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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 3

O ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

MEDICINA GERAL E FAMILIAR 3

PEDIATRIA 4 GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 5 SAÚDE MENTAL 6 MEDICINA 6 CIRURGIA 7 ELEMENTOS VALORATIVOS 8 REFLEXÃO CRÍTICA 8 ANEXOS

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O 6º ANO 11

FORMAÇÃO ACADÉMICA COMPLEMENTAR NACIONAL E INTERNACIONAL 15

ATIVIDADES DE ASSOCIATIVISMO E VOLUNTARIADO 17

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O Mestrado Integrado em Medicina pressupõe uma aprendizagem contínua, com uma aquisição gradual dos conhecimentos que culmine numa adequada prática médica. É nesta perspetiva que surge a importância de um último ano de estágio com caráter profissionalizante: por forma a concluir a formação pré-graduada em plenitude e atenuar a transição entre o percurso académico e a atividade profissional, o Estágio Profissionalizante do 6º ano do MIM permite que os seus alunos contactem com uma realidade próxima da que virão em breve a assumir como sua, disponibilizando todos os instrumentos necessários para garantir o sucesso profissional nos anos que se avizinham.

A Unidade Curricular Estágio Profissionalizante constitui-se como um conjunto de estágios parcelares que abrangem seis das principais áreas da Medicina que o futuro médico deve dominar: Medicina Interna, Cirurgia, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. De forma transversal a todos os estágios parcelares, configuram-se os seguintes objetivos: consolidação de conhecimentos e competências clínicas previamente adquiridos e adequada transposição dos mesmos para a prática clínica, nomeadamente através da realização de uma história clínica e exame objetivo completos, formulação de hipóteses de diagnóstico e desenvolvimento de estratégias apropriadas na gestão e tratamento do doente; aprimoramento das técnicas de comunicação, tanto no estabelecimento de uma relação médico-doente como na transmissão de informação médica e integração de uma equipa de trabalho; adoção de uma abordagem biopsicossocial com respeito à realidade de cada doente e respetiva família; adoção de um comportamento profissional e autónomo, assim como sentido de responsabilidade e brio na prática médica; identificação das minhas próprias limitações e desenvolvimento de aptidões de autoaprendizagem que me qualifiquem para as superar.

Assim, o presente relatório serve o propósito de relatar o contacto com as diferentes especialidades que constituem o Estágio Profissionalizante e atividades desenvolvidas nas respetivas áreas, assim como integrar uma análise crítica, do Estágio e do percurso académico na NOVA Medical School, no que respeita a objetivos alcançados e desenvolvimento pessoal na qualidade de estudante de Medicina e futura médica.

O ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

M

EDICINA

G

ERAL E

F

AMILIAR

|

4

SEMANAS

09/09/2019

A

04/10/2019

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar, sob regência da Professora Doutora Isabel Santos e tutoria da Dra. Cristina Silva, decorreu na Unidade de Saúde Familiar Rio de Mouro. Como principais objetivos deste estágio destaco a adoção de um comportamento profissional e comunicação eficaz e empática, permitindo estabelecer uma boa relação médico-doente; o melhor entendimento da dinâmica dos Cuidados de Saúde

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Primários e sua ação preventiva e, ainda, a aplicação do modelo holístico em cada doente, tendo em consideração o seu contexto biopsicossocial.

Tive a oportunidade de contactar com inúmeros utentes em diferentes registos, nomeadamente consultas programadas - Saúde do Adulto, Consulta de Diabetes, Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Planeamento Familiar -, consultas de doença aguda e visitas domiciliárias, permitindo atestar a enorme variabilidade de idades e patologias dos doentes observados. Participei ativamente em todas as consultas, tanto na anamnese como no exame objetivo, e ainda na discussão da abordagem do doente. Ademais, pude dirigir consultas de forma independente, o que me permitiu aprimorar as minhas capacidades de diagnóstico e abordagem terapêutica de patologias frequentes. Pontualmente, participei nas consultas de enfermagem de Saúde Infantil, e acompanhei a Equipa de enfermagem e a Equipa de Suporte Comunitário em Cuidados Paliativos do ACES Sintra a visitas domiciliárias. Assisti, ainda, a reuniões dos grupos de trabalho da USF e discussão de casos clínicos e consultoria de Cardiologia.

