PROGRAMA
DE
Pós-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DE
PRODUÇÃO
A
UTILIZAÇÃO
DO
QFD
COMO
SUPORTE
À IMPLEMENTAÇÃO
DO
TQC
EM
EMPRESAS
DO
SETOR
DE
SERVIÇOS
Dissertação
submetida
àUniversidade
Federalde
Santa Catarinapara obtenção
do
grau
de mestre
em
Engenharia de
Produção
GABRIELA
GONÇALVES
SILVEIRA FIATES
Florianópolis, fevereiro de 1995.
o
SUPORTE
À 1MPLEMENTAÇÃo Do Toc
EM
A
UTILIZAÇÃO
Do
QFD
coM
EM1>REsAs
Do.sEToR
DE
sERv1Ços
GABRIELA
GONÇALVES
SILVEIRA FIATES
ada para obtenção
do
Título de Mestreem
Engenharia. .fi
al peloPrograma
de Pós-Esta dissertação foi julgada adequ
`
Produção
e aprovadaem
sua forman
Especialidade
em
Engenhana
de~
K
Graduaçao.
Banca
Examinadora:Prof.
O
mar
Possamai, Dr.Coordenador
o
Curso de Pós-GraduaçãoÍ
11!!
'~
(fi
Paulo
Mau
z se1,71>f. (oúentzâof)§/K
EW
Mauro
Mit Yuki,M.S.(Co-
orientador)› <'
\w
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V0.Ú
P
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cisco , Ph. D. dos Santos, Dr.Prof
sm
.-._ I Prof. Neri~
/
ar Possamai, Dr. KA
meus
irmãos, pelo apoio.A
meus
pais, Adilson e Ivone, peloexemplo de
vida.AGRADECUVIENTOS
Várias pessoas e instituições contribuíram para a conclusão deste trabalho, a todos eles gostaria de agradecer. Especialmente:
'Ao
CNPQ,
pelo apoio financeiro.¢À
Universidade Federal de Santa Catarina, por permitir a realização deste trabalho.0Ao
Prof. Paulo Maurício Selig, Dr., pela orientação prestada ao desenvolvimento deste trabalho.øAo
Prof.Mauro
Yuki, pelas diversas sugestões e apoio à aplicação prática.øAos
eminentes integrantesda Banca
Examinadora, pelos valiosos comentários e sugestões apresentados ao presente trabalho.¢Ao
Sr.Femando
Marcondes
de Mattos, presidentedo
Complexo
Hoteleiro Costãodo
Santinho,~
por tão gentilmente ter permitido a realização
da
aplicaçao prática nesta empresa.OÀ
Fundação
Certi pela disponibilidade de sua estrutura para a elaboração deste trabalho.'À
amiga
Noêmia
Yuki, pelo apoio na aplicação prática.~øAo
amigo
Jorge Destri, pelo auxílio prestado na confecção das figuras.0Aos
professores, funcionários ev colegasdo Departamento
de Engenharia deProdução
eSistemas
da
Universidade Federal de Santa Catarina(EPS/UF
SC), pelo apoio e amizadeconferidos durante todo
o
período de vínculo à esta instituição.SUMÁRIO
DEDICATÓRIA
... .IiiAGRADECIMENTOS.
. . .' ... .IvSUMÁRIO
... ..vLISTA
DE FIGURAS
... ..×LISTA
DE
TABELAS
...LISTA
DE
SIGLAS
... ..×iiRESUMO
... ..×ivABSTRACT
....zw
CAPÍTULO
1INTRODUÇÃO
... ..o1 1.1CONSIDERAÇÕES
GERAIS
... ..o1 1.2ORIGEM
DO
TRABALHO
... ..o3 1.3OBJETIVO
DO
TRABALHO
... ..o4 1.4IMPORTÂNCIA
DO
TRABALHO
... ..o4 1.5LIMITES
DO
TRABALHO
... ..os 1.óMETODOLOGIA
DO
TRABALHO
... ..oó 1.7ESTRUTURA
DO
TRABALHO
... ..,.o7CAPÍTULO
2QUALIDADE
NO
SETOR
DE
SERVIÇOS
... ..os 2.1POR
QUE
QUALIDADE?
Os
FATORES
DA DEMANDA DA
QUALIDADE
NOS
SERVIÇOS
... ..os 2.2O QUE
E
2CARACTERÍSTICAS
DA
QUALIDADE
NO
SETOR
DE
SERVIÇOS
... ..112.2.1
CONCEITO
DE
SERVIÇOS
... ..¿ ... ..112.2.2
SERVIÇOS
x
INDÚSTRIA
... ..122.3
A
IMPORTÂNCIA
DO
SETOR
DE
SERVIÇOS
... .. 112.4
DIMENSÃO
DA
QUALIDADE
EM
SERVIÇOS
... ..1õ 2.5ELEMENTOS
CRÍTICOS
PARA QUALIDADE
DE
SERVIÇOS
... ..2oS 2.5.1As PESSOAS
DA
ORGANIZAÇÃO
... ..21~
2.5.3
PROCEDIMENTOS,
PADROES
E
SISTEMA
ORGANIZACIONAL
... ..272.ó
CONCLUSÕES
DO
CAPÍTULO
... ..2SCAPÍTULO
3TQC
-CONTROLE
DA QUALIDADE TOTAL
... ..293.1
APRESENTAÇÃO
SUCINTA
DAS
ABORDAGENS
DE ALGUNS
ESPECIALISTAS
... ..293.1.1
ABORDAGEM
DE
DEMING
... ..3o 3.1.2ABORDAGEM
DEJURAN
... ..31 3.1.3ABORDAGEM
DE
CROSBY
... ..31 3.1.4ABORDAGEM
DE FEIGENBAUN
... ..32 3.1.5ABORDAGEM
DE
ISHIKAWA
... ..33 3.2CONCEITO
DE
TQC
... ..34 3.3A
FILOSOFIA
TQC
... ..373.3.1
ORIENTAÇÃO
PELO
CLIENTE
... ..373.3.2
QUALIDADE
EM
PRIMEIRO
LUGAR
... ..3s 3 3.3AÇÃO
ORIENTADA
POR
PRIORIDADES
... ...393.3.4
AÇÃO
ORIENTADA
POR
FATOS E
DADOS
... ..393.3.5
CONTROLE
DE
PROCESSOS
... ..4o 3.3.6CONTROLE
DA
DISPERSÃO
... ..4o 3.3.7PRÓXIMO
PROCESSO É
O
SEU
CLIENTE
... ..413.3.8
CONTROLE
A
MONTANTE
... ..4l 3.3.9AÇÃO DE
BLOQUEIO
... ..423.3.10
RESPEITO
PELO
EMPREGADO
COMO
SER
HUMANO
... ..423.3.1 1
COMPROMETIMENTO
DA
ALTA ADMINISTRAÇÃO
... ..433.4
AS
FERRAMENTAS
DA
QUALIDADE..`
... ..443.4.1
AS
SETE
FERRAMENTAS
DA
QUALIDADE
... ..443.4.2
As
SETE
NOVAS
FERRAMENTAS
... ..4ó 3.5OS SUBSISTEMAS
DO
TQC
... ..493.5.1
GERENCIAMENTO
DO
CRESCIMENTO
DO
SER
HUMANO
... ..5o 3.5.2GERENCIAMENTO
PELAS
DIRETRIZES
... ..533.5.3
GERENCIAMENTO
DA
ROTINA
... ..55CAPÍTULO
4OBD
-DESDOBRAMENTO
DA
FUNÇÃO
QUALIDADE.
