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Vicente de Abreu Amadei

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Academic year: 2021

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(1)

Mediação e jurisdição voluntária

(praticidade funcional do Tabelião e do Registrador)

Vicente de Abreu Amadei

XV CONGRESSO BRASILEIRO DE

DIREITO NOTARIAL E DE REGISTRO

(2)

1. Mudança de época – mudança institucional

2. A família da Justiça em reforma.

A REFORMA DAS

INSTITUIÇÕES

(3)

RELATÓRIO JUSTIÇA EM NÚMEROS

2013 (CNJ, 15/10/2013)

• 2012 => 92,2 milhões de ações em tramitação

=> aumento de 8,4% de casos novos

• 4 anos => número de processos cresceu 10,6%

=> aumento de 14,8% de casos novos

• “Aumento progressivo no volume de

processos,

apesar

da

melhoria

da

produtividade de magistrados e servidores”

(4)

AMPLIAÇÃO DE ATRIBUIÇÕES DAS NOTAS E DOS REGISTROS

RCPN: reconhecimento de paternidade.

Protesto: documentos de dívida.

RI: retificação administrativa; regularização

fundiária e usucapião extrajudiciais.

Notas: inventário, partilha, separação e divórcio

consensuais; revitalização das atas notarais.

(5)

NOTAS E DOS REGISTROS

• A vocação natural à profilaxia jurídica.

• A abertura ao universo “jurisdicional” de

feição consensual e, agora, à “jurisdição

conciliatória”.

(6)

SE JÁ EXISTE A TRANSAÇÃO,

PARA QUE A CONCILIAÇÃO?

TRANSAÇÃO CONCILIAÇÃO

Direito Romano Autocomposição pura Acordo exclusivo das partes

(ainda que em ato notarial) Feição negocial, contratual

Direito privado 1ª Disciplina no CC

Direito Canônico Autocomposição impura Acordo das parte, perante

terceiro (juiz/conciliador) Feição jurisdicional

Direito processual

(7)

CONFLITOS SOCIAIS E COMPOSIÇÃO DE LIDES

• Alteração de eixo da problemática processualista:

1º) jurisdição, ação, processo, coisa julgada

(critério da forma justa: justo sentenciado)

“cultura da sentença”

2º) instrumentalidade e efetividade da tutela

jurisdicional

(critério da forma eficiente: eficiência do

processo)

(8)

CONFLITOS SOCIAIS E COMPOSIÇÃO DE LIDES

Fomento dos “meios alternativos de solução dos

conflitos”, via mediação e conciliação

(além do âmbito dos Juízes togados, corpo social de apoio: convênios com universidades, entes sociais diversos, juízes leigos e conciliadores; conciliação pré-processual, para além da processual; ampliação do universo de mediação e conciliação e dos efeitos jurídicos dos termos de acordos; etc.).

Conciliação alargada nas leis

(L. 9.099/95, L. 8.952/94 [reforma do CPC], L. 8.078/90 [TAC] etc.).

Conciliação entranhada nas estruturas

(Res. CNJ 125/10 [Núcleos, Centros, Setores e Unidades de conciliação]; PL 8.046/10 [novo CPC, art. 153: “outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes”])

.

(9)

MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO PELOS

TABELIÃES E REGISTRADORES

FIM

•Ampliação da base-estrutural e do acesso aos

serviços de mediação e de conciliação, em

âmbito extrajudicial, mas correlacionado ao

Poder Judiciário, pela estrutura existente dos

Cartórios de Notas e de Registros, que já

exercem funções jurídicas auxiliares à Justiça;

•Incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos

consensuais de solução de conflitos.

(10)

MARCOS NORMATIVOS ELEMENTARES

•Serviço OPCIONAL

(facultativo)

•Serviço REMUNERADO

(despesas/emolumentos)

•Serviço PARALELO

(similar ao judicial)

•Serviço PROVOCADO

(p. inércia/requimento formal)

•Serviço PROCEDIMENTAL

(protocolo, intimação, sessão, termo, livro, traslado)

•Serviço COMUM

(atribuído igualmete às unidades)

(11)

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ATIVIDADE

Confidencialidade

(em regra, sigilo)

;

Decisão informada

(plena informação do direito e dos fatos)

;

Imparcialidade

(neutralidade)

;

Independência e autonomia

(liberdade)

;

Respeito à ordem pública e às leis vigentes

(legalidade)

Empoderamento

(estímulo à autocomposição)

Validação

(estímulo ao valor da dignidade humana)

.