Ao longo do estágio redigi o “Diário de Exercício Orientado”, alvo de discussão e avaliação final. Destaco ainda a apresentação de uma revisão do tema “Abordagem a Tonturas e Vertigens” à equipa médica.

P

EDIATRIA

|

4

SEMANAS

07/10/2019

A

01/11/2019

Realizei o estágio parcelar de Pediatria no Hospital Dona Estefânia (HDE), sob regência do Professor Doutor Luís Varandas e tutoria da Dra. Rita Machado. Por não ter realizado a Unidade Curricular de Pediatria do 5º ano em Portugal, os meus objetivos para o estágio de 6º ano prenderam-se, por um lado, com o conhecimento e contacto mais próximo com os cuidados pediátricos em Portugal e, por outro, com a consolidação de conhecimentos sobre as patologias pediátricas mais frequentes e particularidades na apresentação clínica deste grupo etário, aprimoramento da interpretação de exames complementares e abordagem terapêutica mais adequados a cada patologia e a cada doente, bem como o desenvolvimento de aptidões comunicativas no estabelecimento da relação médico-doente e médico-família.

As principais atividades em contexto de internamento decorreram na enfermaria do Serviço de Pediatria Médica 5.1, o que me permitiu contactar com uma miríade de patologias no contexto da Pediatria Geral – destaco a patologia gastrintestinal, como atrésia do esófago e Doença Celíaca, patologia infecciosa, como sendo Bronquiolites e Pielonefrites agudas -, e participar ativamente na realização de anamnese e exame objetivo dos doentes, bem como verificar intercorrências, interpretar análises laboratoriais e exames complementares de diagnóstico e, ainda, redigir diários clínicos. Assisti a todas as reuniões de serviço e sessões clínicas, e participei ainda em consultas, nomeadamente de Pediatria Geral, Genética Médica e Consulta do Viajante, bem como na aula teórico-prática subordinada ao tema “Anafilaxia”.

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A passagem pelo Serviço de Urgência permitiu-me sistematizar a abordagem às patologias mais prevalentes em idade pediátrica, nomeadamente as infeções respiratórias e as gastroenterites. Foi-me dada, ainda, a oportunidade de participar num workshop prático de emergências pediátricas no centro de simulação do HDE. Destaco, também, o contacto com os Cuidados Paliativos Pediátricos, através do acompanhamento da Unidade Móvel de Apoio Domiciliário (UMAD) durante um dia, que valoriza a humanização dos cuidados em fim de vida, procurando garantir o conforto quer do doente, quer dos cuidadores.

Das atividades realizadas, destaco a apresentação de um seminário sobre “Síndrome de Mitchell-Riley” a propósito de um caso clínico e a realização de uma história clínica sobre um doente com o diagnóstico de Bronquiolite.

G

INECOLOGIA E

O

BSTETRÍCIA

|

4

SEMANAS

04/11/2019

A

29/11/2019

Realizei o estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), sob regência da Professora Doutora Teresinha Simões e tutoria da Dra. Cristina Nércio e da Dra. Sofia Rodrigues. Aplicou-se um sistema de rotatividade pelas diferentes valências da especialidade, pelo que nas primeiras duas semanas estive em contacto com as valências de Obstetrícia e, nas duas últimas, com as valências de Ginecologia. Tratando-se de um estágio que pretende complementar o estágio realizado no 4º ano, os objetivos recaem principalmente na compreensão da especialidade na sua globalidade através do contacto com as diferentes vertentes, bem como no aprimoramento de competências teóricas e práticas – identificação de situações fisiológicas e patológicas tanto ginecológicas como obstétricas, abordagem da patologia da mulher em contexto de urgência, reconhecimento de fatores de risco e indicações para referenciação, acompanhamento e vigilância da gravidez da pré-conceção ao puerpério e, ainda, prática de técnicas de exame ginecológico e obstétrico.

