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Avaliação do Teor de Carotenóides em Progênies de Tomateiro Para Mesa e Indústria.

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Academic year: 2021

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Avaliação do Teor de Carotenóides em Progênies de Tomateiro Para Mesa

e Indústria.

Álvaro Carlos Gonçalves Neto1; Luciane Vilela Resende1; Maria Conceição Martiniano1; Egídio Bezerra Neto1; Ednardo Ferraz2; Maria Cristina Lemos da Silva2.

1Universidade Federal Rural de Pernambuco(UFRPE) -Depto. de Agronomia-Fitotecnia, 52171-900 - Recife/PE; 2 Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária(IPA), 50761-000, Recife-PE. lucianevilela@uol.com.br

RESUMO

Foi realizado um experimento em campo, na Estação Experimental do IPA, em Belém do São Francisco, com 16 progênies oriundas do cruzamento entre a cultivar VIRADORO x LA3473, o mesmo cruzamento que originou a cultivar redenção, as variedades comerciais IPA-5, IPA-6 e Gem pride, sendo usado o Viradoro como testemunha. Considerando que estudos recentes comprovam a importância do licopeno e -caroteno na alimentação humana, prevenindo diversas doença, além de que mudanças de coloração durante a maturação são correlacionadas com o sabor dos frutos, o experimento teve como objetivo, avaliar o teor destes compostos nos frutos das 16 progênies de tomate para processamento industrial e consumo in natura. Os resultados das análises mostraram diferença significativa para o teor de licopeno, com valores variando entre 237,93 g/100mL na progênie 17 e 664,43 g/100mL na progênie 33. O teor de -caroteno não variou significativamente entre as amostras analisadas.

PALAVRAS CHAVE: Lycopersicon esculentum; Tomate; Carotenóides; Licopeno;

Qualidade.

ABSTRACT

A field experiment was carried through, in the Experimental Station of IPA, in “Belém

de São Francisco”, with 16 deriving lineages of the crossing between the cultivars viradoro x

LA3473, the same crossing that originated the cultivar “redenção”, the commercial varieties IPA-5, IPA-6 and Gem pride, being used viradoro as control. Considering recent studies, which prove the importance of licopene and -carotene in the fed of human being, preventing diverse illness, and that changes of coloration during the maturation are correlated with the flavor of the fruits, the experiment had as objective, to evaluate the content of these compounds in the fruits of the 16 lineages of tomatoe for industrial processing and consumption in natura. The results of the analyses had shown significant difference for the licopeno content, with values ranging from 237.93 to 664.43 g/100mL

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respectivelly to lineage 17 and lineage 33. The -carotene content did not vary significantly between the analyzed samples.

INTRODUÇÃO

Em tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) a aparência do fruto é um fator determinante no valor de comercialização, tanto para mesa como para a indústria (Taungbodhitham et al., 1998 ). A aparência do fruto é baseada principalmente na coloração (Thompson et al., 1965; Carvalho, 1981). Tomates de coloração vermelha e uniforme, quando maduros são amplamente desejáveis pelo mercado.

A coloração externa do tomate é resultado da pigmentação da polpa e da epiderme. A cor é condicionada pela quantidade total de carotenóides e sobretudo pela relação licopeno/-caroteno, responsável pela coloração final do fruto, o que varia também em função do grau de amadurecimento.Os principais pigmentos carotenóides encontrados são o licopeno (cor vermelha) e o -caroteno (cor amarela) (Chitarra e Chitarra, 1990). A razão licopeno/-caroteno é importante na cor final do fruto, variando com o grau de maturação, temperatura, exposição à luz e a cultivar. O processo de amadurecimento dos frutos está relacionado à degradação das moléculas de clorofila e simultaneamente, ocorre a síntese de -caroteno, seguido pelo licopeno. Ambos os pigmentos são acumulados nos plastídeos à medida que são convertidos em cromoplastos (Hobson e Grierson, 1993).