... ..ó24.1
CONCEITO
DE QFD
E
RESULTADOS
... ..ó24.2
HISTÓRICO
... ..ó44.3
As DIFERENTES
ABORDAGENS
... ..óó4.3.1
ABORDAGEM
DE
AKAO
... ..óó4.3.2
ABORDAGEM
DE
BOB
KING
... ..õ74.3.3
ABORDAGEM
DE
MACABE
... ..69
4.4
A
ABORDAGEM
UTILIZADA
NESTE
TRABALHO
... ..7o 4.4.1CONFECÇÃO
DA
MATRIZ
I ... ..71 4.4.2MATRIZ
II ... ..79 4.4.3MATRIZ
III ... ..80“ _ 1 4.4.4MATRIZ
Iv
... ..s2 4.5IMPLEMENTAÇÃO
DO
QFD
... ..s3 4.óCONCLUSÕES
DO
CAPÍTULO
... ..s5CAPÍTULO
5
INTEGRAÇÃO
DO
OFD
COM
O
TOC
....S7
5.1DIFICULDADES
NA
IMPLEMENTAÇÃO
DO
TOC
....S7
5.1.1IMPLEMENTAÇÃO
DO
GERENCIAMENTO
DO
CRESCIMENTO
DO
SER
HUMANO
....SS
5.1.2-Il\/IPLEMENTAÇÃO
DO
GERENCIAMENTO
PELAS
DIRETRIZES
... ..895.1.3
IMPLEMENTAÇÃO
DO
GERENCIAMENTO
DA
ROTINA
... ..915.2
O QFD
COMO
SUPORTE
A
IMPLEMENTAÇÃO
DO
TQC
... ..935.2.1
QFD
E
GERENCIAMENTO
DO
CRESCIMENTO
DO
SER
HUMANO
... ..935.2.2
QFD
E
GERENCIAMENTO
PELAS
DIRETRIZES;
... ..945.2.3
QFD
E
GERENCIAMENTO
DA
ROTINA
... ..95 5.2.4MATRIZ
I ... . .97 5.2.5MATRIZII
... .. ... ..`. ... ..99 5.2.6MATRIZIII
... ..1o15.2.7MATRIZ1v
... ..1o2 5.3ANÁLISE
DE
CASOS
PRÁTICOS
DE
SERVIÇOS
... ..1o2 5.3.1CASO
DO
HOTEL HOLLIDAY
INN
... .. 103 5.3.2CASO
DO
UKROP'S
... ._ 1045.3.5
CASO DE
BANCOS
... _.5.3.6
CASO
DO
HOSPITAL
SHOULDICE
... __5.3.3
CASO
DO
HOTEL
VENETIA
... ._5.3.9
CASO
DO
HOTEL
PLAZA,
NEW
YORK
... __5.4
CONCLUSÕES
DO
CAPÍTULO
... __CAPÍTULO
6
APLICAÇÃO
PRÁTICA
... __6.1
O
SETOR
DE TURISMO
... _.6.2
A
EMPRESA
x
... __6.3
PLANO
DE IMPLEMENTAÇÃO TQC
E
QFD
... _.~ ~
6.3.1
PREPARAÇAO PARA IMPLEMENTAÇAO
... ._ 1 18~ ~
6.3.2
ORGANIZAÇÃO PARA IMPLEMENTAÇAO
... __12s6.3.3
EDUCAÇÃO
E
TREINAMENTO
... _. 129 ... ._13o ... __13o ... ..131 ... __ 131 ... __ 131 6.4.2IMPLEMENTAÇÃO
DO
QFD
... _. 133 6.4.2.1ELABORAÇÃO
DA
MATRIZ
1 ... ..133 ... ..1356.4.2.3
ELABORAÇÃO
DA
MATRIZ
III ... _. 1366.4.2.4
ELABORAÇÃO
DA
MATRIZ
IV
... __ 137... ._13s
6.3.4
GERENCIAMENTO
DO
CRESCIMENTO
DO
SER
HUMANO...
6.3.5GERENCIAMENTO
PELAS
DIRETRIZES
... ..6.3.6
GERENCIAMENTO
DO
PLANO
DE
IMPLEMENTAÇÃO
... ..6.4
IMPLEMENTAÇÃO
DO
GERENCIAMENTO
DA
ROTINA
E QFD
... _.6.4.1
IMPLEMENTAÇÃO
DA
GDR
... ._6.4.2.2
ELABORAÇÃO
DA
MATRIZ
11 ... ._6.5
CONCLUSÕES
DO
CAPÍTULO
... _.CAPÍTULO
7CONCLUSÕES
E
RI‹:CO1vmNI›AÇÕI:S
... _.14o7.1
CONCLUSÕES
... _.14o ... _.1427.2
RECOMENDAÇÕES
PARA TRABALHOS FUTUROS
... ..____________________________ _.1o6 ... ._1o7
5.3.7
CASO
EMBASSY
SUÍTES
... ._1os ... ..1o9 ... ..11o ... ..112 ... __ll4 ... ..1l4 ... ..115IX
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..I44BIELIQGRAFIA
... ..151ANExo
IzAs
FERRAMENTAS DA
QUALIDADE
... .. 154ANExo
IIzExEMI›Los
DE
ATIVIDADES
DA
APLICAÇÃO PRÁTICA E
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 2.1 -
O
espectro produto-serviço ... .. 13Figura 2.2 -
Os
gap°sdo
processo de prestação de serviços ... .. 17Figura 2.3 - Circulo vicioso da qualidade dos serviços ... ..23
Figura 3.1 - Cadeia competitiva da empresa ... ..38
Figura 3._2 -
Os
subsistemasdo
TQC
... ..49Figura 3.3 - Ciclo
PDCA
de controle de processo ... ..55Figura 3.4 -
Definição da
função ... ... ..56Figura 3.5 - Metodologia de análise e solução de problemas ... ..58
Figura 3.6 - Gerenciamento da qualidade ... ..59
Figura 4.1 - Ciclo de melhorias trazidas pela utilização
do
QFD
... ..63Figura 4.2 -
Modelo
conceitual deBob
King
... ..68Figura 4.3 - Matriz I ... ..72
Figura 4.4 - Correlação dos elementos de qualidade
com
a satisfação e insatisfação dos clientes ... ... ..73Figura 4.5 - Matriz 11 ... ..79
Figura 4.6 -MatrizIII ... ..81
Figura 4.7 - Matriz
IV
... ..83Figura 5.1 - Gerenciamento
da
qualidadecom
a fase de planejamentoda
qualidade ... ..97Figura 6.1 -
Organograma da Empresa
X
... ..1 16 Figura 6.2 - Plano de implementaçãoTQC
eQFD
... ..1 17 Figura 6.3 - Avaliação motivacionalda
empresa ... ..l20 Figura 6.4 - Grid gerencial ... .. 122Figura 6.5 - Estrutura de avaliação para
o
PNQ
... .. 124Figura 6.6 -
Função da
célula degovemança
... .. 132LISTA
DE TABELAS
Tabela 2.1 - Força de Trabalho ativa na Suécia ... .. 15
Tabela 3.1 - Satisfação das pessoas da empresa ... . .35 Tabela 3.2 - Escala das necessidades básicas
do
homem
segundoMaslow
... ..50Tabela 3.3 - Fatores de motivação e de higiene ... ..51
Tabela 3.4 - Suposições sobre a natureza
humana
segunda a TeoriaX
-TeoriaY
... ..52Tabela 4.1 -
Desdobramento
da qualidadeno
ponto de vista japonês ... ..64Tabela 4.2 - Fases
do modelo
conceitual deAkao
... ... ..66Tabela 4.3 -
Exemplos
de escolha das matrizesdo
modelo
deBob
King
... ..68Tabela 4.4 - Fases de desdobramento
do modelo
conceitual deMacabe
... ..69Tabela 4.5 - Fases de desdobramento propostas por
Kaneko
... ..70Tabela 4.6 - Fases de desdobramento propostas neste trabalho ... ..71
Tabela 6.1 - Resultados
do
diagnóstico gerencial ... .. 122Tabela 6.2 -
Resumo
do
auxíliodo
QFD
na implementaçãoda
GDR
... .. 138GCSH-
Gerenciamentodo
Crescimentodo
SerHumano
GDR
- Gerenciamento da RotinaGPD
- Gerenciamento pelas DiretrizesIC
