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R E L A T Ó R I O D E C A M P A N H A

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Academic year: 2021

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IPIMAR Avenida de Brasília 1449-006 LISBOA – PORTUGAL IST Tel. (+351) 213027000 Fax: (+351) 213015948 E-mail ipimar@ipimar.pt

CARA

CARA

CARA

CARACTERIZAÇÃO

CTERIZAÇÃO

CTERIZAÇÃO

CTERIZAÇÃO QUALITATIVA

QUALITATIVA

QUALITATIVA DA LAGOA DE

QUALITATIVA

DA LAGOA DE

DA LAGOA DE

DA LAGOA DE

ÓBIDOS E SEUS AFLUEN

ÓBIDOS E SEUS AFLUEN

ÓBIDOS E SEUS AFLUEN

ÓBIDOS E SEUS AFLUENTES E

TES E

TES E

TES E DO EMISSÁRIO

DO EMISSÁRIO

DO EMISSÁRIO

DO EMISSÁRIO

SUBMARINO DA FOZ DO

SUBMARINO DA FOZ DO

SUBMARINO DA FOZ DO

SUBMARINO DA FOZ DO ARELHO

ARELHO

ARELHO

ARELHO

Julho de 2008

VERSÃO FINAL

Coordenação: Ramiro Neves, Carlos Vale, Madalena Santos e Patrícia Pereira.

Equipa IPIMAR: Ana Cristina Micaelo, Ana Paula Oliveira, Célia Gonçalves, Joana Raimundo, Marta Martins, Marta Nogueira, Rute Cesário.

Equipa IST: Ana Rosa Trancoso, David Brito, Guillaume Riflet, Joana Beja, Paulo Martinho, Susana Nunes.

Outubro de 2008

R

E L A T Ó R I O

D

E

C

A M P A N H A

(2)

Índice

SUMÁRIO EXECUTIVO ...1

1 ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM ...1

1.1 Pontos e condições de amostragem...1

1.2 Condições ambientais...3

1.3 Execução da amostragem ...3

2 MEDIÇÕES IN SITU E ANÁLISES LABORATORIAIS...4

2.1 Parâmetros físico-químicos ...5

2.2 Nutrientes ...6

2.3 Clorofila-a e Feopigmentos...8

2.4 Carbono e Azoto ...8

2.5 Metais nas Fracções Dissolvida e Particulada...9

2.6 Parâmetros microbiológicos...9

2.7 Caudal...9

3 RESULTADOS...11

I – Afluentes à Lagoa de Óbidos...11

3.1 Caudais...11

3.2 Parâmetros físico-químicos ...12

3.3 Nutrientes e Clorofila-a ...12

3.4 Cargas afluentes à Lagoa de Óbidos...13

3.5 Classificação de acordo com o INAG...14

II - Lagoa de Óbidos ...16

3.6 Escoamento e nível de maré para o dia da campanha ...16

3.7 Salinidade, temperatura, pH, turbidez, SST e oxigénio dissolvido ...18

3.8 Carbono e Azoto na fracção particulada ...19

3.9 Nutrientes, Clorofila-a, feopigmentos ...20

3.10 Metais nas fracções dissolvida e particulada ...20

3.11 Microbiologia ...21

III - Zona do Emissário...24

3.12 Parâmetros físico-químicos ...24

3.13 Nutrientes e Clorofila-a ...27

3.14 Microbiologia ...28

3.15 Escoamento e diluição da pluma...31

3.16 Imagens de satélite ...34

(3)

Ficha de Documentação

Título Title

Caracterização da Lagoa de Óbidos e seus afluentes e do emissário submarino da Foz do Arelho: Relatório de campanha: Julho de 2008.

Characterization of Óbidos lagoon and their river discharges as also Foz do Arelho submarine outfall: Monitoring campaign Report July 2008.

Palavras Chave Keywords

Monitorização, Bactérias coliformes

termotolerantes, qualidade da água. Monitoring, Fecal Coliform, water quality.

Resumo Abstract

Este relatório tem como objectivo caracterizar a Lagoa de Óbidos, seus afluentes e emissário submarino da Foz do Arelho na campanha de Julho de 2008. Nesta campanha, destacam-se, como habitualmente, os valores elevados das formas inorgânicas de azoto e fósforo no rio da Cal. No braço da Barosa detectados níveis de amónia e fosfato mais elevados. Este resultado é explicado pelas fontes de nutrientes externas (Rio da Cal) e internas (regeneração) na lagoa. À semelhança de outras campanhas, o braço da Barrosa e do bom Sucesso, identificam-se como as zonas da lagoa com uma produção primária mais elevada

Na zona costeira os valores de nutrientes e Clorofila-a foram baixos, e não apresentaram uma variação na coluna de água vertical, sendo que as variações foram registadas para a temperatura, saturação de oxigénio dissolvido e parâmetros microbiológicos. Os valores de contaminação microbiológica foram vestigiais e inferiores ao valor máximo recomendável e valor máximo admissível recomendado ao uso de águas balneares, não evidenciando a presença da descarga do emissário.

This report characterizes the Óbidos Lagoon, its tributaries and Foz do Arelho submarine outfall, in the campaigns of July 2008.

In this campaign, as previously observed in other campaigns, the highest inorganic forms of nitrogen and phosphate were observed in Cal river. In the lagoon was observed high levels of ammonium and phosphate in the Barrosa arm. These results could be explained by the various sources of nutrients in the lagoon, such as Cal river

discharge (external source) and nutrients

regeneration (internal source). As well in other campaigns, the primary production is highest in the Barrosa arm and Bom Sucesso arm.

In the coastal area e the values of nutrients and Clorofila-a have been low and doesn’t reveal a vertical variation. The major differences in vertical profiles were seen for temperature, dissolved oxygen and fecal coliformes.

The values of microbiological contamination have been lowest and below the guideline values according to the bathing water directive. Results don’t reveal major impacts ins coastal waters after the presence of the submarine outfall discharge. Entidade responsável pelo projecto

Instituto Superior Técnico - MARETEC

Secção de Ambiente e Energia - Departamento de Engenharia Mecânica Av. Rovisco Pais 1049-001 Lisboa

Tel: +351 21 841 9432 – Fax: +351 21 841 9423 Email: madalena.maretec@ist.utl.pt

Entidade para quem foi produzido o documento Águas do Oeste, SA.

Convento de S. Miguel das Gaeiras, 2510-718 Gaeiras Tel: 262955200 - Fax: 262955201

Email: s.carvalho@aguasdooeste.com

Data de produção Nº de pág. Projecto

Outubro 2008 36 Monitorização da zona de descarga do emissário

submarino da Foz do Arelho e da Lagoa de Óbidos

Revisto por: Grau académico

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Coordenadas militares portuguesas e geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (AO#2-AO#5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#5) e nos principais afluentes. ...2 Tabela 2. Estado do tempo no dia da campanha nos rios, na Lagoa de Óbidos e na zona costeira em 15 e 16 de Julho, respectivamente...3 Tabela 3. Métodos usados pelo laboratório do IST para determinação dos principais nutrientes nas amostras dos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos...8

Tabela 4. Dados de caudal em m3 s-1 nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em

16 de Julho de 2008. ...11 Tabela 5. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 16 de Julho de 2008. ...12 Tabela 6. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 16 de Julho de 2008. ...13 Tabela 8. Cargas (kg/dia) afluentes à Lagoa de Óbidos na campanha de Julho de 2008. ...13 Tabela 9. Classificação da Qualidade da Água do Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso de acordo com a classificação do INAG...15 Tabela 10. Valores de salinidade, temperatura, turbidez, transparência, pH, sólidos suspensos totais e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 16 de Julho de 2008. ...19 Tabela 11. Concentração de carbono e azoto (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008...19

Tabela 12. Concentrações de compostos azotados (mgN L-1

), fosfatados (mgP L-1

), sílica (mgSi L-1

),

Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1) da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 16 de Julho de 2008. ...20

Tabela 13. Concentração de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008. ...21 Tabela 14. Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008. ...21 Tabela 15. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#2 e AO#3 na campanha realizada 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ...22 Tabela 16. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#3a e AO#3b na campanha realizada em 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ...22 Tabela 17. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#4 e AO#5 na campanha realizada em 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ...22 Tabela 18. Valores dos principais parâmetros físico-químicos na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo). ...24 Tabela 19. Valores de fenóis determinados em laboratório na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo)...24

