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Língua Portuguesa II: Morfologia I

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Academic year: 2021

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Autor

Denilson Matos

Língua Portuguesa II:

Morfologia I

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© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

M433 Matos, Denilson. / Língua Portuguesa II: Morfologia I /Denil-son Matos. — Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009. 168 p.

ISBN: 978-85-7638-799-2

1. Língua Portuguesa – Morfologia 2. Língua Portuguesa – For-mação de palavras 3. Língua Portuguesa – Gramática. I. Título. CDD 469.5

Capa: IESDE Brasil S.A.

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Sumário

morfologia | 7

Conceito de morfologia | 8 Estudos lingüísticos | 9

Significação lexical e gramatical | 10 Formas livres, presas e dependentes | 11

Etimologia | 12

Dupla articulação da linguagem | 13

morfema | 19

Conceito de morfema | 19 Análise mórfica | 22 Tipos de morfema | 25

Estrutura das palavras I | 33

Estrutura das palavras | 34

Estrutura das palavras II | 45

Conceituação | 45 modo | 45 Pessoa | 47 Número | 47

Estruturas do verbo | 48 O acento tônico nos verbos | 55

Processo de formação de palavras I | 59

Afixos | 60 Derivação | 63

(4)

Criatividade lexical | 79

O que é? | 79 Neologismo | 81

Considerações finais | 88

Classes de palavras I | 93

Algumas informações essenciais | 93

Classes de palavras II | 107

Artigo | 107 O adjetivo | 110 Numeral | 114

Pronomes | 121

Pronome | 121

O pronome pode ser de seis espécies | 123 Colocação pronominal| 129

Locuções e interjeições | 133

Locuções | 133 Interjeição | 136

Narração | 141

Texto | 141

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Apresentação

Nesta etapa de nosso estudo, abordam-se as diversas partes que constituem o léxico de nossa língua preferencialmente aquelas que determinam a for-mação e construção dos termos que a caracterizam e a identificam. Aqui, conheceremos os mecanismos de formação previstos no sistema da Língua Portuguesa, bem como aqueles que transcendem às expectativas do regis-tro padrão.

Na mesma direção, iniciaremos o estudo das classes de palavras que re-presenta, indubitavelmente, conteúdo capaz de determinar o sucesso do estudante diante da constituição e análise da frase e da oração em Língua Portuguesa, a saber: a sintaxe.

Desta feita, pretende-se apresentar, sob o amparo da gramática normativa, a língua enquanto sua formação, estrutura e classe de palavras.

Mais especificamente, enquanto estudiosos da linguagem, devemos en-tender que todo indivíduo que pretenda estudar uma língua, seja ela qual for, deve atentar para certas considerações que determinam e auxiliam o reconhecimento dessa língua. Assim, o estudo da forma é uma das possi-bilidades de análise que traz à tona o entendimento de que as palavras se organizam não apenas numa frase, mas, também, internamente. Se por um lado, palavras quando combinadas podem constituir frases, textos, por ou-tro, letras, morfemas, sílabas também podem formar palavras.

Portanto, é neste espírito que se busca entender os procedimentos lingüísti-cos que participam e atuam efetivamente na morfologia das palavras.

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Processo de

formação de palavras I

Para que você entenda como se dá o processo de formação de palavras é necessário que saiba que essa formação se estrutura por meio de morfemas lexicais e gramaticais. Esses morfemas nada mais são que elementos formadores de palavras. Observe o que diz Celso Cunha (2001, p. 76) a respeito dos tipos de morfemas:

Quanto à significação, os morfemas classificam-se em lexicais e gramaticais. Os lexicais têm significação externa, porque é referente a fatos do mundo extralingüístico, aos símbolos de tudo o que os falantes distinguem na realidade objetiva ou subjetiva. Já a significação dos morfemas gramaticais é interna, pois deriva das relações e categorias levadas em conta pela língua.