- Item (Itens) de ControleMASP
- Metodologia de Análise e Solução de ProblemasPDCA
- Ciclocom
as atividades de Planejar, Executar, Verificar eTomar
Ações
CorretivasQFD
-Desdobramento da Função
Qualidade -RESUMO
A
sobrevivência das empresasno mercado
competitivo atual está diretamente ligada à Qualidade. Apesar da indústria manufatureirado
Brasil vir apresentando avanços gradativosnesta direção,
o
setor de serviços continua inerte àsmudanças no
cenário mundial.A
obtenção da Qualidade Total, através da melhoria contínua, é dificultadano
setor pelascaracterísticas inerentes aos serviços, especialmente a mensurabilidade dos resultados, a
intangibilidade, e a "produção"
do
serviço de forma instantânea geralmente na presença dosclientes. Apesar disto, a implementação de
um
sistema gerencial que estabeleça a qualidadecomo
prioridade é iminente. Neste sentido,o
TQC,
Controle da Qualidade Total, apresenta-secomo
um
sistema administrativo bastante abrangente.Para auxiliar
o
planejamento da qualidade da empresa e fornecer subsídios paraimpulsionar
o
processo de implementação, oDesdobramento
daFunção
Qualidade(QFD)
pode
mostrar-se
uma
ferramenta eficaz. Apresenta-se a utilizaçãodo
QFD
como
uma
ferramenta minirnizadora das dificuldades de aplicaçãono
setor de serviços na implementaçãodo
TQC.
ABSTRACT
The
survive of the organizations is directly relationed with Quality in competitive markets. Although, the manufacture industry presents incremental advance in this direction, the service industry continues inert to worldwide changes.The
Total Quality, through continual improvements, have been difiiculted because thecharacteristics of the services, specially the measurability
of
results, the intangibility and theservice production generally in front
of
the clients. In spiteof
this, the implementationof
amanagement
system that establish the quality like themaximum
priorityƒln this sense,The
TQC,
Total Quality Control, is
showed
like agood
altemative.The
Quality Function Deployment,QFD,
can be an efiicacious tool to help the qualityplanning
of
the organization and provide subsidies to impulse the implementation process. In thiswork, is presented the utilization of
QFD
like a tool able to minimize the difficultiesof
application1.1 -
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
A
preocupaçãocom
a qualidade de produtos e serviços deixou de ser, nesta últimadécada, apenas
uma
estratégia de diferenciação e passou a setomar
uma
questão de necessidade.A
sobrevivência das organizaçõesno
mercado
atual depende de sua competitividade que hoje, éfunção direta
da
produtividade e qualidade da empresa. Isto significa dizer queO dinamismo
e acrescente competitividade
no
mundo
dos negócioscolocam
em
risco a vida das indústrias que nãoquestionarem seus
métodos
tradicionais de gerenciamento, desenvolvimento denovos
produtos eserviços, produção, controle
da
qualidade etc.Neste contexto,
no
Brasil,o
setor de serviços éo
Setor daeconomia
quetem demorado
mais para absorver estas 'mudanças ocorridas
no
cenário mundial.A
indústria manufatureiravem
progredindo gradativamente nesta direção, investindo muito
em
novos
sistemas de gerenciamentoe técnicas para melhorar a qualidade de seus produtos, culminando
em
um
crescentenúmero
deempresas alcançando certificações de qualidade, Segundo
normas
internacionais,como
asda
SérieISO
9000, recebendo Prêmios Nacionais de Qualidade e demonstrando fidelidade à posturade
garantir a satisfação total
do
cliente. Já o setor terciário, que corresponde aos serviços, apresentaapenas esforços pontuais, destacando apenas algumas empresas.
Para
que
as empresas conquistem os níveis competitivos exigidos pelo mercado, nãobasta apenas a utilização de ferramentas isoladas para melhoria da qualidade e/ou produtividade.
É
necessário a estruturaçãoda
empresa através deum
sistema gerencialque
coordeneo
uso dastécnicas e ferramentas disponíveis e garanta condições necessárias ao planejamento, controle e melhorias de cada
um
dos processos, só assim a empresa alcançará resultados satisfatóriosfãiom este objetivoO
TQC,
Controleda
Qualidade Total,tem
sido implementadoem
muitas empresascomo
forma
de garantir a sobrevivênciada
organização a longo prazo.Não
pode-se ignorar que, a obtençãoda
Qualidade Total, atravésda
melhoria contínua eda implantação
de
novas metodologias e ferramentas quevem
sendo utilizadasamplamente na
industria manufatureira é dificultadano
setorde
serviços pelas suas características peculiares,especialmente a mensurabilidade dos resultados, a intangibilidade, e a "produção"
do
serviço deforma instantânea, geralmente na presença
do
cliente. Outra questãoque
oferece resistência àsmudanças
necessárias é a própria definição de qualidade.Quando
se falaem
qualidade logo sepensa
em
índices de refugo, índices de defeito, atendimento aos prazos de entrega,mas
todosestes aspectos estão ligados à qualidade de produtos.