Tabela 20. Concentrações de compostos azotados (mg N L-1), fosfatados (mg P L-1), sílica (mg Si L

-1

), Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1

) da coluna de água...27 Tabela 21. Concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água. ...28 Tabela 22. Valores de contaminação fecal medidos à superfície (s) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE...29 Tabela 23. Valores de contaminação fecal medidos no meio (m) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE...29 Tabela 24. Valores de contaminação fecal medidos no fundo (f) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da

(5)

Índice de Figuras

Figura 1. Localização das estações de amostragem na zona do emissário da Foz do Arelho, Lagoa de

Óbidos e rios afluentes. ... 2

Figura 2. Momento de amostragem no interior da Lagoa de Óbidos. ... 3

Figura 3. Garrafa de Niskin... 4

Figura 4. Condições de amostragem nos Rios Arnóia/Real na campanha de 16 de Julho de 2008... 4

Figura 5. Escala de coloração Forel (esquerda) e disco de Secchi (direita)... 5

Figura 6. Medição do caudal com o ADCP Stream Pro...10

Figura 7. Cargas de fósforo total, azoto total e SST afluentes à Lagoa de Óbidos...14

Figura 7. Evolução dos níveis no dia da saída de campo (15 de Julho de 2008) na estação AO#2 e AO#4. As estações AO#2 e AO#4 distam de cerca de 3 km...16

Figura 8. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima enchente no dia da campanha...17

Figura 9. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima vazante no dia da campanha...17

Figura 10. Campo de velocidade na cabeceira da Lagoa, para a mesma situação de maré apresentada na Figura 8. ...18

Figura 11. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes nos pontos AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98 de 1 de Agosto...23

Figura 12. Perfis verticais de temperatura entre estações: 16 de Julho de 2008. ...25

Figura 13. Perfis verticais de salinidade entre estações: 16 de Julho de 2008. ...25

Figura 14. Perfis verticais de turbidez entre estações: 16 de Julho de 2008. ...26

Figura 15. Perfis verticais de % de saturação de OD entre estações: 16 de Julho de 2008...26

Figura 16. Perfis verticais de pH de saturação de OD entre estações: 16 de Julho de 2008. ...26

Figura 17. Perfis verticais de Clorofila-a entre estações: 16 de Julho de 2008. ...27

Figura 18. Comparação dos valores de Clorofila-a e de nitratos medidos à superfície no ponto EMAO#1 a EMAO#3 segundo o Decreto-Lei nº. 149/2004, de 22 de Junho (o qual altera o Decreto-Lei nº. 152/97, de 19 de Junho)...28

Figura 19. Valores de Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes medidos na coluna de água nos pontos monitorizados na zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho)...30

Figura 20. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes medidos à superfície nos pontos EMAO#1 a EMAO #5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto. ...30

Figura 21. Sequência de imagens da dispersão da pluma à superfície prevista pelo modelo e valores medidos nas estações da zona de descarga para o dia 16 de Julho de 2008...33

Figura 22. Regime de ventos para o dia da campanha...33

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S UMÁRI O E XE C UTIVO

O presente relatório refere-se às campanhas de amostragem realizadas em Julho de 2008, na zona do emissário submarino da Foz do Arelho, Lagoa de Óbidos e rios afluentes. Este relatório foi elaborado no âmbito do protocolo de colaboração entre a empresa Águas do Oeste, S.A. (AdO) e o Instituto Superior Técnico (IST), com a colaboração do IPIMAR, e visa monitorizar a situação ambiental da Lagoa e zona costeira adjacente.

O relatório encontra-se organizado em 4 capítulos:

No Capítulo 1 descreve-se a estratégia de amostragem, destacando os locais de estudo, as condições climatéricas e os parâmetros analisados.

O Capítulo 2 descreve as metodologias de amostragem, referindo os parâmetros determinados através dos métodos laboratoriais e através de sensores.

O Capítulo 3 apresenta e interpreta os resultados das determinações in situ com sensores e das análises laboratoriais, avaliando a qualidade da coluna de água na zona costeira, Lagoa de Óbidos e seus afluentes. Alguns dos dados foram utilizados para simulações com o modelo MOHID na Lagoa e na zona costeira, como complemento à monitorização. São ainda apresentadas as imagens de satélite na zona de estudo para o dia da campanha.

O Capítulo 4 refere as conclusões relevantes.

De um modo geral os resultados obtidos nos rios afluentes à Lagoa de Óbidos, apontam para elevadas concentrações de amónia e fosfato no Rio da Cal. Pelo contrário o Rio Arnóia/Real apresentou valores mais elevados de nitrato e sólidos suspensos totais. Já a vala de drenagem do Bom Sucesso pode ser quase comparada a um estado peristino no que concerne às concentrações de nutrientes azotados e fosfatados. Estes resultados têm sido consistentes em todas as campanhas realizadas até à data.

Em relação à Lagoa de Óbidos verificou-se que apesar das condições fortemente deterioradas do Rio da Cal em termos de contaminação microbiológica (principal afluente do braço da Barrosa), os valores obtidos para os parâmetros microbiológicos foram baixos, quer no Braço da Barrosa quer nas restantes estações.

Os valores de Clorofila-a e feopigmentos, foram mais elevados nas estações do braço da Barrosa, indicando uma zona com sintomas de eutrofização. As concentrações de amónia e fosfato também foram mais elevadas neste local de amostragem, podendo ser justificadas pelas fontes externas de nutrientes (rio da Cal) e internas (regeneração no meio lagunar).

Na zona costeira os valores de nutrientes e Clorofila-a foram baixos no geral, não evidenciado diferenças significativas entre estações. Os resultados da microbiologia mostram concentrações superficiais nulas e valores vestigiais no meio da coluna de água, apontando para que a pluma microbiológica estivesse presa abaixo da termoclina (abaixo dos 10 m). Os perfis verticais de salinidade e temperatura, mostraram que de facto a termoclina se encontrava mais

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ou menos aos 10 m.

Os valores de microbiologia apresentaram concentrações superficiais inferiores aos valores admissíveis e recomendáveis para águas balneares.

Tal como observado em outras campanhas, estes resultados não evidenciam impactes decorrentes da entrada em funcionamento do emissário submarino.

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1 ESTRATÉGIA DE AMOS TR AGE M

1.1 Pontos e condições de amostragem

As recolhas de água no emissário da Foz do Arelho tiveram lugar a 16 de Julho de 2008 e na Lagoa de Óbidos e rios afluentes a 15 de Julho.

O número de locais para cada uma das massas de águas referidas anteriormente, é descrito de seguida:

Emissário: 5 locais e 3 níveis da coluna de água; nas estações EMAO#4 e EMAO#5 apenas se procedeu à análise microbiológica, dado estes parâmetros serem considerados os melhores traçadores da pluma;

Lagoa: 6 locais, com recolhas à superfície e em baixa-mar. Uma das estações fica localizada junto à foz (AO#2), duas no corpo central da Lagoa (AO#3a e AO#3b), uma perto da descarga do Rio Arnóia/Real (AO#3) e duas nos braços da Lagoa: Barrosa (AO#4) e Bom Sucesso (AO#5);

Afluentes: Rio da Cal, confluência do Rio Arnóia/Real, vala de drenagem do Braço do Bom Sucesso. O ponto no Rio da Cal fica a jusante da ETAR das Caldas da Rainha. (NOTA: A vala de drenagem das Ferrarias deixou de ser monitorizada porque a contribuição desta vala para a lagoa era nula, uma vez que a maior parte do ano estava seca ou então a água nela existente encontrava-se estagnada). A Tabela 1 apresenta as coordenadas (militares portuguesas e geográficas) das estações acima referidas e a Figura 1 asua localização. As estações EMAO#2 e EMAO#3 estão localizadas a 1 km a Nordeste (NE) e a Sudoeste (SW), respectivamente do ponto de descarga (EMAO#1) e as estações EMAO#4 e EMAO#5 a 500 m para Sudeste (SE) e Noroeste (NW), respectivamente.

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Tabela 1. Coordenadas militares portuguesas e geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (AO#2-AO#5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#5) e nos principais afluentes.