Agora observe o exemplo:

in explic ável in- morfema de negação (morfema gramatical).

explic- morfema que contém o significado da palavra (morfema lexical). ável- morfema indicativo da categoria adjetivo (morfema gramatical).

Logo, temos a palavra, inexplicável.

Dessa forma, podemos dizer que as palavras são formadas por elementos mórficos lexicais

(radi-cal) e morfemas gramaticais (afixos e desinências).

Percebendo a diferença existente entre os tipos de morfemas tratados acima, daremos continui-dade ao assunto, sendo que nesta unicontinui-dade exploraremos o assunto derivação e os processos de criação que ocorrem a partir do acréscimo de afixos a radicais. Para iniciar, conheceremos melhor quais são os afixos na Língua Portuguesa.

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60 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

Afixos

São morfemas gramaticais do tipo derivacional (formas presas) que se juntam ao radical (forma livre) para, a partir deste, formar novas palavras. Esses morfemas são o prefixo e o sufixo:

Teste seus conhecimentos. Identifique as palavras abaixo os afixos: (prefixo e sufixo), destacando o radical.

Prefixo

radical

Sufixo

Subdesenvolvido sub desenvolv ido

Lealdade – leal dade

Beleza – bel eza

Injustamente in justa mente

Retratista – retrat ista

Lavável – lava vel

Prefixos

Formas presas que aparecem antes do radical, modificando-lhes o sentido, porém costumam manter a classe gramatical do vocábulo do qual se originam, além disso relacionam semanticamente com as preposições. Diz Bechara (1999,p. 338) que os prefixos em geral se agregam a verbos e a adjeti-vos, que são menos freqüentes os derivados de substantivos e que quando ocorrem são verbais, como no exemplo “desrespeito” abaixo .

Exemplo: a) Des + respeito = Desrespeito (respeito desrespeito são substantivos). b) In + feliz = infeliz (feliz e infeliz são adjetivos).

c) Re + ter = reter (ter e reter são verbos).

Teste seus conhecimentos lendo o trecho e respondendo às questões.

O beijo não é a mais audaciosa, mas certamente é a mais famosa obra de arte de Auguste Rodin. Através dessa extraordinária escultura, o artista comunica ao espectador a emoção e a ternura que unem dois amantes.

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61 | Processo de formação de palavras I

Auguste Rodin – O Beijo 1886.

a) Que palavra destacada no trecho anterior contém um prefixo? Determine-o. (Extraordinária – Prefixo: extra)

b) Que sentido ele dá à palavra? (Quevai além, a mais, excesso.)

Sufixos

Formas presas, que aparecem depois do radical, têm por finalidade formar classes gramaticais, pois, em geral, alteram a categoria gramatical do radical (veja o exemplo “a” e “c”). Entretanto, podem, também, não alterar (veja o exemplo “b”). São menos significativos que os prefixos e não têm curso in-dependente na língua, o que determina a denominação forma presa.

Exemplo: a) Ambiental + ista = Ambientalista (adjetivo/substantivo). b) Dente + ista = Dentista (substantivo/substantivo) c) Poeira + ento = Poeirento (substantivo/adjetivo)

Teste seus conhecimentos formando novas palavras, utilizando sufixo que:

a) Indique agente , profissional:

Pedra – pedreiro.

Ouvir – ouvinte.

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62 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

b) Indique ação ou resultado de ação:

Doar – doação.

Passear – passeata.

Pensar – pensamento.

c) que contém a qualidade de:

Demônio – demoníaco.

Carne – carnal, carnívoro.

Natal – natalino.

Leia o que diz Carlos Drummond de Andrade sobre a formação dos vocábulos:

Entre palavras

Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo o momento impõe-se to-mar conhecimento de novas palavras ou combinações. Você que me lê, preste atenção.

Não deixe passar nenhuma palavra ou expressão sem registrá-la. Amanhã você pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz.

O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... existiam em 1940?

Ponha aí o computador; os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar; o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o som pop, a arte op., as estruturas e a infra-estrutura.

Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, parafernália, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservadorismo, “carnet” da girafa, poluição.