Durante as primeiras duas semanas de estágio, acompanhei a Dra. Sofia Rodrigues nas valências de Obstetrícia, nomeadamente enfermaria (puerpério), bloco operatório, consulta de alto risco, consulta de gravidez múltipla e diabetes na gravidez e, ainda, consulta de gravidez indesejada, tendo participado ativamente na realização de exame objetivo à mulher grávida e puérpera. Nas duas últimas semanas de estágio, contactei com as diferentes valências da ginecologia – bloco operatório, consulta de ginecologia geral e consulta de uroginecologia, consulta de infertilidade, ecografia ginecológica, colposcopia e histeroscopia – e participei ativamente na realização do exame ginecológico. Saliento, ainda, a participação semanal no Serviço de Urgência, tendo contactado com as principais patologias agudas na mulher, bem como no Bloco de Partos, o que contribuiu para que cumprisse com os objetivos propostos.

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Realizei, ainda, uma apresentação de grupo sobre o tema “Síndrome de HELLP”, baseado num caso clínico observado em contexto de urgência, e o relatório parcelar de Ginecologia e Obstetrícia que, a par da avaliação de competências durante o estágio, terão sido incluídos nos elementos de avaliação.

S

AÚDE

M

ENTAL

|

4

SEMANAS

02/12/2019

A

10/01/2020

Realizei o estágio parcelar de Saúde Mental, sob regência do Professor Doutor Miguel Talina e tutoria do Dr. Ciro Oliveira, na Clínica 3 do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL). Dada a ausência de um contacto prévio com a Psiquiatria em Portugal – realizei a Unidade Curricular de Psiquiatria do 5ºano no Programa Erasmus – propus-me: reconhecer as patologias psiquiátricas mais prevalentes; identificar os principais sinais e sintomas de disfunção psiquiátrica e saber distingui-los do funcionamento psicológico normal; consolidar a abordagem anamnéstica orientada à patologia psiquiátrica, pressupondo uma relação médico-doente de confiança; consolidar as principais abordagens terapêuticas; identificar situações urgentes, associadas a risco social ou para o próprio.

O estágio teve início com a apresentação de dois seminários em torno de casos clínicos e do estigma associado à doença mental. Uma porção considerável do tempo de estágio foi passada na enfermaria da Clínica 3, acompanhando o Dr. Ciro Oliveira nas entrevistas clínicas. Para além disso, acompanhei o Dr. Ciro na Consulta Comunitária no Mafra Espaço de Saúde Mental e Ocupacional (MESMO), criada com o intuito de facilitar a reabilitação e a reintegração social de pessoas com doença mental. Participei também no Serviço de Urgência de Psiquiatria, acompanhando a Dra. Safira Hanemann.

Destaco a participação semanal do Grupo Psicoterapêutico Aberto e nas Consultas Abertas aos Mundo, dirigidos pelo Dr. António Bento e destinados à comunidade de pessoas em situação de sem-abrigo e refugiados. Marquei, também, presença semanal nas Sessões de Formação Interna e Biblioterapia, promovidas também pelo Dr. António Bento na enfermaria na Clínica 3 do CHPL – as primeiras destinadas à equipa médica do serviço; a segunda destinada aos doentes da enfermaria. Ressalto a minha participação numa Sessão de Formação Interna com a apresentação do conto “Tristeza”, de Tchekóv, bem como a realização de uma história clínica de um doente com o diagnóstico de Perturbação Bipolar tipo II.

M

EDICINA

|

8

SEMANAS

20/01/2020

A

13/01/2020

O estágio parcelar de Medicina teve lugar no Serviço de Medicina 2.3 do Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC), sob regência do Professor Doutor Fernando Nolasco e tutoria do Dr. António Ribeirinho. Sendo a Medicina Interna uma especialidade que lida com um leque de patologias tão abrangente, com peculiaridades que obrigam a um conhecimento científico alargado e raciocínio clínico coeso, considerei que os objetivos do estágio devessem recair sobre o alicerçar de conhecimentos e a aquisição de competências do que diz respeito à abordagem diagnóstica e terapêutica do doente, aliados a uma aquisição progressiva

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de autonomia e responsabilidade, bem como ao desenvolvimento da capacidade de comunicação com o doente e em contexto profissional.

