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Artigo de opinião 22/04/2016. Curto, logo existo

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Texto

(1)

Curto, logo existo

Com a evolução e o aumento de

usuários e da importância das redes

sociais, o nome e a fotografia de cada

pessoa passaram a funcionar como o

substituto do sujeito. O “eu” real se

esvaziou para dar lugar ao “perfil”. O

filósofo

francês

René

Descartes

(2)

pensamento no século XVII, ao formular

em latim a seguinte proposição: “Penso,

logo existo” (Cogito, ergo sum). Era uma

forma de demonstrar que aquele que

existe raciocina e, por conseguinte, põe

em xeque o mundo que o cerca. A dúvida

científica substituía a certeza religiosa.

Hoje, Descartes se reviraria no seu

túmulo em Estocolmo, caso pudesse

(3)

seres humanos. “Curto, logo existo”

(Amo, ergo sum) parece ser a nova

atitude

lógica

popularizada

pelo

Facebook. A dúvida científica cedeu

espaço à presunção tecnológica.

Melhor ainda é a formulação da

jornalista americana Nancy Jo Sales no

livro Bling Ring – a gangue de

Hollywood: a dúvida sobre a existência

do ego deu lugar, na cultura do

(4)

ultraconsumismo e das celebridades, a

um outro tipo de pergunta: “Se postei

algo no Facebook e ninguém curtiu, eu

existo?”.

A resposta é: provavelmente não. Eu

existo se meus tuítes não são comentados

nem retuitados? Claro que não. E se são

curtidos

e

retuitados,

tampouco!

(5)

lugar dos indivíduos. Não há uma

transparência ou uma continuidade

natural entre o que somos de fato e o que

queremos ser nas redes sociais. Isso

parece óbvio, mas não o é para muita

gente. Agora as pessoas reais guardam

uma alta concentração de nada nos

cérebros, pois preferem jogar tudo o que

pensam e sentem via suas representações

nas redes sociais. Elas se tornam ocas

(6)

para rechear de signos seus perfis. O

verdadeiro eu migrou do mundo off-line

para o online.

É óbvio que os signos na internet

podem enganar, mentir e insidiosamente

simular um alter ego digital. Os vigaristas

e falsários pululam alegremente com suas

máscaras nas redes sociais. Quando

alguém me “curte” ou “não curte”, está

(7)

quer agradar e parecer inteligente? Nesse

sentido, se o eu do Facebook quiser se

sentir mais vivo com o número de pessoas

que o curtiram, estará caindo em uma

armadilha. Pois ele não é o que é nem

quem curte é o que parece ser. Mesmo

quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser

porque nada se mantém estável no

ambiente da “curtição” do Facebook. [...]

(Luís Antonio Guiron, Época, 01 ago. 2013)

(8)

Tese

 O ponto de vista do autor; aquilo que ele

defende no texto.

 É para sustentar a tese que o autor

apresenta argumentos no texto.

(9)

1. Qual(is) dos trechos a seguir aponta de

modo mais preciso para a tese do autor?

a) Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do sujeito.

b) O “eu” real se esvaziou para dar lugar ao “perfil”. c) A dúvida científica substituía a certeza religiosa.

(10)

d) Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse observar o que se passa na cabeça dos seres humanos.

e) “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica popularizada pelo Facebook.

f) A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica.

g) Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos.

(11)

h) Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais.

i) O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online.

j) Os vigaristas e falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais.

l) Nada se mantém estável no ambiente da “curtição” do Facebook.

(12)

Melhores escolhas

a) Com a evolução e o aumento de usuários e da importância das redes sociais, o nome e a fotografia de cada pessoa passaram a funcionar como o substituto do sujeito. b) O “eu” real se esvaziou para dar lugar ao “perfil”.

g) Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos.

(13)

2. Então, qual seria a tese do autor?

Luís Antonio Guiron defende que os sujeitos

reais deram lugar a seus perfis, graças à

importância que as redes sociais ganharam na

sociedade atual.

(14)

3. Quais das afirmações abaixo são

argumentos para a tese do autor?

a) Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica.

(15)

b) Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood: a dúvida sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém curtiu, eu existo?”.

A resposta é: provavelmente não.

c) Eu existo se meus tuítes não são comentados nem retuitados? Claro que não.

(16)

d) Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais. e) Agora as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online.

(17)

f) É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais.

g) Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente?

h) Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é o que é nem quem curte é o que parece ser.

(18)

i) Mesmo quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da “curtição” do Facebook.

(19)

Melhores escolhas

Todas as alternativas são argumentos.

Como agrupá-los?

(20)

Lógico e autoridade

a) Hoje, Descartes se reviraria no seu túmulo em Estocolmo, caso pudesse observar o que se passa na cabeça dos seres humanos. “Curto, logo existo” (Amo, ergo sum) parece ser a nova atitude lógica popularizada pelo Facebook. A dúvida científica cedeu espaço à presunção tecnológica.

