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DÍZIMOS-A farsa do dizimo cristão

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Academic year: 2021

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1ª edição 2001

Edição, capa, revisão e editoração eletrônica: Iván Darío Toro Rúa

Toro Rúa, Iván Darío

DÍZIMOS: A farsa do Dízimo “cristão”

Registro dos Direitos Autorais Nº 205.700, livro Nº 356, folha Nº 360

Fundação Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura Escritório de Direitos Autorais – Rio de Janeiro

E-mail:

ivan.dario.toro.rua@gmail.com

Impresso no Brasil Março de 2001

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Conteúdo: Página:

INTRODUÇÃO...05

DEMONSTRAÇÃO No. 1

SIGNIFICADO VERDADEIRO DA EXPRESSÃO

BÍBLICA “A LEI E OS PROFETAS”...15 1º. - Da expressão “A Lei e os Profetas”...22 2º. – Exemplos do uso da expressão “a Lei e os Profetas” como sinônimo de “o Antigo Testamento”...23 3º. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar

apenas até João Batista?...26

DEMONSTRAÇÃO No. 2

“NÃO ESTAIS DEBAIXO DA LEI, E SIM DA GRAÇA”...37 1o. - O autêntico cristão vive no mesmo regime gratuito dos apóstolos de Cristo, e não sob o antigo regime das obras da Lei ...42 2o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à instrução dada por Moisés, de seguir a Jesus e sua Graça...59 3o. - O autêntico cristão vive em fiel obediência à instrução dada pelo Pai, de seguir a Jesus e sua Graça...64

DEMONSTRAÇÃO No. 3

BIBLICAMENTE, O DÍZIMO É DA “LEI E PROFETAS”, CUJOS MANDAMENTOS E ORDENANÇAS NÃO FAZEM

PARTE DA ALIANÇA DA GRAÇA...91 1o. - O Dízimo a que se refere Malaquias é da

“Lei e Profetas”; não da Aliança da Graça...95 2o. - O Dízimo que Abraão deu a Melquisedeque

é da “Lei e Profetas”, ainda que não fizesse parte dos mandamentos que, 430 anos depois, Moisés

recebeu de Deus...102 A)- A história de Abraão pertence a todo o

conjunto de livros sagrados denominado

por Jesus “a Lei e os Profetas” em Lc 16: 16...102 B)- O Dízimo dado por Abraão não foi um

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C)- Ainda se Deus tivesse ordenado a Abraão pagar esse Dízimo a Melquisedeque, tal ordem não teria vigor estatutário algum sobre os cristãos, por continuar sendo parte do conteúdo da caduca “Lei e Profetas”, e não da Nova Aliança da Graça, que é a que vigora hoje na vida do povo cristão...116 3o. - O que o Evangelho afirma de forma expressa

em Hb 7:1-19 é que o Dízimo era da “Lei e Profetas”;

não da Aliança da Graça...119

4o. - O que Jesus afirmou em Mt 23:23-24 foi que o Dízimo é da “Lei e Profetas”, e não da Nova Aliança da Graça, que ainda não tinha sido sequer

estabelecida ...123

DEMONSTRAÇÃO No. 4

SENDO PARTE DE UMA LEI QUE NÃO VIGORA NO CORPO-IGREJA DE CRISTO, PODEMOS ADMITIR QUE SEJA O ESPÍRITO SANTO QUEM

COBRA O DÍZIMO HOJE?...129

DEMONSTRAÇÃO No. 5

SE O ESPÍRITO SANTO NÃO COBRA O DÍZIMO HOJE, ENTÃO POR INSPIRAÇÃO DE QUAL ESPÍRITO O

COBRAM ESSES SUPOSTOS MESTRES?...177

DEMONSTRAÇÃO No. 6

À GUISA DE EXEMPLO, VEJA COMO OS MERCENÁRIOS DIZIMEIROS TORCEM O SIGNIFICADO DE TEXTOS COMO: “DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR, E A DEUS O QUE É DE DEUS”...201

EPÍLOGO

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INTRODUÇÃO

“Ouvi, agora, vós, cabeças... e vós chefes: Não é a vós outros que pertence saber o juízo?... A vós que aborreceis o bem e amais o mal; que deles arrancais a pele, e a carne de cima dos seus ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne no meio do caldeirão? Então chamarão ao Senhor, mas não os ouvirá, antes esconderá deles a sua face naquele tempo, visto que eles fizeram mal nas suas obras.

Assim diz o Senhor acerca dos profetas que fazem errar o meu

povo, que clamam: Paz, quando tem o que mastigar, mas apregoam guerra santa contra aqueles que nada lhes metem na boca. Os seus cabeças dão as sentenças por suborno; os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor

dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.

Mq 3:1-11

O mundo está cheio de arrogantes que se autointitulam “donos da verdade” espiritual. Mas, na prática, nem eles, nem qualquer um de nós, limitados mortais, somos tal coisa.

Jesus é o único dono da verdade, porque é, ele mesmo, a própria verdade.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” não é uma mera frase de impacto sensacionalista ardilosamente preparada pelos propagandistas da Televisão para vender um produto humano qualquer.

Não.

É a palavra do Autor do mundo, autêntico dono da verdade. É a palavra fiel e verdadeira daquele Verbo eterno através de quem o Pai ordenou, e o Universo inteiro formou-se... do nada!

Por isto, é a palavra do único a quem devemos crer em todo quanto diz, por cima do ensino de quem quer que seja.

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Quando ele afirmou: “Quem crer em mim como diz a Escritura”

(Jo 7:38-39), e não como diziam os ensinos e interpretações teológicas dos

líderes e mestres religiosos da sua época, estabeleceu uma inviolável e fundamental regra: A Sagrada Escritura não pode ser menospre-zada nem relegada a um segundo plano por nenhum dos seus se-guidores. Pelo contrário, devemos segui-la fielmente no que a ele se refere, sem deturpá-la para dar lugar a convenientes acomoda-ções doutrinárias humanas, contra as quais ele mesmo enfatiza, como para não deixar quaisquer dúvidas: “A ESCRITURA NÃO PODE SER ANULADA” (Jo 10:35), desautorizando assim qualquer

um que quiser se arrogar autoridade superior a ela.

Esta inquebrantável primazia da Sagrada Escritura, e do Evangelho nela contido, é, para nós cristãos, uma condição inegociável que também os apóstolos do Senhor Jesus, nas suas pregações e escritos, fizeram questão de deixar claramente assentada, afirmando que:

“Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos dos homens, de conformidade com meu Evangelho (Rm 2:16).

Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na Graça de Cristo, para outro evangelho; o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo. Mas ainda que

nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema (que significa: maldito e expulso). Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes (isto é, além do ensino apostólico contido no Novo Testamento), seja anátema” (Gl 1:6-9).

Acau-telai-vos para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão.

Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina (de Cristo), esse tem assim o Pai, como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa nem lhe deis as boas vindas, porquanto aquele que lhe dá boas vindas se faz cúmplice das suas obras más”(2Jo 1:8-11).