Relativamente à atividade clínica, fiquei diariamente responsável por 2 a 4 doentes e realizei de forma gradualmente autónoma atividades de competência médica, nomeadamente: verificação de vigilâncias e intercorrências; colheita de anamnese e realização de exame objetivo de forma sistemática; redação de diários clínicos, notas de entrada e notas de alta; requisição e interpretação de exames complementares de diagnóstico; elaboração de hipóteses de diagnóstico; proposta de instituição ou ajuste terapêuticos; pedidos de colaboração por outras especialidades; compreensão e articulação do doente tendo em conta o seu contexto social, nomeadamente através da colaboração com a assistência social e comunicação com os familiares dos doentes. Realizei ainda procedimentos invasivos, como gasimetrias e punções venosas, e assisti à realização de técnicas invasivas mais complexas, nomeadamente a realização de punção lombar e biópsia óssea. Participei semanalmente na visita clínica, através da apresentação dos doentes pelos quais ficava responsável, e assisti, ainda, às sessões clínicas e aulas teórico-práticas promovidas pelo serviço.

A passagem pelo Serviço de Urgência permitiu o contacto com as patologias agudas que mais motivam a recorrência aos cuidados de saúde, como sejam patologias infeciosas ou agudizações de doenças crónicas, mas também o reconhecimento de situações de gravidade e estruturação de prioridades na abordagem ao doente com sintomatologia aguda.

A avaliação final do estágio consistiu na apresentação e discussão de um doente da enfermaria – como se de uma visita clínica se tratasse – e na discussão do relatório parcelar.

C

IRURGIA

|

J

UNHO DE

2020

O período em que decorreria o estágio parcelar de Cirurgia coincidiu com a declaração de estado de emergência em Portugal em consequência da pandemia Covid-19, razão pela qual os Centros Hospitalares aliados à NOVA Medical School se viram impedidos de assegurar a realização dos estágios de acordo com os seus ideais pedagógicos. Por conseguinte, medidas alternativas tiveram que ser implementadas, por forma a tentar garantir a continuidade e qualidade da formação clínica da melhor forma possível.

Assim, fui orientada pela Dra. Susana Ourô nas atividades desenvolvidas à distância – realizei, em conjunto com o meu grupo de trabalho, uma revisão do tema “Doença Diverticular”, apresentado à Dra. Susana através da plataforma Microsoft Teams, e apresentei no Mini-Congresso de Cirurgia, assegurado através da plataforma Zoom, um trabalho de revisão do tema “Colite Ulcerosa”. Foram ainda disponibilizadas, em suporte informático na plataforma Moodle, aulas correspondentes às sessões teórico-práticas que seriam lecionadas no Hospital Beatriz Ângelo, na primeira semana de estágio, bem como aulas correspondentes à componente teórica do curso Trauma Evaluation and Management (TEAM).

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ELEMENTOS VALORATIVOS

Durante os últimos seis anos fui participando em algumas atividades extracurriculares por forma a enriquecer o meu percurso académico (v. Anexos 1-9). Participei como voluntária nas edições XV e XVI do projeto da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM) Hospital da Bonecada, tendo integrado, no ano letivo 2017-2018, a Comissão Organizadora do XVII Hospital da Bonecada, como elemento do Departamento dos Espaços. Colaborei ainda, em regime de voluntariado, com a Casa dos Animais de Lisboa, no âmbito do Programa Municipal de Voluntariado da Câmara Municipal de Lisboa. Relativamente ao meu percurso formativo, marquei presença em vários cursos, congressos e palestras, por forma a complementar o meu conhecimento e colmatar algumas lacunas na minha formação médica, dos quais destaco a realização de dois Curtos Estágios Médicos em Férias (CEMEF), em 2017, nas áreas de Ortopedia e Serviço de Urgência, e a participação no iMed Conference, nas edições 7.0, 8.0 e 9.0. Participei ainda, no 5º ano do MIM, no Programa de Mobilidade ERASMUS+, num período de 6 meses, tendo frequentado a

Riga Stradins University, na Letónia, com o objetivo de contactar com a metodologia da formação médica no

estrangeiro, bem como com diferentes realidades sociais e culturais, o que contribuiu inequivocamente para a minha desenvoltura nas esferas pessoal, profissional e social. Durante o 6º ano, realço a participação na 11ª edição do iMed Conference, a participação no VI Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM), e ainda em workshops e palestras promovidos pela AEFCM. Considero, pois, que as atividades extracurriculares em que me envolvi não só representam uma clara mais-valia no processo de aprendizagem como me tornam, francamente, mais ávida por perceber e conhecer.

