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Revista da FONOAUDIOLOGIA 2ª Região nº 69 Setembro/Outubro de 2006

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EDITORIAL

PRESIDENTE Sílvia Tavares de Oliveira

VICE-PRESIDENTE Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida

DIRETORA-SECRETÁRIA Anamy Cecília César Vizeu DIRETORA-TESOUREIRA Márcia Regina da Silva

CONSELHEIROS: Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu • Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa • Cristina Lemos Barbosa Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza Reggi • Fernando Caggiano Júnior • Lica Arakawa Sugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva • Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis • Sandra Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida • Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa • Yara Aparecida Bohlsen

Rua Dona Germaine Burchard, 331 CEP 05002-061 - SÃO PAULO – SP Telefax: (011) 3873-3788 • www.fonosp.org.br DELEGACIA REGIONAL DA BAIXADA SANTISTA

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E-mail: deleg_marilia@fonosp.org.br DELEGADA: Fabiana Martins DELEGACIA REGIONAL DE RIBEIRÃO PRETO

Rua Bernardino De Campos, 1001 - CJ. 1303 14015-130 - Ribeirão Preto - SP Fone: (16) 632-2555 / FAX: (16) 3941-4220 e-mail: deleg_ribeiraopreto@fonosp.org.br DELEGADA: Ana Camilla Bianchi Pizarro DEPARTAMENTOS

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N° 69 – SETEMBRO/OUTUBRO 2006 ISSN – 1679-3048 - TIRAGEM: 12.200 Exemplares COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO

Luciana Pereira dos Santos - PRESIDENTE Ana Camilla Bianchi Pizarro Diva Esteves Cristina Lemos Barbosa Furia Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira JORNALISTA RESPONSÁVEL

Cecília Queiroz (MTb 42-AM) – 11-8133-0010 – cq@puente.com.br PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA:

Puente - Agência de Comunicação

Tel. (11) 3722-0840 - www.puente.com.br - puente@puente.com.br REDAÇÃO:

Editor-chefe Cecília Queiroz Colaborador Giulianna Correia

Secretaria Alexandre de Castro, Fátima Ferreira e Miriam Fukai

Arte: Nilson J. dos Santos Fotografia: Insert, R. Gazeta, Samuel Iavelberg

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Telefax: (011) 3873-3788 E-mail: imprensa@fonosp.org.br

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AS OPINIÕES EMITIDAS EM TEXTOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSA-BILIDADE DE SEUS AUTORES. A REPRODUÇÃO DE TEXTOS DESTA EDIÇÃO É PERMITIDA,EXCLUSIVAMENTE PARA USO EDITORIAL, DESDE QUE CLARAMENTE IDENTIFICADA A FONTE. TEXTOS ASSINADOS E FOTOS COM CRÉDITO IDENTIFICA-DO SOMENTE PODEM SER REPRODUZIIDENTIFICA-DOS COM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DE

CONSELHO REGIONAL DE FONOAUDIOLOGIA 2ª. REGIÃO 7º COLEGIADO

Estamos em tempo eleitoral. É um momento importante para a Fonoaudiologia porque os profissionais irão eleger os Colegiados dos Conselhos Regionais. Vocês receberão em suas casas a cédula de votação. Não se esqueça: o voto é um direito seu e é obrigatório. Participe ativamente desta eleição!

Estamos também, em tempo de Congresso. Este ano ele será realizado na cidade de Salvador, no início do mês de outubro. A grade do Congresso já foi publicada e apresenta temas muito interessantes para discussão. É muito importante para o fonoaudiólogo se atualizar constantemente e participar dos "Temas Livres" do Congresso.

Na última revista (edição 68), você recebeu - nas páginas centrais - um questionário sobre o Perfil do Fonoaudiólogo. Seu objetivo é saber como e onde está o profissional da Fonoaudiologia. É fundamental que você o preencha com os seus dados e nos devolva, inclusive para que o Conselho possa estabelecer estratégias para abertura e incentivo de novos mercados de trabalho para o fonoaudiólogo. Responda! Sua participação é muito importante para nós!

Nesta edição temos uma reportagem sobre a gagueira. Foram entrevistadas pessoas e profissionais que convivem no seu dia-a-dia com este problema. Durante o primeiro semestre, a gagueira teve destaque na mídia, enquanto uma novela apresentada pela rede Globo mostrou a vida de um personagem com esse distúrbio. Agora, em outubro, o assunto volta a ser destaque graças à comemoração do Dia Internacional de Atenção à Gagueira, em 22 de outubro.

Você também vai acompanhar o trabalho realizado pelo Conselho e a sugestão em relação ao tempo de atendimento para os procedimentos fonoaudiológicos.

Outro assunto muito questionado pelos profissionais é o tempo de guarda dos documentos. Nesta edição publicamos as recomendações do Conselho para esta atividade.

A nota triste fica por conta do falecimento do nosso querido colega Fabio Lessa. Hoje a Fonoaudiologia está em luto pela sua perda. Que cada um guarde no seu coração, com muito carinho, os ensinamentos humanos e profissionais que ele nos deixou.

Sílvia Tavares de Oliveira Presidente do CRFa 2ª Região

ÍNDICE

• Gagueira não tem graça. Tem Tratamento 4

• Prevenção fonoaudiológica:

um esforço para Promoção da Saúde 15

• Prestação de contas 16

• Homenagem: A Fono perde uma estrela 18

• Prazo para guarda de exames e prontuários 19

• Tempo dos procedimentos 19

• Fórum discute políticas públicas 21

• Ato Médico no Senado 21

• Saúde Suplementar e os Planos de Saúde 22

• XIV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia 23

CAPA

O ator Marcelo Médici participa da campanha.

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Campanha quer informar sobre o

problema, que afeta a vida de

milhares de brasileiros

GAGUEIRA

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N

uma cidadezinha no inte-rior do Paraná, uma meni-na começou a gaguejar. Ela tinha aproximada-mente quatro anos de idade. Na fa-mília, ninguém tocava no assunto. A casa era um silêncio que só se quebrava com as broncas do pai nos dias em que a pequena gaguejava além da conta. O povo da cidade re-petia: "Espera que um dia passa". Mas o tempo passou, nada mudou e a garota teve que se virar. Preci-sava fazer várias manobras. Senta-va quietinha na primeira carteira para evitar aborrecimentos com co-legas de classe. Perguntas? Só de-pois da aula. Aos olhos do profes-sor passava por uma excelente alu-na que não dava trabalho nenhum. Como jamais ouvira nada a respei-to do modo como falava, a única saída que encontrou para amenizar o problema foi parecer o mais cala-da possível.

Esta é história da vida da fonoaudióloga Sandra Merlo, dire-tora científica do IBF - Instituto Brasileiro de Fluência. Se quando menina queria passar despercebida por causa da gagueira, hoje o que mais quer é chamar a atenção de to-dos. E para uma boa causa. Ao lado das fonoaudiólogas Ignês Maia Ri-beiro, Eliana Nigro Rocha e Daniela Verônica Zackiewicz, Sandra é uma das quatro realizadoras da segunda edição do Dia Internacional de Atenção à Gagueira no Brasil, que acontece em 22 de outubro deste ano.

Com o slogan "Gagueira não tem graça. Tem tratamento.", a Campa-nha informa a sociedade sobre a gravidade de um distúrbio que, em geral, é levado na brincadeira. "Mi-nha história foi muito marcada pelo fato de eu ter crescido com um dis-túrbio que interferia diretamente na minha relação com as pessoas e por eu não ter tido nenhum tipo de orientação de como lidar com ele", diz. "Eu me virava, mas a um custo muito alto, tanto do ponto de vista físico, como emocional", relata Sandra, a única que apresenta

Comissão Nacional que realiza o evento.

Em 2005, a Campa-nha teve como foco o tra-tamento da gagueira e atingiu 18 estados do País. Este ano, o tema principal do debate são as causas da gagueira e sua abrangência será ainda maior.

A gagueira

"Por falta de informa-ção, nem a própria pessoa que gagueja conhece o problema que tem. Passa a acreditar naquela idéia difundida na sociedade de que se ele se esforçar mais, ou esquecer da gagueira, deixa de gague-jar. E não é assim que funciona", explica Sandra.

Caracterizada por in-terrupções involuntárias e

atípicas no fluxo da fala, como blo-queios, repetição e prolongamento de sílabas, a gagueira é um distúr-bio da fluência que atinge cronica-mente 1% da população mundial. Isto significa que há cerca de 60 milhões de pessoas no mundo que gaguejam. No Brasil, o número che-ga a aproximadamente um milhão e 900 mil. "Existe o estereótipo de que o gago é aquele que a gente vê na tevê. Há vários graus de gagueira. Muitas pessoas apresentam ga-gueira leve. Alguém que apresenta 2% de sílabas gaguejadas na fala é considerado gago", explica Daniela Verônica Zackiewicz, presidente da Abragagueira - Associação Brasilei-ra de GagueiBrasilei-ra.