Militares Portuguesas1 (m) Geográficas2 (º)

Estação x Y Longitude Latitude AO#2 106004 273958 -9.2235 39.4270 AO#3 107437 271309 -9.2065 39.4033 AO#3ª 107460 272519 -9.2064 39.4142 AO#3b 106819 272194 -9.2138 39.4112 AO#4 108336 271078 -9.1973 39.4029 AO#5 106928 270518 -9.2136 39.3977 EMAO#1 104173 276122 -9.2463 39.4478 EMAO#2 105173 277121 -9.2349 39.4569 EMAO#3 103307 275331 -9.2563 39.4406 EMAO#4 104516 275724 -9.2423 39.4443 EMAO#5 103821 276519 -9.2505 39.4514 Rio da Cal 110146 270911 -9.1750 39.4000 Rio Arnóia/Real 107977 269604 -9.200 39.388 Bom Sucesso 105731 269187 -9.226 39.384

Figura 1. Localização das estações de amostragem na zona do emissário da Foz do Arelho, Lagoa de Óbidos e rios afluentes.

1 Datum Hayford-Gauss Lisboa Militar

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1.2 Condições ambientais

As condições atmosféricas e de maré no porto de Peniche no dia das campanhas realizadas em Julho na zona costeira, Lagoa de Óbidos e seus afluentes são apresentadas na Figura 2. O momento de amostragem no interior da Lagoa é indicado na Figura 2 pelos pontos laranja sobre a curva a azul, que representa a evolução do nível do mar perto do ponto de amostragem.

Momento de Amostragem no Interior da Lagoa 15 de Julho de 2008 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 15-Jul-08 0:00 15-Jul-08 4:48 15-Jul-08 9:36 15-Jul-08 14:24 15-Jul-08 19:12 16-Jul-08 0:00 N ív el [ m ]

Figura 2. Momento de amostragem no interior da Lagoa de Óbidos.

Tabela 2. Estado do tempo no dia da campanha nos rios, na Lagoa de Óbidos e na zona costeira em 15 e 16 de Julho, respectivamente. 15/07/2008 16/07/2008 Estado do Tempo 10h 16h 10h 16h Céu Temperatura (ºC) 25 27 24 27 Precipitação (mm/3h) 0 0 0 0 Condições Atmosféricas Nebulosidade (%) 1 1 0 1

Rumo Norte Norte Norte Norte

Vento

Intensidade (m/s) 2 6 1 5

Preia-Mar 13h58m; 2.87 m

Maré

(Porto de Peniche) Baixa-Mar 07h40m; 1.25 m -

Altura (m) 1.6 1.7

Direcção Noroeste Norte

Agitação Marítima

Período (s)

-

8 8

1.3 Execução da amostragem

A campanha de amostragem na Lagoa foi efectuada com recurso a uma embarcação do tipo “semi-rígido” e na zona do emissário com recurso a uma embarcação de recreio. As amostras superficiais foram recolhidas directamente para frascos adequados. Na zona do emissário, as amostras em profundidade foram recolhidas com uma garrafa Niskin (Figura 3).

Na campanha da Lagoa, como habitualmente, foi utilizado o sistema de sensores e de mapeamento da posição mas os resultados não são apresentados porque a bomba deixou de funcionar na altura que se fazia a amostragem inviabilizando os dados obtidos.

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Clorofila-a e turbidez foram realizados in situ, com a sonda multiparamétrica. Perto do ponto de descarga foram medidas as correntes na altura da amostragem. As correntes foram medidas com um ADCP (Acoustic Doppler Current Profilers) modelo RDI-Workhorse Sentinel 600 kz. O ADCP não foi utilizado porque se encontrava em manutenção.

Figura 3. Garrafa de Niskin.

A amostragem nos afluentes à Lagoa de Óbidos, incluiu a medição in situ de parâmetros físico-químicos com a sonda multiparamétrica YSI 6600 EDS.

Foram ainda recolhidas amostras à superfície para analisar no laboratório do IST. Nos Rios Arnóia/Real não foi possível medir o caudal, porque existia um dique no leito dos rios a interceptar o escoamento da água (Figura 4). No Rio da Cal, o caudal foi quantificado com recurso ao ADCP Stream Pro.

Na vala de drenagem do Bom Sucesso o caudal não foi medido porque a coluna de água era inferior a 10 cm.

Figura 4. Condições de amostragem nos Rios Arnóia/Real na campanha de 16 de Julho de 2008.

2 MEDIÇÕES I N S I T U E ANÁLIS E S LABORAT OR IA IS

As metodologias analíticas são descritas nesta secção. Os parâmetros determinados em laboratório são da responsabilidade do IPIMAR, com excepção dos parâmetros

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microbiológicos cuja responsabilidade é do IST.

2.1 Parâmetros físico-químicos

Temperatura, Salinidade, pH e turbidez. A temperatura, pH e turbidez foram medidos in situ. A salinidade para além de ser adquirida com a sonda também foi medida com o salinómetro.

Transparência e coloração. A transparência foi medida através do disco de Secchi e a coloração determinada visualmente através de uma escala de coloração Forel. Ambos os parâmetros foram determinados in situ.

Figura 5. Escala de coloração Forel (esquerda) e disco de Secchi (direita).

Oxigénio dissolvido (OD), carência química de oxigénio (CQO) e carência bioquímica de oxigénio (CBO5). A determinação do oxigénio dissolvido nas amostras de água foi efectuada através do método Winkler modificado por Carrit e Carpenter (1966). In situ fixou-se o oxigénio presente em solução adicionando à amostra cloreto manganoso e iodeto alcalino. Em laboratório, procedeu-se à titulação com tiossulfato de sódio. O método Winkler é aplicado numa gama de 0.06 a 90 ml L-1, nas condições ambiente, com uma precisão de 0.03 ml (Grasshoff et al. 1976). A Carência Química de Oxigénio (CQO) foi determinada pelo método do permanganato (FAO, 1975), no qual os compostos orgânicos presentes na amostra de água são completamente oxidados adicionando permanganato de potássio em meio ácido. A oxidação decorre em banho-maria a ~100ºC, e os resultados são calculados determinando a quantidade de oxidante consumida. Para a determinação da Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO) as amostras foram mantidas durante 5 dias no escuro à temperatura a que foram recolhidas. Após esse período, determinou-se o oxigénio dissolvido pelo método de Winkler. O CBO é calculado pela diferença entre o valor de oxigénio dissolvido do dia 1 e o do dia 5.

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Sólidos em suspensão (SST). Nas amostras colhidas no troço do Rio Alcoa, Rio Areia e zona costeira filtraram-se as amostras de água através de membranas de policarbonato com porosidade de 0.45 µm e os filtros foram secos a 40 ºC até peso constante. A concentração de matéria particulada em suspensão foi calculada como sendo a massa de partículas retidas no filtro por unidade de volume (mg L-1).

Fenóis. Após colheita as amostras de água colhidas nas duas zonas de amostragem foram acidificadas com acido acético a pH~4.0 e guardadas a 4º C, no escuro, até posterior análise. As águas foram filtradas utilizando um sistema de filtração Milipore, através de membranas 3M Empore/discos SDB-XC (47 mm). Estes discos foram condicionados com 10 ml de acetona (Merck suprasolv) sob vácuo e 10 ml de metanol (Fluka p.a.) durante 3 minutos sem vácuo. Sem deixar secar os discos, foram filtrados 10 ml de água Mili-Q e, em seguida, 1 litro da amostra de água sob vácuo à qual se adicionou 2, 4, 6- tribromofenol (padrão interno). Após a filtração da amostra o equipamento permaneceu 10 minutos sob vácuo. A eluição dos compostos do disco foi efectuada através da passagem de 40 ml de diclorometano (Merck suprasolv) sob vácuo. Depois de tratados com sulfato de sódio anidro, os extractos foram concentrados a 0,5 ml, em corrente de azoto. Os compostos de fenóis foram injectados, em modo SIM, num cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrómetro de massa DSQ Thermo (GC-MS), com amostrador autómatico, injecção splitless e coluna capilar J&W, DB5 (30 m). A quantificação dos compostos 2-clorofenol, 2,4-diclorofenol, 3-clorofenol, 2,4,6-triclorofenol, pentaclorofenol e octilfenol, foi efectuada pelo método do padrão interno, através rectas de calibração com soluções padrão. Os limites de detecção foram calculados para cada composto usando o triplo da razão sinal/ruido. As recuperações para os diferentes compostos variaram entre 50 e 108%.

Óleos Minerais (Hidrocarbonetos Totais). Os óleos minerais (hidrocarbonetos totais) nas amostras colhidas na zona do emissário foram isolados da amostra de água por extracção líquido - líquido com 100 mL de diclorometano e quantificados por Espectrofluorimetria de Ultravioleta por interpolação numa curva de calibração.