REFLEXÃO CRÍTICA

Findo o ano letivo e concluindo, assim, o Mestrado Integrado em Medicina, torna-se importante refletir sobre a minha prestação e evolução ao longo do meu percurso académico, bem como sobre o contributo do estágio profissionalizante no meu futuro profissional.

O MIM pressupõe uma aquisição de conhecimentos continuamente complementada pela prática clínica, servindo-se de instalações hospitalares que integram os estudantes e de assistentes dotados de uma atitude pedagógica para os orientar. Dito isto, a NOVA Medical School prima pelo seu programa de excelência, possibilitando um contacto precoce com a clínica - valoriza-se a aprendizagem individual e aplicabilidade em contexto clínico – e servindo-se de um rácio tutor-aluno entre 1:1 e 1:3, assegurando a aquisição e desenvolvimento de competências indispensáveis ao futuro médico e permitindo mitigar as reticências dos estudantes face à abordagem do doente.

O estágio de Medicina Geral e Familiar permitiu-me um contacto com os Cuidados de Saúde Primários até então reduzido. Reconheço uma evolução da minha parte na abordagem do doente em contexto de consulta,

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assumindo uma visão holística e considerando-se sempre a dinâmica familiar e contexto biopsicossocial de cada doente. A possibilidade de dirigir consultas autonomamente, mas sempre com supervisão, contribui para a minha realização pessoal e permitiu-me desenvolver sentido de responsabilidade e confiança em assumir doentes, aspetos cruciais num estágio profissionalizante. Aprendi, ainda, a valorizar o Médico de Família na promoção de saúde e prevenção da doença, reconhecendo a importância acrescida do seu papel em cidades não-urbanas.

Relativamente ao estágio de Pediatria, creio ter cumprido com os objetivos a que me propus. Contactei com as patologias que mais motivam o internamento do doente em idade pediátrica e apercebi-me do impacto que estas podem ter no seio familiar. A frequência do Serviço de Urgência permitiu-me o contacto com as patologias mais frequentes em idade pediátrica, contribuindo para o desenvolvimento de aptidões no diagnóstico e gestão terapêutica das mesmas. Por outro lado, o facto do serviço de Pediatra Geral receber um número de estudantes e internos de formação geral superior ao desejável leva a que o contacto com o doente não seja tão significativo quando comparado a outros estágios parcelares.

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia tem como aspeto positivo o contacto breve com as várias vertentes da especialidade, o que tornou possível o cimentar de conhecimentos relativos à patologia da mulher e abordagem da mulher grávida. Não obstante, esta rotatividade peca por impedir uma relação mais estreita entre o tutor e o aluno e, consequentemente, comprometer a participação em algumas atividades – como sejam bloco operatório e bloco de partos - e uma adequada avaliação por parte dos tutores.

Relativamente ao estágio de Saúde Mental, foi porventura o que mais me estimulou, uma vez que me permitiu contactar com as várias vertentes da Psiquiatria e possibilitou que me apercebesse das peculiaridades da abordagem do doente psiquiátrico, valorizando-se o diálogo e o tempo como armas terapêuticas. Familiarizei-me com as patologias mais frequentes na população através da consulta, bem como com as que mais justificam o internamento dos doentes e requerem um acompanhamento mais estreito. Sinto-me grata por ter integrado a equipa da Clínica 3 do CHPL, que tanto insiste no peso que o estigma da doença mental ainda tem e como este deve ser quebrado. Parte do estágio foi dedicada a pessoas em situação de sem-abrigo com doença psiquiátrica, tendo-me permitido entender que talvez aqui resida o principal problema e talvez seja esta a condição de muitos sem-abrigo, sendo bastante reconfortante saber que há profissionais que se dedicam quase inteiramente ao auxílio e reintegração destas pessoas.

