A sociedade, a formação de pedagogo e a cultura digital nos faz refletir o uso dessas atuais tecnologias na escola e em outros meios, nos leva a reavaliar a prática docente em relação ao uso e apropriação dessas tecnologias.

Percebe-se na educação contemporânea que ela se constitui por redes, teias, conexões de forma dinâmica e desafiadora. Como afirma Moraes (1997, p. 76), nessa teoria “o universo material é visto como uma teia dinâmica de eventos inter-relacionados e nenhuma das propriedades de qualquer parte dessa teia é fundamental”.

Assim, todas resultam das propriedades das outras partes, e a consistência global, nesse contexto se busca novos modelos/padrões que possam diante de tantas tecnologias explicar alguns aspectos da realidade educacional. É um mundo midiático, que modifica segundo a segundo, onde os sujeitos estão expostos e envolvidos com a realidade, sejam através de imagens, sons, textos, animações, músicas, mensagens, links, mas tudo conectado, com a rede ou outros aplicativos, os meios modificam nosso dia a dia e também nosso olhar em relação à escola, a educação, a sociedade.

Partindo deste pressuposto, investigaremos as modificações na prática docente, em função dos impactos da cultura digital sobre a educação, observaremos como as lacunas entre as práticas culturais de professores e alunos, se relacionam com a cultura regional e cultura digital na perspectiva das iniciativas e projetos de inclusão digital.

REFERÊNCIAS

JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2. ed. Tradução de Susana Alexandria. São Paulo: Aleph, 2009.

LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 6. ed. Porto Alegre: Sulina, 2013.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.

MAIA, Carmen. Na vida, sim, na escola, não. Revista 8 Indd 63, p. 63-68, 2008. MORAES, Maria Cândida. Pensamento eco-sistêmico. Educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis: Vozes, 2004.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas

tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.

PRETTO, Nelson De Luca; SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. (Orgs). Além das redes de

colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder. Salvador: EDUFBA,

Referências

Documentos relacionados

A proposta objetivou discutir aprendizagem das acadêmicas e suas reflexões em sala de aula de um conhecimento sobre a teoria/prática necessário para o entendimento da

O sintoma visível da crise pela qual o ensino do direito passa (e tem passado há bastante tempo) é a tão propalada falta de qualidade das peças processuais, das decisões dos

De que maneira esses professores têm desenvolvido os conhecimentos necessários à educação estatística neste nível de ensino?”, por meio destes questionamentos buscaremos

A placa principal inclui um conector de 4 pinos para a ventoinha da CPU (CPU_FAN), um conector de 3 pinos (SYS_FAN1) e um conector de 4 pinos para a ventoinha do sistema (SYS_FAN),

Fazendo uma análise da duração da formação de curta duração constata-se que, tanto nos CFAE como nas outras entidades formadoras, a maioria das ações de formação

Nesses termos, a escola passa a ser o foco do processo formativo e o professor, o protagonista desse processo.. com a prática; f) sistema de formação docente unificado e

Empresários do sector turístico, comerciais ligados aos vinhos, colaboradores na área de F&B, nomeadamente empregados de mesa e staff de cozinha. Local

Por fim, acreditamos que a cultura tem grande influência na formação docente dos acadêmicos do 7º semestre, do Curso de Pedagogia, na construção de suas identidades, o