Entretanto, o que estamos presenciando nestes dias é uma injus-tificável negligência espiritual em relação à fiel observância dessa primazia da Palavra escrita de Deus, numa atitude generalizada que

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já raia o grosseiro desprezo e aberto desrespeito à voz do Pastor Supremo. Estamos vivendo um cristianismo abismalmente diferente daquele que a pregação apostólica mostra-nos na Sagrada Bíblia, desprovido daquela poderosa vida manifestada pelos primitivos seguidores de Cristo. A cristandade inteira, independentemente da placa denominativa, precisa, por isso, retornar à prática do exame frequente da sua fé e das prioridades da sua vida cotidiana, para verificar se são, de fato, as mesmas que Deus requer de todos nós no Livro Sagrado sob o NOVO Pacto da Graça, ou se são apenas um mero acomodo farisaico e herético a este escandaloso materialismo atual do mundo; porque é evidente que o crer em Jesus “como diz a Escritura” não é uma simples opção que possamos jogar para o escanteio sem sofrer sérias consequências espirituais. Pelo contrário, é exigido como pauta essencial e vital a todas as igrejas cristãs: Os rios do Espírito Santo a que se referiu o Senhor Jesus em Jo 7:38-39 jorrarão do interior de cada um apenas na mesma medida em que esta forma de crer, assim definida por Cristo, seja de fato e em verdade praticada pelos cristãos em todos os momentos do seu cotidiano viver, principalmente quando estão fora das quatro paredes da igreja. Essa promessa do fluir abundante do Espírito Santo não foi feita aos que creem como diz a Tradição da Igreja Católica, nem aos que creem como dizem os chamados “padres da Igreja”, nem, ainda, como dizem as Resoluções e Decretos dos Concílios Ecumênicos; tampouco a expressão “como diz a Escritura” significou jamais “como diz o pastor ou bispo ou o Papa de tal igreja”, nem “como diz a Cartilha Teológica da denominação tal”. Não. É como diz a sagrada escritura bíblica, ou, caso contrário, é tudo mentira e engano. Por isto, invalidar o que diz a Bíblia concedendo maior autoridade aos ensinos humanos ou angelicais de quem quer que seja, derivará sempre num cristianismo morto, não avalizado pelo abundante fluxo vivificador desse glorioso Espírito prometido pelo Senhor.

Esta primazia da Sagrada Escritura deverá ser muito mais válida hoje, por ter se tornado prática comum deixar de obedecer a Palavra divinamente inspirada, para dar mais valor a eruditos raciocínios teológicos alheios a ela, sob a ilusória alegação de que tudo que se fala num púlpito é revelado pelo Espírito Santo, como se este pudesse se autocontradizer ensinando esse montão de doutrinas contrárias à palavra de Jesus, quem já dantes avisara que este Consolador viria confirmar o que ele ensinou a seus discípulos, e

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não contrariar (Jo 14:26 e 15:26). Ora, o Espírito Santo é Deus, e, segundo está escrito, “Deus é luz e nele não há treva nenhuma” (1Jo 1:1-5). Evidentemente, toda contradição é treva, pelo simples motivo de que um dos seus opostos será, forçosamente, mentira, e a mentira é o contrário da luz. Dois ensinos opostos jamais poderão ser, simultaneamente, verdade. Como, por exemplo, quando alguém nos diz que é dia, e, logo depois, referindo-se à mesma hora e lugar, diz que é noite. Neste caso, uma das duas afirmações é falsa, e, por isso, mentirosa. Do mesmo modo aconteceria se Cristo ensinasse uma coisa e o Espírito Santo outra, oposta, sobre o mesmo assunto. Nesse caso, um dos dois estaria mentindo, o que é absolutamente impossível, por causa da natureza divina de ambos.

Jesus, o Filho de Deus, é Luz! O Espírito Santo, de Deus, é Luz! Neles não há treva nenhuma! A treva é, toda ela, mentira.

E, “como a Escritura” nos diz, MENTIROSO E PAI DA

MENTIRA É O DIABO! (Jo 8:44).

Do Diabo não procede a Luz; apenas escuridão espiritual e morte. Sua natureza atual é o engano, e é por isso que ele mente, e, com ele, todos seus seguidores humanos que, atrás dos prazeres deste mundo, do domínio sobre os demais e das riquezas materiais, lhe fazem a vontade, muitas vezes disfarçados de ministros evangélicos.

“Deus, porém, não pode mentir” (Tt 1:2).

“Deus não é homem para que minta” (Nm 23:19).

Muito pelo contrário, conforme continua a dizer a Escritura, “seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem” (Rm 3:4).

Erra, pois, quem imagina que a Suprema Verdade, Fonte única de tudo quanto realmente tem divina raiz e permanência eterna, possa amar, ou, sequer, admitir consigo a mentira. O conceito de um Deus que mente é desvario da mente de quem assim pensa. Na verdade,

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Deus abomina os mentirosos (Pv 12:22), e adverte-lhes que seu destino final, caso não se arrependam, será o tormento eterno (Ap 21:8).

Sendo desse modo, é impossível achar alguma mentira ou contradição procedente do Espírito Santo de Deus.

Consequentemente, todo ser, humano ou angelical, que ensine ou ordene aos homens coisas que Deus não mandou ensinar ou ordenar, estará seguindo os passos do “pai da mentira”, quem já desde o Paraíso começou a deturpar a Palavra de Deus, fazendo tropeçar, primeiro, a Eva (Gn 3:2-5), depois Adão... Caim... e a nós

todos, se cairmos na tolice de crer seus falsos ensinos dados através de fingidos pregadores, conforme temia o apóstolo Paulo, dizendo: “receio que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astúcia, assim também sejam corrompidas vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo” (2Co 11:3).

Foi contra todo esse tipo de engano angelical ou humano que o Supremo Mestre Jesus enfatizou: “Eu sou a verdade” (Jo 14:6), mostrando sua total exclusividade como fonte de tudo o que para nós é verdadeiro, e, ao mesmo tempo, desfazendo aberta e taxativamente qualquer tentativa de ser qualificado como autor de enganos, mentiras, ou quaisquer outras manifestações semelhantes, inspiradas, todas elas, pelos espíritos das trevas.

Também, quando clamou em oração ao Pai eterno, dizendo: “a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17), excluiu quaisquer possibilidades de haver mentiras ou contradições doutrinárias na palavra escrita de Deus, isto é, na Bíblia, que “não pode falhar” (Jo 10:35).

Assim sendo, absolutamente ninguém, seja do céu, seja da Terra, ou de onde quer que for, poderá estar falando a verdade quando ensina ou manda qualquer coisa que contradiga a Sagrada Escritura!

Ninguém, jamais, recebeu de Deus autoridade para contraditar ou anular a mensagem da Bíblia!

O ideal seria, pois, que não houvesse todas essas deturpações da palavra divina, que vemos hoje se espalhando impunemente pelo mundo inteiro.

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Mas esse ideal não existe.

O que existe, é o cumprimento da profecia do Senhor Jesus, que já naquele tempo advertia-nos: “Naqueles tempos finais, aparecerão muitos falsos mestres em meu nome, e muitos seguirão atrás deles”. O que existe é uma humanidade caída, que parece gostar de andar atrás do erro, atrás dos falsos ministros, desde que estes lhes garantam que estão salvos, mesmo sem estar.

O que existe é o oposto do ideal: “Todos... estão debaixo de pecado; como está escrito: Não há justo, nem sequer um; não há quem entenda (as coisas espirituais), não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis (para tais coisas espirituais, quando Adão, pai de todos nós, caiu da vivificadora comunhão com Deus), não há quem faça o bem, não há nem sequer um. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a tem cheia de maldição e amargura” (Rm 3:9-14).

A humanidade caiu nas Trevas, toda ela, no momento em que Adão caiu, visto que dele procedemos todos.

Deus, porém, jamais caiu, nem cairá. Ele é Luz... não trevas.

E a sua palavra escrita também é Luz... não trevas!

E é tendo em vista essa absoluta impossibilidade de acharmos qualquer forma de erro doutrinário na Bíblia, que passaremos a demonstrar a verdade que constitui o assunto deste livro: Que a cobrança do Dízimo em nome do Senhor Jesus é, nesta era cristã, uma contradição à palavra divina, e, portanto, uma treva, que não procede do Espírito Santo.

Provaremos aqui que cobrar o Dízimo sob a suposta guia espiritual de Deus, é, neste tempo da Graça, uma farsa diabólica, ou seja, uma mentira, na qual está crendo à cegas a maioria dos cristãos, enredados, como Eva, pelo uso deturpado da Palavra de

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Deus; quer dizer, pela ignorância que as massas humanas tem a respeito da mensagem divina.