2.2 Nutrientes

As amostras de água na zona costeira, troço do Rio Alcoa e Rio Areia foram filtradas através de membranas Nuclepore (MSI) com 0.45 µm de porosidade e conservadas no frio. Os nutrientes dissolvidos foram analisados por colorimetria num autoanalisador TRAACS 2000: amónia-NH4+, nitritos-NO2-, nitratos-NO3- com limite de detecção de 0.001 mg L-1, silicatos-Si(OH)4 e fosfatos-PO43- com um limite de detecção de 0.003 mg L-1. A determinação de Azoto e Fósforo Total foi efectuada pelo método de Koroleff (1983) modificado de acordo com ISO 11905-1:1997 (ISO - International Organization for Standardization) e baseia-se na

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digestão oxidativa, em meio alcalino e a elevada temperatura, durante 90 minutos, das formas de azoto e fósforo orgânico presentes na água, utilizando peroxodissulfato. Os compostos de azoto são oxidados em meio alcalino enquanto que os compostos de fósforo são oxidados em meio ácido. Posteriormente procedeu-se à sua análise por titulação colorimétrica no referido autoanalisador.

Nas Termas os nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) foram determinados com um equipamento automático (DPA). O DPA é um analisador químico automático inovador, baseado numa tecnologia analítica recente chamada µLFA (micro Loop Flow Analysis), com um limite de detecção de 2 ppb no caso da amónia e nitrato, 1 ppb no caso do fosfato e 0.6 ppb no caso do nitrito.

Na determinação da amónia, os iões presentes na amostra reagem com o fenol e o hipoclorito em meio alcalino, seguindo a reacção de Berthelot. O citrato de trissódio e o EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) são adicionados à amostra para evitar a precipitação dos hidróxidos alcalinos, enquanto que o nitroprussido age como catalizador. O indofenol azul é medido a 660 nm.

Na determinação do nitrito, os nitritos presentes na amostra reagem com o sulfanilamido e o ácido N-(1-naftil)-etilenodiamino em meio ácido originando sal diazonium, colorido, que é medido a 550 nm.

Na determinação do nitrato, os nitratos presentes na amostra são reduzidos a nitrito numa coluna de cádmio, num meio tampão. Os nitritos formados reagem com o sulfanilamido e o ácido N-(1-naftil)-etilenodiamino em meio ácido originando sal diazonium, colorido, que é medido a 550 nm.

Na determinação do fosfato, os iões ortofosfato presentes na amostra reagem com o molibdato em meio ácido para formar fosfomolibdato e depois com o ácido ascórbico para formar molibedénio azul, cuja intensidade é medida a 880 nm ou 660 nm. O antimónio cataliza a reacção.

Nos afluentes à Lagoa de Óbidos, os nutrientes foram determinados de acordo com os métodos laboratoriais apresentados na Tabela 3.

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Tabela 3. Métodos usados pelo laboratório do IST para determinação dos principais nutrientes nas amostras dos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos.

Parâmetro Método

Fosfato SMEWW 4500 P-E

Fósforo Total SMEWW 4500 P-E

Azoto Amoniacal M.M. 4.1 (COL)

Azoto Kjeldhal SMEWW 4500 Norg-A e B

Nitrato SMEWW 4110 B

Nitrito SMEWW 4500 NO2-A e B

2.3 Clorofila-a e Feopigmentos

As amostras colhidas no emissário foram filtradas em duplicado, cerca de 250 ml de água através de filtros Whatman GF/F 45mm diâmetro e porosidade 0,7 µm, os quais foram colocados em tubos de polipropileno e congelados de imediato (este procedimento deve ocorrer sempre no escuro) (Jeffrey et al., 1997). Para a Lagoa de Óbidos foram filtrados 100 ml de amostra, também em duplicado. As amostras de Clorofila-a e feopigmentos foram posteriormente extraídas com acetona a 90 %, durante 24h no frio (Strickland and Parsons, 1972). Após a extracção as amostras foram centrifugadas a 3000 rpm, durante 10 min. e analisadas por fluorescência num flluorómetro Hitachi F-7000, com um limite inferior de detecção de clorofila a de 0,0001 mg/m3. A leitura dos valores de clorofila a na amostra foi efectuada antes e após acidificação com ácido clorídrico diluído (5%). O valor da leitura após acidificação apresenta sempre um valor inferior, já que corresponde a condições de degradação dos pigmentos - feopigmentos (Holligan et al. 1984), (Jeffrey et al. 1997). Para os respectivos cálculos foram utilizadas as equações de Lorenzen (1967).

Nos afluentes à Lagoa de Óbidos, a Clorofila-a foi medida in situ com uma sonda YSI 6600 EDS.

2.4 Carbono e Azoto

Os parâmetros carbono total, carbono inorgânico, azoto total e azoto inorgânico foram determinados em material particulado filtrado através de filtros GF/F. Os filtros foram inicialmente calcinados a 450 ºC durante 4 horas. As amostras de água filtradas foram secas a 70 ºC durante 24 horas, e pesadas. Metade destas amostras foi moída e colocada em micro cápsulas de estanho e determinado o carbono e azoto total. A incineração das outras amostras foi realizada a 450 ºC durante 2 horas, e após pesagem e moagem foram colocadas no mesmo tipo de cápsulas, procedendo-se à determinação de carbono e azoto inorgânico. Foi utilizado um autoanalisador CHN de marca FISONS NA 1500, recorrendo a um reactor de oxidação com enchimento de Óxido de crómio (III) e Óxido cobáltico/cobaltoso de prata a 1000 ºC, e posteriormente a um reactor de redução, com enchimento de Cobre reduzido, a 600 ºC. O

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padrão utilizado foi a Acetanilida (C8H9NO). (Byers et al. 1978). Neste método o limite de detecção para os dois elementos é de 0.001% e a precisão é de 0.47% para o C e de 0.22% para o N.

2.5 Metais nas Fracções Dissolvida e Particulada

Para determinação de Ni, Cu, Cd e Pb na fracção dissolvida recolheram-se cerca de 2.5 L de água em frascos de polipropileno descontaminados previamente com HNO3 (20%) e HCl (20%). Nessas amostras de água foram colocadas durante 48 horas unidades DGT (diffusive gradient in thin film), a temperatura constante. O processo de extracção de cada unidade DGT corresponde à difusão dos metais dissolvidos (fracção <0.45 um) através de uma membrana de nitrato de celulose e retenção em resina quelante Chelex 100. Posteriormente, esta resina foi eluída numa solução de HNO3 (1 M) durante 24 horas e determinados os teores de metais dissolvidos por ICP-MS.

Para a quantificação de metais na fracção particulada da coluna de água filtrou-se entre 250 e 1000 mL de água, colhida em frascos de plástico (2 L), através de membranas de policarbonato (0.45 µm) previamente descontaminadas. As partículas retidas no filtro foram mineralizadas através de uma mistura de soluções ácidas (HF; Água régia) de acordo com o método desenvolvido por Caetano e colaboradores. As concentrações de metais nas soluções obtidas foram determinadas por espectrometria de absorção atómica à chama (matais maioritários – Al, Fe, Mn, Zn) e por ICP-MS (metais minoritários – Cu, Ni, Cr, Cd, Pb).

2.6 Parâmetros microbiológicos

As amostras na zona costeira, Lagoa de Óbidos e rios afluentes, foram recolhidas em frascos próprios (preparados pelo laboratório responsável) e colocadas em malas térmicas para protecção da luz. Em laboratório foram posteriormente determinadas as Bactérias Coliformes (BC), Bactérias Coliformes Termotolerantes (BCT) e Escherichia Coli através do método M.M. 9.2. No caso dos Enterococos foi usado o método ISO 7899/2. Quanto à Salmonella spp, foi usado o método ISO 6340.

2.7 Caudal

O caudal do Rio da Cal foi medido usando o ADCP Stream Pro. Para tal foi necessário fazer o atravessamento da secção do rio com o equipamento, fornecendo em cada instante a distribuição vertical de velocidades e a topografia do fundo. No final da secção, o equipamento calculou directamente o caudal. Para garantir a fiabilidade das medições foram feitas três medições, consistentes entre elas.