(...)

Não havia nada disso no jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo de Washington Luís. Algumas dessas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para con-sumo geral. A enumeração caótica não é invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras e combinações de palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras “somos” finalmente, mas com que significado, que não sabemos ao certo?

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63 | Processo de formação de palavras I

Derivação

Os afixos apresentam funções sintático-semânticas definidas: essas funções delimitam os pos-síveis usos e significados das palavras a serem formadas pelos diferentes processos de derivação, cor-respondentes aos vários afixos. (margarida Basílio; 2005, p. 28)

Dê uma olhada no quadro abaixo para que o assunto abordado se torne mais claro.

Primitivas

Derivadas

Ferro Ferramenta, ferreiro, ferrovia.

Pão Padaria, padeiro.

Você notou que as palavras ferro e pão dão origem a várias outras palavras? Que, ao se juntarem aos afixos, adquiriram novos significados? Pois é, na Língua Portuguesa, na verdade, há dois processos “básicos” de formação de palavras: a composição e a derivação, e nesse momento falaremos sobre a derivação.

A derivação é o processo pelo qual novas palavras (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Percebam como isso pode ocorrer:

– Derivação prefixal; predominar – Derivação sufixal; realismo

– Derivação parassintética; emudecer

Prefixal

Processo de derivação pelo qual se acrescenta um prefixo ao radical. Em nossa língua, os prefixos mais comuns são os gregos e os latinos. Vejamos alguns exemplos a seguir.:

Prefixos latinos

Sentido

Exemplos

AB-, ABS Afastamento; separação Abuso, abster-se, abdicar

AD-, A Aproximação; tendência; direção Adjacente, adjunto, admirar, agregar AmBI Duplicidade Ambivalência, ambidestro

ANTE posição anterior Antebraço, anteontem, antepor

BENE, BEN, BEm Bem; muito bom Benevolência, benfeitor, vindo, bem-estar

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64 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

DE-, DES-, DIS movimento para baixo; afastamento; ação contrária; negação

Decair, desacordo, desfazer, discordar, dissociar, decrescer

EX-, ES-, E movimento para fora; mudança de estado; separação

Exonerar, exportar, exumar, espreguiçar, emigrar, emitir, escorrer, estender EXTRA- Posição exterior; superioridade Extra-oficial, extraordinário, extraviar IN-, Im-, I-, EN-, Em-,

INTRA-, INTRO-

Posição interna; passagem para um estado; movimento para dentro; tendência; direção para um ponto

Incisão, inalar, injetar, impor, imigrar, enlatar, enterrar, embalsamar, intravenoso, intrometer, intramuscular

IN-, Im-, I- Negação; falta Intocável, impermeável, ilegal INTER-, ENTRE- Posição intermediária;

reciprocidade

Intercâmbio, internacional, entrelaçar, entreabrir

JUSTA- Proximidade Justapor, justalinear

POS- Posição posterior; ulterioridade Pós-escrito, pospor, postônico PRE- Anterioridade; superioridade;

intensidade

Prefixo, previsão, pré-história, prefácio

PRO- Posição em frente; movimento para frente; em favor de

Proclamar, progresso, pronome, prosseguir

RE- Repetição; intensidade; reciprocidade

Realçar, rebolar, refrescar, reverter, refluir

RETRO- Para trás Retroativo, retroceder, retrospectivo SEmI- metade Semicírculo, semiconsoante,

semi-analfabeto SUB-, SOB-, SO- Posição abaixo de; inferioridade;

insuficiência

Subconjunto, subcutâneo, subsolo, sobpor, soterrar

SUPER-, SOBRE-, SUPRA

Posição superior; excesso Superpopulação, sobreloja, supra-sumo, sobrecarga, superfície

TRANS-, TRAS-, TRA-,

TRES-Através de; posição além de; mudança

Transbordar, transcrever, tradição, traduzir, traspassar, tresloucado, tresmalhar