O tomateiro é uma hortaliça amplamente consumida no Brasil e no mundo. Segundo Bohm, (2001), ocupa o primeiro lugar como contribuinte de vitaminas e minerais na dieta humana e o seu alto valor nutritivo se dá principalmente, devido à presença de carotenóides. Estes pertencem a uma família de pigmentos naturais muito extensa encontrada em plantas e animais. Existem mais de 600 carotenóides conhecidos na natureza. Todos eles basicamente sintetizados nas plantas. Portanto as plantas são a principal fonte de carotenóides presentes em animais inclusive nos seres humanos.

Carotenóides foram considerados por muitos anos apenas como agentes de coloração e precursores de vitaminas. No entanto, na última década, estudos epidemiológicos e oncológicos têm sugerido sua participação no mecanismo natural que protege o organismo dos efeitos prejudiciais dos radicais livres, nos protegendo desta forma contra o desenvolvimento de arterosclerose, câncer, catarata, artrite e outras doenças degenerativas. Eles agindo através da melhoria do sistema imunológico, inibição mutagênese e redução de danos nucleares induzidos.

Como as mudanças de coloração durante a maturação são correlacionadas, pelo consumidor, com a melhora no sabor e outros atributos, este trabalho teve como

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objetivos determinar o teor de licopeno e -caroteno em progênies F8 de tomate para processamento industrial e consumo “in natura”.

MATERIAIS E MÉTODOS

Dezesseis progênies F8, o híbrido Gem pride, as cultivares Viradoro, IPA-5 e IPA-6 foram plantadas em campo na Estação Experimental da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária–IPA, no município de Belém do São Francisco-PE, utilizando-se o delineamento experimental em blocos ao caso com 3 repetições. Por ocasião do amadurecimento foram selecionadas ao acaso dentro de cada parcela 3 plantas e colhidos 3 frutos por planta.

Em seguida os frutos acondicionados em sacos plásticos devidamente identificados, foram transportados para o laboratório de Bioquímica Vegetal da UFRPE, onde se realizou o doseamento de carotenóides totais, seguindo o método de Nagata e Yamashita (1992). No preparo das amostras foram extraídos discos cortados da região equatorial dos frutos vermelho maduros. A epiderme dos discos foi removida, para evitar a contaminação com o pigmento amarelo naringenina chalcona. Amostras de 1g foram colocadas em tubos de ensaio de aproximadamente 18 x 130 mm e trituradas por um minuto em homogeinizador de tecidos com 10 ml de mistura acetona-hexano (4:6). O extrato sobre-nadante foi usado para leitura da absorbância em espectrofotômetro UV-190, em quatro comprimentos de onda: 453, 505, 645 e 663 nm. Os cálculos das concentrações de licopeno e -caroteno foram feitos segundo as seguintes equações (Nagata e Yamashima, 1992):

Licopeno (mg/100ml) = -0,0458 A663 + 0,372 A505 - 0,0806 A453

-caroteno (mg/100ml) = 0,216 A663 - 0,304 A505 + 0,452 A453

Os resultados foram multiplicados por 1000 para serem expressos em g/100ml. Os valores obtidos foram submetidos a analises de variância, utilizando o programa estatístico SANEST (Zonta & Machado, 1991) e as médias foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott (SCOTT e KNOTT, 1974) ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme análise de variância, houve diferença significativa (P<0,05) para o teor de licopeno, enquanto que o teor de -caroteno não diferiu significativamente entre as progênies estudadas (Quadro 1). Para licopeno os valores variaram de 237,93 g/100mL na progênie 17 a 664,43 g/100mL na progênie 33. As testemunhas, bem como os genitores das progênies apresentaram valores intermediários. A progênie de número 33 que

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apresentou os maiores valores de licopeno, mostrou-se 60 % superior à cultivar IPA-6, considerada padrão de coloração vermelho intenso para a indústria. Dentre as testemunhas o híbrido Gem pride apresentou melhores valores, porém inferiores à maioria das progênies. De acordo com Gomez et al.(1998), a coloração dos frutos é um importante parâmetro de qualidade quer para consumo in natura, quer para processamento. Os dados mostraram que a coloração vermelho intensa observada visualmente nos frutos de algumas progênies foi comprovada pelo alto teor de licopeno, com destaque para a progênie de número 33

Tabela 1. Resultados da análise de variância para teores de licopeno e beta caroteno em progênies e cultivares de tomate para indústria.