Quando
tenta-se definir oque
seriaum
serviço
com
qualidade outros aspectosemergem,
geralmente, relacionados à simpatiado
prestador de serviços.Mas
a qualidade de serviços é contemplada apenas pelobom
atendimento?Apenas
simpatia e cortesia bastariam para satisfazer os clientes?Apesar destas dificuldades, a implementação de Sistemas de Qualidade Total,
como
o
TQC,
é de vital importância parao
crescimentodo
setor e sua implementação não é deforma
alguma
inviável tendoem
vistao
sucesso alcançado por aquelas empresasque
persistiram.Como
exemplo
deste sucesso pode-se citaro
Citibank que acaba de ganharo Prêmio
Nacional deQualidade de 1994, competindo
com
empresas de manufatura de classe mundial. Para auxiliar esteprocesso, procurando estas barreiras, executando o planejamento
da
implementaçãodo
TQC
efomecendo
subsídios para impulsionar esta implantação, oDesdobramento
daFunção
Qualidade
(QFD)
está sendo apresentado neste trabalhocomo
uma
ferramenta bastante eficaz.H
O
QFD,
uma
metodologiaque
traduz as necessidades dos clientesem
requisitosequivalentes para a empresa, de tal
modo
que cada processo é executado para garantiro
atendimento destas necessidades,
tem
sido convencionalmente utilizado apenas parao
desenvolvimento de produtos e serviços,
mas
é acima de tudouma
ferramenta poderosa deplanejamento.
As
matrizes resultantes de cada etapa de desdobramentodo
QFD
podem
proverum
entendimento global
do
quadro deum
ambientecom
uma
filosofia de Qualidade Total e trazerpara dentro
da
empresa as necessidadesdo
cliente, fazendocom
que
todos os esforços naimplantação
da
Qualidade sejam orientados pelos clientes e para os clientes.Em
suma, pretende-se apresentaro
QFD
como
uma
ferramenta de suporte àimplementação
do
TQC,
visando as dificuldades de operacionalizar políticasde
1.2 -
ORIGEM
DO TRABALHO
A
inérciado
setor de serviçosno
que diz respeito àsmudanças no
cenárioeconômico
é preocupante.A
concorrência abriu as portas para as empresas internacionais não só na indústria~
manufatureira, grandes redes
como
Mc
Donald”s,Bob°s
e PizzaHut no
campo
da alimentaçao, Plaza e Ceasar Parkno
setor hoteleiro são apenas alguns dos exemplos que já estãoincomodando
as empresas nacionais. Esta situação,
no
entanto, tende a se intensificar cada vez mais. Verifica-seque
a crescente tendência à globalização demercado
já .chegouno
Brasil,o
MERCOSUL
recém
iniciado promete
mexer
com
a estrutura de empresas quenão
revisarem seusmétodos
tradicionaisde gerenciamento.
_
Tendo
em
vista a carência de trabalhos científicos e da visível necessidade de atividadesque
impulsionemo
desenvolvimentodo
setor de serviçosno
país, este setor foi escolhidocomo
objeto de estudos
com
a finalidade de pesquisar motivosque
justifiquem a lentidão das empresasdo
setorem
absorver estasmudanças no
cenário mundial e daruma
pequena
contribuição paraasolução deste problema.
A
escolha deuma
empresado
setor hoteleiro.para legitimar a aplicabilidadedo
QFD
como
suporte à implementação
do
TQC,
se deu pela característica turísticada
cidade de Florianópolis,onde o
trabalho foi realizado.A
intenção de utilizaro
QFD
para auxiliaro
processo de implementação deum
sistema degestão
da
qualidade partiuda
idéia central da tese de doutoramentodo
Sr.Mauro
Mitio Yuki.Esta primeira idéia foi legitimada pela observação de dois fatores:
1)a utilização restrita de
uma
ferramenta tão poderosacomo
o
QFD
apenas paradesenvolvimento
de
projeto de produtosou
serviços;2)a
pouca
utilizaçãodo
QFD
para aplicaçãono
setor de serviços.Quanto
à implementaçãodo
QFD
no
setor de serviçosfsabe-seque no
Japão isto já éuma
realidade (AKA[88]).
Nos EUA,
apesar deem
menor
número, empresascomo
a FloridaPower
&
descobriram
no
QFD
uma
maneira de melhoraro
serviço ao cliente (GRA[93]).No
Brasil aindanão é de conhecimento público a utilização
do
QFD
por empresas de serviços.Baseado
nestes fatores e vislumbrando o sucesso de empresas que se utilizem dasinformações contidas nesta dissertação, surgiu a idéia da realização deste trabalho na área de
Gestão
da
Qualidade e Produtividade, através deuma
proposta concreta da utilizaçãoda
metodologia
QFD, com
o objetivo de transpor as dificuldades existentes na implementação deum
sistema de gestão da qualidade
em
empresas prestadoras de serviços. .1.3 -
OBJETIVO
DO
TRABALHO
Este trabalho pretende oferecer
uma
contribuição ao setor de serviços, apresentandouma
metodologia alternativa
de
implantaçãodo
TQC
nas empresas, utilizando para istoo
QFD.
A
aplicação desta metodologia nas organizações prestadoras de serviços auxiliaránão
só aimplementação
do
TQC, como
possibilitará definir mais claramenteo que
éum
serviçode
qualidade aos olhos
do
consumidor e aproximaro
máximo
possível a qualidade oferecida pelaempresa à qualidade requerida pelo cliente.
Desdobrando
cadauma
das características dequalidade observadas na
voz do
consumidor para cadaum
dos processosem
todos os níveisda
empresa.
Espera-se
que
com
istoo
setor de serviços salte para níveis mais elevados de qualidade eseja mais competitivo nestes
tempos
de globalização de mercado.1.4 -
IMPORTÂNCIA
no
TRABALHO
Nos
países desenvolvidos o setor de serviços possuiuma
representatividade muito grandena
economia
e na vida das pessoas.No
Brasil, apesar de crescente,o
setor terciário aindanão
alcançou níveis significativos.
'
O
Brasil nesta sua fase de crescimento, precisa pensarnão
só na indústria manufatureira e na agropecuária,mas
também
na
indústria de serviços.O
impulsona
economia, a estabilizaçãoda
moeda,
a geração denovos
empregos, tudo isto depende de todos os setores da indústria, por issocada
um
deles deve receber atenção e incentivos.Neste sentido, este trabalho focaliza
o
crescimentodo
setor de serviços, através deuma
pequena contribuição
com
o
objetivo de minimizar as dificuldades de implementar osnovos
métodos
gerenciais e ferramentasque
vêm
auxiliando já háalgum
tempo
as empresasmanufatureiras e algumas empresas
em
todo omundo
a alcançarem níveis superiores dequalidade e produtividade.
A
nível regional este trabalhotambém
é importante, por apresentaruma
preocupaçãocom
o
desenvolvimentodo
turismoem
Florianópolis, principal atividadeeconômica
da regiãomas
que
não tem
recebido muita atençãono
sentido de buscar altemativas tanto para a melhoriada
qualidade dos serviços prestados
como
da
infi'a-estrutura preparada para recebero
turista.1.5 -
LIIVIITES
DO
TRABALHO
Este trabalho sofreu limitações de duas naturezas:
1) Escassez de bibliografia:
O
tema, utilizaçãodo
QFD
no
setor de serviços,não
apresentauma
quantidade relevante de materiais disponíveis.