A racionalidade proposta pelo modelo cartesiano, fonte primeira da própria existência (“Penso, logo existo”) parece ter sido substituída pela vaidade das redes sociais

(21)

b) Melhor ainda é a formulação da jornalista americana Nancy Jo Sales no livro Bling Ring – a gangue de Hollywood: a dúvida sobre a existência do ego deu lugar, na cultura do ultraconsumismo e das celebridades, a um outro tipo de pergunta: “Se postei algo no Facebook e ninguém curtiu, eu existo?”.

A resposta é: provavelmente não.

c) Eu existo se meus tuítes não são comentados nem retuitados? Claro que não.

(22)

Esse novo modelo é defendido por outras pessoas, como a americana Nancy Jo Sales. A existência do indivíduo parece ser derivada das curtidas e retuitadas em seu perfil.

(23)

A racionalidade proposta pelo modelo cartesiano, fonte primeira da própria existência (“Penso, logo existo”) parece ter sido substituída pela vaidade das redes sociais (“Curto, logo existo”).

NeEsse novo modelo, é defendido por outras pessoas, como a americana Nancy Jo Sales. Aa existência do indivíduo parece ser é derivada das curtidas e retuitadas em seu perfil.

(24)

A racionalidade proposta pelo modelo cartesiano, fonte existência (“Penso, logo existo”) parece ter sido substituída pela vaidade das redes sociais (“Curto, logo existo”). Nesse novo modelo, a existência do indivíduo é derivada das curtidas e retuitadas em seu perfil.

(25)

Lógica

d) Ninguém existe nas redes sociais senão como representações, que estão ali no lugar dos indivíduos. Não há uma transparência ou uma continuidade natural entre o que somos de fato e o que queremos ser nas redes sociais. e) Agora as pessoas reais guardam uma alta concentração de nada nos cérebros, pois preferem jogar tudo o que pensam e sentem via suas representações nas redes sociais. Elas se tornam ocas para rechear de signos seus perfis. O verdadeiro eu migrou do mundo off-line para o online.

(26)

A representação do indivíduo (perfil) descarrega tudo o que o indivíduo real sente e pensa, esvaziando este em detrimento da existência daquele.

(27)

Lógica

f) É óbvio que os signos na internet podem enganar, mentir e insidiosamente simular um alter ego digital. Os vigaristas e falsários pululam alegremente com suas máscaras nas redes sociais.

g) Quando alguém me “curte” ou “não curte”, está agindo com sinceridade na mensagem ou quer agradar e parecer inteligente?

(28)

h) Nesse sentido, se o eu do Facebook quiser se sentir mais vivo com o número de pessoas que o curtiram, estará caindo em uma armadilha. Pois ele não é o que é nem quem curte é o que parece ser.

i) Mesmo quando a boa-fé existe, ela deixa de o ser porque nada se mantém estável no ambiente da “curtição” do Facebook.

(29)

O ambiente virtual pode enganar, à medida que a representação de alguém pode ser bem diferente do que ela é na realidade.

Da mesma forma, as curtidas recebidas podem ser falsas, porque o ambiente permite isso. Ou seja, quem posta e quem curte agem por representações. Nesse contexto, quem existe?

(30)

O ambiente virtual pode enganar, à medida que a representação de alguém pode ser bem diferente do que ela é na realidade., tanto quanto

Da mesma forma, as curtidas recebidas podem ser falsas. porque o ambiente permite isso. Ou seja, quem posta e quem curte agem por representações. Nesse contexto, quem existe? Dessa forma, a existência volta a ser nula, porque não são os indivíduos, mas suas representações que agem.

(31)

O ambiente virtual engana, à medida que a representação de alguém pode ser bem diferente do que ela é na realidade, tanto quanto as curtidas recebidas podem ser falsas. Dessa forma, a existência volta a ser nula, porque não são os indivíduos, mas suas representações que agem.

(32)

Proposta (

entregar manuscrita)

1. Resuma os trechos referentes aos argumentos.

2. Insira a tese do autor, antes de apresentar os

argumentos.

3. Insira os dados necessários no resumo (autor, título

do texto e fonte).

4. Faça referência explícita ao autor ao longo do texto.

5. Seu texto deve ter no máximo 10 linhas e um

(33)

A racionalidade proposta pelo modelo cartesiano,

fonte existência (“Penso, logo existo”) parece ter sido

substituída pela vaidade das redes sociais (“Curto,

logo existo”). Nesse novo modelo, a existência do

indivíduo é derivada das curtidas e retuitadas em seu

perfil.

A representação do indivíduo (perfil) descarrega

tudo o que o indivíduo real sente e pensa, esvaziando

este em detrimento da existência daquele.

(34)

O ambiente virtual engana, à medida que a

representação de alguém pode ser bem diferente do

que ela é na realidade, tanto quanto as curtidas

recebidas podem ser falsas. Dessa forma, a existência

volta a ser nula, porque não são os indivíduos, mas

suas representações que agem.

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