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3 RESULTADOS

Em seguida são apresentados os resultados da qualidade da água na Lagoa de Óbidos, seus afluentes e emissário da Foz do Arelho. São ainda apresentados os resultados do modelo MOHID na Lagoa de Óbidos e na zona costeira, assim como o escoamento e nível de maré e a hidrodinâmica e dispersão da pluma. São ainda apresentadas as imagens de satélite da temperatura à superfície (Sea Surface Temperature – SST) e da Clorofila-a, no dia da campanha. A modelação complementa o trabalho de campo e contribui para a interpretação dos valores medidos.

Os resultados são apresentados por área geográfica: (i) Afluentes, (ii) Lagoa e (iii) Zona Costeira, sendo evidenciadas as principais conclusões ao longo da discussão dos dados obtidos.

I – Afluentes à Lagoa de Óbidos

As determinações efectuadas nos afluentes à Lagoa de Óbidos, recorreram sempre em baixa-mar, para minimizar os efeitos decorrentes da diluição provocada pela influência da maré. 3.1 Caudais

Os dados de caudal obtidos na campanha de 16 de Julho de 2008 são apresentados na Tabela 4.

Na campanha de Julho, não foi possível quantificar o caudal na confluência do Rio Arnóia/Real, pelo facto de a profundidade ser reduzida (inferior a 15 cm). Isto deveu-se ao facto de existir um dique na confluência destes dois rios, reduzindo assim o caudal de entrada na Lagoa de Óbidos.

O caudal do Rio da Cal, foi inferior aos valores medidos nas últimas campanhas, reflectindo a influência do período de Verão.

A vala de drenagem do Bom Sucesso apresentou caudais inferiores a 0.02 m3 s-1, reflectindo também a influência do período de Verão.

Tabela 4. Dados de caudal em m3 s-1 nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 16 de Julho de

2008.

Caudal (m3 s-1) Estações

16 de Julho de 2008

Rio da Cal 0.08

Rio Arnóia/Real Não foi possível medir3

Bom Sucesso <0.024

3 Não foi possivel medir porque existia um dique a interceptar o escoamento da água.

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3.2 Parâmetros físico-químicos

Os parâmetros físico-químicos, tais como temperatura, salinidade, pH, turbidez, % de saturação de OD e SST são apresentados na Tabela 5. As principais conclusões mostram que:

Os valores mais elevados de temperatura foram, como habitualmente, registados no Rio da Cal (ao contrário dos outros locais de amostragem, esta estação fica localizada numa zona mais abrigada e por outro lado, está também sujeita a maiores cargas poluentes);

Os valores de pH foram mais elevados na confluência dos Rios Arnóia/Real devido à influência da água salgada;

Em qualquer um dos pontos amostrados a percentagem de saturação de oxigénio dissolvido foi superior a 90%, indicando que existe boa oxigenação da coluna de água; Os maiores valores de turbidez foram registados na vala do Bom Sucesso (~83 NTU),

como também sinalizado em campanhas anteriores;

Os valores mais elevados de sólidos suspensos totais foram registados na confluência dos Rios Arnóia/Real. Este valor pode estar associado à existência do dique, uma vez que a sua construção pode ter originando um aumento de partículas em suspensão. Tabela 5. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 16 de Julho de 2008.

Estações Hora Temp.

(ºC) Sal. pH Turb (NTU) O2 (mg/L) O2 (% de sat) SST (mg L-1) Rio da Cal 11:40 29.8 1.5 7.66 14.6 7.1 94 17 Bom Sucesso 12:45 22.4 0.3 7.77 82.6 7.9 91 57 Rios Arnóia/Real 12:15 25.1 0.86 8.16 45.1 8.8 107 71 3.3 Nutrientes e Clorofila-a

As concentrações dos principais nutrientes azotados e fosfatados e Clorofila-a são apresentados na Tabela 6. Os resultados apontam para:

Maiores valores de fostato e amónia no Rio da Cal, como é habitual constatar neste curso de água;

A vala do Bom Sucesso, apresentou os valores mais elevados de nitrato evidenciando a influência da agricultura nesta bacia de drenagem;

Os valores obtidos para a Clorofila-a nos Rios Arnóia/Real não são representativos do meio porque podem estar afectados pelos elevados valores de turbidez. Isto é explicado pelo facto de o sensor de Clorofila-a ser um sensor de leitura óptico.

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Tabela 6. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 16 de Julho de 2008.

16 de Julho de 2008 Hora Fosfato (mgP2O5 L-1) Pt (mgP L-1) NH4 (mgNH4 L-1) NO3 (mgNO3 L-1) NO2 (mgNO2 L-1) Nt (mgN L-1) Chl-a (mg L-1) Rio da Cal 11:40 1.79 1.3 5.6 2.4 0.056 5.9 10.2 Bom Sucesso 12:45 0.13 <0.08 <0.05 11 0.083 2.5 9.1 Rios Arnóia/Real 12:15 0.6 0.19 0.11 2.1 0.057 2.0 15.8

3.4 Cargas afluentes à Lagoa de Óbidos

As cargas afluentes à Lagoa de Óbidos são apresentadas na Tabela 7 e os gráficos na Figura 7. Só são apresentadas as cargas no Rio da Cal porque nos outros afluentes não se contabilizou o caudal.

Os resultados obtidos indicam que as cargas de fósforo total foram na ordem dos 10kgP/dia e as de azoto total na ordem dos 40 kgN/dia. Quanto aos SST os valores rondaram os 120 kg/dia.

Tabela 7. Cargas (kg/dia) afluentes à Lagoa de Óbidos na campanha de Julho de 2008. Rio da Cal Carga (kg/dia) Julho SST 118 Amónia 30 Nitrato 3.7 Nitrito 0.1 Azoto Inorgânico 34 Azoto Orgânico 7 Azoto Total 41 Fosfato 2.7 Fósforo Orgânico 6 Fósforo Total 9

Cargas de PTotal afluentes à Lagoa de Óbidos

0 5 10 Cal P T o ta l ( kg P /d ia ) Julho 2008

Cargas de NTotal afluentes à Lagoa de Óbidos

0 10 20 30 40 50 Cal N T o ta l ( kg N /d ia ) Julho 2008

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Cargas de SST afluentes à Lagoa de Óbidos 0 50 100 150 Cal S S T ( kg /d ia ) Julho 2008

Figura 7. Cargas de fósforo total, azoto total e SST afluentes à Lagoa de Óbidos. 3.5 Classificação de acordo com o INAG

A metodologia adoptada pelo Instituto da Água (INAG) para a classificar os cursos de água superficiais de acordo com as suas características de qualidade para usos múltiplos, foi revista recentemente, incluindo-se novos parâmetros e revendo-se os valores de outros parâmetros já considerados. As novas classes de classificação são apresentadas nas tabelas em anexo (Tabela I e II), tendo sido atribuídas de acordo com a gama de valores, mínimos e máximos, de um vasto conjunto de parâmetros.

Os resultados obtidos foram comparados com a classificação adoptada pelo INAG e são apresentados na Tabela 8.

Os resultados mostram que o Rio da Cal apresenta condições mais deterioradas de qualidade da água em relação ao parâmetro fosfatos, amónia e fósforo total e condutividade, Classe E ou “muito má” qualidade da água.

No caso dos Rios Arnóia/Real os resultados obtidos apontam para contaminação por SST (classe E) e leve contaminação por fosfatos (classe C). Os restantes parâmetros apresentam uma qualidade que varia entre “excelente” e “boa”.

À semelhança do que tem vindo a acontecer em campanhas anteriores, a Vala do Bom Sucesso só apresenta condições mais deterioradas em relação ao parâmetro SST (classe E), como reflexo das obras que continuam a decorrer na área circundante. Os restantes parâmetros indicam águas praticamente isentas de poluição e com qualidade equivalente às condições naturais.

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Tabela 8. Classificação da Qualidade da Água do Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso de acordo com a classificação do INAG.

Rio da Cal Rios Arnóia/Real Bom Sucesso

Parâmetro Julho Amónia (mgNH4/L) 5.6 0.11 <0.05 Condutividade (µs/cm) 3265 1702 586 Nitrato (mgNO3/L) 2.4 2.1 11 Fosfatos (mgP2O5/L) 1.79 0.6 0.13 Fósforo P (mgP/l) 1.3 0.19 <0.08 pH 7.66 8.16 7.77 SST (mg/L) 17 71 57 Sat. OD (%) 94 107 91

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II - Lagoa de Óbidos

3.6 Escoamento e nível de maré para o dia da campanha

A Figura 8 apresenta a evolução do nível calculado pelo modelo ao longo do dia da campanha perto da barra (estação AO#2) e no braço da Barrosa (estação AO#4). A amplitude da maré foi cerca de 1.0 m. Como habitualmente acontece na Lagoa de Óbidos a duração da enchente (5 horas) foi muito mais curta do que a duração da vazante (7 horas). Os níveis mostram ainda que existe um desfasamento na propagação da maré de cerca de 1 hora, desde a barra até chegar ao braço da Barrosa.

