Registos de Enfermagem em
Endoscopia Digestiva
Um olhar sobre a sua aplicação numa Unidade de
elevada produtividade
Miguel Veríssimo
A Unidade
• Unidade de Técnicas Endoscópicas (
UTE
)
• Exames de Pneumologia
• Exames de Ginecologia
• Exames de Gastrenterologia
• Endoscopia Digestiva Alta
• Colonoscopia Esquerda
• Colonoscopia Total
• Rectosigmoidoscopia
• Proctologia Terapêutica
A Unidade
• 6663
exames em 2012
• 5257
com Sedação
• 3045
Colonoscopia Totais
• 20-25
exames por turno
(ambulatório, urgência e internamento)• 9-15
Colonoscopias Totais
• 8-12
EDA
• Evolução temporal 2009-2012
0 2000 4000 6000 8000 2009 2010 2011 2012 N.º examesA Unidade
• 0.06%
complicações em 2012
• 1 #
dentária
• 3
internamentos:
• PR em contexto de PAC
• SCA
• Bacteriémia pós mucosectomia
• 0.9 horas
enf./utente
Produtividade
vs
Registos?
Factores de desempenho da UTE
• O(s) Circuito(s) dos utentes
• Programa de integração e rotação de elementos
• Funções claramente definidas
• Checklist equipamento Urgência • Checklist DMs
• Regulamento Interno da Unidade • ... grande cooperação multidisciplinar
• Protocolos de actuação
• Complicações (ex. perfuração cólica) • Exames de urgência (ex. HDA)
• Serviços de rectaguarda (BO, SO, Imagiologia, Lab., SIMC e UCIM)
• Prémios
• A vista...
Recepção Telefone Site Informação e Preparação Ques. Anestésico, Consent. Informado
O circuito dos utentes (α)
O circuito dos utentes (β)
• 3
enfermeiros
• 1
Gastroenterologista
• 1
Anestesista
• 1
AAM
• Circuito sequenciado
:
1. Recepção 2. Acolhimento 3. 2 Salas de exames 4. Recobro5. Área Adap. Meio Ext. 6. Recepção
Registos de Enfermagem
• Do latim
registro (“res” = coisas + “gesta” = feita, realizada); acto ou efeito
de registar, conceder a um documento uma data genuína
“Os registos de enfermagem são um instrumento imprescindível no dia-a-dia
dos enfermeiros, que quando não existem, ou são elaborados de forma
incompleta, interferem diretamente na qualidade dos cuidados. Se estes forem
elaborados de forma correta permitem que os cuidados sejam
individualizados, contínuos e de melhor qualidade. É também através destes
que os enfermeiros afirmam a sua autonomia e que a enfermagem tem
fundamento científico e não se reduz à rotina.”
Pinho F. Objetividade e subjetividade dos registos de enfermagem. Revista Informar. 2007. 11(4)
Registos de Enfermagem
(cont.)
• “…devem ocupar um lugar de destaque, sendo insubstituíveis no dia-a-dia de qualquer enfermeiro, independentemente do local onde ele exerce a sua atividade.”
(Rodrigues A.,2005:6)
• “Os registos são a base de toda a filosofia e metodologia do trabalho em enfermagem, revestindo-se por isso de grande importância, pelo que devem ser rigorosos, completos e realizados corretamente, pois são o testemunho escrito da prática de enfermagem. É através deles que os enfermeiros dão visibilidade ao seu desempenho, reforçando igualmente a sua autonomia e responsabilidade profissional.”
(Dias A. et al, 2001)
• O Decreto- Lei nº 437/91 de 8 de Novembro, no Artigo 19º, nº2 considera existir deficiente desempenho se houver “ incumprimento do dever de registo sistematizado dos cuidados de enfermagem prestados.”
• “…a ausência ou insuficiência dos Registos de Enfermagem, constituem um dos fatores que determinam a menor qualidade da assistência ao doente, e da impossibilidade em avaliar os benefícios da profissão de enfermagem”.
(Castonguay D, 2001)
• “…os registos nem sempre reflectem os cuidados prestados.”
Registos de Enfermagem
(cont.)
• Objectivos dos registos:
• Proporcionar um meio de comunicação entre os membros da equipa;
• Contribuir com a informação para o diagnóstico médico e de enfermagem; • Facilitar o planeamento coordenado e a continuidade de cuidados;
• Contribuir para a avaliação dos cuidados prestados; • Servir como documento legal;
• Rever a utilização eficaz das práticas e facultar dados úteis para a investigação; • Servir como fonte de aprendizagem.
Registos de Enfermagem
(cont.)
• Características dos Registos:
• Devem ser claros, precisos e concisos; • Legíveis e a tinta;• Ter sequência cronológica e registada a hora; • Ser verdadeiros;
• Significativos e pertinentes;
• Sem abreviaturas, rasuras ou sinais; • Nomes completos;
• As linhas não deverão ser deixadas em branco ou incompletas; • Todas as anotações devem ser assinadas;
• Fazer descrições de todos os acontecimentos relacionados com o utente ao registar os dados colhidos através da entrevista e observação das necessidades fundamentais;
• Incluir intervenções de enfermagem (independentes e interdependentes, bem como as respostas do utente relativamente às mesmas;
• Referir vias de administração e locais de aplicação de medicação;
…os obstáculos
(por nós percepcionados)
• Reconhecer o erro!
• “os débitos…”
• “interferência na produtividade”
• “lentificação dos procedimentos”
• “n.º insuficiente de elementos”
• “escasso tempo de permanência dos utentes”
• “mais um papel para preencher”
Desenvolvimento (1.ª fase)
• Levantamento dos problemas
• Ponto de situação e Benchmarking
(a UTE e o Mundo…)• Reuniões multidisciplinares
• Enfermeiros
• Unidade Técnicas Endoscópicas
• Serviço Internamento Médico-Cirúrgico • Atendimento Médico Permanente e SO • Médicos
• Gastrenterologia e Anestesia
• Responsáveis de Atendimento e Facturação • Comissão de Controlo de Infecção
• Revisão bibliográfica
• ANEED
Requisitos
• Layout simples e intuitivo
• Fácil e rápido preenchimento/interpretação
• Centralizar informação:
•
Registos dos 3 enfermeiros
•
Débitos extra Kits
•
Check Lists
•
Procedimento seguro
•
Validação e rastreabilidade de reprocessamento e
DM de uso único
Desenvolvimento (3.ª fase)
• Aprovação pelas Dir. Clínica e de Enfermagem
• Aprovação pelo C. Administração
• Comunicado aos profissionais
Implementação
• Realizados
4257 registos
desde então
• Não foi desmarcado 1 único exame
• Aumento médio de 2 min/exame no 1.º mês
Os Registos
+ Questionário Pré-Anestésico
Recobro
Exame
Ainda por fazer...
• Avaliação de resultados
• Auditoria de processos
• Informatização dos registos
Bibliografia
• Rodrigues, A.; Oliveira, M. – Registo intra-operatório: Que utilidade na continuidade dos cuidados de Enfermagem. AESOP revista. Vol. VI, nº 16. (2005), 6:10;
• Dias, A. et al – Registos de enfermagem. Servir. Lisboa, 2001, 267:271; • Pinho F. Objetividade e subjetividade dos registos de enfermagem. • Revista Informar. 2007. 11(4);
• Castonguay, D. – Nursing documentation- how important is it?. Nursing News. New Hampshire, 2001,6;
• Leal, Teresa – A CIPE e a visibilidade da enfermagem: mitos e realidades. Loures: Lusociência, 2006;