Aos ministros sinceros do Evangelho, que apenas por erro na doutrinação recebida estão cobrando do seu rebanho o Dízimo bíblico, rogamos se desarmar do preconceito que o título deste trabalho produz “a priori” contra nós, e efetuar uma leitura completa, no Espírito do Senhor Jesus, julgando com justiça a veracidade das coisas que aqui estamos afirmando. Restará, depois que tudo estiver devidamente confirmado, que tenham a coragem de enfrentar o sistema financeiro voraz que, qual traiçoeira teia de aranha, envolveu o cristianismo para sugá-lo, apoiando sua pregação mercenária em ordenanças do Antigo Testamento que não vigoram mais para os cristãos do Novo Pacto da Graça estabelecido por Deus no Seu Filho Jesus Cristo. Sabemos que poucos terão forças para enfrentar esse enorme poder econômico-religioso de algumas gigantescas igrejas evangélicas que, confiantes no seu poder financeiro e na astúcia dos seus advogados, estão enfrentando até as autoridades governamentais em escandalosos e milionários processos de sonegação de impostos e tributos, e vencendo-as, não para glória do nome de Jesus, mas para proteger as fortunas que amealham arrancando o dinheiro do bolso das suas ovelhas. Tais vitórias não as validam como autênticas igrejas do Senhor Jesus Cristo: afinal de contas, bandidos e traficantes com muita grana também vencem batalhas judiciais, sem que isso signifique que é Deus quem lhes dá a vitória. Apenas fica mais clara a gravidade da impunidade que estamos sofrendo e a magnitude da maliciosa capacidade que enfrentaremos todos os que denunciamos suas mentiras e abusos. A imensa maioria dos que compreenderem e aceitarem como verdadeira a mensagem deste livro capitulará, acovardada, diante das primeiras acusações desses falsos mestres. Isto não nos assombra: Sempre foi assim. Quando Jesus morreu na cruz, somente João e algumas mulheres permaneceram ao seu lado. Desde antes, quando fora preso, seus seguidores tinham já fugido, e o mais altaneiro deles o havia negado repetidas vezes, praguejando. Todavia, os poucos que souberem achar no Espírito Santo as forças para retomar a pregação da inteira e suficiente Graça em Cristo, mesmo se jamais tivermos oportunidade de conhecê-los pessoalmente antes do esperado Arrebatamento, constituirão suficiente recompensa pelas calúnias e perseguições verbais e escritas que sofreremos por causa da publicação deste livro.

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Prepare-se, pois, o leitor, de Bíblia em mãos, para uma polêmica leitura que, com certeza, mudará muitas coisas na sua vida, desfazendo correntes e laços de ensinos mentirosos que nem imagina estarem desnorteando agora sua caminhada cristã.

E, na hora da dúvida ao confrontar nosso ensino com a doutrina dos cobradores do Dízimo, lembre apenas do que Jesus disse: “Eu sou a verdade... ninguém vem ao Pai senão por mim”. Venha ao Pai crendo na palavra que Ele nos enviou através do Seu Filho. Não se deixe envolver pela baba mentirosa do Diabo, que tudo faz para nos impedir o pleno gozo espiritual e material da Graça gloriosa que, concedida em Cristo Jesus, Deus nos revela na Sagrada Escritura. Jamais dê mais importância ao que você já acredita ser a verdade do que ao que está escrito na Bíblia a respeito de Jesus. Caso o faça, você cairá no engano. A palavra que diz: “antes seja todo homem mentiroso” quando confrontado com a verdade de Deus, inclui você e nós.

Você não é o dono da verdade. Nós não somos os donos da verdade. Jesus é o único dono da verdade. Ele é a própria verdade.

Ele que, “como filho sobre a sua casa, a qual casa somos nós”, é superior à palavra de Moisés ou à de qualquer um dos outros profetas que vieram antes de Cristo, por serem, todos eles, meros “servos da mesma casa” de que Jesus é Dono, os quais, “não para si mesmos, mas para nós, ministravam estas coisas que agora nos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do Céu, nos pregaram o Evangelho” (Hb 3:3-8; 1Pe 1:9-12).

Lembre sempre que não há contradições doutrinárias na Bíblia, entre os dois Testamentos (o Antigo e o Novo) que a compõem: Há apenas a abismal diferença entre o ministério de Jesus para a gloriosa obra de vivificadora salvação que Deus lhe encomendou com absoluta exclusividade, e o ministério meramente anunciador de todos os demais servos de Deus que houve antes dele, e cujos escritos compõem essa coleção de livros sagrados que denominamos

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Antigo Testamento. São duas mensagens para épocas e povos diferentes cada uma, com conteúdos e efeitos diferenciados.

Na dúvida, entre aquela anunciadora palavra dos servos e a do Dono da Casa, que nos trouxe gratuitamente a vida eterna que ninguém mais pode dar, escolha, confiante e sem medo de errar, a do divino Dono; esse mesmo Jesus, fiel Filho de Deus, que já avisou: “Céu e terra passarão; a minha palavra não passará”.

Céu e terra passarão, e, com eles, a farsa de todos os mentirosos falsos mestres que hoje detém a verdade com a

injustiça, cobrando dinheiro por bênçãos que Jesus dá de graça,

ignorando que assim se põem sob a dura sentença de Rm 1:18, na qual Deus promete juízo de castigo contra eles.

A mentirosa farsa deles passará, e, para onde eles irão? A mentira, afirmou Jesus, não entra no Céu.

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DEMONSTRAÇÃO No. 1 SIGNIFICADO VERDADEIRO

DA EXPRESSÃO BÍBLICA “A LEI E OS PROFETAS”

“O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o

conhecimento...”

“O povo que não tem entendimento corre para sua perdição”. Os 4: 6, 14

Desde o princípio da história conhecida, nossa caída humanidade vem errando em todas suas tentativas de encontrar um meio de se salvar da morte. Tais tentativas têm dado origem, não apenas a muito do que hoje conhecemos como Ciência, mas também a muitas religiões. Assim como Caim, o primeiro filho de Adão, buscou se relacionar com o Pai divino do modo equivocado, a imensa maioria, atrás de soluções salvadoras, erra, sem percebê-lo, ao trilhar cami-nhos que Deus não aprovará, porque ele não comunga com aquilo que não procede da sua vontade criadora e aperfeiçoadora. Evidentemente, se salvar da morte deveria significar tornar-se participante da vida eterna. Qualquer outro tipo de solução seria mera ilusão, um vão paliativo passageiro.

Ora, a vida eterna é uma qualidade própria do Criador; é algo exclusivo de Deus (1Tm 6:16). E nós, como fracos mortais que somos, não temos como arrancá-la ou roubá-la dele, nem podemos comprá-la com coisas materiais e perecíveis como sacrifícios pessoais, ouro, prata, ou esse dinheiro que veio se tornar a adoração do mundo, isto é, das pessoas que não conhecem nem amam verdadeiramente ao Deus vivo.

Caim, no seu modo equivocado de valorizar as coisas, apresentou a Deus um preço material pela reconciliação imortalizadora, imaterial; um preço finito pelas coisas infinitas. Trouxe o fruto do esforço de um corpo já hereditariamente pecaminoso e mortal, e ofereceu isso a Deus esperando, em troca (“comércio”), que o Criador lhe devolves-se o privilégio de tomar do fruto da “árvore da vida”, perdido no Paraíso por seu pai Adão, para não morrer jamais. Na sua cegueira espiritual, ele não entendia que “do Senhor é a terra e a sua

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plenitude” (1Co 10:26), e que este Universo inteiro, incluídos nós seres humanos, foi todo criado por Ele, motivo pelo qual pertencem-lhe, por legítimo e incontestável direito de criação, todas as coisas e seres existentes. Tudo é dele! Como, pois, tomar algo da propriedade divina para depois oferecê-lo a Ele, seu legítimo Dono eterno, como pagamento ou preço pela vida imortal? É claro que isso foi uma tremenda tolice de Caim; porém, a triste realidade é que nós, os “cristãos” de hoje, teimando em não aprender a lição que a “tola” experiência dele nos transmite, estamos recaindo nesse mesmo malfadado equívoco, pretendendo também fazer comércio com Deus, ao Lhe oferecermos nossas “boas” obras, nosso “bom” esforço pessoal, nossos “bons” pagamentos em dinheiro à igreja, esperando receber, em troca (“comércio”!), a vida eterna e todas aquelas demais bênçãos espirituais e materiais que Deus nos oferece exclusivamente de graça em Cristo Jesus (Ef 2:4-9; 1Pe 1:3-5). Ele não vende. Dá!