Evolução do nível na estação AO#2 15 de Julho de 2008 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 15-7-08 0:00 15-7-08 4:48 15-7-08 9:36 15-7-08 14:24 15-7-08 19:12 16-7-08 0:00 N ív el [ m ]

Evolução do nível na estação AO#4 15 de Julho de 2008 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 15-7-08 0:00 15-7-08 4:48 15-7-08 9:36 15-7-08 14:24 15-7-08 19:12 16-7-08 0:00 N ív el [ m ]

Figura 8. Evolução dos níveis no dia da saída de campo (15 de Julho de 2008) na estação AO#2 e AO#4. As estações AO#2 e AO#4 distam de cerca de 3 km.

Na Figura 9 e Figura 10 apresentam-se os campos de correntes na lagoa inferior em máxima enchente e vazante no dia da campanha, respectivamente. Observa-se um escoamento preferencial ao longo do canal Norte, com correntes que atingem cerca de 1.2 m s-1. Em vazante as correntes são máximas na barra, atingindo cerca de 1.0 m s-1. As velocidades maiores na enchente ao longo do canal norte, são uma consequência da menor duração desta fase da maré, e têm como consequência o transporte preferencial de areias para o interior da lagoa. Em vazante, o transporte de areias ocorre no sentido inverso, ou seja, para o exterior da lagoa, uma vez que se atingem velocidades elevadas nesta fase da maré na barra. Os sedimentos depositam-se, assim, numa zona mais restrita e contígua à embocadura da lagoa. A Figura 11 apresenta o campo de velocidades na zona mais a montante da Lagoa, na situação de enchente. Nesta zona as velocidades são muito menores que na metade de jusante, não ultrapassando os 0.4 m s-1, sendo particularmente baixas nos braços da lagoa.

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Figura 9. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima enchente no dia da campanha.

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Figura 11. Campo de velocidade na cabeceira da Lagoa, para a mesma situação de maré apresentada na Figura 9.

3.7 Salinidade, temperatura, pH, turbidez, SST e oxigénio dissolvido

Os parâmetros físico-químicos da coluna de água na Lagoa de Óbidos são apresentados na Tabela 9. Os resultados obtidos apontam para:

Temperaturas características do período o ano e, como em campanhas anteriores, mais elevadas na parte superior da lagoa, uma vez que a circulação da água é muito menor nesta área (NOTA: a amostragem decorreu entre as 11h30m e as 14h30m, sendo determinante para as diferenças encontradas);

Valores de salinidade superiores a 35 em todos os locais da lagoa, com excepção do Braço da Barrosa (na ordem dos 34);

Valores de pH característicos de águas com salinidades de aproximadamente 36; Os valores de sólidos suspensos totais e turbidez foram inferiores aos obtidos na

campanha de Julho, com valores máximos de SST na estação AO#4.

Os valores de oxigénio dissolvido foram largamente superiores a 100% de saturação nos Braços da Barrosa e Bom Sucesso. Este resultado está de acordo com os dados obtidos anteriormente nesta época do ano na lagoa, como resultado da elevada produção primária (macroalgas e fitoplâncton). Estes organismos são responsáveis pela produção durante o dia de oxigénio através da fotossíntese. Uma vez que durante a noite estes valores são drasticamente reduzidos devido à respiração dos organismos e

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degradação de matéria orgânica, a hora de amostragem condiciona fortemente os valores encontrados.

De facto, os braços foram amostrados depois do meio-dia, tendo-se dado tempo para a reposição dos níveis de oxigénio na coluna de água. Saliente-se que face a outros trabalhos realizados na lagoa, nomeadamente a monitorização durante 24 horas, é sabido que no Braço da Barrosa o oxigénio dissolvido pode reduzir-se a 30% durante a noite.

Tabela 9. Valores de salinidade, temperatura, turbidez, transparência, pH, sólidos suspensos totais e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa a 16 de Julho de 2008.

Estação Hora Sal. Temp.

(ºC) Turb. (NTU) Transp. (m) * pH SST (mg L-1) O2 (mg L-1) O2 (% de sat) AO#2 11:28 36.1 18.1 2.0 2 8.12 62.5 7.7 101.1 AO#3a 12:35 36.2 22.5 1.3 <1 8.30 - 8.6 124.0 AO#3b 13:45 36.1 23.4 3.5 1 8.17 67.4 8.0 120.7 AO#3 14:00 35.8 25.8 1.7 <1 8.46 58.2 8.3 118.3 AO#4 14:10 34.4 24.9 16.0 <1 8.33 70.3 11.2 164.9 AO#5 14:30 35.7 26.2 12.1 <1 8.63 40.4 10.3 155.9

3.8 Carbono e Azoto na fracção particulada

A Tabela seguinte apresenta os valores de carbono e azoto totais, e suas fracções orgânicas e inorgânicas nas partículas em suspensão na coluna de água. As fracções orgânicas predominaram nas partículas em todas as estações de amostragem, podendo dever-se à presença de fitoplâncton e zooplâncton na coluna de água.

Os braços da Barrosa e Bom Sucesso apresentaram os valores mais elevados de carbono e azoto orgânicos, o que está de acordo com o maior nível trófico previamente identificado para esta área da lagoa. Por outro lado, a fracção inorgânica, em particular de azoto, foi idêntica entre os seis locais de amostragem.

Tabela 10. Concentração de carbono e azoto (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008.

Ctotal Cinorg Corg Ntotal Ninorg Norg

Estação Hora (%) AO#2 11:28 0.13 0.067 0.065 0.010 0.001 0.009 AO#3a 12:35 0.17 0.022 0.152 0.019 0.001 0.018 AO#3b 13:45 0.17 0.041 0.131 0.022 0.001 0.021 AO#3 14:00 0.16 0.054 0.109 0.024 0.001 0.023 AO#4 14:10 0.30 0.058 0.242 0.060 0.002 0.058 AO#5 14:30 0.35 0.046 0.299 0.057 0.001 0.056

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3.9 Nutrientes, Clorofila-a, feopigmentos

As concentrações dos compostos azotados, fosfatados, sílica, Clorofila-a e feopigmentos, são apresentadas na Tabela 11. Os resultados obtidos apontam para o seguinte:

Valores de amónia muito superiores na estação AO#4. Este aumento pode dever-se a duas fontes de amónia previamente identificadas nesta área da lagoa. Por um lado, é sabido que o Rio da Cal introduz no Braço da Barrosa níveis elevados de amónia. No Verão, sendo o caudal do rio reduzido, esta fonte é menos importante do que nos restantes períodos do ano. Para além disso, os sedimentos no braço da Barrosa podem regenerar nutrientes para a coluna de água, nomeadamente amónia e fosfatos (discutidos adiante). Este processo que ocorre durante a noite pode conduzir a aumentos detectados durante o dia. Os incrementos registados no braço da Barrosa podem ser atribuídos a estes dois tipos de fonte;

Nitratos, nitritos e silicatos relativamente constantes em todas as áreas da lagoa, o que está de acordo com a reduzida importância de fontes externas neste período no ano; Níveis de ureia ligeiramente superiores em AO#4, associado possivelmente à

contribuição do Rio da Cal;

Valores de fosfatos superiores no braço da Barrosa (AO#4). Tal como referido anteriormente para a amónia, as fontes podem ser o Rio da Cal ou a regeneração dos sedimentos durante a noite;

Clorofila-a e feopigmentos mais elevados em AO#4 (Braço da Barrosa), local identificado como apresentando a maior produção primária na lagoa de Óbidos. Tabela 11. Concentrações de compostos azotados (mgN L-1), fosfatados (mgP L-1), sílica (mgSi L-1), Clorofila-a e

feopigmentos (µg L-1) da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 16 de Julho de 2008.