ULTRA- Além de; excesso Ultrapassar, ultra-sensível VICE-, VIS- Posição abaixo de; substituição vice-reitor, visconde, vice-cônsul

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65 | Processo de formação de palavras I

Prefixos gregos

Sentidos

Exemplos

A-, NA Privação; negação Ateu, analfabeto, anestesia ANA- Repetição; separação; inversão;

para cima

Análise, anatomia, anáfora, anagrama

ANFI- Duplicidade; ao redor; de ambos os lados

Anfíbio, anfiteatro, anfibologia

ANTI- Oposição, ação contrária Antibiótico, anti-higiênico, antitérmico, antítese, antípoda, anticristo

APO- Separação; afastamento; longe de Apogeu, apóstolo, apóstata ARQUI-, ARCE- Posição superior; excesso;

primazia

Arquitetura, arquipélago, arcebispo, arcanjo

CATA- movimento para baixo; a partir de; ordem

Catálise, catálogo, cataplasma, catadupa

DIA- Através de; ao longo de Diafragma, diagrama, diálogo, diagnóstico

DI- Duas vezes Dipolo, dígrafo

DIS- mau funcionamento; dificuldade Dispnéia, discromia, disenteria EN-, Em-, E-, ENDO- Posição interna; direção para

dentro

Encéfalo, emblema, elipse, endotérmico

EX-, EC-, EXO-, ECTO- movimento para fora; posição exterior

Êxodo, eclipse

EPI- Posição superior; acima de; posterioridade

Epiderme, epílogo

EU-, EV- Excelência; perfeição; verdade Euforia, evangelho

HEmI- metade Hemisfério

HIPER- Posição superior; intensidade; excesso

Hipérbole, hipertensão

HIPO- Posição inferior; insuficiência Hipotrofia, hipotensão, hipodérmico mETA- Posteridade; através de; mudança metamorfose, metabolismo, metáfora,

metacarpo

PARA- Proximidade; ao lado; oposto a Paradoxo, paralelo, paródia, parasita PERI- Em torno de Pericárdio, período, perímetro, perífrase

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66 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

PRO- Posição anterior Prólogo, prognóstico POLI- multiplicidade; pluralidade Polinômio, poliedro

SIN-, SIm- Simultaneidade; reunião; resumo Sinfonia, simbiose, simpatia, sílaba SUB-, SOB-, SO- Posição abaixo de; inferioridade;

insuficiência

Subconjunto, subcutâneo, subsolo, sobpor, soterrar

SUPER-, SOBRE-, SUPRA

Posição superior; excesso Superpopulação, sobreloja, supra-sumo, sobrecarga, superfície

TRANS-, TRAS-, TRA-,

TRES-Através de; posição além de; mudança

Transbordar, transcrever, tradição, traduzir, traspassar, tresloucado, tresmalhar

ULTRA- Além de; excesso Ultrapassar, ultra-sensível VICE-, VIS- Posição abaixo de; substituição Vice-reitor, visconde, vice-cônsul

Sufixal

Processo de derivação pelo qual se acrescenta um sufixo ao radical. Este pode ser nominal, for-mando substantivos e adjetivos; verbal, forfor-mando verbos ou adverbial, forfor-mando advérbios.

Exemplo: jornaleiro / canalizar / felizmente

Note que, em “jornaleiro” foi acrescentado o sufixo para dar origem a um substantivo, o que justi-fica a denominação sufixo nominal. Em canalizar o sufixo deu origem a um verbo, daí a denominação

sufixo verbal. Para finalizar a explicação, verifique que em felizmente o sufixo, mente, acrescido ao

ad-jetivo feliz, dá a ele uma circunstância de modo e se você não sabe, os advérbios recebem a denomina-ção da circunstância ou de outra idéia acessória que expressam. Dessa forma justifica-se a denominadenomina-ção deste sufixo em sufixo adverbial.

Para um estudo mais profundo vale ler Gramática Moderna, de Celso Cunha, (1985, p. 87-100) onde você obterá informações mais abrangentes.