A gagueira costuma aparecer ainda na infância, geralmente em crianças de 2 a 4 anos de idade. Para a pessoa que gagueja, a produção da fala é uma atividade que demanda muito mais esforço, porque a liga-ção entre sons, sílabas, palavras e frases não acontece de maneira

flu-possui um tempo usual para ser dito. O que acontece na fala gague-jada é que alguns sons são pronun-ciados em um tempo maior que o habitual e, em geral, com o aumen-to da tensão muscular necessária para a sua articulação.

Trata-se de um distúrbio presen-te na vida humana desde os primórdios de sua história. Tradu-ções do Êxodo identificam a gagueira de Moisés, que era "lento de fala". O filósofo grego Aristóteles também gaguejava. Na época, acre-ditava-se que a gagueira era causa-da por uma língua de espessura muito grossa.

Ainda hoje, grande parte da so-ciedade acredita numa série de fal-sos mitos sobre a origem da gagueira. Por exemplo, ela seria provocada por um problema advindo de um susto muito grande ou seria apenas um sintoma que acompanha a fala de pessoas ner-vosas, desconcentradas ou ansiosas. A ansiedade até pode contribuir para o aparecimento da gagueira,

Sandra Merlo: transformando a dificuldade em profissão.

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GAGUEIRA

mas ela, sozinha, não pode ser

con-siderada uma causa. Podemos ob-servar que a pressão interna, a pres-são externa e a prespres-são do tempo contribuem, e muito, para a mani-festação da gagueira, mas esses fa-tores não podem ser vistos como sendo a causa. Eles podem ser ana-lisados como elementos que inter-ferem de maneira negativa na flu-ência da fala. Para quem gagueja, tais situações de pressão interferem de maneira negativa sobre a produ-ção da fala alterando a fluência.

Mas qual será então, a causa da gagueira?

Parece não existir uma única

cau-sa. Diferentes teorias buscam justi-ficar o problema a partir de fatores orgânicos, psicológicos e/ou sociais. Estudos apontam que cerca de 70% dos casos seguem uma lógica hereditária. “O fator da herança ge-nética, onde mais de um membro da família apresenta gagueira é uma hipótese muito forte”, afirma Sandra Merlo, cujo irmão também apresenta gagueira.

A especialista explica que a cau-sa pode ser, ainda, de ordem neurofisiológica. “Na hora da fala, o cérebro não geraria as pistas in-ternas necessárias para a pessoa continuar o resto da palavra”.

Outra hipótese é que a gagueira seja resultado de um fator social. "É

Diretor do IBF - Instituto Brasileiro de Flu-ência, o bibliotecário Roberto Tadeu da Silva, 36, que apresenta gagueira desde os cinco anos de idade, colabora com a Campanha do Dia Internacional de Atenção à Gagueira pelo segundo ano consecutivo. Sua contribuição vai muito além da distribuição de cartazes e folderes em locais com grande circulação de pessoas. Ele dá voz a um grupo de pessoas que durante muito tempo ficou calado.

Revista da Fonoaudiologia (RF): Qual é a reação das pessoas quando percebem que você é gago?

Roberto: Há pessoas que não se

incomo-dam, que me tratam sem nenhuma diferen-ça. Há outras que demonstram impaciência, preconceito, que consideram engraçado, as-sustador. E há também as que consideram charmoso.

RF: Como foi a sua infância?

Roberto: Foi uma infância normal, com

amigos e amigas da mesma idade. Brincávamos muito. Lembro que duas outras crianças falavam como eu falava, por isso achava que minha fala era normal, sem problema.

RF: Qual foi a reação de seus pais?

Roberto: Meus pais começaram a corrigir e

chamar atenção para minha fala: "fala devagar, respira para falar e etc.". Mesmo eles pensando que faziam o melhor, isto não me ajudava, ao contrário, eu ficava ainda mais preocupado.

RF: E dos professores?

Roberto: Até a 5ª série, todos os

professo-res chamavam minha mãe para conversar. Como ninguém tinha conhecimento sobre gagueira, tentavam me tratar como os outros alunos sem considerar que, na fala e na leitura oral, eu não era igual. Tratar como igual neste aspecto era

um erro. Fazia leitura oral e seminários com muita dificuldade e sofrimento. Para responder a cha-mada também era muito difícil. Às vezes conse-guia, outras vezes ficava com falta. Houve até uma professora que incumbiu outro aluno de res-ponder a chamada por mim, o que também era constrangedor.

RF: Como você chegou à fonoaudiologia?

Roberto: Depois de tanto ver minha mãe

procurar tratamento para mim em psicólogos, psiquiatras e neurologistas, um superior dela pro-curou saber, no departamento de Recursos Hu-manos da empresa, qual profissional tratava a gagueira. Iniciei meu primeiro tratamento com uma fonoaudióloga aos 14 anos. Acho importan-te ressaltar que essa profissional não era especi-alizada em gagueira. Somente encontrei profis-sionais especializados em gagueira muitos anos depois, por intermédio da Abragagueira.

RF: De que forma a fonoaudiologia te aju-dou?

Roberto: Na melhora da fluência e no

co-nhecimento da gagueira e da minha fala. Nos grupos de apoio, foi muito importante ter conhe-cido outras pessoas que gaguejam e a possibili-dade de trocar experiências com elas.

RF: Ainda existe preconceito?

Roberto: Infelizmente ainda há muito

pre-conceito. Muito mesmo. Por exemplo, para nós as dificuldades no mercado de trabalho são maio-res.

RF: De que forma isso pode mudar?

Roberto: Acredito que disseminando

infor-mação sobre as origens e possibilidades de tra-tamentos para a gagueira. Isso deve começar nos cursos de fonoaudiologia, com o aumento da carga horária sobre Fluência e seus distúrbios.

Atualmente prefiro não usar a palavra 'gago', pois

considero que ela traz todo um estigma muito

negativo. Prefiro usar 'pessoa que gagueja'.

Roberto Tadeu da Silva, bibliotecário

Eliana: cada paciente deve ser visto de maneira diferente.

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Também seria de importância estratégica que fonoaudiólogos especializados em gagueira atu-assem em escolas públicas municipais e estadu-ais, de forma que pudessem diagnosticar e enca-minhar a criança para tratamento o mais cedo possível.

Disseminar o conhecimento científico para a população como um todo. Um entrevistador deve conhecer as potencialidades e limitações da pessoa que gagueja. As competências profissio-nais de um profissional de informática ou de um bibliotecário, não pode ser medido pela fala. É preciso que saibam que as dificuldades estão es-pecificamente ligadas às questões motoras da fala, não nas idéias, pensamentos, inteligência. As formas de entrevistas para emprego também devem ser diferenciadas. Em uma dinâmica de grupo, uma pessoa que gagueja poderá ser pre-judicada.

RF: Que comportamentos da sociedade te incomodam?

Roberto: As piadas. Os meios de

comunica-ção reforçam o estigma negativo e o preconcei-to. Pelo senso comum toda pessoa que gagueja é tímida, desequilibrada, insegura e nervosa. E isso não é verdade. Jorge Luis Borges, Machado de Assis, Miguel de Cervantes, Sir Winston Churchill, Charles Darwin são exemplos brilhan-tes de que a gagueira não é fator limitante.

RF: Qual a importância do Dia Internacional de Atenção para a Gagueira?

Roberto: É importante no sentido de

disse-minar para a sociedade o conhecimento sobre a gagueira, suas origens e tratamentos.

RF: Qual a importância da participação de pessoas que gaguejam na campanha?

Roberto: Acho que é importante em dois

sentidos. A partir do momento que a pessoa que

gagueja aceita participar nas ações da campanha, ela trabalha a acei-tação de que ela tem um proble-ma, que esse problema não pode ser um tabu e que pode ser resolvi-do. A aceitação da gagueira é o pri-meiro passo para a sua resolução, sua remissão ou seu tratamento. Segundo, existe a possibilidade de levar o conhecimento sobre a gagueira para o núcleo familiar do participante, muitas vezes rompen-do tabus como a "conspiração rompen-do silêncio", onde todos sabem, mas ninguém toca no assunto. Dessa forma, pode ocorrer uma modifi-cação na relação da pessoa que ga-gueja e sua família.

RF: De que forma você partici-pa?

Roberto: Em 2005 participei

distribuindo folhetos e cartazes em escolas, hospitais e estações de

metrô e igrejas. Participei do evento presencial em São Paulo, no Cefac, uma das Instituições res-ponsáveis pela Campanha. Também trabalhei para conseguir contribuições e consegui algumas doações. Enviei mensagens pela internet à mi-nha lista de amigos, conhecidos e profissionais. Também participei de listas de discussões via internet.