NH4 NO3 NO2 Norg Nt Ureia Si(OH)4 PO43 Porg Pt Chla Feop

Estação Hora mgN L-1 mgSi L-1 mgP L-1 µg L-1 AO#2 11:28 0.019 0.007 0.004 0.26 0.29 0.014 0.19 0.04 0.11 0.15 0.1 0.3 AO#3a 12:35 0.012 0.008 0.003 0.28 0.30 0.010 0.16 0.07 0.11 0.18 0.6 0.1 AO#3b 13:45 0.008 0.006 0.003 0.31 0.32 0.028 0.21 0.05 0.05 0.09 0.6 0.3 AO#3 14:00 0.009 0.014 0.003 0.34 0.37 0.010 0.14 0.12 0.06 0.18 0.5 0.2 AO#4 14:10 0.199 0.011 0.006 - - 0.048 0.24 0.22 - - 1.7 2.1 AO#5 14:30 0.008 0.007 0.003 0.46 0.48 0.011 0.10 0.10 0.04 0.14 0.9 0.2

3.10 Metais nas fracções dissolvida e particulada

Os teores de metais na fracção dissolvida e particulada da coluna de água são apresentados na Tabela 12 e Tabela 13, respectivamente. Os níveis de metais dissolvidos foram baixos e idênticos em todas as estações de amostragem. Os níveis mais elevados de Mn foram encontrados nas estações AO#3a e AO#4, podendo nesta última estar associada à

(28)

remobilização dos sedimentos. O Zn foi máximo na estação AO#2. Este é um resultado pouco comum, mas que pode estar associado a actividades antropogénicas dado que a população aumenta consideravelmente neste período do ano na Foz do Arelho. Os níveis de Cu foram máximos em AO#4 o que pode estar associado quer à entrada do Rio da Cal que pode transportar Cu em concentrações elevadas dada a reduzida qualidade da água. O Cu pode também ser remobilizado dos sedimentos anóxicos durante a noite, como discutido previamente no relatório dos “ciclos de 24 horas”. Para os restantes metais nas partículas não se detectou um padrão espacial.

Tabela 12. Concentração de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008.

Ni Cu Pb Cd Estação Hora (µg L-1) (ng L-1) AO#2 11:28 0.21 0.24 0.040 14 AO#3a 12:35 0.22 0.25 0.045 12 AO#3b 13:45 0.42 0.28 0.057 15 AO#3 14:00 0.28 0.30 0.028 9.3 AO#4 14:10 0.31 0.29 0.061 11 AO#5 14:30 0.17 0.19 0.038 8.1

Tabela 13. Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 16 de Julho de 2008.

Al Fe Mn Zn Cu Cr Ni Pb Cd Estação Hora (%) (µg g-1) AO#2 11:28 4.4 1.7 353 377 22 40 16 37 0.14 AO#3a 12:35 5.6 1.1 1159 94 31 41 17 33 0.36 AO#3b 13:45 7.3 3.0 607 106 35 50 31 28 0.23 AO#3 14:00 2.8 1.1 591 70 20 62 21 22 0.55 AO#4 14:10 8.5 3.4 1149 134 75 63 31 44 0.30 AO#5 14:30 1.6 0.1 426 94 15 < L.D. 5.0 < L.D. < L.D. 3.11 Microbiologia

Os resultados das análises microbiológicas obtidas nos pontos amostrados na Lagoa, são apresentados da Tabela 14 à Tabela 16.

Os resultados obtidos nesta campanha apontam para nulos ou vestigiais, como consequência da mortalidade das bactérias devido à radiação solar e à salinidade.

Em termos legais verifica-se que todos os parâmetros microbiológicos respeitam os valores legais tanto no que respeita ao Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto como ao Anexo I da Directiva 2006/7/CE . Em relação às Salmonelas spp. os resultados indicam a sua ausência em todas as estações de amostragem, cumprindo-se o valor máximo admissível (VMA) do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

(29)

Tabela 14. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#2 e AO#3 na campanha realizada 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

AO#2 AO#3 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos (Nº/100ml) 1 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Salmonelas spp. N5 N - 0 -

Tabela 15. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#3a e AO#3b na campanha realizada em 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

AO#3a AO#3b VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml)

0 0 100 2000 Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 250(*) 500(*) 500(**) Enterococos (Nº/100ml) 0 0 100 - 100(*) 200(*) 185(**) Salmonelas spp. N N - 0 -

Tabela 16. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#4 e AO#5 na campanha realizada em 16 de Julho de 2008 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

AO#4 AO#5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 1 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 1 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos (Nº/100ml) 0 0 100 - 100(*) 200(*) 185(**)

Salmonelas spp. N N - 0 -

* Com base numa avaliação de percentil 95

** Com base numa avaliação de percentil 90

(30)

Bactérias Coliformes Campanha de 16 de Julho de 2008 1 10 100 1000 10000

AO#2 AO#3a AO#3b AO#3 AO#4 AO#5

[N º/ 1 0 0 m L ] VMR VMA

Bactérias Coliformes Termotolerantes Campanha de 16 de Julho de 2008 1 10 100 1000 10000

AO#2 AO#3a AO#3b AO#3 AO#4 AO#5

[N º/ 1 0 0 m L] VMR VMA

Figura 12. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes6 nos pontos

AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98 de 1 de Agosto.

(31)

III - Zona do Emissário

Na zona do emissário foram colhidas amostras na coluna de água e foram feitos perfis verticais de temperatura, salinidade, pH, oxigénio dissolvido e de Clorofila-a com um CTD.

3.12 Parâmetros físico-químicos

Os resultados dos principais parâmetros físico-químicos na coluna de água do emissário são apresentados na Tabela 17. As concentrações dos fenóis (Tabela 18) não apontam para diferenças entre os 3 locais de amostragem, indicando novamente a ausência de efeitos da pluma do emissário em termos de qualidade da água.

De um modo geral podemos dizer que não foram detectadas diferenças espaciais entre a qualidade da água no que respeita os parâmetros físico-químicos. Este resultado indica que o emissário não está a induzir alterações significativas no local de descarga. Por outro lado, os parâmetros turbidez, pH e salinidade foram relativamente constantes em profundidade. O oxigénio dissolvido diminuiu a meio da coluna de água nos 3 locais. Como habitualmente as concentrações de óleos minerais foram baixas.

Tabela 17. Valores dos principais parâmetros físico-químicos na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).

Estações Hora Temp.

(ºC) Turb (NTU) pH Sal. O2 (mg L-1) O2 (%Sat) CQO (mg/L) Transp (m) SST (mg L-1) Cor Óleos Minerais (ug L-1) EMAO#1 (s) 10:05 16.0 0.3 8.05 36.0 7.6 96.3 16.8 42.6 0.50 EMAO#1 (m) 10:10 14.2 0.3 8.04 35.9 7.3 88.9 15.8 40.8 1.1 EMAO#1 (f) 10:15 13.8 0.3 8.04 35.9 7.7 93.5 29.8 11 37.5 3 1.3 EMAO#2 (s) 12:00 17.8 0.2 8.08 36.0 7.9 102.6 14.2 60.0 0.37 EMAO#2 (m) 12:05 14.6 0.3 8.08 35.9 7.4 90.3 12.1 39.0 0.83 EMAO#2 (f) 12:10 14.1 0.5 8.08 - - - - 10 - 3 - EMAO#3 (s) 11:10 15.6 0.1 8.07 36.0 7.8 97.4 18.4 39.6 1.1 EMAO#3 (m) 11:15 14.2 0.3 8.08 35.9 7.1 86.3 20.0 38.4 0.25 EMAO#3 (f) 11:20 13.8 0.2 8.06 35.9 7.5 90.1 12.9 12 37.4 3 0.046

NOTA: Não são apresentados os resultados obtidos para o ponto EMAO#2 na profundidade designada de “fundo” porque a garrafa de niskin utilizada para recolha das amostras ficou presa em redes de pescadores.

Tabela 18. Valores de fenóis determinados em laboratório na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).