Urge-nos compreender que, aos olhos do Senhor da Graça, constitui repugnante tentativa comercial o fato de lhe oferecermos, seja este mundo todo (que Ele próprio criou), seja nossa decaída e pecaminosa vida humana, em troca das coisas eternas, desconhecendo desse modo que, desde o pecado de Adão e Eva nascemos todos dentro de um processo de morte (Rm 5:12), ou, nas palavras do próprio Senhor Jesus, nascemos mortos (Mt 8:22), e que assim como as coisas materiais não compram as espirituais, tampouco pode esta nossa natural mortalidade humana comprar a vida eterna, nem as bênçãos que dela provém. Como está escrito: “Todos à uma nos fizemos inúteis” na queda do nosso primeiro pai humano, Adão (Rm 3:12; 5:12). Inútil é algo que não serve para nada. E é por causa deste estado de completa inutilidade que fracassam todas nossas tentativas humanas de achar uma solução ao problema da morte e a todas as consequências ruins que esta produz em nosso cotidiano viver terreno.

É também por causa dessa completa inutilidade que em quase tudo que pensamos ou fazemos terminamos transgredindo e distorcendo as verdades divinas. A limitação imposta pela nossa mortalidade

impede-nos compreender a glória das coisas ETERNAS, e,

julgando conforme a parcial visão que temos, terminamos concluindo errado e deturpando os conceitos que a elas se referem.

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A dura realidade para nós continua sendo que desde a queda de Adão nascemos à já caída imagem e semelhança adâmica (Gn 5:3; 1Co 15:48); quer dizer, nascemos mortais e pecadores... amamos os prazeres da carne mais do que qualquer outra coisa; e é como seres de natureza dada ao pecado que falhamos com Deus e torcemos ou deturpamos Sua palavra para satisfazer as inclinações da nossa carne e as convicções da nossa mente envolvida nas morbosas trevas de uma existência vivida fora da comunhão com Deus (Rm 3:23; Rm 7:14-24). E nisto não há exceções: “Quem alegar que não tem nenhum pecado, faz a Deus mentiroso” (1Jo 1:8,10). O apóstolo Paulo, que sem dúvida era melhor cristão do que nós, humildemente reconheceu em si mesmo esta natureza pecaminosa, e nos deu testemunho disso com estas palavras:

“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o mal que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Pois no que se refere ao homem interior, tenho prazer na lei (na vontade ou querer) de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei (ou vontade, ou querer, ou força) que, guerreando contra a lei (ou vontade, ou querer) da minha mente, me faz prisioneiro da lei (ou vontade, ou querer, ou força) do pecado que está nos meus membros” (Rm 7:18-23).

Como vemos, o apóstolo Paulo compreendia muito bem sua pessoal inutilidade, causada pela natureza pecaminosa que carregava em seus membros corporais. Ele, porém, à diferença de Caim, depois da sua conversão a Cristo não se apresentou a Deus com o mérito dos seus próprios recursos mentais, físicos, nem com qualquer outra espécie de valores materiais; tampouco distorceu a sagrada palavra do Evangelho para acomodá-la aos seus próprios interesses religiosos ou financeiros (2Co 2:17; 2Co 3:4-6; Fp 3:7-8). Ele cingiu-se à verdade de Jesus, entregando-se de corpo e alma à pregação da palavra vivificante que constitui o miolo da mensagem da Nova Aliança feita por Deus com base no excludente mérito do sangue de Cristo Jesus (2Co 12:15; 1Co 9:18-23; Rm 15:17-20).

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Neste mesmo discernimento de que nós somos, por natureza, apenas mortais pecadores, o apóstolo compreendeu também que “a inclinação da carne é inimizade contra Deus (e, portanto, contra suas verdades), pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo

pode estar... porque milita contra o Espírito” (Rm 8:7; Gl 5:17). Eis aí o motivo pelo qual ele nos escreveu sua gloriosa conclusão de que “se

pelo Espírito (não pela letra da Lei do Antigo Testamento)

mortificarmos os feitos do corpo, certamente viveremos; pois todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus (não pela letra da Lei do Antigo Testamento) são filhos de Deus” (Rm 8:13-14).

Essa inimizade da carne contra Deus a faz militar ou batalhar contra o Espírito, no seu afã de viver os prazeres e deleites que lhe são próprios por natureza... a natureza caída desde Adão que de forma alguma acha qualquer deleite nas coisas do espírito. Esta revelação divina nos explica bem a causa de todas essas deturpações evangélicas que superabundam hoje. Contra os efeitos desta inimizade que está em todos nós desde a gestação, Paulo nos indica a sujeição à guia do Espírito Santo, único capaz de mortificar os feitos do nosso corpo e nos transmitir a Vida Eterna.

E Paulo praticava o que pregava: Andou submissamente guiado. Foi sob essa guia do Espírito Santo que, apesar das terríveis perseguições dos legalistas, passou sua vida inteira pregando o Evangelho da Nova Aliança da Graça, apresentando esta aos gentios como uma obra inteiramente nova e completamente diferente daquela dada no Monte Sinai, sob a qual o povo judeu deveria viver até à vinda de Jesus, o Messias Nazareno que traria o estabelecimento de um outro e NOVO Pacto com Deus (Gl 3:16-19). Os pregadores de hoje, que se autodenominam apostólicos porque supostamente seguem a doutrina dos apóstolos de Jesus, deveriam considerar mais seriamente a atitude e os ensinos de Paulo (como também os de Pedro, João e do autor da profunda Carta aos Hebreus) antes de caírem tão entusiasmadamente na atual onda legalista que está invadindo sorrateiramente nossas igrejas cristãs, disfarçada de alimento sólido para as ovelhas, como se o suficiente pão da vida não fosse o próprio Cristo, segundo ele mesmo ensina em Jo 6:48-51; onda legalista disfarçada de doutrina profunda, sendo que, na realidade, não passa de engano diabólico com o propósito de barrar os efeitos eternos da Graça. Engano esse facilitado, quase sempre,

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pela generalizada ignorância das multidões sobre o significado de muitos termos e expressões bíblicas de fundamental importância para a compreensão de toda a santa mensagem de Deus contida nas Sagradas Escrituras, no espaço e no tempo aplicável.