Também temos sufixos latinos e gregos. Vamos a alguns deles:

Sufixo latino

Exemplo

Sufixo grego

Exemplo

-ada Paulada -ia Geologia

-eria Selvageria -ismo Catolicismo

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67 | Processo de formação de palavras I

Parassintética

Processo de derivação pelo qual se acrescenta um prefixo e um sufixo, simultaneamente, ao radical. Exemplo: empobrecer.

É importante que você saiba e preste muita atenção para não cometer erros na identificação de um processo para o outro; veja:

Há palavras que apresentam prefixos e sufixos, mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessário que o prefixo e o sufixo junse ao radical ao mesmo tem-po. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por derivação prefixal e sufixal. Veja os exemplos:

empobrecer- se falarmos só o empobre- terá sentido? E se falarmos pobrecer- terá?

Claro que não. Essas palavras não existem sem seus determinados afixos, por isso chamamos este processo de formação de palavras, de Parassíntese.

Tire suas dúvidas, se é que há. Veja este outro exemplo e compare com o conceito dado.

infelizmente – se falarmos só infeliz- tem sentido?

E felizmente- tem sentido?

Sua resposta foi positiva, não foi? Pois é, a primeira formação recebe o nome de Prefixal e a se-gunda de sufixal. No entanto, se a palavra for analisada inteiramente temos a classificação do processo de formação chamado Derivação prefixal e sufixal.

Está claro? Agora analise o fragmento abaixo, que é uma afirmação feita por manuel Pinto Ribeiro, (2003, p. 137).

“[...] esta lição precisa ser revista, pois os casos de parassíntese que se enquadram na conceituação exposta apresentam um número reduzido de exemplos: empobrecer, entristecer, amanhecer, amolentar, apedrejar, emudecer, enegrecer, enfraquecer, enriquecer, enlouquecer, esclarecer, rejuvenescer [...]”

Para resolver o problema, o autor cita o Prof. Horácio Rolim de Freitas (Princípios de Morfologia. 4 ed. Rio de Janeiro: Oficina do Autor, 1997) e finaliza, sugerindo a seguinte conceituação: “Parassíntese é o processo de formação de vocábulos em que entram, simultaneamente, um prefixo e um sufixo derivacional ou os elementos verbais -a (vogal temática) e r– (desinência de infinitivo)”.

Exemplo: Apedrejar / acalmar. Agora, teste seus conhecimentos:

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68 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

a) Explique o processo de formação de palavras dos vocábulos abaixo:

I. Enriquecer – temos o acréscimo simultâneo do prefixo en- e do sufixo -ec (e(r) ) ou simples-mente -ecer no adjetivo rico (derivação parassintética).

II. Desalmado – temos o adição simultânea do prefixo negativo des- e o sufixo formador de ad-jetivos -ado ao substantivo alma (derivação parassintética).

b) Forme palavras derivadas parassintéticas a partir das palavras abaixo: I. Surdo – ensurdecer.

II. Jovem – rejuvenesce. III. Gesso – engessar. IV. mole – amolecer. V. maduro – amadurecer.

Texto complementar

Texto I

Houve um lance incrível de futebol em que o árbitro anulou um gol alegando que a bola estava furada. O que será que aconteceu quando o jogador chutou?

A bola murchou, a bola esvaziou-se.

Um jogador do time disse que a bola desvaziou. O correto seria dizer que a bola esvaziou, do verbo “esvaziar”. É perfeitamente compreensível esse desvio cometido pelo jogador porque os pre-fixos “de-” e “des-” entram na formação de muitas palavras da língua e possuem valores diversos.

Nem sempre o “des-” indica negação. Recentemente um cantor manifestou que “desconcorda-va”, e muita gente o censurou dizendo que ele não sabia Português. Porém, basta uma consulta aos dicionários para ver que o verbo “desconcordar” existe sim e é sinônimo de “discordar”.