RF: Existem mais pessoas que gaguejam engajadas na campanha?

Roberto: Sim, em várias partes do Brasil,

como Natal, Recife, Manaus, Ilhéus entre ou-tros. Não são muitos ainda se compararmos com o número de pessoas que gaguejam. Essa participação está aumentando gradati-vamente.

RF: Como foi a experiência da campanha no ano passado?

Roberto: Foi muito boa. O fato de ter

dis-tribuído material informativo foi marcante no sentido de que, pela primeira vez, alguns cole-gas e amigos tiveram a oportunidade de falar sobre a gagueira comigo.

RF: Quais as expectativas para a campanha 2006?

Roberto: São as melhores. Pois existe a

ten-dência de maior participação e melhor articu-lação entre profissionais e ampliação do raio de alcance da campanha. Enfim esperamos uma maior participação de todos, inclusive das pes-soas que gaguejam e de seus familiares. a idéia de que o distúrbio aparece

num ambiente em que as pessoas cobram da criança uma fala fluen-te. Na tentativa de falar bem, a cri-ança tenta controlar a fala e gague-ja", diz.

Uma outra corrente é a que diz que a gagueira seria causada pelo fator psicológico: "o caso de uma criança que viveu uma experiência dolorosa e não conseguiu superá-la. A experiência é recalcada, mas vol-ta como gagueira", explica.

Correntes científicas nacionais e internacionais aceitam que a ga-gueira seja de origem multifatorial. Nesta visão, acredita-se que a pes-soa que gagueja possua uma base orgânica predisponente, que se

ma-nifestaria a partir da interferência de fatores psicológicos e emocio-nais.

Desde 1983, Eliana Nigro Rocha atende quadros de gagueira no Hos-pital Público do Servidor Estadual de São Paulo. "Eu trabalho com uma linha psicomotora, que relaci-ona o corpo com a fala. Mas cada paciente tem que ser visto de uma maneira diferente. Tenho que ava-liar se aquele indivíduo tem o com-ponente genético, analisar o ambi-ente em que ele vive e a percepção do que faz enquanto fala. Todo pa-ciente merece uma nova pesquisa individual".

Um jovem paciente de Eliana, que preferiu ser identificado como

A.P.H., conta que tomou consciên-cia da gagueira aos onze anos de ida-de, quando começou a sentir incô-modo com as leituras em voz alta na sala de aula. "A leitura seguia a ordem dos lugares. A fileira vinha vindo e a minha orelha ia ficando vermelha, ardendo de tanto nervo-so. Eu ficava envergonhado, menos pelos outros e mais comigo mesmo. Queria expressar aquilo que eu es-tava pensando e não conseguia".

A fonoaudióloga de A.P.H. expli-ca o quanto esse processo pode ser perturbador para a pessoa que apre-senta gagueira. "Uma série de senti-mentos negativos podem ser gerados com relação à fala. Imagine que você vai falar com alguém e não sabe se

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sua voz vai sair ou não. Dá para ima-ginar a dor?", pergunta Eliana.

Apesar do pai também ser uma pessoa que gagueja, A.P.H. não es-capou da ansiedade da mãe, que, muitas vezes, tinha o hábito de cor-rigi-lo. “Ela falava ‘pensa antes de falar’ e eu dizia ‘eu penso e não fun-ciona! Pára de falar que você me deixa mais nervoso!’”.

Corrigir é muito pior!

De acordo com Daniela Verônica Zackiewicz, o hábito de corrigir uma criança com gagueira só tende a prejudicá-la em seu de-senvolvimento. Assim que os pais

GAGUEIRA

perceberem rupturas, tensões e es-forço em demasia na fala da crian-ça, eles devem procurar imediata-mente a assistência de um fonoaudiólogo especializado. “É ele quem vai dar os meios para que os pais possam compreender a me-lhor forma de se relacionarem com o distúrbio do filho”.

Na opinião de A.P.H., inicia-tivas como o Dia Internacional da Gagueira são indispensáveis para mudar o comportamento das pes-soas com relação aos gagos. “É pre-ciso conscientizar a sociedade. As pessoas não vêem a gagueira como um problema, vêem como zomba-ria. Os meios de comunicação

fa-lam muito pouco sobre isso”. Para a fonoaudióloga Ignês Maia Ribeiro, presidente do Insti-tuto Brasileiro de Fluência - IBF e professora da cadeira "Gagueira e Outros Distúrbios de Fluência" do curso de pósgraduação do Cefac -Educação e Saúde, o engajamento das pessoas que vivenciam o pro-blema (crianças, adolescentes, adultos, familiares) é fundamental para a campanha. “Sem eles, o mo-vimento não tem sentido e as mu-danças não acontecem. As pessoas que gaguejam precisam falar de suas vivências, seus objetivos, suas expectativas e suas reivindicações. Eles precisam ser ouvidos, respei-tados e compreendidos”.

Não há dúvidas que 2005 foi um marco para a gagueira no País. Co-nheça alguns números:

- 16 estados brasileiros participaram ativamente da Campanha. - 35 cidades tiveram ações em praças públicas, shoppings, locais de grande circulação, faculdades, hospitais, clínicas-escola, postos de saúde, creches e escolas com distribuição de banners, cartazes e folhetos, tendas informativas, plantão de orientação, palestras, jornadas científicas, mesas redondas com fonoaudiólogos e outros profissionais, depoimentos de pessoas com gagueira, oficinas com pacientes com gagueira, triagens em clínicas-escola e lança-mentos de livros sobre gagueira.

- 43 fonoaudiólogas trabalharam como Coordenadoras Regionais da Campanha ou colaboradoras, além de alunos dos Cursos de Fonoaudiologia de diversos estados.

- 10 pessoas com gagueira envolveram-se diretamente como colabora-dores.

- 12 textos foram enviados para o Fórum Online sobre as Diferentes Abor-dagens Fonoaudiológicas no Tratamento da Gagueira, escritos por grandes nomes da Fonoaudiologia nos estudos da gagueira.

- 84 perguntas foram enviadas para o Fórum Online, de participantes de diversas regiões do Brasil.

- 70 pessoas participaram do Fórum Presencial na Cidade de São Paulo, realizado no CEFAC no dia 22 de outubro de 2005.

- 16 entrevistas foram realizadas em rádios, jornais e televisão. - 1 comercial de 30 segundos produzido e veiculado pela TV Globo, em rede

nacional, veiculado durante 45 dias, a partir do dia 20 de outubro. - 200 acessos por dia foi a média de visitação do site da Associação Brasileira de Gagueira (www.abragagueira.org.br) e do Cefac (www.cefab.br), durante os dias da Campanha.

Os números, embora significativos, não conseguem expressar a dimen-são que a campanha teve, principalmente para as pessoas que gaguejam. Nos inúmeros depoimentos e agradecimentos enviados, alguns chamaram ainda mais agudamente a atenção: pessoas com gagueira dando palestras em universidades, solicitando espaço em sala de aula para falar sobre gagueira para os colegas de classe, dando entrevistas ao vivo, entregando folhetos, divulgando a campanha no MSN, assumindo a condição de pessoa com gagueira e assumindo um papel importantíssimo de modificador da sociedade.

Foi extremamente gratificante ver como todas estas pessoas (fonoaudiólogos e pessoas que gaguejam) se empenharam em suas cida-des e conseguiram atingir um número inimaginável de pessoas.

Os informes sobre a Campanha estão no site www.abragagueira.org.br/ diainternacional.html e no www.cefac.br, com o objetivo de prestigiar todas as ações e pessoas que tornaram possível uma melhor qualidade de vida para as pessoas que gaguejam.

A Comissão Organizadora formada pelas fonos Ignês Maia Ribeiro, Eliana Maria Nigro Rocha, Sandra Merlo e Daniela Verônica Zackiewicz con-taram com o apoio da TV Globo, que produziu uma vinheta especialmente para o evento, da Splash Publicidade, do Laboratório de Investigação Fonoaudiológica da Fluência e Processamento Motor da Fala do Curso de Fonoaudiologia da USP, da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, do Co-mitê Nacional de Fluência, do Internacional Stuttering Association, da Lin-guagem Direta Fonoaudiologia, do Hospital Israelita Albert Einstein Unida-de Avançada Alphaville, da TecMac Engenharia e Construções, da Pró Fono produtos Especializados para Fonoaudiologia, da Kellogg's e da Thot Comu-nicação e Linguagem.

A campanha

em 2005

Roberto Tadeu e Ignês Maia: mais divulgação para o tratamento da gagueira.

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A tarefa da Fga. Ignês Maia Ri-beiro é mobilizar a mídia e agregar co-organizadores e colaboradores de todo o território nacional para a cam-panha "Gagueira não tem graça. Tem tratamento.", que será realizada durante a semana de 16 a 22 de ou-tubro para comemorar, no dia 22, o Dia Internacional de Atenção à Gagueira. Segundo ela, a compreen-são e o respeito às pessoas que ga-guejam estão diretamente relaciona-dos ao conhecimento sobre as inú-meras peculiaridades deste comple-xo distúrbio e à disseminação das in-formações na sociedade.