VARIÁVEIS GL QM F

Licopeno 19 87940,25 1,702*

Beta caroteno 19 21354,686844 1,526ns

* Significativo ao nível de 5% de probabilidade, ns não significativo

Já para o conteúdo de -caroteno não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos, o que já se esperava pois a seleção foi feita visando frutos de coloração vermelho intensa, culminando numa alta relação licopeno/-caroteno. Embora sem significância, pôde-se observar diferenças no conteúdo de -caroteno, entre os tratamentos testados.

Em função do número de tratamentos e de repetições as médias foram agrupadas pela teste de Scott-Knott, como forma de facilitar e aumentar a precisão dos resultados obtidos (Ferreira et al., 1999). Conforme pode ser observado na tabela 1, todos os tratamentos em ambas variáveis, se encontram dentro de um mesmo grupo, comprovando que não há diferenças muito discrepantes entre os materiais testados. Isto é justificado em função de tanto as progênies como as cultivares IPA-6 e IPA-5 possuírem o mesmo

background.

Estes resultados demonstraram que as progênies apresentam variabilidade para o teor de carotenóides, com destaque para licopeno e que a progênie 33 pode ser utilizada como boa fonte de licopeno em programa de melhoramento do tomateiro tanto para a indústria como para a mesa, em função da demanda do consumidor por produtos ricos em licopeno como forma de prevenir doenças.

Tabela 2. Agrupamento segundo Scott-Knott para teores de licopeno e -caroteno em progênies e cultivares de tomate para a indústria.

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GENÓTIPOS LICOPENO GENÓTIPOS -CAROTENO 17 59 15 Viradoro 36 IPA6 IPA5 56 Gem pride 45 25 61 26 51 27 57 35 39 37 33 237,93 a1 42,25 a1 244,00 a1 250,86 a1 251,78 a1 254,30 a1 274,14 a1 275,03 a1 291,89 a1 294,22 a1 302,20 a1 307,17 a1 313,50 a1 328,66 a1 346,23 a1 358,08 a1 409,26 a1 427,89 a1 433,27 a1 664,43 a1 45 61 25 VIR 56 36 27 59 57 15 17 35 51 26 GEM PA6 IPA5 39 37 33 54,16 a1 81,24 a1 92,20 a1 97,58 a1 104,73 a1 105,82 a1 108,26 a1 108,06 a1 108,72 a1 109,72 a1 112,03 a1 116,73 a1 119,85 a1 124,63 a1 126,43 a1 132,51 a1 138,03 a1 178,53 a1 186,36 a1 290,93 a1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOHM, F.; EDGE, R.; BURKE, M.; TRUSCOTT, T.G. Dietary uptake of lycopene protects human cells from singlet oxygen and nitrogen dioxide – ROS components from cigarette.

Journal of Photochemistry and Photobiology, 64:176-178, 2001.

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CHITARRA, M.I.F.; CHITARRA, A.B. Pós - colheita de frutos e hortaliças, fisiologia e

manuseio. Lavras: ESAL/FACEPE, 1990. 320p.

FERREIRA, D. F. MUNIZ, J. A., AQUINO, L.H. Comparações múltiplas em experimentos com grande número de tratamentos - utilização do teste de Scott – Knott. Ciência e.

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GÓMEZ, R. et al. Differences in the rate of coloration in tomato fruit. Journal of Food

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MACHADO, A.A.; ZONTA, E.P. Manual do Sanest: Sistema de análise estatística para

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SCOTT, A. J.; KNOTT, M. A cluster analysis method for grouping means in the analysis of variance. Biometrics, Washington, v. 30, p. 507 - 512, Sept.1974.

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Horticultural Science, 86:610-616, 1965. AGRADECIMENTOS

Ao Banco do Nordeste e CNPq, pela concessão dos recursos financeiros; ao PIBIC pela bolsa de iniciação científica do primeiro autor.

Referências

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