Também é preciso levar em conta que algumas palavras têm forma dupla, como “esgarrado” e “desgarrado”, “esgarrar” e “desgarrar”, “espertar” e “despertar” e tantas outras em que entra ou não entra o elemento “de-” ou o elemento “des-”, com vários valores. Esse valor pode ser ora negativo, ora positivo. Às vezes, como aponta o Aurélio, chega a ter valor de reiteração, como ocorre com a

(17)

pala-69 | Processo de formação de palavras I

Texto II

Análise lingüística

1. Classifique o processo de formação dos vocábulos abaixo, segundo o processo de formação de palavras estudado nessa unidade.

Por que formação de palavras?

(BASÍLIo, 2005.)

As palavras são elementos de que dispomos permanentemente para formar enunciados. Quase sempre fazemos uso automático das palavras, sem parar muito para pensar nelas. E não nos damos conta de que muitas vezes essas unidades com que formamos enunciados não estavam disponíveis para uso e foram formadas por nós mesmos, exatamente na hora em que a necessidade apareceu.

Do mesmo modo, quando estamos lendo um artigo de jornal, um livro etc, em geral não per-cebemos que algumas palavras do texto não faziam parte do nosso vocabulário, anteriormente à nossa leitura.

Por exemplo, pensem nos advérbios formados pela adição do sufixo “-mente” a um adjetivo. Se encontramos em algum texto, digamos, a palavra sinuosamente, é provável que a interpretaremos sem a mínima dificuldade. No entanto, para muitos, a palavra poderia ser adquirida no momento e através do próprio ato da leitura.

No exemplo acima, temos um caso de interpretação automática de uma palavra que outra pessoa usou. mas, da mesma maneira que autores de artigos e livros, nós também formamos pa-lavras novas frequentemente no uso diário da língua, seja construindo termos como verbalidade ou agilização, característicos do discurso formal, seja usando formas só permitidas em situações coloquiais, tais como deduragem, caretice e muitas outras, entre as quais se incluem dezenas de diminutivos e aumentativos.

O processo que entra em funcionamento é bastante simples e claro, pelo menos nos exemplos apontados. No primeiro caso, o sufixo “-mente” é adicionado à forma feminina do adjetivo sinuoso para formar um advérbio. No segundo, temos o acréscimo do sufixo “-idade” ao adjetivo verbal para formação de um substantivo abstrato; no terceiro, acrescentamos “-ção” ao verbo agilizar com o objetivo de torná-lo um substantivo.

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70 | Língua Portuguesa II: Morfologia I

– Antever, infeliz :

– Infelizmente, inabilidade: – Amanhecer, envelhecimento:

2. Reúna três diferentes gramáticas e construa um texto, fazendo um paralelo sobre o que diz os diferentes autores a respeito do processo de derivação por parassíntese.

3. Estabeleça diferenças entre morfemas lexicais e morfemas gramaticais.

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Gabarito

Processo de formação de palavras I

1. Livraria, chuvisco: sufixal. Antever, infeliz: prefixal.

Infelizmente, inabilidade: prefixal e sufixal. Amanhecer, envelhecimento: parassintética.

2. Livre

3. Celso Cunha (1985, 76) coloca o seguinte:

Os morfemas lexicais têm significação externa, porque é referente a fatos do mundo extralingüís-tico, aos símbolos de tudo o que os falantes distinguem na realidade objetiva ou subjetiva. Os morfemas gramaticais têm a significação interna, pois deriva das relações e categorias levadas em conta pela língua.

As palavras são formadas por elementos mórficos lexicais (radical) e morfemas gramaticais (afixos e desinências).

4. Formas presas – afixos, prefixos e sufixos são morfemas gramaticais do tipo derivacional Forma livre – o radical

Os prefixos são formas presas que aparecem antes do radical e têm por finalidade formar classes gramaticais, pois, em geral, alteram a categoria gramatical do radical. Entretanto, podem, também, não alterar São menos significativos que os prefixos e não têm curso independente na língua, o que determina a denominação forma presa.

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