Saber a origem, o desenvolvimen-to e as possibilidades de tratamendesenvolvimen-to modifica a postura diante das pes-soas que gaguejam. Compreender como a gagueira afeta seus porta-dores é imprescindível para a mudan-ça de comportamento da população em geral, dos familiares e dos pro-fissionais que atuam diretamente com as crianças, adolescentes e adultos que gaguejam.

O preconceito, assim como a ina-bilidade no trato com a pessoa que gagueja, tem sua origem na ignorân-cia em relação à complexidade da gagueira, no desconhecimento dos fatores manifestos e, principalmen-te, no profundo sofrimento que isso acarreta às pessoas que gaguejam.

A maioria das pessoas não tem idéia do sofrimento contínuo e desgastante em que a pessoa que ga-gueja está constantemente submeti-da. Desconsideram o sofrimento por não saber e "o grande objetivo da realização desta Semana é a demo-cratização do saber", explica Ignês. Embora não haja consenso sobre as causas da gagueira, a fono afir-ma que as pessoas têm o direito de saber como anda a evolução das pesquisas, assim como os profissio-nais especializados têm o dever de informar. "O que pretendemos, de-sejamos e queremos é fazer um in-tercâmbio entre a produção científi-ca de ponta, o público leigo, as pes-soas que gaguejam, seus familiares

A campanha

da maneira mais acessível e produtiva possível".

Diversos especialistas do assunto escreverão artigos sobre as causas da gagueira especialmente para o fórum virtual da Campanha do Dia Internaci-onal de Atenção à Gagueira. Durante toda semana do dia 16 ao dia 22, qual-quer pessoa pode acessar os sites das

entidades organizadoras em âmbito nacional: Cefac - Saúde e Educação (www.cefac.br), Abragagueira - Asso-ciação Brasileira de Gagueira (www.abragagueira.org.br), Hospital do Servidor Público Estadual (www.iamspe.sp.gov.br) e IBF - Insti-tuto Brasileiro de Fluência (www.gagueira.org.br) - para enviar perguntas para os fonoaudiólogos de plantão, que esclarecerão as dúvidas do leitor. Perguntas e respostas fica-rão registradas nas páginas dos sites das entidades organizadoras e pode-rão ser lidas por todos.

Ações conjuntas serão realizadas em grande parte do território nacio-nal, coordenadas pelos co-organiza-dores regionais, que são fonoaudió-logos especializados em gagueira em suas cidades, com a colaboração de outros fonoaudiólogos, estudantes de fonoaudiologia e pessoas que ga-guejam.

Toda programação nacional esta-rá disponibilizada nos sites dos organizadores.

O evento presencial do Dia Internacional de Atenção à Gagueira da cidade de São Paulo, será realizado no CEFAC -Saúde e Educação, no dia 21 de outubro, das 9 às 15 horas e tra-rá um circuito de palestras e de-poimentos vivenciais.

Pessoas que gaguejam e pessoas que não gaguejam estarão presen-tes tanto nos depoimentos, quanto nas palestras sobre as causas da gagueira. "Nossa idéia é não dicoto-mizar e mostrar que as pessoas que gaguejam também podem ser espe-cialistas em gagueira; da mesma for-ma, pessoas que não gaguejam tam-bém podem vivenciar a gagueira in-diretamente, como é o caso dos pais, por exemplo", diz Sandra Merlo.

O CEFAC está localizado na Rua Cayowaá, 664, em Perdizes. A entra-da é franca e as vagas são limitaentra-das. As inscrições estão abertas e outras informações podem ser obtidas pelo telefone 11-3675-1677 ou pelo site www.cefac.br.

"O que pretendemos,

desejamos e queremos é fazer

um intercâmbio entre a

produção científica de ponta,

o público leigo, as pessoas

que gaguejam, seus

familiares da maneira mais

acessível e produtiva

possível".

(10)

É

comum que crianças entre os 2 e os 4 anos, ainda no proces-so de aquisição de linguagem, apresentem comportamentos típi-cos da gagueira, como repetição de palavras, sílabas e sons, prolonga-mentos de vogais e bloqueios. Es-tes sintomas podem permanecer na fala por apenas alguns meses e de-pois sumir sem qualquer interven-ção. É a chamada "remissão espon-tânea", que está ligada ao desenvol-vimento da linguagem e não à gagueira. Contudo é importante es-tar alerta e acompanhar cuidadosa-mente esse comportamento de fala. Se depois de seis meses não hou-ver melhora, é possível que seja, de fato, um indicativo de gagueira. Neste caso, a fonoaudióloga Daniela Zackiewicz aconselha aos pais que procurem um especialista o mais rápido possível. "Se detec-tada precocemente, a criança tem

SAÚDE PÚBLICA

Especialista dá

dicas de como

pais e

professores

devem agir no

caso de crianças

que gaguejam

GAGUEIRA

chances de superar definitivamen-te a gagueira".

O profissional apto para uma avaliação diferencial é o fono-audiólogo especializado no atendi-mento dos Distúrbios da Fluência, com conhecimentos científicos e práticos sobre gagueira. De acordo com Daniela, a terapia visa melho-rar as relações de comunicação e minimizar tanto o distúrbio quan-to o sofrimenquan-to moral e interno do paciente.

Segundo a especialista, o suces-so no tratamento da gagueira infan-til depende, em grande parte, do comportamento dos pais com rela-ção à fala do filho. "Os pais devem propiciar um ambiente com condi-ções para uma boa comunicação. Trata-se de uma questão de saber ouvir e respeitar a vez do outro fa-lar. É um treino também para os pais".

Gagueira

na infância

Gagueira

na infância

(11)

Dicas para ajudar

a criança

Em casa:

• Não complete palavras para a criança;

• Nunca diga 'pare', 'pense', 'respire' ou 'calma'. A crian-ça não está nervosa, está gaguejando;

• Não interrompa a fala da criança; • Fale em uma velocidade confortável; • Fale de forma mais pausada;

• Reduza o número de perguntas;

• Olhe nos olhos da criança, quando ela estiver falando; • Balance a cabeça para indicar que está compreendendo

o que ela está falando;

• Tenha um tempo a sós com o filho para que ele tenha tempo para contar tudo o que quiser.

De acordo com Daniela Verônica Zackiewicz os professores também interferem diretamente na evolução do tratamento da criança: "ele é um importante aliado. É uma pessoa chave para detectar o problema, além de ser também o responsável pelo suporte nas atividades escolares e na integração do aluno com os colegas."

Na escola:

• Estabeleça um contato freqüente com a família para saber sobre o desempenho da fala da criança em casa; • Adote uma postura de acolhimento, que não é ter dó,

mas compreender;

• Não peça para a criança falar desta ou daquela manei-ra;

• Traga para a turma a questão da gagueira. Explique que a criança que gagueja não é diferente de ninguém; • Compreenda que gagueira não tem nada a ver com

inteligência. Cobre da criança que gagueja o mesmo que cobra das outras crianças, com exceção da fala, é claro.

• Perceba os dias mais fáceis e os mais difíceis da criança e procure não expô-la, respeitando os dias mais difíceis; • Estabeleça uma dinâmica de leituras em duplas ou

cole-tivas;

• Em atividades pré-escolares, nunca deixe a criança para o final da brincadeira, porque esta atitude pode aumen-tar a ansiedade ou o medo.

"Os pais devem

propiciar um

ambiente com

condições para uma

boa comunicação.

Trata-se de uma

questão de saber

ouvir e respeitar a

vez do outro falar.

É um treino também

para os pais".

(12)

ator Marcelo Médici, 34 anos, 25 espetáculos en-cenados, vivenciou na no-vela Belíssima, um personagem que gaguejava. Ele disse que sentiu na pele muitas das dificuldades pelas quais passam as pessoas que gague-jam. Em entrevista exclusiva para a Revista da Fonoaudiologia, falou um pouco de sua experiência.

"Alguns colegas do elenco pedi-ram que eu gaguejasse menos e al-gumas pessoas nas ruas me disse-ram coisas do tipo: ‘eu fico aflita quando você gagueja’, ou ‘um moço tão bonito gaguejando...’", conta Marcelo. Essas frases demonstra-vam a impaciência das pessoas para com a gagueira.

Marcelo acredita que a repercus-são da novela foi enorme porque fugiu do estereótipo do "gago en-graçado", do "gago atrapalhado", ou do "gago inseguro".