Os
poucos documentos
relacionados a este tema,tratavam
do
assuntode
maneira muito superficial,não
apresentando informaçõesque
pudessem
auxiliar a utilização dos
modelos
conceituais deQFD
existentes para empresas prestadoras deserviços. Isto representou
uma
certa dificuldadequando
da escolha e adaptaçãodo modelo de
desdobramentos
que
seria analisado. Dificuldade esta quetambém
apareceu durante a aplicaçãoprática
da
ferramenta,na
confecção das matrizes.2) Limitantes
de Tempo:
Este trabalho teveum
período deum
ano para ser desenvolvido,no
entanto, sabe-se
que
um
sistema de gestãoda
qualidade,como
o
TQC,
requerum
período maior detempo
para apresentar resultados.Como
dizCAM[92],
"Qualidade éuma
mudança
cultural.É
preciso
tempo
para conduzirmudanças
(5 a 10 anos)." Neste sentido, os resultados apresentados neste trabalhonão demonstram
com
fidelidade toda a potencialidadeda
ferramenta,mas
podem
Para conseguir mostrar alguns resultados
com
0 propósito de ilustrar os passos dados, autilização
do
QFD
foi restrita aum
projeto piloto realizadono
setor de alimentos e bebidas deum
hotel.
1.6 -
METODOLOGIA
DO TRABALHO
A
metodologia utilizadana
execução deste trabalho apresenta basicamente as seguintesetapas:
1) Etapa de Revisão Bibliográfica - Esta etapa foi realizada principalmente
no
período inicialdo
trabalho. Nesta fase
foram
revisadas, na literatura existente, todas as informações disponíveissobre qualidade
no
setor de serviços, sistemas de gestão da qualidade, especiahnenteo
TQC
_esobre
o
QFD
e sua utilizaçãono
setor de serviços.-2)
Formulação
da Hipótese -A
hipótese apresentada neste trabalho é a deque o
QFD
éuma
ferramenta de planejamento cuja utilização
pode
ser bastante útilno
suporte à implementaçãodo
TQC
em
empresasdo
setorde
serviços.A
3) Escolha
do
Modelo
Conceitual deQFD
-As
três abordagens deQFD
foram analisadas paraavaliar qual
o
modelo
conceitual seria mais apropriado aos objetivosdo
trabalho.4) Avaliação Crítica
da
Metodologia Proposta Através deuma
Aplicação Prática - Aplicaçãodo
QFD
em
paralelocom
a implementaçãodo
TQC
para avaliar as possibilidadesda
metodologia.5) Conclusões e
Recomendações
-As
conclusões e recomendações propostas são resultantesda
1.7 -
ESTRUTURA
DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado de forma a apresentar
no
capítulo inicialuma
introduçãoque pennita identificar algumas considerações e os objetivos
da
realização deste trabalho,contemplando a origem
do
tema, a importância, a metodologia utilizada, as limitações e aestrutura
da
dissertação.No
capítulo seguinte é feitauma
avaliação da qualidadeno
setor de serviços, descrevendoalguns conceitos e características dos serviços, os conceitos e as dimensões
da
qualidade efinalizando
com
alguns elementos críticos da qualidade nos serviços.No
terceiro capítulo é apresentada a filosofiado
TQC,
conceito, princípios básicos, as seteferramentas
da
qualidade e as novas ferramentas que são utilizadascom
objetivos específicosno
auxílio
do
gerenciamentoda
qualidade, por último cadaum
dos subsistemascomponentes do
TQC
é descrito, juntamentecom
suas características e relacionamentocom
o
sistema geral.O
quarto capítulo consiste na apresentaçãoda
metodologiaQFD.
Nesta fase é feitauma
análise bastante simples das três abordagens para possibilitar a escolha
do modelo
conceitual paraserviços. Escolhido
o
modelo, cadauma
das fases de desdobramento é sucintamente descrita parao
entendirnentoda
confecção das matrizes e dos resultados esperados. iNo
capítulo seguinte é feitauma
análise da integraçãodo
QFD
com
o
TQC.
Neste sentidosão descritas as principais dificuldades na implementação
do
TQC
e a partir destas dificuldades são apresentadas as possibilidades de minimização dos problemascom
a utilizaçãodo
QFD.
Desta forma, são discutidas as contribuições obtidas
em
cada fasede
desdobramentocom
aexecução de cada
uma
das matrizes.O
sexto capítulo é dedicado à descrição da aplicação práticada
metodologia. Estaaplicação além
de
mostrar a validadedo
usodo
QFD
como
suporte à implementaçãodo
TQC,
apresenta observações que indicam algumas outras dificuldades impostas à implementação
que
resultam
em
recomendações
tanto* a nível de estruturaçãoda
empresacomo
no
aprimoramentoda
própria metodologia.
Por
firn, são apresentadas as conclusões obtidasno
desenvolvimentodo
trabalho eA
era da qualidade iniciada na década de 80, trazendo grandesmudanças
à indústriamanufatureira, somente agora parece estar
chamando
a atençãodo
setor de serviços.Em
São
Paulo, a Trevisan Auditores e Consultores realizou
uma
pesquisa,em
outubro de 1993,com
osparticipantes de
um
seminário, visando conhecer o estado da arteno
setor.Os
resultados destapesquisa, publicada
em
janeiro de 1994 na revista CQ-Controle de Qualidade,mostram que
embora
91%
das empresasque
responderam a pesquisa possuíssem programas de qualidade, osesforços neste sentido
eram
recentes jáque
cerca de60%
destas iniciaram seus programasem
dois anos
ou
menos
(CQC[94]).A
recente preocupação por parte dos empresáriosdo
setor é compreensívelquando
tem-se contato
com
dadoscomo
os apresentados pelo diretorda
CONVERGE,
José Jerônirno deMenezes
Lima,em
artigo publicado na primeira quinzena dedezembro
de 1993no
Jornalda
Federasul.
Segundo
este artigo, devido amá
qualidade das empresas de comércio e serviçosbrasileiras, estavam sendo .desperdiçados de 15 a
20%
do
faturamento destas empresas,que no
ano de 1991 representou
um
total deUSS
8,4 bilhões (LlM[93]). '2.1 -
POR QUE
QUALIDADE
?OS
FATORES PROPULSORES
DA
DEMANDA
DA
QUALIDADE
NOS
SERVIÇOS
A
demanda
crescente da qualidade dos serviços é decorrente principalmente de doisaspectos:
00
primeiro refere-se àsmudanças
ocorridas na indústria manufatureira,na
qual as novastecnologias
tomaram-se
rapidamente disponíveis e copiáveis, diminuindocom
isto otempo
em
que
a empresa consegue manteruma
vantagem
competitiva pela inovação.Como
afirma
MOL[92], "A
qualidade técnica de produtos similares concorrentes está setomando
cada vezmais igual. Assim, a qualidade dos serviços prestados
na compra
eno
uso deum
produto estácomplementa
dizendoque o
serviço ao cliente éuma
arma
potente contra a concorrênciaem
qualquer setor. Para o autor, aqueles quefomecem
um
bom
serviço ao clientedominam
o
setoronde atuam
tantoem
crescimento de vendas quantoem
rentabilidade, e aquelesque
demoram
aperceber isto estão
ficando
para trás.Em
WI~II[92], o autorafirma
queuma
pesquisa revelouque
o crescimento anualmédio
das empresas voltadas ao cliente e que estão implementandoprogramas de qualidade total é na
ordem
de10%,
enquantoque
as empresas que nãotêm
estetipo de preocupação não apresentaram crescimento algum.