Hoje, em decorrência desse legalismo tão generalizado, milhões de cristãos estão sendo arrastados a procurar as bênçãos da vida espiritual e material através de merecimentos pessoais e esforços próprios, supostamente derivados do fiel cumprimento das leis do Antigo Testamento da Bíblia, das quais (leis) a que mais propa-ganda recebe é aquela do Dízimo, essa mesma à que se refere aquele famoso trecho de Ml 3:8-11, quiçá pelo alto retorno financeiro que produz nas igrejas onde é cobrada essa taxa. Como veremos, tal pregação legalista não pode proceder de Deus, porque, se procedesse, Deus estaria caindo em contradição,

ao prometer em Cristo Jesus uma Graça geral e suficiente (Rm 8:32) que, na realidade, não o seria se os seguidores deste se vissem obrigados a obter bênçãos, paz ou justificação perante Deus mediante o fiel cumprimento de uma Lei que Ele mesmo declara cumprida e plenamente satisfeita em Cristo, mediante o sacrifício redentor no Calvário (Rm 7:4; Rm 8:3-4; Rm 10:4); se assim fosse, “segue-se que Cristo morreu em vão”, grita o apóstolo Paulo em Gl 2:21. Deus não pode entrar em contradição, porque na contradição há mentira. Muito pelo contrário, o ensino do Senhor Jesus e dos

seus apóstolos nos faz ver, em sadia concordância com todo o resto da Bíblia, que a paz com Deus e as bênçãos que precisamos

na nossa vida material aqui na Terra, tem uma única e insubstituível fonte ou fundamento: A obra propiciatória, reden-tora e salvadora de Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus”, que veio para se tornar o grandioso vencedor da Morte, com o objetivo de ser o ministro suficiente, completo e perfeito de todas essas bênçãos espirituais e materiais que todos precisamos; todas elas de graça, porque, na cruz, ele as pagou com sua própria preciosa vida por toda a eternidade (Rm 8:32; Hb 5:7-9; 7:25-27; 9:11-15; 9:22-28; 10:1-20; 1Co 3:11).

Qualquer tipo de pregação, pois, que apresente ao Corpo de Cristo outro preço ou fonte de tais bênçãos, “mesmo se quem a apresentar for um anjo do Céu”, é mentirosa, abominável aos olhos do Pai, e, como disse o apóstolo Paulo, deveria ser anatematizada, isto é, amaldiçoada e banida da Igreja, conforme instrui a palavra do Senhor (Gl 1:6-9; 2Jo 1:8-11), para cortar o mal

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diabólico fruto será apenas a decepção, e, quase sempre, o abandono definitivo da fé em Deus.

Desafortunadamente, porém, pregações apresentando outros pre-ços e outras fontes dessas bênçãos espirituais e materiais invadi-ram os púlpitos das nossas igrejas cristãs, oferecendo esses favores de Deus em troca de custos, pagamentos e sacrifícios diferentes dos estabelecidos pelo Pai eterno hoje, no Novo Pacto da Graça em Cristo Jesus. Usando mal as palavras da Bíblia, pregadores sem capacitação espiritual divina estão disseminando suas interpretações pessoais erradas, deturpando a sagrada palavra escrita para atender a conveniências e necessidades próprias ou institucio-nais, pouco lhes importando estarem assim contrariando a sobe-rana vontade de Deus e o claro ensino do Evangelho, segundo o qual as bênçãos do Alto e a paz e a reconciliação nossa com o Pai eterno estão em Jesus Cristo, e não na letra ou obras da Lei do Antigo Testamento, que jamais foi dada por Deus para dar a ninguém vida eterna, nem para nos outorgar as vivificadoras bênçãos que procedem só do ministério do Messias; pois é evidente que, se existisse nesses escritos do Antigo Testamento pelo menos uma única instrução ou lei com capacidade para dar vida eterna, não teria sido necessária a encarnação, sofrimento e morte vicária de Jesus de Nazaré, o Verbo de Deus, porque, nesse caso, a nossa obediência a essa tal instrução ou lei seria o suficiente instrumento ou meio da nossa salvação, conforme no-lo ensina o Evangelho em Gl 3:21.

Aliás, qualquer objeto, pessoa ou palavra que pudesse transmitir

aos seres humanos as bênçãos messiânicas ou a vida eterna naqueles tempos do Antigo Testamento, tornaria desnecessária a vinda do Salvador prometido desde Gn 3:15, quem quer que fosse.

Necessitávamos desse Salvador pelo simples motivo de que nada nem ninguém podia nos arrancar das garras da Morte, para depois nos transmitir essa vida eterna ou as bênçãos espirituais e materiais prometidas para os tempos do ministério do Messias como herança gratuita em textos como o de Is 52:3, que nos anuncia:

“Por nada fostes vendidos, sem dinheiro sereis resgatados”.

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Nenhuma pessoa, ato, ritual, costume, palavra, frase, trecho ou livro do Antigo Testamento teve jamais o ministério de dar tal vida

eterna à humanidade, nem de salvar esta dos seus flagelos

decorrentes da morte em que caiu depois do pecado de Adão, nem de lhe transmitir essa herança das bênçãos que Deus prometeu somente no Messias... e a prometeu para ser grátis, diferente das promessas da Lei, que tinham todas um custo ou uma obrigação envolvida. Tal ministério da concessão sem preços da vida eterna e daquelas bênçãos estava reservado por Deus apenas para seu Filho Jesus Cristo, “segundo o seu beneplácito que se propusera de fazer convergir nele na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef 1:9-10).

Mas aos deturpadores parece não lhes importar muito esta gloriosa realidade, e, descaradamente, impõem sobre os ombros do povo cargas e condições que, cada vez mais pesadas e insuportáveis, lhe impedem o pleno desfrute das genuínas bênçãos da Graça prometidas na mensagem do Evangelho aos autênticos seguido-res de Jesus. E achando que isto é “a verdade”, as ovelhas acabaram se acostumando a viver alheadas do significado da Graça em Cristo, e por isso, por exemplo, quando adoecem correm para os hospitais a procurar a mão de homens que nada tem a ver com Deus, esquecidos da palavra de Mc 16:17-18, ou tal vez convictos de que já “não vale mais para estes tempos”, como temos ouvido por aí, nas pregações de pastores de carteirinha que jamais conheceram o vivo e sempre atual poder curador de Deus.

Neste assustador contexto de venenosas deturpações bíblicas, introduzidas a maioria das vezes pela insaciável avareza de muitos inescrupulosos pregadores, torna-se muito mais prejudicial a igno-rância do significado verdadeiro de muitos termos e expressões usadas nos textos do Novo Testamento com o claro propósito de

ressaltar o pleno e suficiente valor salvador e abençoador da Graça

em contrastante comparação com todo e qualquer ministério do Antigo Testamento. Esta ignorância é um dos fatores que convertem as pessoas em presa fácil dos falsos ministros do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, tal e como nos foi ele legado pelos seus apóstolos. Este é o lamentável caso, por exemplo, da expressão “A Lei e os Profetas”, cuja errada compreensão pode deturpar

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completamente o conteúdo da mensagem de Jesus e seus apóstolos em algumas passagens de fundamental valor para uma vida cotidiana de verdadeira vitória contra as forças malignas que sem cessar batalham às escondidas contra a nossa salvação.

Por causa da vital importância dessa compreensão sobre o que é viver sob a “Aliança da Graça”, e para cumprir estrita e claramente os propósitos deste livro, passaremos a esclarecer o significado realmente bíblico de tal expressão.

1o. - Da expressão “A Lei e os Profetas” a)- O testemunho do dicionário bíblico:

O universalmente respeitado “Novo Dicionário da Bíblia” de J. D. Douglas, no final do literal b-1, da parte “(A Lei) NO NOVO TESTAMENTO”, pág. 918, reimpressão 1998 de “EDIÇÕES VIDA NOVA”, define que “a expressão ‘A Lei e os Profetas’ é uma designação conveniente do Antigo Testamento em sua totali-dade”.

b)- O testemunho das Notas da “Bíblia de Estudo de Genebra”:

Na “Bíblia de Estudo de Genebra” da Sociedade Bíblica do Brasil, cujas Notas e Comentários de Rodapé datam do século XVI, quer dizer, dos tempos em que a Reforma estava ainda em todo seu fulgor espiritual, essa expressão “A Lei e os Profetas” usada por Jesus em Lc 16:16 e Mt 22:40 é explicada como sendo “uma forma de Jesus

referir-se a todo o Antigo Testamento”.

c)- O testemunho das Assembleias de Deus:

Na Introdução da “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, página 9, ensina-se que “a primeira Bíblia hebraica foi a ‘Lei’- os cinco livros de Moisés, ou o Pentateuco.