Depois de um tempo, o distúr-bio do personagem acabou se tor-nando algo que as pessoas assimi-laram como uma característica do Fladson. "Foi muito bom fazer com que aquelas mesmas pessoas que pediram para eu gaguejar menos, percebessem que todo ser humano tem características próprias", ob-serva. "No final da novela, elas até ficavam bravas quando a D. Tosca (Jussara Freire) repreendia de ma-neira ríspida a gagueira do filho", pontua Marcelo.

O charmoso Fladson Ele era um bom amigo, um bom filho, enfrentava os problemas e também gaguejava. O personagem era do núcleo de humor, mas em nenhum momento a gagueira foi colocada como motivo de chacota. A mãe do personagem não tinha muita sensibilidade e se afligia com o problema do filho. Ele também demorou a conseguir a primeira na-morada, mostrando que a gagueira causa exclusão social. E isso ficou bem claro na novela, ressalta o ator. "Acho realmente que a sensibi-lidade do autor, Sílvio de Abreu e o cuidado da Denise Saraceni, direto-ra gedireto-ral, fizedireto-ram com que a gagueidireto-ra do Fladson fosse colocada de forma muito acertada. Ele apareceu de maneira simpática e não como um personagem absolutamente depri-mido, sem auto-estima e com pena de si mesmo como em geral as pes-soas pensam", diz o ator.

O personagem, apesar de "en-graçado", passou uma imagem po-sitiva e fez com que a atenção esti-vesse voltada para a gagueira de for-ma séria. Quem gagueja é tão ou mais capacitado que qualquer pes-soa que não gagueja.

A campanha

Marcelo ajudou na Campanha de 2005. "Fiz algumas matérias,

entre elas uma muito bonita e escla-recedora com as fonos Ignês Maia Ribeiro e Sandra Merlo, para o Vídeoshow, da tevê Globo", conta. Nas entrevistas "eu sempre indiquei a Abra Gagueira e o Cefac. Era o mí-nimo que eu podia fazer", ressalta. "O livro `Sobre a Gagueira`, de Anelise Bohnen, que ganhei de pre-sente da Ignês", diz Marcelo, "foi de grande ajuda para entender melhor esse distúrbio". E reforça: "estou à disposição para ajudar na Campa-nha e sou totalmente solidário à causa: afinal, gagueira não tem gra-ça, tem tratamento".

Educação

Marcelo ressalta que a Gagueira deveria ser abordada em escolas pú-blicas. "A informação apareceria em um local onde a criança com este túrbio se sentiria amparada e não dis-criminada. Para isso seria necessária uma atenção maior da Prefeitura, do Governo, do Estado. Quanto mais as pessoas tiverem consciência que a gagueira tem tratamento, mais fácil para quem sofre de gagueira perce-ber que isso pode ser resolvido", en-sina. E dá seu recado: "espero que vocês, fonoaudiólogos, tenham noção do quanto o trabalho de vocês é bo-nito e necessário. Para nós, atores, para os que gaguejam, para todos os que necessitam se comunicar, ou seja, todo mundo, literalmente".

GAGUEIRA

Gagueira e

comunicação

(13)

"Estou à

disposição

para ajudar

na Campanha

e sou

totalmente

solidário à

causa: afinal,

gagueira não

tem graça, tem

tratamento".

Marcelo Médici, ator.

Se você ainda não respondeu ao questionário do Perfil do Fonoaudiólogo, encartado na edição número 68 desta revista, pode fazê-lo até o dia 15/10/06, pelo correio – com o uso do envelope-resposta, por fax ou pela Internet (www.fonosp.org.br). Através das informações fornecidas por você, relativas à sua formação, local de trabalho, área de atuação, constituição de sua clientela, entre outras, o CRFa. 2a Região pretende reunir subsídios para melhor direcionar

ações voltadas ao crescimento da Fonoaudiologia, e sugerir mudanças na legislação que beneficiem os fonoaudiólogos. Por isso, sua participação é imprescindível.

Perfil do

Fonoaudiólogo

Perfil do

Fonoaudiólogo

(14)

O dia 22 de outubro é o "Dia Internacional de Atenção à Gagueira". Em 2005, pela primeira vez, houve uma campanha abrangendo todo o território brasileiro e o tema foi "Tratamentos para a Gagueira". Neste ano de 2006, a Campanha Nacional prossegue e o tema é "Causas da Gagueira".

Muito se fala sobre as causas da gagueira. Você sabe dizer se a gagueira é causada:

- Por um susto? - Pelo nervosismo? - Por imitação? - Pela ansiedade?

- Por traumas ou problemas psicológicos? - Pelo excesso de cobrança e repreensão dos pais? - Pela hereditariedade?

- Por um mal funcionamento do cérebro?

Existem diversas teorias que procuram explicar as causas da gagueira. Atualmente, o mais aceito na comunidade científica mundial é que a gagueira seja causada pelo mal funcionamento de algumas áreas do cérebro

respon-sáveis pela fala, resultante de uma tendência hereditária ou de uma altera-ção estrutural do cérebro; os fatores psicológicos e os sociais podem agra-var a manifestação da gagueira, mas não seriam sua causa. Os sintomas típicos da gagueira seriam a parte mais visível desta complexa interação entre fatores. Entretanto, também existem outros sintomas bem menos visíveis para a sociedade, mas igualmente importantes para a pessoa que gagueja: o sofrimento e a frustração por não conseguir falar fluentemen-te, o medo e a vergonha de gaguejar em determinadas situações. E, além disso, a pessoa que gagueja também precisa lidar com o preconceito e o estigma social.

Apesar de haver várias teorias diferentes sobre as causas da gagueira, todas concordam em um ponto: a gagueira é involuntária. Isto quer dizer que a pessoa que gagueja não consegue evitar a ocorrência da gagueira e, por mais que se esforce, não consegue ter controle abso-luto sobre sua fala. Por isso, para superar a gagueira, não basta ter força de vontade, ficar calmo, respirar ou pensar antes de falar. É ne-cessário um tratamento personalizado com fonoaudiólogos especializados em gagueira.

Na semana de 15 a 22 de outubro, estão programados diversos even-tos em todo o Brasil para comemorar o "Dia Internacional de Atenção à Gagueira". Informe-se sobre os eventos na sua cidade!

Outras informações:

CEFAC - Educação e Saúde: www.cefac.br

ABRA GAGUEIRA - Associação Brasileira de Gagueira: www.abragagueira.org.br HSPE - Hospital do Servidor Público Estadual: www.iamspe.sp.gov.br

IBF - Instituto Brasileiro de Fluência: www.gagueira.org.br

GAGUEIRA

Comissão Organizadora Ignês Maia Ribeiro (ignes@uol.com.br) Eliana Maria Nigro Rocha (eliananigrorocha@uol.com.br)

Sandra Merlo (sgmerlo@yahoo.com.br) Daniela Verônica Zackiewicz (daniela.veronica@itelefonica.com.br)

(15)

VACINAÇÃO

Prevenção

fonoaudiológica:

um esforço para

Promoção da Saúde

“Quando meu bebê vai falar” foi o tema fonoaudiológico para a segunda fase da Campanha Na-cional de Vacinação Infantil realizada no último sába-do de agosto, em Santa Isabel. Todas as crianças de zero a 5 anos foram convocadas a comparecerem aos Pos-tos de Saúde para Vacinação e, aproveitando a oportu-nidade de ter a população infantil reunida, a fono Clau-dia Lima Oliveira criou uma campanha preventiva para as mães ou responsáveis por crianças de zero a 1 ano.

Eles receberam o folheto explicativo "Quando meu bebê vai falar?", impresso pela Prefeitura Municipal de Santa Isabel, através da Secretaria de Saúde. A tiragem foi de 1.000 folhetos, que é a estimativa da população total de crianças nesta faixa etária (zero a 1 ano) e eles foram distribuídos em todos os locais de vacinação municipal: Postos de Saúde, PSF e zonas rurais, no to-tal de 13 equipes.

Receptividade

A fono conta que passou todo o dia em um estande instalado na Unidade Bási-ca de Saúde I - Prefeito Ilário Dassiê, que é a Uni-dade Central e de maior movimento no Município. Ela orientou, esclareceu dúvidas e agendou consul-tas fonoaudiológicas.

"Surpreendeu-me que esta atuação informativa no estande não ficou

restri-ta às crianças de zero a 1 ano", conrestri-ta. "Fui muito requi-sitada pela população em geral: pessoas com dúvidas sobre fonoaudiologia, que tinham encaminhamentos para avaliação, mas que ainda não haviam agendado, que tinham perguntas sobre a atuação e até sobre a for-mação profissional", relata entusiasmada com os re-sultados obtidos.

Repercussão

Os demais profissionais que atuaram na campanha também elogiaram a iniciativa. O Dr. Marcos Cardoso, diretor da Unidade Básica de Saúde relatou: "a grande maioria da clientela dos Serviços Públicos de Saúde só chega aos atendimentos tardiamente, requisitando ações curativas. Entretanto, se mais atuações preven-tivas como esta forem oferecidas, menos suscetíveis às doenças os clientes fica-rão".