(12)

ANÁLISE CRÍTICA

(BENEFÍCIOS E DIFICULDADES)

.

• Benefícios:

- Estrutural

(unidades existentes, consolidadas, de feição jurídica, respeitáveis, de ampla cobertura territorial e sob fiscalização do Poder Judiciário);

- Funcional

(notários e registradores exercem função jurídica, próxima à prática forense);

- Social

(redução da tensão litigiosa, pelo acordo; celeridade; difusão da “cultura da pacificação”);

- Estatal

(alívio de demandas, hoje em excesso, no Poder Judiciário).

(13)

ANÁLISE CRÍTICA

(BENEFÍCIOS E DIFICULDADES)

.

• Dificuldades:

- Previsão legal inexistente

(ao menos explicitamente);

- Feição jurisdicional da conciliação

(ao menos pela tradição, em contraposição à transação);

- Pulverização do serviço, em igual medida, para

todas especialidades;

- Força executiva do título, sem homologação

judicial

(apoiada apenas no art. 585, II, CPC);

- Custo do serviço

(desequilíbrio em relação ao judicial)

(14)

ESTATISTICAS FAVORÁVEIS E PROGNOSE POSITIVA

• Estatísticas favoráveis:

Expl. Semana Nacional da Conciliação (2007/2010)

Percentual de acordos:

1º grau de jurisdição: entre 36% e 40%

fase pré-processual: entre 72% e 78%

• Prognose positiva:

acadêmica;

estatal;

social;

(15)

MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO

Propicia o encontro

O mediador, mais passivo, aproxima os litigantes e promove o diálogo, para que eles encontrem a solução do conflito por autocomposição

Fomenta o acordo

O conciliador, mais ativo, aproxima, orienta (esclarece, com imparcialidade, a posição jurídica de cada um, mostra as vantagens do acordo e os riscos do litígio) e estimula as partes à autocomposição (v.g. formula propostas de soluções)

MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

(extrajudiciais ou não judiciais)

(16)

NOÇÕES ELEMENTARES

MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO

Foco na descontrução do conflito, na restauração da convivência pacífica, em visão

multidisciplinar da relação humana que perdura.

O mediador facilita o diálogo, para que as pessoas em conflito recuperem, entre si, o diálogo e equacionem suas divergências.

Foco no acordo, na solução pontual de determinado conflito,

em feição negocial e visão técnico-jurídica da lide que

termina.

O conciliador intervem entre partes (adversários), negociando

pontos de discordia para, pelo consenso, chegar ao acordo.

MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

(extrajudiciais ou não judiciais)

(17)

NOÇÕES ELEMENTARES

MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO

Técnica mais adequada para relações continuadas:

de família, de vizinhança, de condomínio, de

associações, de sociedade, de fornecimento, de

franquia etc.

Técnica mais adequada para vínculos circunstânciais: de infortúnios

indenizáveis (acidente de trânsito, erro médico, negativação indevida, pagamento de seguro…), de consumo

em geral, de violação de marca ou patente, de cobrança de crédito etc.

MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

(extrajudiciais ou não judiciais)

(18)

COMO OPERACIONALIZAR A

MEDIAÇÃO E A CONCILIAÇÃO

EXTRAJUDICIAL?

(19)

ADEQUAÇÃO AOS MODELOS

EXISTENTES?

adequação à Res. CNJ 125/2010…

. Estrutural?

(estruturação dos serviços vinculadas aos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania x estruturação autônoma, sob mera fiscalização do JCP e do CGJ)

. Homologação judicial de acordos?

(necessária ou não?)

(20)

COMPETÊNCIA COMUM E DIFUSA?

Espécie qualquer/adequação por objeto?

Unidade qualquer/adequação por território?

Duplicidade de procedimentos de conciliação

em serventias distintas. Como resolver?