O estágio de Medicina, a par do estágio de Medicina Geral e Familiar, constituiu um dos estágios com maior capacidade formativa na medida em que fomenta autonomia e responsabilidade crescentes e cruciais num aluno do 6º ano, estimulando a apreensão mais intuitiva e fundamentada de conhecimentos e contribuindo para a fluidez da rotina de enfermaria. Durante 2 meses senti-me parte integrante da equipa do serviço onde estagiei, tendo aprendido, gradualmente e com constante supervisão, a desempenhar todas as funções que

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ao médico competem. Sublinho, ainda, o contacto com problemas sociais na terceira idade, nomeadamente a protelação de altas hospitalares, transversais aos serviços de Medicina Interna. Sublinho, mais, a participação semanal na visita clínica e a discussão diária dos doentes com o meu tutor, que incutiram em mim uma organização e disciplina que pretendo integrar na minha metodologia de trabalho.

Por fim, o início de 2020 foi pautado de adversidades no que respeita à realização dos estágios parcelares em falta, dada a declaração de estado de emergência em consequência da pandemia Covid-19. Assim, na impossibilidade de integrar alunos nos serviços hospitalares – por um lado, por falta de equipamento de proteção individual (EPI) e, por outro, visando a proteção tanto dos alunos como dos doentes em situação de fragilidade – as Escolas Médicas viram-se compelidas a uma alteração do paradigma de ensino, servindo-se de estratégias de educação e avaliação à distância. Deste modo, o estágio de Cirurgia servindo-serviu-servindo-se principalmente da apresentação de trabalhos de revisão sobre temáticas à escolha do aluno como instrumento de avaliação, assegurando a realização do Mini-Congresso através da plataforma Zoom. Assim, a adaptação às condições vividas permitiu que estabelecesse as minhas próprias necessidades de aprendizagem e me debruçasse sobre os conteúdos de maior interesse. Não obstante, o estágio de Cirurgia é, sem dúvida, um dos que mais fica prejudicado com a ausência da componente prática, dada a incapacidade de execução de técnicas de pequena cirurgia e assistência em bloco operatório, algo que contribui imensuravelmente para o desenvolvimento das aptidões que um médico deve possuir e que o ensino à distância nunca conseguirá colmatar. Destaco, como aspeto negativo, o facto de a cada regência caber a escolha das estratégias a adotar à distância, o que resultou, no caso de Cirurgia, na realização de tarefas para avaliação já fora do período destinado para tal.

Importa referir que os estudantes de áreas da saúde foram convidados a prestar apoio a unidades de saúde na resposta à pandemia Covid-19, pelo que me voluntariei, através da iniciativa da Associação Nacional de Estudantes de Medicina em articulação com o Ministério da Saúde, para colaborar com o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa. No entanto, dada a evolução favorável da pandemia em Portugal, nunca voltei a ser contactada. De momento, encontro-me a aguardar contacto por parte da Equipa de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde Amadora para colaboração no inquérito epidemiológico de pessoas com Covid-19, para o qual me voluntariei.

Resta-me dizer que, de uma forma global, considero ter alcançado os objetivos a que me propus, sentindo-me mais apta e acreditando que as aprendizagens que sentindo-me foram incutidas sentindo-me permitirão assumir com responsabilidade e confiança o meu compromisso profissional. Deixo o meu agradecimento a todos os professores, amigos e família que moldaram o meu percurso. Termino-o certamente com algumas das incertezas com que o iniciei, contudo segura do meu crescimento profissional e humano e com a esperança de que, no exercício da minha profissão, encontre as respostas que procuro.

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ANEXOS

A

TIVIDADES

D

ESENVOLVIDAS DURANTE O

6

º

A

NO

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2. Certificados de Participação no VI Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) e respetivos Workshop e Sessão Paralela

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(14)
(15)

F

ORMAÇÃO

A

CADÉMICA

C

OMPLEMENTAR

N

ACIONAL E

I

NTERNACIONAL

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(17)

A

TIVIDADES DE

A

SSOCIATIVISMO E

V

OLUNTARIADO

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(20)

O

UTRAS

A

TIVIDADES

F

ORMATIVAS

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Referências

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