A enfermeira coorde-nadora da Vigilância Epidemiológica, Dra. Ma-ria José Alves da Silva garantiu que "esta é uma ótima iniciativa, pois apro-veitar a ida da população aos Postos de Saúde, para fazer qualquer tipo de cam-panha de educação em saú-de é válida".

Claudia Lima: empenho para orientar.

Carona na campanha de vacinação

ajuda a divulgar a profissão

(16)

BALANÇO FINANCEIRO

O processo de prestação de contas do exercício 2005 do CRFa 2ª Região - SP, foi aprovado, pelo Plenário do CFFa, na 3ª reunião da 89ª Sessão Plenária Ordinária, realizada no dia 13 de maio de 2006, na forma regular, tendo em vista o disposto no relatório de auditoria assinado pelo Sr. Nicandro Batista Filho – Contador (CRC/DF nº 7.790) – no qual ele conclui:

“Por tudo o que pode ser observado, entende-se que o Conselho Regional da Segunda Região utilizou de forma adequada os recursos disponíveis. Se pode

constatar uma boa situação financeira, em conjunto com o cumprimento das obrigações relacionadas à fiscalização do exercício profissional.

Neste sentido, atestamos que a auditoria foi efetuada atendendo-se aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e obedecendo as NBC – Normas

Brasileiras de Contabilidade e, com base na

documentação que nos foi apresentada, podemos afirmar que os documentos têm caráter intrínseco e fidedigno.”

Prestação de

contas

A AA A ATIVOTIVOTIVOTIVOTIVO

Ativo financeiro Disponível Bancos-c/movimento Bancos-c/arrecadação Respons. Suprim. Fundos Disponível vinculado em c/c bancária Bancos-c/vinculada

Bancos-c/vinculada a aplicações Relizável

Diversos responsáveis Devedores da entidade Entidades públicas devedoras Títulos federais Empréstimos concedidos Resultado pendente Despesas a regularizar Despesas judiciais Ativo permanente Bens patrimoniais Bens móveis Bens imóveis Créditos Dívida ativa Outros créditos Valores

Títulos de empresas estatais Títulos da dívida pública Almoxarifados Outros valores Soma do ativo real Saldo patrimonial

Patrimonial (passivo real a descoberto) TOTAL 2004 1.205.698,43 44.824,09 22.628,13 22.195,96 1.147.193,54 -1.147.193,54 5.342,14 -2.027,07 3.315,07 -8.338,66 8.338,66 934.995,55 862.420,53 317.337,14 545.083,39 72.575,02 72.575,02 -2.140.693,98 2.140.693,98 2005 1.388.514,24 47.078,48 24.859,16 21.899,71 319,61 1.326.122,09 -1.326.122,09 6.975,01 -3.036,07 3.938,94 -8.338,66 8.338,66 1.082.560,68 886.234,53 341.151,14 545.083,39 196.326,15 196.326,15 -2.471.074,92 2.471.074,92 Total 182.815,81 2.254,39 2.231,03 (296,25) 178.928,55 178.928,55 1.632,87 1.009,00 623,87 147.565,13 23.814,00 23.814,00 123.751,13 123.751,13 330.380,94 -330.380,94 Passivo Passivo financeiro Dívida flutuante Restos a pagar Serviços da dívida a pagar Depósitos de diversas origens Consignações Credores da entidade Entidades públicas credoras Resultado pendente Despesas de pessoal a pagar Despesas de suprimento a comprovar Despesas irregulares

Passivo permanente Dívida fundada Dívida fundada interna

Soma do passivo real Saldo patrimonial Patrimônio (ativo real líquido) TOTAL 2004 16.019,09 16.019,09 15.445,10 -7a4,31 214,24 285,44 16.019,09 2.124.674,89 2.140.693,98 2005 34.417,68 34.417,68 27.630,57 -96,49 6334,89 355,73 34.417,68 2.436.657,24 2.471.074,92 Total 18.398,59 18.398,59 12.185,47 -22,18 6.120,65 70,29 -18.398,59 311.982,35 330.380,94

Balanço Patrimonial Comparado

Dez/2004 a Dez/2005

Paulo Yassuo Koike Contador - CRC N.1SP139221/O-0 - CPF: 759.841.568-49

Ana Léia Safro Berenstein Diretora-Tesoureira - CRFa. 3979 - CPF: 274.155.460-91

Silvia Tavares de Oliveira Presidente - CRFa. 3861 - CPF: 111.333.168-24 São Paulo, 31 de dezembro de 2005

(17)

BALANÇO FINANCEIRO

Receita Receita orçamentária Receitas correntes Receita de contribuições Receita patrimonial Receitas de serviços Transferências correntes Outras receitas correntes Receitas de capital

Operacoes de crédito Alienação de bens Amortizações de empréstimos Transferência de capital Outras receitas de capital Receita extra-orçamentária

Diversos responsáveis Devedores da entidade Entidades públicas devedoras Títulos federais Empréstimos concedidos Despesas a regularizar Despesas judiciais Restos a pagar Serviço da dívida a pagar Depósitos de diversas origens Consignações

Credores da entidade Entidades públicas credoras Despesas de pessoal a pagar Despesas de suprimento a comprovar Despesas irregulares

Transferências financeiras Receita não classificada Conversão monetária Saldos do exercício anterior

Caixa Bancos-c/movimento Bancos-c/arrecadação Disponibilidade em trânsito Responsável por suprimento Bancos-c/vinculada Bancos-c/vinculada a aplicações TOTAL 2.363.242,62 2.363.242,62 1.949.675,86 147.637,75 74.152,47 -191.776,54 -259.309,99 89,28 3.551,54 -27.630,57 -219.916,18 7.582,79 518,08 -21,55 -1.192.017,63 -22.628,13 22.195,96 -1.147.193,54 3.814.570,24 Despesa Despesa orçamentária Despesas correntes Despesas de custeio Transferências correntes Despesas de capital Investimentos Inversões financeiras Transferências de capital Despesas extra-orçamentária Diversos responsáveis Devedores da entidade Entidades públicas devedoras Títulos federais Empréstimos concedidos Despesas a regularizar Despesas judiciais Restos a pagar Serviço da dívida a pagar Depósitos de diversas origens Consignações

Credores da entidade Entidades públicas credoras Despesas de pessoal a pagar Despesas de suprimento a comprovar Despesas irregulares

Transferências financeiras Receita não classificada Conversão monetária Saldos para o exercício seguinte

Caixa Bancos-c/movimento Bancos-c/arrecadação Disponibilidade em trânsito Responsável por suprimento Bancos-c/vinculada Bancos-c/vinculada a aplicações TOTAL 2.198.846,95 2.175.032,95 1.739.268,70 435.764,25 23.814,00 23.814,00 -242.522,72 1.098,28 4.175,41 -15.445,10 -219.894,00 1.462,14 447,79 -1.373.200,57 -24.859,16 21.899,71 319,61 -1.326.122,09 3.814.570,24

Balanço Patrimonial Comparado

Balanço Patrimonial Comparado

Balanço Patrimonial Comparado

Balanço Patrimonial Comparado

Balanço Patrimonial Comparado

Jan/2005 a Dez/2005

Paulo Yassuo Koike Contador - CRC N.1SP139221/O-0 - CPF: 759.841.568-49

Ana Léia Safro Berenstein Diretora-Tesoureira - CRFa. 3979 - CPF: 274.155.460-91

Silvia Tavares de Oliveira Presidente - CRFa. 3861 - CPF: 111.333.168-24 São Paulo, 31 de dezembro de 2005

Variações ativas

Resultantes execução orçamentária Receita orçamentária Receitas correntes Receitas de contribuições Receita patrimonial Receitas de serviços Transferências correntes Outras receitas correntes Receitas de capital

Operações de crédito Alienações de bens Amortizações de empréstimos Transferências de capital Outras receitas de capital Mutações patrimoniais

Aquisição de bens móveis Independente de execução orçamentária

Inscrição da dívida ativa Restos a pagar Total das variações ativas Resultado patrimonial - Déficit do exercício Total 2.387.056,62 2.363.242,62 2.363.242,62 1.949.675,86 147.637,75 74.152,47 -191.776,54 -23.814,00 23.814,00 196.347,70 196.326,15 21,55 2.583.404,32 2.583.404,32 Variações passivas

Resultantes execução orçamentária Despesa orçamentária Despesas correntes Despesas de custeio Transferências correntes Despesas de capital Investimentos Inversões financeiras Transferências de capital Mutações patrimoniais

Cobrança de dívida ativa Independente de execução orçamentária

Cancelamento de dívida ativa Total das variações passivas Resultado patrimonial - Superavit do exercício Total 2.271.421,97 2.198.846,95 2.175.032,95 1.739.268,70 435.764,25 23.814,00 23.814,00 -72.575,02 72.575,02 -2.271.421,97 311.982,35 2.583.404,32