A
pesquisa mostrou aindaque
asempresas que
possuem
orientação voltada para o cliente tiveramum
aumento
de12%
nalucratividade, contra
1%
das empresassem
preocupaçõescom
o
cliente.Um
outro ponto a serconsiderado é a questão da fabricação cada vez mais enxuta que possibilitou
uma
redução doscustos e
que
consequentemente refletiuem
baixos preços passando anão
representar maisuma
vantagem
competitiva,na medida
em
que não é maisum
elemento de diferenciação.ALB[92]
declara
que
o
principal motivo paratomar o
serviço a força motriz da empresa é o de criar diantedos concorrentes
um
fator de diferenciação dificil de igualar. Para o autor, qualquer concorrenteque
resolver superar a sua empresapode
fazê-lo de praticamente todas as formas, sejaconstruindo
um
prédio mais imponente, adquirindo equipamentoscom
tecnologia de ponta,reduzindo preços, etc.
Mas,
em
se tratando de serviços a melhoria é muito mais dificil, pois derivade habilidades humanas, capacidades logísticas e bases de conhecimentos
que
os competidoresnão
conseguem
reproduzir facilmente. Nestenovo
contexto de qualidade dos serviços,o
atendimento diferenciado está se
tomando
uma
condição básica para a sobrevivênciaem
nossosmercados
cujas necessidadesmudam
tão rapidamente, conscientes da qualidade e cada vez maiscompetitivos.
Um
exemplo
disto é a subsidiária brasileirada
Xerox,quando
muitosacharam que
com
o
fim
da
reserva demercado
para produtos de informáticao
seu reinado havia acabado, aXerox
mostrou
que
sua liderançano mercado
continua inabalável, conseguiu inclusive aumentar suamargem
de lucro de0,5%
em
1986
para até8%
em
1993.Segimdo
artigoda
revistaEXAME,
(EXA[93]), este sucesso
que
lhe rendeu inclusive oPrêmio
Nacional de Qualidade de 1993 éresultado de sua preocupação contínua
com
a qualidade de seus produtos e serviços.Na
disputa pelo prêmiocom
a outra empresaque
conseguiu chegar à final, pesouem
seu favor a capacidade de cativar e atender seus 120.000 clientes espalhados pelo país.O
sistema de atendimento aoconsumidor
da Xerox
é constituído de dois programas complementares.O
mais importante,o
país foi exportado para a empresa nos Estados Unidos.
O CAC
éum
canal pelo qual o clientepode
tirar dúvidas e solicitar serviços. Apesardo
sucesso deste programa,como
o serviço aoconsumidor deve ser garantido por todos na organização, a empresa colocou
em
prática oPrograma
Anjos da Guarda.Por
estenovo
programa, funcionários burocráticos das filiais,como
secretárias e auxiliares administrativos, que antes não tinham contato
com
o público extemo,ganharam
uma
carteira de clientes sob sua responsabilidade.Sua
função é manter contatocom
estes clientes por telefone checando se tudo vai
bem
e colocando-se a disposição dos clientes pararesolver problemas.
Com
esta política aXerox
vem
não só mantendo-seno
mercado,mas
apresentando resultados
que
indicarn seu crescimento nos últimos anos.Mas
os excelentesresultados, e a fatia de
80%
do mercado
não é suficiente, a busca da melhoria da qualidade, deseus produtos e serviços é continua.
DO
segundo aspecto refere-se ao fato de que,com
o
adventoda
modernidade, as pessoasestão elevando seus padrões de vida,
aumentando
ademanda
por serviços e exigindo serviçosmelhores e mais convenientes.
Como
resultado destanova
demanda, muitas empresas de serviçosestão crescendo e evoluindo
na
direção da satisfaçãodo
cliente.Com
14.000 pontos de vendas espalhados por67
países,o
Mc.Donald's éum
exemplo
deempresa de serviços
que
deu certo.O
padrão de qualidade Mc.Donald's é conhecidointemacionalmente.
No
Brasil os 107 restaurantesda
rede existentes até o final de1992
comprovam
seu sucesso.De
acordocom CQCO[94]
este sucesso é atribuído aos princípiosbásicos adotados pela organização
denominados
deQSL:
Q
- produtos de qualidade,S - serviço rápido e cortês,
L
- lojas limpas e ambiente agradável.Estes princípios básicos são trabalhados junto a fomecedores e funcionários,
que
adotam
uma
postura de parceria. Tanto a qualificação de fomecedores quantoo
treinamentode
funcionários são atitudes necessárias dentro
da
filosofia da empresa de garantir a satisfação totaldo
cliente. Clientes estesque não
seimportam
de pagarum
preço mais alto por produtosde
qualidade assegurada,
com
serviço rápidomas
cortêsem
um
arnbiente limpo e agradável.Outro exemplo
de sucessono
setor de serviçosque
vem
chamando
a atençãono mercado
brasileiro é a
Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Este exemplo, é importanteexemplos encontrado entre as empresas estatais brasileiras.
Como
descritoem
artigo da revistaVeja de 18 de agosto de 1993:
"A
ECT
além de apresentar lucros e sobrevivercom
receitaprópria, ela ainda surpreende pela ousadia de oferecer produtos e serviços inusitados e por ser
um
modelo
seguido por 35 paísesdo mundo."
A
atividade tradicional de enviar cartastomou-se
quase secundária
em
meio
a tantas outrasque
os correios oferecem hoje. Transportarencomendas
(quepode
ser atéum
carro), solicitar seguro desemprego, pagar contas deágua
eluz, remeter dinheiro para
o
exterior,comprar
produtos importados e cartelas de loterias sãoapenas algumas das outras atividades oferecidas nos balcões das agências dos correios para
facilitar a vida de seus clientes.
E
com
esta filosofia de colocar o foco das atividadesno
cliente aECT
alcançouum
lugar de destaqueno
setor de serviços, mas, não satisfeitacom
isto, prometenão
ficar parada e buscar continuamentenovos
serviços semprecom
amesma
qualidade(VEJ[93]).