Mais tarde foi aumentada, e era já a ‘Lei e os Profetas” (Não

esqueça o leitor que o aumento sobre a “primeira Bíblia hebraica” de que aqui se fala, consistiu no conjunto de livros que, começando com ‘Josué’, termina no ‘Livro de Malaquias’. Quer dizer que, segundo este ensino, o que os judeus chamavam “a Lei e os Profetas” é a mesma coleção de livros à que nós os cristãos denominamos Antigo

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Testamento, ou seja, de Gênesis a Malaquias nas nossas atuais Bíblias. Não tem, pois, desculpa: Ensino, pelo menos no papel, eles tem...)

Aceitando então como correta e apropriada esta definição de fonte tão idônea, aproveitamos o impacto destes três testemunhos para dar um ressalte, lembrando que esta expressão era de uso

comum e corrente entre os cidadãos do povo judeu nos tempos em que Jesus andou na Terra, e se referia, conforme aqui foi definido, à parte das nossas Bíblias que vai de Gênesis ao livro de Malaquias, até porque o nosso Novo Testamento, que é exclusi-vamente cristão, ainda não tinha sido escrito. Assim, quando algum cidadão judeu usava esta expressão, “A Lei e os Profetas”, aludia ao conjunto de livros que nós agora denominamos Antigo Testamento, e foi somente neste exclusivo sentido que também o nosso Senhor Jesus Cristo e os seus apóstolos a usaram, por serem igualmente cidadãos judeus. Qualquer estudioso sério da Bíblia sabe desta verdade elementar. Só não o sabem, ou fingem não sabê-lo, os enfatuados metidos a mestres que, enganados pelo mesmo espírito do erro, arrastam o povo pelo estéril caminho de Caim, ensinando-o a procurar as bênçãos e a imortalidade através de meios e doutrinas legalistas, diferentes do autêntico Caminho da Graça que Deus Pai estabeleceu exclusivamente através de Cristo Jesus (Rm 10:2-4).

2º- Exemplos do uso da expressão “a Lei e os Profetas” como sinônimo de “o Antigo Testamento”:

Vista deste modo, a expressão “A Lei e os Profetas” passa a ser entendida como um simples sinônimo do nosso título “Antigo Testamento”, e sobre esta insuspeita conclusão damos a seguir alguns exemplos, hermeneuticamente incontestáveis, do seu uso no Novo Testamento com esta exclusiva significação:

a)- Em Lc 16:16, Jesus de Nazaré, nascido em Belém da Judéia, ensinou de forma aberta e enfática que aquilo ao qual ele denominava “a Lei e os Profetas” durou ou vigorou até João (Batista). Conformando-nos às demonstrações dadas acima, a fiel realidade é que aqui ele está nos dizendo que todos os livros da parte das nossas bíblias que vai de Gênesis a Malaquias, deixa-ram de vigorar como norma básica de vida diante de Deus, para

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dar lugar à introdução de uma nova forma de relacionamento entre os homens e seu Criador. Note que essa coleção de livros é justamente a que nós chamamos de “Antigo Testamento”. Assim sendo, não se trata aqui da caducidade apenas da Lei “Cerimonial” ou da Lei “Moral”, como alguns gostam de dividir o todo que ela é, mas de tudo quanto foi vivido, instruído e ordenado desde a

primeira palavra do livro de Gênesis até ao ponto final do livro de Malaquias, para dar lugar a algo inteiramente novo: O Evangelho do Reino de Deus, através do qual nos tornamos FILHOS do Altíssimo, coparticipantes de Sua eternidade, vivos para sempre.

Esta filiação divina é a mais elevada glória que o ser humano pode esperar de parte do Pai eterno, e é algo que a Lei, chame-se ela “Cerimonial” ou “Moral”, jamais outorgou a ninguém (Gl 3:21; Hb 7:18-19), nem poderá já outorgar nunca, porque, segundo a palavra incontestável do Senhor Jesus Cristo, ela nem sequer vigora mais depois que João Batista exerceu seu ministério lá pelas bandas do rio Jordão. E não adianta alguém querer ainda alegar que aqui Jesus não se referia ao Antigo Testamento: Até o tempo em que ele fez esta tremenda afirmação, esses livros que formam o conjunto de Gênesis até Malaquias, eram as únicas escrituras sagradas que Deus tinha dado ao povo judeu, e este as denominava “a Lei e os Profetas”, expressão esta que, como ficou já provado, é apenas um sinônimo para o que nós cristãos chamamos de “Antigo Testamento”. Não existia o Novo Testamento. É, pois, torpeza maliciosa, teimosia ou ignorância argumentar que Jesus aludia aqui a outros tipos de lei ou a outros profetas.

b)- Em Mt 11:13, o próprio Jesus, judeu fiel, afirma que “todos os profetas e a Lei profetizaram até João Batista”. Aqui, além do claro uso sinonímico com a expressão “Antigo Testamento”, por ser inegável que se referia ao conjunto de livros sagrados que vai de Gênesis até Malaquias, ainda temos o notável acréscimo da palavra “todos”, que, sem deixar lugar a quaisquer dúvidas sobre a inexistência de exceções, inclui o livro do profeta Malaquias. Ou seja, todas as instruções e exigências da palavra profética escrita nesse conjunto de livros sagrados tiveram vigor somente até o tempo do ministério de João Batista. Jesus, repetimos, não fez aqui nenhuma exceção, nem dividiu a Lei em “cerimonial” ou “moral” como prefeririam os espertalhões que querem forçar Ml 3:10 para dentro do Evangelho cristão, escondendo dos seus ouvintes o notório

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fato de que a Lei do Dizimo jamais fez parte dos 10 Mandamentos, que é o que eles chamam de eterna “Lei moral”.

c)- Em Mt 22:35-40, Jesus, judeu, usa de novo a expressão “a Lei e os Profetas” referindo-se a toda a sagrada escritura judaica. Ora, se nessa época não existia ainda o Novo Testamento, nem os judeus tinham outras “leis e profetas” diferentes disso que nós hoje deno-minamos “Antigo Testamento”, é obrigatório admitirmos que aqui ele aludia a essa parte antiga das nossas bíblias atuais, em virtude dos três testemunhos lidos acima. Qualquer outra conclusão seria erro ingênuo ou descarada desonestidade.

d)- Em At 13:15, Lucas, autor judeu, utilizou a expressão “Lei e Profetas” numa clara e inegável referência a toda a sagrada escritura judaica do seu tempo, isto é, ao Antigo Testamento. No evento ali citado, seguindo o costume judaico, não foram lidos naquela única reunião desse Sábado todos os livros de Moisés, nem todos os Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Jó, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Da-niel, Malaquias, etc. Foi lido apenas um trecho de algum deles. Mesmo assim, Lucas registrou a leitura como “da Lei e Profe-tas”, provando, mais uma vez, que o uso de tal expressão era um costume geral e bem enraizado entre os judeus da sua época, para aludir a toda a sagrada escritura deles, quer dizer, toda a coleção de livros que abrange desde Gênesis até Malaquias. e)- Em Rm 3:21, o apóstolo Paulo, que também era judeu, usa essa mesma expressão, em inequívoca referência ao testemunho de todos os livros desde Gênesis até Malaquias sobre aquela que, para seus sagrados escritores de então, era ainda a futura vinda do Messias Salvador. Relembremos que o Novo Testamento ainda não existia, e que, aliás, o próprio Paulo foi o autor que mais contribuiu com seus inspirados escritos para sua posterior formação. Fica, pois, mais outra vez, demonstrado o uso judaico da expressão “a Lei e os Profetas” para significar “Antigo Testamento”.

Não há, definitivamente, como negá-lo:

“A Lei e os Profetas” é um denominativo dado pelo povo judeu à coleção de livros sagrados usados por eles, formada pela parte das nossas Bíblias que compreende desde Gênesis até Malaquias.

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Por isso, dizer “A Lei e os Profetas” é a mesma coisa que dizer “o Antigo Testamento”. São expressões sinônimas.