Demonstrativo das V

Demonstrativo das V

Demonstrativo das V

Demonstrativo das V

Demonstrativo das Variações Patrimoniais

ariações Patrimoniais

ariações Patrimoniais

ariações Patrimoniais

ariações Patrimoniais

Jan/2005 a Dez/2005

Paulo Yassuo Koike Ana Léia Safro Berenstein Silvia Tavares de Oliveira São Paulo, 31 de dezembro de 2005

(18)

Faleceu no dia 16 de setembro, aos 41 anos, o fonoaudiólogo e sa-nitarista Fábio Lessa. Mestre em Saúde Pública, especialista em Audiologia, Epidemiologia e dou-torando em Nutrição pela Univer-sidade Federal de Pernambuco, Fábio foi vice-presidente da Soci-edade Brasileira de Fonoau-diologia, membro eleito do Conse-lho Regional de Fonoaudiologia 4ª Região, membro fundador do Co-mitê de Saúde Púbica da SBFa, co-ordenador das Oficinas de Sensibilização de Docentes e Dis-centes para o SUS (OPAS/MS/ SBFa). Foi também pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, do-cente e coordenador do Curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Pernambuco, docente da Faculdade Integrada do Recife e da Universidade de Pernambuco, funcionário da Prefeitura Munici-pal de Recife. Sua vida foi pautada por atitudes corretas e por lutar pela fonoaudiologia e saúde públi-ca.

IN MEMORIAM

“Fábio foi um guerreiro, um lu-tador. Detestava a "mesmice". Que, neste momento de dor, possamos tirar uma lição de vida. Que possa-mos aprender com ele o que é ser profissional, o que é ser colega, o que é ajudar o outro despojado de qual-quer sentimento de "posse". Que possamos ser humildes como ele, in-teligentes como ele, humanos como ele. Enfim, que possamos aprender um pouco "da vida" com este que nos ensinou tanto na vida. Fábio, querido amigo, um "cheiro".” -Thelma Costa

“Tive o privilégio de conviver com Fábio, um ser humano especi-al, um profissional talentoso, um lutador corajoso, que enfrentou sem medo todos os desafios de sua curta vida. Epidemiologista, sanitarista, fonoaudiólogo, pesquisador, profes-sor; foi um profissional de muitas facetas e em todas as áreas em que atuou um exemplo de profissio-nalismo, persistência e luta. Inova-dor e criativo tinha sempre em

men-te um novo projeto; ser concilia-dor e "agregaconcilia-dor" eram algumas de suas características. Viveu in-tensamente sua grande paixão, a Saúde Coletiva e buscou sempre desbravar novos caminhos para a profissão. A Fonoaudiologia perde um grande profissional e nós, um amigo inestimável.” -Kátia de Almeida

“Fábio oferecia tudo que tinha e sabia. Nos eventos, disponi-bilizava seus arquivos, seus pro-jetos, sempre acreditando que poderiam ser multiplicados e ge-rar transformações na educação dos fonoaudiólogos e na assistên-cia à saúde das pessoas. Genero-so, desprendido, leal e sonhador, deixa uma grande lição de vida: a de que o conhecimento deve ser construído e conquistado para ser partilhado, principalmente na área da saúde, que tem como missão a garantia do direito à saúde da população” - Maria Te-resa P. Cavalheiro (Bibi)

A Fono

perde

uma

estrela

(19)

A COF - Comissão de Orientação e Fiscalização orienta o Fonoaudiólogo quanto ao prazo para guarda de exames e prontuários, com base no que determina a Resolução CFFa. nº 285/02.

Resultados de exames devem ser guardados por um prazo mínimo de 10 (dez) anos, por todos os profissionais, quer atuem na avaliação da comunicação oral ou escrita, voz ou audição. O cliente deve receber os originais dos exames ao final da avaliação audiológica.

Para os profissionais que atuam com terapia fonoaudiológica, a determinação é que, após a alta de cada cliente, o prontuário deve ser guardado também pelo período mínimo de 10 (dez) anos.

Já os fonoaudiólogos que realizam suas atividades em instituições de saúde ou em empresas devem seguir as recomendações destes locais, o que é determinado por legislação específica.

É necessário que o Fonoaudiólogo comunique não apenas ao Conselho Regional de Fonoaudiologia, mas também aos órgãos competentes, o extravio ou roubo destes documentos.

Ao eliminar exames e prontuários, o profissional deve zelar pelo sigilo dos clientes. De acordo com o Código de Ética da Fonoaudiologia, publicado no Diário Oficial da União em março de 2004, trata-se de um dever "permitir o acesso do cliente ao prontuário, relatórios, exames, laudos ou pareceres elaborados pelo Fonoaudiólogo, recebendo explicação necessária à sua compreensão, mesmo quando o serviço for contratado por terceiros".

Prazo para guarda de

exames e prontuários

Em virtude de inúmeros ques-tionamentos recebidos pelo Con-selho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região/SP, quanto ao tempo uti-lizado pelo fonoaudiólogo para re-alizar procedimentos de sua com-petência, decidiu-se efetuar pes-quisa entre os profissionais, para contribuir com os pareceres refe-rente ao assunto emitidos por este órgão.

A pesquisa foi intitulada "Parâmetros de Procedimentos Fonoaudiológicos" e publicada no site oficial deste Conselho

Regio-Tempo dos procedimentos

nal (www.fonosp.org.br), nos me-ses de junho e julho de 2005.

Futuramente o Conselho pre-tende realizar nova pesquisa, inclu-indo os demais procedimentos fonoaudiológicos e espera contar com a colaboração dos colegas no envio das informações, para que os valores possam refletir a realidade da prática fonoaudiológica.

A versão preliminar da pesquisa apontou como tempos médios, uti-lizados para a realização dos pro-cedimentos fonoaudiológicos, os seguintes:

BERA (convencional) Avaliação Audiológica Adulto Avaliação Audiológica Infantil Exame Proc. Auditivo Reab. Vestibular Ex. Otoneurológico Emissões Otoacústicas Seleção de AASI (sessão) Áudio Ocup. (Seqüencial ) Terapia DA Terapia Linguagem Terapia MO Terapia Voz 40 30 40 130 40 55 15 45 10 45 45 40 40

Procedimentos Tempo Médio(minutos)

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NOTAS

IX Encontro de Fonoaudiólogos

do Serviço Público

24 de novembro de 2006

Santa Bárbara d’Oeste - SP

Inscrições gratuitas no site www.santabarbara.sp.gov.br

ou pelo tel.: (19) 3454-6380

de 2ª a 6ª feira, das 8h às 11h00 e das 14h às 16h00.

Casa nova

O Sindicato dos Fonoaudiólogos

da Baixada Santista, Litoral Norte e

Sul e Vale do Ribeira mudou.

Anote o novo endereço: Rua Mato

Grosso, 380, sala 01,

Bairro do Boqueirão, Santos, SP.

CEP 11055-010.

Os telefones continuam os

mesmos:

(13) 3231-8352 e (13) 9721-1118.

E-mail:

sindfono.santista@terra.com.br

e o site

www.sindfonosantista.org.br

Oportunidade

profissional

Vários juízes têm solicitado ao Conselho Regional de Fonoau-diologia a indicação de fonoaudió-logos intérpretes de LIBRAS - Lín-gua Brasileira de Sinais, para orientá-los em audiências em que as partes envolvidas são pessoas portadoras de deficiência auditiva. Fonoaudiólogo: caso você seja intérprete de LIBRAS, envie seu nome e telefone de contato para o e-mail cibele@fonosp.org.br, para que possamos indicá-lo, me-diante solicitação da Justiça.

Atenção!

• Extravio de Cédula Profissional

Dionilde Marques Rodrigues Silveira CRFa. 9712

• Extravio de

Carimbo Profissional

Camila Moreira Gomiero CRFa. 14655

Sheila Katia Fernandes dos Santos CRFa. 8168

Renata de Oliveira Santos Costa CRFa. 5573

Sandra Coelho Teixeira Mendes CRFa. 4299

Valéria Lacerda Rodrigues CRFa : 5303

• Extravio de Cédula Profissional e Carimbo Profissional

Erika Biscaro Laperuta CRFa. 14673

Eleições 2006

2006 é ano eleitoral nos Conselhos de Fonoaudiologia. Em todo país, colegas se articularam e formaram chapas, que concorrerão às próximas eleições. Para exercer seu direito ao voto, o fonoaudiólogo deve estar quite com suas obrigações junto ao Conselho. Se você possui débitos relativos a anuidades e demais taxas, entre em contato com a Tesouraria, para viabilizar um acordo para o pagamento. Confira maiores informações sobre as eleições nesta edição da Revista e participe!