Cientes da
demanda
existente para a qualidade de serviços, outra questão emerge.Analisando os exemplos supra citados observa-se
que
existem empresas de serviçosonde
oproduto
também
faz partedo
negóciobem como
também
encontramos serviços na indústriamanufatureira, sendo assim,
o que
realmentedefine
o setor de serviços?2.2 -
o
QUE
É
?CARACTERÍSTICAS
DA
QUALIDADE
No
sEToR
DE
sERv1Cos
2.2.1 -
CONCEITO
DE
SERVIÇOS
FER[75]
apresenta inúmeras definições de serviços para diferentes áreas de atuação.Referente à
economia
ele define:"Serviço é
o produto
da
atividadehumana,
quesem
assumira forma
de
um
bem
material, satisfaz
uma
necessidade."Para
DAV[9l]:
"Serviço
ao
cliente sign1`fica todos os aspectos, atitudes e informaçõesque
ampliem
a
LAS[94]]
apresenta o conceito de serviço ampliado:“Serviço
ampliado
é tudo aquilo que seagrega no
produto essencial,ou
produto núcleo,para aumentar
os benefícios proporcionados aos clientes.O
setor de serviços, apesar de já ter atentado para a importância estratégica da qualidade,encontra muitas dificuldades para obter e manter níveis de qualidade que satisfaçam
o
consumidor, especialmente devido às características inerentes dos serviços que, segundo
KAN[9?],
são:OO
serviçohumano
éum
"bem" invisível, imprimindo aos serviçosum
caráter intangível.00
armazenamento ou
reprodução nãopode
ser assegurado.«Medidas
próprias adequadas a cada situação são requeridascomo
base.0Produção,
consumo
e uso são feitos aomesmo
tempo
e espaço.É
a simultaneidade dosserviços.
OA
avaliação dos resultados é feita diretamente,no
momento
da
prestação de serviços.Estando assim, muito expostos aos clientes,
sem
a possibilidade de checar os resultadospreviamente e corrigir eventuais falhas.
Por
outro lado,o
feedbackdo
cliente é simultâneo,permitindo ação imediata
no
processo.00
serviço é altamente dependentedo
caráter pessoal.Com
isto, a cultura, as habilidades técnicas, aptidões, conhecimentos, disposição,humor
e atéo
nível educacional dos prestadoresde
serviços
podem
afetar a qualidadedo
serviço prestado.2.2.2 -
SERVIÇOS
X
INDÚSTRIA
Todas
as tendências de desenvolvimentoeconômico demonstram
que, cada vez mais, adicotomia entre as empresas industriais e de serviços
vem
diminuindo significativamente. Istoconsumidor precisam oferecer algo mais
do
que os clientes esperam, diferenciando-se daconcorrência e
tomando-se
ímparesno
mercado.Com
isto, segundoBER[92],
as empresas estãopreocupadas tanto
com
a qualidade de seus produtos quantocom
a de seus serviços, tentandoassim impressionar o cliente
com
a uniãodo
tangível edo
intangível.O
autor acreditaque
esta sinergia tangível/intangívelforma o
elemento diferenciador, o valor agregado utilizado paradelimitar os setores de atuação das empresas.
Nesta linha, não existem empresas puramente industriais
ou
de serviços, o que existem sãoempresas
com
produtos mais tangíveis, característicado
que sechama
de setor manufatureiro, eempresas
com
produtos mais intangíveis, que constituemo
conhecido setor de serviços.Uma
empresa
que
fabrique evenda
parafusos é consideradado
setor manufatureiro relativamente puro,enquanto
que
um
fabricante de automóveis, que venda seus produtos e garanta a disponibilidadede peças de reposição e forme
uma
rede de oficinas autorizadas para a reparação dos produtosquando
se fizer necessário é consideradauma
empresa de produtosque
depende de serviços.No
caso de empresas híbridas
como
as lanchonetes e lojas de varejo os produtos são comercializadospor serviços.
Há
ainda os serviços quedependem
de produtoscomo
as empresas de transporte aéreo e as de serviço relativamente purocomo
as consultorias eacompanhamento
de crianças.A
figura 2.1 ilustra os diversos tipos de empresasque surgem
a partirda
variaçãodo
"grau de tangibilidade"
do
produto oferecido pela organização.prod. que ^
serv. que
Produto relativ.
dependem
dependem
serviço relativ.puro
~
de serviços Hibrido de produtos purol~
Parte tangível do produto
l:l
Parte intangível do produtoFigura 2.1 -
O
espectro produto - serviço.(BER[92])
A
maioria das empresas estão situadas dentro dos limites das linhas pontilhadas, atendência é que
mesmo
as localizadas nas extremidadesacompanhem
asmudanças
etomem-se
mais mistas.
Neste trabalho
quando
se fala da indústria de serviços refere-se às empresas:-
onde
os serviços correspondam a pelomenos
50%
da atividades (empresas híbridas);-
em
que
os serviçosdependem
de produtos; - de serviço relativamente puro.Esta definição
da
indústria de serviçosnão
coincidecom
a delimitaçãodo
setor feita peloIBGE. Segundo o
IBGE,
o
setor de serviços consiste das atividades de alojamento e alimentação,reparação, instalação e manutenção, serviços de higiene e estética pessoal, radiodifusão, televisão e diversões, corretagem e administração deimóveis e serviços auxiliares diversos. Neste contexto,
não são englobadas as atividades de serviços industriais de utilidade pública, as atividades de
médicos, dentistas, professores, e profissionais de comércio, todas tipicamente de serviços
mas
que por questões diversas foram incorporadas
em
outros setores (IBGE[85]).2.3 -
A
IMPORTÃN
CIA
DO
SETOR DE
SERVIÇOS
Em
muitos países evoluídos, a indústria de serviços supera a indústria manufatureira,empregando
até dois terçosda
população. Parece seruma
tendênciaque
quanto mais evoluídoo
país mais importante é seu setor terciário.
NOR[93]
declaraque
"das 100 maiores empresasdo
mundo
fundadas nos anos60
e 70, 56eram
de serviços, 8eram
de serviçoscom
algum
produto tangívelcomo
partedo
serviço (...) a terça parte restante eradominada
por empresasde
altatecnologia."
Em
NOB[94]
é feitauma
comparação da
força de trabalho alocadano
setorde
serviçosnos
EUA
nos períodos anterior e posterior a segunda grande guerra, verificando-seque
houve
um
aumento
de50%
para80%.
Na
Suécia esta tendênciafica
bastante visível analisandoo
quadroTabela 2.1 - Força de trabalho ativa na Suécia.
AN
0/SETOR
AGRICULTURA
INDÚSTRIA
SERVIÇOS
1870 73 12 05 1900 61 24 09 1950 21 34 42 1980 06 23 71 1990 05 21 75 2000 04 17 79 Fonte:
CAR[94]
No
Brasilo
crescimentodo
setor de serviços é lentomas
constante,no
ano de 1993o
PIB
(Produto
Intemo
Bruto) cresceu4,96%
em
relação ao ano anterior. Este crescimento foi lideradopela produção industrial,
que
cresceu 9,03%, seguido pelo setor de serviçosque
cresceu3,53%
(SAN
[94]).Somente
em
Santa Catarinao
setor de serviços representou39,42%
em
1993,ficando
atrásdo
setor secundáriocom
42,77%
(COD[93]).No
entanto, deve-se levarem
contaque
o
setor secundário para fins estatísticos corresponde não só as indústrias de transformação ede construção,
mas
também
os serviços industriais de utilidade pública,como
água, telefone, luzetc.. _
Dada
a importância e a tendência de crescimentodo
setor, qual a causada
morosidadeem
tomar
medidas para a melhoria da qualidade?HAR[88]
resume
o
pensamento dos empresáriosdo
setor, "Muitos executivos acreditamque, por definição, serviços simplesmente
não
podem
ser garantidos. Serviços são geralmente entregues por sereshumanos, que
são conhecidamentemenos
previsíveisque
as máquinas, e elessão consumidos geralmente ao
mesmo
tempo
em
que
são produzidos.Uma
coisa évocê
garantiruma
câmera que pode
ser inspecionada antesque
o
consumidor coloque os olhos nela epode
serreparada se necessário.
