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Global: Atividade global desacelera
EUA: Aperto nas condições financeiras
China: Economia ainda dá sinais de fraqueza
Juros: retirada do viés de alta
Crédito: Inadimplência segue recuando
Bolsa
Renda Fixa
Moedas
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Os indicadores de atividade global continuaram sugerindo uma moderação do crescimento. Enquanto na Zona do Euro as surpresas foram observadas ao longo de praticamente todo o ano, e na China os dados já vinham enfraquecendo há algum tempo, há sinais também de uma moderação no crescimento americano.
Esta desaceleração é mais visível nos dados da indústria, cujos ciclos econômicos costumam ser mais sincronizados. Conforme o gráfico ao lado, a bateria de PMIs (Purchasing Managers’ Index -indicador do setor manufatureiro) referentes ao mês de dezembro deixa evidente esta moderação. Dito isso, enquanto uma desaceleração da economia americana em 2019 após um ano muito forte sempre foi o cenário base do mercado, a pergunta agora é se esta moderação poderá se tornar, ou não, uma recessão. Acreditamos que o cenário base ainda é de continuidade da expansão da economia americana em 2019, apesar dos riscos oriundos da economia global.
ECONOMIA GLOBAL
Fonte: JP Morgan
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Embora a taxa de juros seja uma variável financeira muito relevante, isoladamente ela não fornece uma sinalização completa e suficiente para os rumos da atividade. Um índice de
condições financeiras, que idealmente inclui variáveis
importantes para o ciclo econômico como preço de ações, spreads de crédito e o câmbio, costuma ser um antecedente melhor.
Com a forte queda do S&P 500 nos últimos meses, acompanhada da elevação nos spreads de crédito (prêmio com relação a títulos do tesouro de vencimento equivalente), as condições financeiras devem dar um impulso negativo à atividade americana neste ano. Ao lado apresentamos uma estimativa feita pelo banco Goldman Sachs deste impacto no crescimento anualizado do PIB em cada um dos próximos trimestres, caso os preços sejam mantidos no patamar do final de 2018. Vale ressaltar que em sua avaliação da economia o Fed (banco central americano) leva em consideração um amplo conjunto de variáveis, e isso explica a guinada mais
dovish* apresentada pelo comitê na comunicação mais recente.
ECONOMIA GLOBAL
Fonte: Goldman Sachs
Impacto das condições financeiras no PIB
*Dovish & Hawkish: São termos utilizados como referência ao sentimento perante a política monetária de uma economia. Quando um banco central está “dovish”, há um viés para corte de juros ou a manutenção da taxa de juros em patamares mais baixos. O oposto ocorre quando ele está “hawkish”, havendo um viés para o aumento da taxa de juros.
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O efeito defasado das medidas de aperto de crédito adotadas pelo governo chinês no início de 2018 e a elevação das incertezas após a intensificação da guerra comercial impactaram adversamente a economia chinesa, cujo crescimento nos últimos meses voltou a preocupar os mercados. Após a surpresa negativa na produção industrial e vendas no varejo de novembro, os PMIs referentes ao mês de dezembro continuaram sugerindo continuidade do processo de desaceleração.
Em uma nota positiva, o aparente progresso nas negociações com os EUA, que evita novas elevações nas tarifas de importação (ou até mesmo reverte as anteriores), é um ponto favorável no radar. Também é de se esperar que as medidas de estímulo já anunciadas pelo governo deem suporte à atividade à frente, mas o ponto de partida vem se mostrando mais fraco do que o esperado.
ECONOMIA GLOBAL
Fonte: Bloomberg
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O retorno de surpresas baixistas na inflação nos últimos meses, em particular das métricas mais sensíveis ao ciclo econômico e acompanhadas de perto pelo banco central, somado à estabilização do câmbio e queda nas expectativas de inflação, levou o banco central a retirar formalmente de sua comunicação o viés de alta da taxa Selic.
Em seu comunicado de dezembro, o banco central retirou o trecho em que afirmava que estaria pronto para iniciar o processo de elevação de juros caso as perspectivas para a inflação piorassem, indicando um cenário de estabilidade para a Selic. Isto também foi corroborado pelas projeções da autoridade monetária, que apontam para inflação em torno da meta nos próximos anos. O cenário segue apontando para a manutenção de juros nos patamares historicamente baixos por um período prolongado.