(21)

No dia 26 de junho, o Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região, em parce-ria com a UnG - Universidade de Guarulhos, promoveu o "I Fórum Paulista de

Políticas Públicas e a Fonoaudiologia", para debater e elencar propostas visando

acompanhar e incrementar a atuação da Fonoaudiologia frente às Políticas Públicas, de forma a garantir um atendimento integral e de qualidade ao usuário.

O evento reuniu representantes do CFFa., do CRFa., parlamentares de âmbito estadual e municipal, autores de projetos-leis relacionados à área, professores e graduandos de cursos de Fonoaudiologia e usuários de serviços fonoaudiológicos.

O CRFa. 2ª. Região apresentou alguns dados da pesquisa que realizou em 2004, por meio da Comissão de Saúde, sobre a Fonoaudiologia nos equipamentos de saúde municipais do Estado de São Paulo. Os usuários manifestaram sua indignação quanto à dificuldade de acesso para o tratamento fonoaudiológico e os parlamentares refor-çaram a importância da existência de leis que garantam atenção fonoaudiológica à população, mas que cabe à sociedade cobrar a implementação destas leis.

Fórum discute políticas públicas

NOTAS

No dia 23 de agosto de 2006, ocorreu mais uma audiência pública para discutir o projeto de lei do Ato Médico, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, presidida pela relatora do projeto Senadora Lucia Vânia.

Desta vez, a audiência pública foi transmitida às Assembléias Legislativas dos Estados, em tempo real, por sistema de videoconferência, fato que propiciou participação de um número maior de pessoas. O CRFa. 2ª. Região esteve na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo para acompanhar a transmissão.

Compuseram a mesa a dra. Rosane Maria Nascimento (coordenadora do Movimento Não ao Ato Médico), o dr. José Luiz Gomes do Amaral (presidente da AMB - Associação Médica Brasileira) e a sra. Marília E. Barbosa (presidente da Rede UNIDAS - União Nacional das Institui-ções de Autogestão em Saúde).

O presidente da AMB defendeu o direito dos médicos de terem profissão regulamentada, como as demais profissões da área da saúde e referiu que a discussão do projeto deverá ocorrer à luz dos aspectos técnicos envolvidos. A representante da Rede UNIDAS manifestou-se favorá-vel ao PL, defendeu que o diagnóstico e prescrição deve ser ato exclusivo do médico e sugeriu alteração de redação para tornar o texto mais claro. A coordenadora do Movimento Não ao Ato Médico, reafirmou que o projeto de lei não contempla assistência integral à saúde, fere princípi-os do Sistema Único de Saúde-SUS, hierarquiza e centraliza o atendimento na figura do médico e fere a autonomia das demais profissões da área da saúde.

Após deliberação da Comissão de Assuntos Sociais, o projeto irá à votação no Senado Fede-ral e deverá retornar à Câmara dos Deputados, podendo, inclusive sofrer modificações.

Ato Médico no Senado

Na sede do Crfa. 2ª Região foi instalado um telefone

adaptado para surdos, que está disponível para ser

utili-zado por fonoaudiólogos e seus pacientes.

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O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ª Região participou, no dia 14/ 08/06, do Workshop sobre Saúde Suplementar promovido pelos Conselhos Profissionais de Fiscalização da Área da Saúde do Estado de São Paulo, na sede do CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. O evento tinha como objetivo discutir questões relacionadas à Saúde Suplementar no Brasil, entre elas, o papel da Agência Nacional de Saúde, o Direito dos Consumidores dos Planos de Saúde, o panorama das ações judiciais movidas contra os Planos de Saúde e a visão do Ministério Público do Estado de São Paulo sobre o tema.

O evento contou com a participação de representantes da ANS - Agência Nacional de Saúde, do IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor, do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Após a apresentação dos representantes das instituições citadas houve manifestação do plenário que, na sua maioria, era composto por representantes dos Conselhos Profissionais. Os presentes e representantes das diversas entidades questionaram a ação da ANS, por entender que a regulamentação dos planos privados de saúde oferecidos aos beneficiários, seja na modalidade de medicina de grupo, seguro-saúde, cooperativa médica, autogestões e afins, por parte da Agência, não é realizada considerando o princípio de Saúde como direito humano fundamental. A ANS usa uma lógica

Saúde Suplementar e os Planos de Saúde

NOTAS

financeira, que considera os aspectos econômicos envolvidos na prestação dos serviços.

Os Conselhos de Fiscalização Profissional, sob o ponto de vista judicial, não podem impetrar ações civis para garantir os direitos das categorias que representam, pois não são considerados partes legítimas, porque são consideradas partes legítimas o paciente, a empresa e o profissional diretamente envolvido.

Uma força-tarefa será realizada como encaminhamento do Workshop, por meio das Assessorias Jurídicas dos diversos Conselhos, para verificar formas possíveis de atuação, sob o ponto de vista legal, para preservação dos direitos, frente às diversas situações que estão acometendo as categorias profissionais.

Outra proposta foi a reativação do Fórum Nacional de Acompanhamento da Regulamentação dos Planos de Saúde. Essa associação, que atuou após a publicação da Lei nº 9665/98, dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e congregou diversas entidades da sociedade civil, com a finalidade de defender direitos de usuários, consumidores, pacientes e profissionais de saúde vinculados a planos privados de saúde, seja na modalidade de medicina de grupo, seguro-saúde, cooperativa médica, autogestão e afins.

Workshop

Primeiros passos na

fonoaudiologia

A Pulso Editorial acaba de lançar "Primeiros passos na fonoaudiologia", um livro que traz informações básicas sobre a profissão, ao alcance de toda sociedade. A leitura esclarece dúvidas freqüentes como, por exemplo, a real contribuição da Fonoaudiologia nas áreas de patologias, distúrbios e exames fonoaudiológicos.

O empenho em popularizar o conhecimento é dos autores Adriano Rockland e Júlio Borba. De acordo com os autores, trata-se de uma literatura básica que auxiliará o profissional, a comunidade em geral e, principalmente, o aluno de fonoaudiologia, já que responde a questões sempre levantadas na clínica ou em qualquer outro ambiente que se faça necessário o conhecimento prévio sobre algumas doenças que acometem os pacientes.

Em 38 capítulos, os autores discorrem, com linguagem de fácil compreensão, sobre conceito, etiologia, equipe envolvida na reabilitação, métodos de diagnóstico, intervenção e a real contribuição fonoaudiológica. "É um livro que tem a pretensão de ser o pontapé inicial para incentivar o aluno e profissional à pesquisa e à procura de esclarecimentos necessários para um bom atendimento daquele que tem que ser o objeto principal dos nossos estudos e esforços: o paciente".

"Primeiros passos na fonoaudiologia", Ed. Pulso Editorial, R$ 38,00.

LIVROS

CARTAS

À Redação da Revista do CRFa. 2ª Região,

Queremos agradecer a matéria veiculada na revista do nosso conselho, número 68.

Ficou muito boa, esclarecedora e em destaque.

Parabéns pelo trabalho realizado nos artigos e matérias. Obrigada,

Bel Vicari e Tetê Mazorra THOT Cognição e Linguagem

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Mais uma vez a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia realiza o Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. A décima quarta edição do evento acontece entre os dias 4 e 7 de outubro, em pleno clima baiano, na cidade de Salvador.

A comissão realizadora mostra-se empenhada em construir um programa que se mostre tão interessante e plural quanto a sede do Congresso. Mas afinal, por que Salvador?

De acordo com a presidente da SBFa, Fernanda Dreux Miranda Fernandes, embora o maior número de associados e de produção científica esteja em São Paulo, é importante fazer um rodízio entre as diferentes regiões brasileiras para distribuir o conhecimento de maneira igualitária. A sede do último Congresso, realizado no ano passado, foi a cidade de Santos, localizada no litoral paulista.

A presidente explica que o objetivo do Congresso é sempre unir a fonoaudiologia em torno do que se faz de mais avançado em termos de ciência. "É trazer à discussão aquilo que há de mais atualizado e consistente da teoria à prática em fonoaudiologia".

Convidados de renome estarão ao lado de novos talentos para apresentar os últimos resultados de pesquisas e as mais novas reflexões da área.

O Congresso conta com 42 mesas temáticas organizadas pelos departamentos de "Audição e Equilíbrio", "Linguagem", "Motricidade e Funções orais", "Saúde Coletiva" e "Voz", além de seis seminários avançados enviados por grupos de pesquisadores renomados.

A Diretoria Científica organizou, ainda, 15 simpósios interdepartamentais e apresentações de temas livres e pôsteres durante os três dias do evento.

Aqueles que tiverem interesse em conferir o XIV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia podem obter outras informações no site www.sbfa.org.br ou pelo telefone (71) 2104-3477.

XIV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia

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Referências

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