Trâmite simultâneo de processos de fins

distintos, na mesma Serventia

(v.g. protesto e conciliação; notificação e conciliação; av. protesto contra alienação de bens no RI e conciliação)

? É possível?

(21)

O LOCAL

Nas Serventias ou, também, fora delas?

Em sala ou ambiente reservado e discreto?

A sessão de mediação/conciliação é, ou não,

pública?

(22)

O TEMPO

durante o horário de atendimento ao público,

ou também, fora dele?

como compatibilizar (se é que seja necessário)

os horários diversos de atendimento de cada

especialidade?

(23)

A OPORTUNIDADE

Pré-processual: sem dúvidas…

Processual (com ação já ajuizada): pode? Se

possível, os advogados das partes devem estar

presentes? Havendo acordo, haverão cautelas

especiais? Quais?

(24)

OS LIMITES

DIREITOS PATRIMONIAIS DISPONÍVEIS OU DE CARÁTER PRIVADO?

Art. 447 CPC: “direitos patrimoniais de caráter privado”

Art. 1º LA: “direitos patrimoniais disponíveis”

Direito patrimonial é direito de conteúdo

econômico-financeiro, em regra, obrigacionais

(creditícios)

ou reais.

- não são patrimoniais: direitos fundamentais, da personalidade, referentes ao estado e à capacidade das pessoas, de família e sucessões puros, coisas fora do comércio;

- efeitos patrimoniais de direitos não patrimoniais, podem ser objeto de mediação/conciliação? (vg. valores vencidos de pensão alimentícia; reflexos patrimoniais da exploração de imagem/voz/nome da pessoa natural);

(25)

OS LIMITES

DIREITOS PATRIMONIAIS DISPONÍVEIS OU DE CARÁTER PRIVADO?

Direito disponível é direito transigível e,

portanto, alienável

(qui tansigit alienat)

, que recai

sobre coisa que se pode dispor.

- Indisponíveis, por exemplo, são: os bens clausulados, os assim considerados por lei ou por determinação judicial (tal como decorrentes de improbidade administrativa, de liquidação extrajudicial de instituição financeira, de medida cautelar fiscal, falência etc.);

- Direito indisponível e direito de caráter privado não são expressões equivalentes.

- Pode haver direito disponível de caráter público… Fora do campo de incidência do art. 447 do CPC (e também do art. 841 do CC, que cuida da transação)… Pode, esses, ser objeto de mediação/conciliação?

(26)

A ATIVIDADE DOS CONCILIADORES E MEDIADORES

1-Satisfação dos pressupostos de habilitação

(opção, autorização, capacitação),

de ambientação

(sala ou local reservado e discreto; divulgação serena do serviço disponibilizado)

e de gestão eficiente

(elaboração de formulários/modelos básicos padronizados; preparo do pessoal, segundo a nova dinâmica de serviço; abertura de livros próprios);

2-Atendimento aos interessados, esclarecimentos prévios,

recepção e processamento dos requerimentos;

3-Presidência e condução da sessão de conciliação/mediação;

4-Serviços internos de segurança formal

(confecção do Livro de mediação e conciliação; arquivamento de termos e documentos; microfilmagem ou gravação eletrônica de imagens).

(27)

POSTULATÓRIA COMUNICATÓRIA CONCILIATÓRIA

O PROCEDIMENTO EM SUAS FASES

PRAZO

(28)

O ACORDO

cautelas gerais dos negócios jurídicos

(existência, validade e eficácia);

cautelas específicas do caso

(variáveis, conforme a peculiaridade do conflito e das cláusulas do acordo);

cautelas importadas da transação

(arts. 840 a 850 do CPC);

cautelas práticas

(v. experiência judicial acumulada, repertórios de jurisprudências, orientações ou recomendações sobre conciliações do JEC).

(29)
(30)

ORDENAÇÕES FILIPINAS

• Livro 3º, T. 20, § 1º:

• “E no começo da demanda dirá o Juiz a

ambas as partes, que antes que façam

despezas, e se sigam entre elles os ódios e

dissensões, se devem concordar, e não

gastar suas fazendas por seguirem suas

vontades, porque o vencimento da causa

sempre he duvidoso....”

(31)

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