Então, ao lermos o já citado texto de Lc 16: 16 onde Jesus disse que “a Lei e os Profetas vigoraram até João”, podemos entender, sem medo de faltar com a verdade de Deus, que “nosso Antigo Testamento, desde a primeira palavra de Gênesis até ao ponto final de Malaquias, durou até João”.

3o. – Por que o Antigo Testamento deveria vigorar apenas até João Batista?

Por causa do Novo Pacto de Salvação pela Graça que o próprio soberano Deus havia prometido introduzir, desde os tempos do Antigo Testamento através dos seus santos profetas, tal e como ficou registrado em Jr 31:32, assim:

“Eis que vem dias, diz o Senhor,

e firmarei Nova Aliança com a casa de Israel

e com a casa de Judá (a tribo de Davi e de Jesus). Não conforme a aliança que fiz com seus pais

no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito, porquanto eles anularam a minha aliança,

não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor”.

Eis aí o grande motivo: Deus tinha um Novo para introduzir, e não se introduz outro Pacto enquanto o antigo Pacto ainda vigora.

Deus tinha prometido firmar esta NOVA Aliança, e sua palavra não pode falhar: Em algum momento na história da humanidade deveria chegar o cumprimento desta fiel promessa do Senhor. E, quando quer que chegasse esse momento, haveria oposição dos que não compreenderiam a mudança a ser realizada por Deus através de seu Servo humano Jesus, de acordo com o que também profetizara Isaías desde o versículo 1 do capitulo 52 até ao versículo 8 do capítulo 54 do seu livro. Segundo esta profecia, seu Servo o Messias (em grego, Cristo), seria oprimido, humilhado e sacrificado pelos detentores do poder decisório da nação dos seus irmãos judeus, os quais, não vendo nele especiais aparência ou formosura da qual se agradassem, o desprezariam, o rejeitariam, e, não fazendo caso dele

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(do seu próprio tão esperado Messias), lhe designariam a morte com os perversos. Morte essa da qual continuam participando todos quantos de uma ou outra maneira se opõem à plena vivência do Pacto da Graça entre os convertidos a Cristo, por não terem visto ainda toda a majestade e esplendor da sua aparência e formosura ESPIRITUAL.

Deus tinha prometido uma NOVA Aliança, e, em algum momento da nossa história humana deveria acontecer que, “por um lado, se

revoga a anterior ordenança, por causa da sua fraqueza e inutilidade

(pois a Lei nunca aperfeiçoou cousa alguma) e, por outro lado, se

introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus”.

Sendo que, “quando se diz Nova (Aliança), torna antiquada a

primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido, está prestes a desaparecer” (Hb 7:18-19 e 8:13). Esse momento da nossa histó-ria foi marcado pela confluência espaço-temporal de duas pessoas: João Batista (o último profeta do Antigo Testamento, encarregado de apresentar ao mundo o Messias quando chegasse o momento) e Jesus de Nazaré (o Servo-Messias que implantaria, sobre o exclusivo mérito da sua própria vida derramada na cruz como Cordeiro de Deus superior aos cordeiros usados nos sacrifícios do Antigo, este Novo Pacto da Graça em que a vida eterna nos é dada gratuitamente, junto com todo o pacote de bênçãos materiais que fazem também parte dessa herança gratuita outorgada em Cristo).

O próprio Senhor Jesus, ai mesmo em Lc 16:16, ensina que, passa-do o vigor da “Lei e Profetas” no tempo dessa histórica confluência, ocorreria o estabelecimento de um novo regime de relacionamento entre Deus e os homens: O do Evangelho!

Qual Evangelho?

Ora, o Evangelho do Reino de Deus, que nos traria a vida eterna

que a Lei não dava, e que fora anunciado desde o princípio, já desde

aquele remoto tempo em que Satanás tirou das mãos de Adão o domínio que o Criador lhe dera sobre toda a Terra, conforme fiel registro bíblico sagradamente inspirado em Gn 1:28 e 3:15. Durante

o tempo descrito em todo o Antigo Testamento da Bíblia, todos os servos do Altíssimo Deus esperaram se alegrar com a Boa Notícia (Evangelho) da chegada do “descendente da mulher” que cumpri-ria esta promessa. De Gênesis a Malaquias, todo ser humano fiel ao

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Deus de Adão, Noé, Abraão, Isaque e Jacó fundamentou sua fidelidade na esperança de ver cumprida essa profecia sobre a vinda do Messias. Este era o Evangelho que todos eles esperaram, e que somente o servo e profeta João Batista teve o privilégio de introduzir, apresentando ao povo “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1:29-33).

Quer dizer, o Evangelho de eterna Salvação espiritual, mental e física (material), derivada única e exclusivamente do ministério da Graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o vitoriosamente ressuscitado Filho de Deus, o Messias... e jamais da “Lei e Profetas”!

Até à chegada do Messias Jesus de Nazaré à Terra, quem reinava aqui desde a Queda de Adão era Satanás, de acordo com o ensino divino em 1Jo 5:19, onde, excetuando os resgatados por Cristo, diz: “O mundo inteiro jaz no Maligno”. Esta foi uma realidade reconhecida pelo próprio Senhor Jesus no episódio da tentação no deserto: Lá, quando o Diabo lhe ofereceu todos os reinos do mundo, dizendo-lhe que toda a autoridade e glória desses reinos lhe foram entregues, e, por isso, ele podia dá-las a quem ele quisesse, Jesus não lhe retrucou alegando que tal afirmação fosse

mentirosa! Simplesmente se negou a adorá-lo, afirmando-lhe que a adoração e o serviço somente devem ser dados a Deus. Não caiu,

como caem hoje os ambiciosos cobradores do Dízimo, na tentação de se dedicar a acumular bens deste mundo; pelo contrário, ensinou enfaticamente contra tal acúmulo em sua gloriosa palavra de Mt 6:19-34, que esses mercenários parecem não ter lido nunca.

E foi esse o reinado que Jesus arrancou das mãos de Satanás quando, morrendo injustamente na cruz, voltou ressuscitado do abismo, vencedor sobre todos os poderes do Império das Trevas. Tendo participado da mesma fraca condição de carne e sangue que tinha a humanidade quando o Diabo a derrotou no Jardim do Éden fazendo cair Adão e Eva, nessa mesma carne e sangue fracos derrotou a “Serpente antiga” e a Morte, para livrar a todos nós, que desde aqueles nossos primeiros pais já nascíamos escravizados a tal maldição (Hb 2:14-15), sem que o Pacto da Lei ou qualquer outra coisa pudesse nos libertar.

É por causa desta obra gloriosa, realizada somente por ele e mais ninguém, que a Sagrada Palavra é enfática em nos declarar que é

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única e exclusivamente através dele que recebemos a Graça de Deus, a Verdade e a Salvação plena, para que não nos deixemos

confundir pelos que, por torpe ganância, misturam as coisas diante do povo ingênuo, ensinando-o a depender de outros meios ou leis ou preços para receber as bênçãos. O que está escrito, é:

“A Lei foi dada por intermédio de Moisés; a Graça e a Verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17);

“Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6);

“Este Jesus é a pedra viva (da Obra viva de Deus) rejeitada por vós, os construtores (os líderes religiosos), a qual se tornou pedra angular (do “edifício” vivo, que é a Igreja ou Corpo de Cristo). E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe outro nome dado aos

homens, para que alcancem a salvação (isto cai justamente sobre os que querem se salvar ou sair de situações financeiras miseráveis em nome de Moisés, ou em nome de Jeová, ou seja lá no ‘outro’ nome que for. “Então nenhum outro” significa apenas isso: EM NENHUM OUTRO! Se não querem crer nisto, então arranquem este trecho do Evangelho!)” (At 4:11-12);

“Aquele que não poupou nem Seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou (ao castigo e morte que merecíamos pelos nossos pecados), porventura, não nos dará gratui-tamente com ele todas as coisas?” (Rm 8:32);

“O Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua Graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência, desvendando-nos o mistério da Sua vontade, segundo o beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, quando chegasse a plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:6-10).