Mas
como
garantir a qualidade deum
corte de cabeloque
nãopode
serreparado?"
2.4 -
DIIVIENSÕES
DA
QUALIDADE
EM
SERVIÇOS
A
revista Quality Progress de fevereiro de 1992, apresentaem
artigo intituladoO
Glossário
da
Qualidade, conceitos e definições de vários termos e expressões. Neste artigo aqualidade é definida
como:
"um
termo subjetivo para 0 qual cada pessoatem
seu própriosignificado.
Em
uso técnico, qualidadepode
ter dois significados: l)As
características deum
produto
ou
serviçoque
tem
a habilidade de satisfazer necessidades implícitasou
declaradas. 2)Um
produtoou
serviço livre de deficiências."(QUA[92])
DEN[90],
declaraque
a qualidade deve ser definida-em
termos de atendimento àsexpectativas dos clientes
como
sendo seus padrões de desempenho. Pois somente a qualidadebaseada na satisfação dos clientes produz recompensas reais para a
companhia
em
termos delealdade dos clientes e na
imagem
positivada
empresano
mercado.ALB[92],
também
coloca que a qualidade sótem
sentidono
contexto da experiênciado
cliente,que
é afetado tanto por fatores tangíveiscomo
por fatores intangíveis.HOR[93],
dizque
qualidade é o nívelde
excelênciaque
aempresa escolheu alcançar para satisfazer à sua clientela alvo. Neste sentido,
um
hotel trêsestrelas
pode
oferecerum
nível de qualidade mais elevadoque
um
hotel cinco estrelas, pois cadaqual possui
uma
clientela alvo diferenciada que necessita de características distintas de qualidade.Para
CAM[92],
qualidade é a entregado
produtoou
serviço dentro das especificações pré-estabelecidas pelo cliente, cobrando por isto
um
preço justo, cumprindo os prazos, e respeitandoo
moral e segurança das quatro pessoas essenciais para a sobrevivência deuma
organização: osclientes, funcionários, acionistas e a sociedade de maneira geral. Já
MOL[92],
considera a qualidadecomo
sendo situacional,ou
seja, dependente de vários fatores.E
ele exemplifica suaposição:
"um
produtoou
serviçocom
amesma
qualidade ,no
mesmo
paísou
namesma
cultura,pode
ser julgadode forma
diversa por pessoascom
experiência, educação, idade e formaçãodiferentes.
O
mesmo
produtoou
serviçopode
ser percebido de maneiras diversas pelamesma
pessoa
em
épocas diferentes,dependendo da
situação edo
humor
e das atividadesda
pessoa.As
pessoas
têm
diferentes padrões de qualidade."Há
muitas maneiras de se pensarem
qualidade na indústria de serviços.O
mais importantena
visão deKAN[9?]
é saber reconhecer e diferenciar a qualidade requerida pelos clientes, aobjetivo da empresa deve ser o de manter estes três enfoques da qualidade o mais próximos
possíveis.
A
empresa de consultoriaERNST
&
YOUNG, SOTEC
procurou mostrarcom
a figuraabaixo os diferentes caminhos que distanciam os enfoques da qualidade. Analisando cada
um
dosGap's abaixo pode-se verificar pontos críticos
do
processo que necessitam ser monitorados.Cliente
Comunicação de Viva Voz Necessidades Pessoais Expenêncra Passada
I I I I
:
. II
_-____"_""`__"""_"__"Í"°'__'_""-__""1 | I | I . | I | I ¡ I 1 I ¡ I ¡ I | I | I | I | I | I ` | I | I . I I I I I~~
Serviço Esperado Gap5V
1 Serviço Percebidotí-'í"-'í"""'
A
semço Emegue <__ _cÍa_p_4_____ Comunicaçãocãxtzgia com os
re s
Gap3
Gap 1 Especifioações da Qualidade
do Serviço
\
Gap2
Oeremiamemo das Expectativa:
eeeeeeeeeeeeeeee
»
Figura 2.2 -
Os
Gap'sdo
Processo de Prestação de Serviços.(ERN[93])
Fomecedor
,-_
-GAPI:
Ocorre entre as expectativas dos clientes e a percepçãoda
gerência destas expectativas. (não
sabero que o
cliente espera) - a empresanão
identifica a qualidade requerida pelos clientes.-GAP2:
Entre a percepçãoda
gerência sobre as expectativas dos clientes e a especificaçãoda
qualidade dos serviços. (o serviço errado - padrões de qualidade) - a qualidade planejada pela
-GAP3:
Entre as especificações da qualidadedo
serviço e o serviço fornecido. (Diferença naperformance
do
serviço) - a qualidade oferecida pelosempregados
não corresponde à qualidadeplanejada pela administração.
-GAP4:
Entreo
serviço entregue e a comunicaçãoextema
aos clientes sobre o serviço fomecido.(quando as promessas não
batem
com
o fomecido) - o marketing final é diferente da qualidadeoferecida pelos empregados.
-GAP5:
Entre as expectativas dos clientes eo
serviço percebidocomo
fornecido - a qualidaderequerida pelos clientes é diferente
da
qualidade oferecida pelos empregados.Todos
estesGAP's têm
início nas expectativas dos clientes, por isto para minimizá-los énecessário
que
se façaum
planejamento detalhado da qualidade. Neste trabalho será apresentadaaferramenta
QFD
para auxiliar a execução detalhada deste planejamento, iniciando pelas expectativas dos clientes e desdobrando-as para as diversas etapasdo
processo de prestação deserviços.
Com
esta ferramenta a percepção da empresa, as especificaçõesdo
serviço e osprocedimentos serão orientados pela
voz do
consumidorcom
o
objetivo final de entregar aocliente exatamente
o
que ele deseja.Como
visto atéo
momento,
a qualidade só é válidaquando
definida
em
função das expectativas dos clientes. Para isto a empresa deve, então, levantar estasexpectativas
que dimensionam
a qualidade aos olhosdo
cliente.Berry e Parasuraman,
BER[92],
conduziramuma
pesquisacom
clientes objetivando saberquais critérios
eram
levadosem
consideraçãoquando
avaliavam a qualidade dos serviços deuma
empresa. Esta pesquisa concluiu
que
a qualidade dos serviçospode
ser avaliada sob cincodimensões:
"Confiabilidade : representa
a
capacidadede
prestaro
serviço prometidode
modo
confiável e
com
precisão. 'Satisfazer as necessidades primárias dos clientesde
prazo
equantidade.
T
angíveis :a
aparência físicadas
instalações, equipamentos, pessoas e materiaisde
comunicação.
Sensibilidade :