Fenóis (ng L-1)

Estação Hora

2-Clorofenol 2,4-Diclorofenol 3-Clorofenol 2,4,6-triclorofenol Pentaclorofenol Octilfenol

EMAO#1 (s) 10:05 3.75 0.018 <0.03 0.04 <0.15 <0.01 EMAO#1 (m) 10:10 4.15 <0.01 <0.03 0.02 <0.15 <0.01 EMAO#1 (f) 10:15 4.15 <0.01 0.51 0.04 <0.15 0.018 EMAO#2 (s) 12:00 2.38 0.024 0.49 <0.002 <0.15 0.016 EMAO#2 (m) 12:05 3.82 0.044 0.22 0.03 <0.15 0.010 EMAO#2 (f) 12:10 - - - - EMAO#3 (s) 11:10 1.44 0.020 0.08 <0.002 <0.15 0.008 EMAO#3 (m) 11:15 1.62 0.018 0.04 <0.002 <0.15 0.009 EMAO#3 (f) 11:20 2.08 0.020 0.08 <0.002 <0.15 0.0063

(32)

Da Figura 13 à Figura 17, apresentam-se os perfis verticais de temperatura, salinidade, turbidez e oxigénio dissolvido (% de saturação) e pH entre estações. Os perfis verticais de temperatura mostram a termoclina mais ou menos aos 15 m, descendo a temperatura de 16ºC para 14ºC. Os perfis de salinidade mostram perfis homogéneos nos pontos EMAO#3, EMAO#4 e EMAO#2. Já nos pontos EMAO#1 e EMAO#5 evidenciam a presença de massas de água distintas através das diferenças de densidade, com a água mais densa nas camadas do fundo. Os perfis de turbidez não apresentam variação na vertical, sendo praticamente homogéneos ao longo da coluna de água, com valores médios na ordem dos 0.3 NTU.

À semelhança dos valores obtidos localmente a uma determinada profundidade, os perfis verticais de percentagem de saturação de O2 apresentam uma variação com a profundidade (120% para 85%) característica de ecossistemas costeiros profundos. Os valores medidos são característicos de zonas costeiras com boas condições de oxigenação da coluna de água. Os perfis de pH são praticamente homogéneos com valores na ordem dos 8.1, ou seja, característicos da água do mar (salinidade de cerca de 36).

Figura 13. Perfis verticais de temperatura entre estações: 16 de Julho de 2008.

(33)

Figura 15. Perfis verticais de turbidez entre estações: 16 de Julho de 2008.

Figura 16. Perfis verticais de % de saturação de OD entre estações: 16 de Julho de 2008.

(34)

3.13 Nutrientes e Clorofila-a

A Tabela 19 apresenta as concentrações dos compostos azotados, fosfatados, sílica, Clorofila-a e feopigmentos. As concentrações encontradas foram idênticas nas várias situações de amostragem. Os níveis de nutrientes foram baixos em todas as situações de amostragem. Estes resultados voltam a reforçar que a pluma do emissário tem um impacto reduzido na produção primária da zona costeira.

O perfil vertical de Clorofila-a (Figura 18) nos cinco pontos de amostragem é concordante com os valores obtidos na coluna de água a uma determinada profundidade (amostragem pontual), mostrando concentrações baixas e semelhantes em toda a coluna de água.

Figura 18. Perfis verticais de Clorofila-a entre estações: 16 de Julho de 2008.

Tabela 19. Concentrações de compostos azotados (mg N L-1), fosfatados (mg P L-1), sílica (mg Si L-1), Clorofila-a e

feopigmentos (µg L-1) da coluna de água.

NH4 NO3 NO2 Norg Nt Ureia Si(OH)4 PO43 Porg Pt Chl-a Feop

Estação Hora mgN L-1 mgSi L-1 mgP L-1 µg L-1 EMAO#1 (s) 10:05 0.012 0.067 0.006 0.12 0.20 0.015 0.09 0.016 0.12 0.14 0.3 <0.1 EMAO#1 (m) 10:10 0.007 0.105 0.006 0.11 0.23 0.010 0.09 0.016 0.08 0.10 0.4 0.2 EMAO#1 (f) 10:15 0.013 0.116 0.006 0.15 0.28 0.006 0.12 0.019 0.11 0.12 <0.1 <0.1 EMAO#2 (s) 12:00 0.013 0.141 0.006 0.03 0.19 0.007 0.10 0.011 0.07 0.08 0.3 1.1 EMAO#2 (m) 12:05 0.013 0.108 0.006 0.14 0.26 0.007 0.10 0.016 0.07 0.09 1.3 <0.1 EMAO#2 (f) 12:10 - - - - - - - EMAO#3 (s) 11:10 0.011 0.332 0.006 0.10 0.45 0.014 0.08 0.016 0.07 0.09 <0.1 2.3 EMAO#3 (m) 11:15 0.010 0.111 0.006 0.14 0.26 0.007 0.08 0.027 0.05 0.08 0.1 0.1 EMAO#3 (f) 11:20 0.013 0.144 0.006 0.05 0.21 0.008 0.11 0.034 0.09 0.12 0.4 <0.1

A Figura 19 compara os valores de Clorofila-a e nitrato obtidos à superfície com os valores recomendados para zonas costeiras menos sensíveis (Decreto-Lei nº. 149/2004, de 22 de Junho) sujeitas a descargas de efluentes. A figura mostra concentrações baixas de Clorofila-a com valores sempre inferiores aos indicados por aquele decreto-lei (10 ug L-1). Os valores de

(35)

pelo decreto referido anteriormente).

Clorofila-a:

Valor Medido à superficie vs Decreto-Lei Nº149/2004

0 5 10

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3

C lo ro fil a-a [u g/ L] Nitrato:

Valor Medido à superficie vs Decreto-Lei Nº149/2004

0 0.1 0.2 0.3 0.4

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3

N itr at o [m N g/ L]

Figura 19. Comparação dos valores de Clorofila-a e de nitratos medidos à superfície no ponto EMAO#1 a EMAO#3 segundo o Decreto-Lei nº. 149/2004, de 22 de Junho (o qual altera o Decreto-Lei nº. 152/97, de 19 de Junho).

As concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água na zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho encontram-se apresentadas na Tabela 20. Os teores de carbono e azoto não permitem distinguir os locais de amostragem, embora de uma forma gerais os níveis mais elevados tenham sido encontrados a meio da coluna de água.

Apesar da fracção inorgânica são ser apresentada, os teores orgânicos dominam os carbonos e azotos quantificados nas partículas.

Tabela 20. Concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água.

Ctotal Ntotal Corg Norg

Estação Hora (%) EMAO#1 (s) 10:05 0.14 0.019 0.088 0.018 EMAO#1 (m) 10:10 0.21 0.025 0.168 0.023 EMAO#1 (f) 10:15 0.11 0.009 0.046 0.008 EMAO#2 (s) 12:00 0.16 0.008 0.087 0.007 EMAO#2 (m) 12:05 0.21 0.014 0.161 0.009 EMAO#2 (f) 12:10 - - - - EMAO#3 (s) 11:10 0.17 0.011 0.110 0.010 EMAO#3 (m) 11:15 0.20 0.022 0.143 0.021 EMAO#3 (f) 11:20 0.08 0.001 0.023 0.007 3.14 Microbiologia

As análises microbiológicas obtidas à superfície são apresentadas na Tabela 21. Na Tabela 22 e na Tabela 23 são apresentados os valores obtidos no meio e fundo, respectivamente.

Os resultados mostram apenas valores nulos de microbiologia à superfície, como consequência da mortalidade das bactérias devido à radiação solar e à salinidade. Os valores mais elevados foram registados na profundidade designada de “meio” no ponto EMAO#1, evidenciando a presença da descarga do emissário submarino da Foz do Arelho (ver Figura 20). Este resultado é consequência da termoclina de Verão, uma vez que a pluma tende a ficar aprisionada nas

(36)

camadas intermédias e do fundo.

Em termos legais, verifica-se que todos os parâmetros microbiológicos determinados à superfície e em profundidade, respeitam os valores legais tanto no que respeita ao Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto como ao Anexo I da Directiva 2006/7/CE. Em relação às Salmonelas spp., os resultados indicam a sua ausência em todas as estações de amostragem, cumprindo-se o VMA do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

Por fim pode dizer-se que se verifica que, nesta campanha (tal como nas outras campanhas realizadas até à data), a água na zona costeira onde descarrega o emissário da Foz do Arelho satisfaz as exigências legais impostas segundo o uso de águas balneares tanto no que respeita ao previsto no Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto como no que respeita à nova Directiva das águas balneares.

Tabela 21. Valores de contaminação fecal medidos à superfície (s) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido (s-superfície) DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos(Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Salmonella spp (/L) N N N N N - 0 -

Tabela 22. Valores de contaminação fecal medidos no meio (m) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido (m-meio) DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 57 0 0 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 44 0 0 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 12 0 0 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos(Nº/100ml) 33 0 0 0 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Tabela 23. Valores de contaminação fecal medidos no fundo (f) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em Julho de 2008 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Valor medido (f-fundo) DL 236/98 Directiva 2006/7/CE

Parâmetro

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 1 0 1 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 1 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 1 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Referências

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