Chega, pois, de Caminhos de confusão ao estilo dos ilusórios merecimentos pessoais de Caim, ou de capacidades salvadoras e

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abençoadoras estranhas às que Deus estabeleceu única e exclusi-vamente em Jesus!

Chega de deturpações!

Chega de pregações contrárias à inteira Graça salvadora da obra já realizada pelo nosso Senhor Jesus Cristo.

Chega de querer anular a Graça de Deus, e ainda acusar de hereges aos que a pregamos.

Chega de querer abafar o “Consumado está!” gritado pelo Cordeiro de Deus na cruz.

Quando ele disse: “A Lei e os Profetas (isto é, o Antigo Testamen-to) vigoraram até João Batista” (Lc 16:16), ficou inegavelmente claro que, incluídas as nossas naturais necessidades cotidianas, estava sendo introduzido um novo regime de relacionamento entre os homens e Deus, no qual “todas as coisas” que você precisa, tanto as bênçãos do Céu como as da Terra, comida, vestido, casa, trabalho e saúde, Deus Pai as reuniu em Cristo Jesus, para que este as dê, de graça, a todos quantos, confiando nele, tornam-se fiéis seguidores seus (Mt 6:31-33; Rm 8:32).

O quê significa “de graça”? Significa: GRATUITAMENTE!

Não existe Graça onde existe um preço ou uma obrigação a ser cumprida para poder receber a bênção!

O pecador é salvo de Graça e, já convertido à Cristo, também de Graça é abençoado, tanto com as bênçãos do Céu, “como com as da

Terra”!

“De Graça... OU SEJA, SEM ESSE HERÉTICO CONDICIO-NAMENTO À PRÉVIA OBEDIÊNCIA DE MANDAMENTOS E ESTATUTOS DO ANTIGO TESTAMENTO, SEM TRIBU-TOS, SEM TAXAS, SEM COBRANÇAS DE DINHEIRO, SEM DÍZIMOS, SEM PENITÊNCIAS E SEM SACRIFÍCIOS EM

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TROCA DA BÊNÇÃO A SER RECEBIDA, tal e como estava profetizado em Is 52:3 e 55:1-3, e em Jr 31:31-34.

Era a este mesmo regime da Graça que Jesus se referia em Lc 16:16, quando declarou aos legalistas fariseus que, chegado o momento em que a ‘Lei e os Profetas’ deixavam de vigorar, “des-de esse tempo vem sendo anunciado o Evangelho do Reino “des-de Deus”.

Isso significa que, à Antiga Aliança da Lei dada no Monte Sinai, seguia-se agora outra, nova e diferente: A DA GRAÇA SALVADO-RA E ABENÇOADOSALVADO-RA EM CRISTO!

E, como acontece sempre em toda mudança de uma aliança para outra que é chamada de “nova” e “diferente”, a que entrava em vigor, nem era igual à que caducava, nem constituía um remendo nela. Se fosse igual ou constituísse um remendo da anterior, não poderia ser chamada de “nova”, nem de “diferente”.

Na sequencia histórica, o que aconteceu foi a implantação de uma nova e diferente aliança, que nada mais tinha a ver com a anterior quanto a normatizar ou regrar a forma de viver e de se relacionar o homem com Deus.

Foi algo realmente novo. Realmente diferente. Algo realmente original.

No Pacto da Graça em Cristo Jesus, o “novo” e “diferente” ofere-cido mediante a obra redentora da cruz era, essencialmente, algo que toda a “Lei e Profetas” (Antigo Testamento) podia apenas

anunciar, mas jamais conceder:

A fonte da vida eterna: O Espírito de Jesus em nós! Desde Gênesis até Malaquias, nenhum gesto humano ali registrado, nenhum servo de Deus ali mencionado, nenhuma lei ali escrita, recebeu do Altíssimo e Soberano Deus o poder ou

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autoridade de nos conceder essa vida eterna que é o Espírito de

Jesus dentro de nós.

Somente à Aliança da Graça em Cristo foi dado tal glorioso poder (Jo 5:21-24).

A concessão da vida eterna aos homens desfaria radicalmente os mortais efeitos da obra maligna efetuada por Satanás sobre Adão e Eva, lá no Jardim do Éden. E nos planos de Deus, isto estava reservado somente para a Aliança ou Pacto da Graça, na qual a fonte de todas as bênçãos espirituais e materiais é Cristo! (Rm 8:32).

Isto é, estava reservado para outra Dispensação. Explicamos: Cada nova aliança que Deus introduziu na história da humani-dade, constituiu-se sempre numa nova e diferente “dispensa-ção”, um termo bastante apropriado que alguns teólogos gostam de empregar nos seus discursos.

Utilizando-o nós também neste contexto, perguntamos: Qual é o significado real desse termo “dispensação”?

A autorizada “Bíblia Explicada”, da Casa Publicadora das Assembleias de Deus nos responde muito bem esta pergunta da seguinte maneira:

“...Dispensação. Isto é, os métodos pelos quais Deus agiu para com os homens em diferentes épocas e sob diferentes circunstâncias...Uma dispensação (Ef 1:10) é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina. Sete de tais dispensações podem ser discernidas. A primeira foi a da Inocência: o homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples, e advertido das con-sequências da desobediência (Deus fez prova do homem). A mulher caiu pelo orgulho; o homem, deliberadamente (1Tm 2:14). Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensação da Inocência terminou com o julgamento e expulsão (Gn 3:24). As outras dispensações são: Da Consciência (Gn 3:23); do Governo humano (Gn 8:20); da Promessa (Gn 12:1); da Lei

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(Ex 19:9); da Graça (Jo 1:17); do Reino (Ef 1:10)” – (Páginas 18 e 19,

explicando Gênesis);

“...sobre o verdadeiro lugar do Velho Testamento: Convém agora apreciar devidamente os dois Testamentos. Precisamos estudar o Antigo para ver o que Deus fez, e o que Ele é. Nessa parte das Escrituras acharemos um protesto solene contra a idolatria e uma prova de que ninguém pode ser

justificado pelas obras da Lei; e, além disso, uma

manifestação gradual da vontade divina e do plano da redenção. Por todas estas razões devemos estimar o Antigo Testamento, mas devemos também lembrar de que

inspira-dos escritores, comparando-o com o Novo, falam dele em termos de importância transitória. A Antiga Dispensação, à parte do seu cumprimento na Nova, é “obscuridade”, “carne”, “letra”, “escuridão”, “os rudimentos do mundo” (Gl 4:3), ao passo que no Evangelho há “luz”, “espírito”, “liberdade” e “um reino celestial” – (Páginas 9 e 10, na

Introdução).

Compreendida e aceita a excelente explicação acima dada, vemos, pois, claramente, que os conteúdos e condições de cada uma dessas duas dispensações ou alianças confrontadas no desenvolvimento deste nosso trabalho (Lei e Graça), são diferentes, e, portanto, diferentes deverão ser, também, seus efeitos: Enquanto a Antiga

buscava preservar os judeus em obediência à Deus na vida terrena, que é deste mundo visível, como uma forma de mantê-los preparados para a chegada do Messias, A NOVA OBJETIVA TRANSMITIR, ATRAVÉS DESTE MESSIAS JÁ CHEGADO, A VIDA CELESTIAL, ISTO É, ETERNA, A SEUS SEGUIDORES. É preciso, então, que haja em cada um de nós o conhecimento cabal do conteúdo e condições ou normas desta Dispensação ou Aliança da Graça em que nos correspondeu viver, para não deixar brecha aos falsos mestres, introdutores das confusões e enganos legalistas que hoje cerceiam a fé genuína da cristandade mundial com seus ensinamentos fora do contexto do Plano de Deus para nós. Quem conhecer bem o significado realmente bíblico da

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