ECONOMIA BRASILEIRA
Fonte: Bloomberg
Contrato de Futuro de Juros na BM&F
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Os dados de inadimplência no crédito bancário continuaram em trajetória de queda, alcançando a mínima da série histórica do banco central, que se estende apenas a partir de 2011. Este movimento, que vem ocorrendo desde meados de 2017, é surpreendente tendo em vista a forte recessão observada no Brasil. Ele também é um importante suporte para a retomada da atividade, tendo em vista que o setor bancário encontra-se líquido e pronto para atender uma eventual aceleração na demanda por crédito com a melhoria das perspectivas econômicas, em especial caso tenhamos a aprovação das imprescindíveis reformas fiscais (i.e. previdência).
ECONOMIA BRASILEIRA
Fonte: Banco Central do Brasil
Taxa de Inadimplência: Total
-9,18% -3,61% -5,46% -6,20% -10,45% -3,64% -1,81% -7,17% -6,24% -12,48% -10,95% -18,26% -12,08% -24,59% 15,03% -11,18% -28% -20% -12% -4% 4% 12% 20%
S&P500 FTSE100 CAC DAX NIKKEI SHANGHAI COMP BOVESPA MSCI ACWI
VARIAÇÃO DEZEMBRO VARIAÇÃO EM 2018
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O mês de dezembro foi conturbado para os ativos de risco de uma maneira geral, com quedas expressivas na maioria das bolsas. Os destaques negativos foram o S&P 500 (-9,18%), que com a queda terminou o ano de 2018 recuando 6,24%, além do Nikkei, que cedeu 10,45% no mês. Os temores em relação ao crescimento global ditaram a dinâmica do mês, mais do que compensando a sinalização mais positiva em relação às negociações EUA x China e a guinada mais dovish do Fed.
O MSCI ACWI é um índice global de mercados de ações que engloba 23 países desenvolvidos e 23 emergentes.
MERCADOS
*Resultados apresentados na moeda local.
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MERCADOS
Com a maior apreensão no mercado em relação ao crescimento global, as taxas de juros dos títulos longos americanos apresentaram forte recuo por mais um mês, cedendo 32 basis
points (ou seja, 0,32%) para 2,69% e retornando para níveis do
início de 2018. Na Alemanha e no Japão as taxas também recuaram, embora em magnitude bem menos intensa (-6 e -8
basis points respectivamente), o que é explicado pelo fato de já
haver bem menos altas precificadas neste países.
No Brasil, o Risco Brasil mensurado pelo CDS (Credit Default
Swap) de 5 anos ficou praticamente estável em 205 basis points.
Renda Fixa Global
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MERCADOS
Com a intensa reprecificação da curva de juros nos EUA, que passou a precificar estabilidade nos Fed Funds (principal taxa de juros norte-americana) em 2019 após ter estimado há apenas pouco tempo mais de duas altas, o DXY (índice que mede o desempenho do dólar contra as principais moedas do mercado) recuou 1,1% em dezembro, conforme mostra o gráfico ao lado. A queda só não foi mais intensa pois o forte movimento de correção de ativos de risco globais desencadeou, como de costume, um movimento de flight to quality* que acaba beneficiando o USD.
Índice US Dollar (DXY)
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ÍNDICES
VARIAÇÃO DEZEMBRO VALOR EM 31/12/2018 VARIAÇÃO EM 2018 VARIAÇÃO 12 MESES
COMMODITIES
PETRÓLEO WTI -10,84% 45,41 -24,84% -24,84%
OURO 5,08% 1.282,49 -1,56% -1,56%
MOEDAS (EM RELAÇÃO AO US$)
EURO 1,33% 1,1467 -4,48% -4,48% LIBRA 0,04% 1,2754 -5,62% -5,62% YEN 3,54% 109,6900 2,73% 2,73% REAL -0,36% 3,8812 -14,65% -14,65% ÍNDICES S&P500 -9,18% 2.506,85 -6,24% -6,24% FTSE100 -3,61% 6.728,13 -12,48% -12,48% CAC -5,46% 4.730,69 -10,95% -10,95% DAX -6,20% 10.558,96 -18,26% -18,26% NIKKEI -10,45% 20.014,77 -12,08% -12,08% SHANGHAI COMP -3,64% 2.493,90 -24,59% -24,59% BOVESPA -1,81% 87.887,26 15,03% 15,03% MSCI ACWI -7,17% 455,66 -11,18% -11,18%
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Nossas opiniões são frequentemente baseadas em
várias fontes, já que despendemos grande parte de
nosso tempo com análises de amplitude global de vários
bancos,
gestores,
corretoras
e
consultores
independentes.
Todas as opiniões contidas neste relatório representam
nosso julgamento até esta data e podem mudar sem
aviso prévio, a qualquer momento. Este material tem
caráter meramente informativo, não devendo ser
considerado uma oferta de venda de nossos serviços.
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