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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO TÍTULO IV DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA, DA MINORIA E DAS LIDERANÇAS...3

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TÍTULO IV – DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA, DA MINORIA E DAS LIDERANÇAS ...3 TÍTULO V – DA REPRESENTAÇÃO EXTERNA ...16

S

umário

(3)

TÍTULO IV

DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA, DA MINORIA E DAS LIDERANÇAS

Preliminarmente, para que o conteúdo deste Título do RISF seja bem compreendido, você tem necessidade de uma abordagem conceitual.

Partido político

É qualquer agremiação partidária regularmente inscrita como pessoa jurídica de direito privado, cujos estatutos tenham sido registrados no Tribunal Superior Eleitoral e que tenha, no Sena-do, pelo menos um de Senador regularmente filiado à sigla.

Bloco parlamentar

Constitui uma reunião de partidos políticos representados no Senado, agregando, sem exceção, todos os Senadores vincula-dos aos partivincula-dos envolvivincula-dos na formação do bloco parlamentar, e que passarão a ter atuação legislativa uniforme, sob a mesma e única liderança.

Segundo o RISF, os líderes dos partidos agregados perdem to-das as suas prerrogativas regimentais de liderança em fa-vor do líder do bloco parlamentar.

Os partidos políticos que se agrupem em bloco parlamentar não mais serão tratados, pelo RISF, de forma isolada, mas apenas como parte do bloco.

Maioria

O RISF veicula duas definições:

– é o partido político ou bloco parlamentar que represente a maioria absoluta do Senado; ou

– é o maior partido ou bloco parlamentar representado no Sena-do.

A identificação da Maioria no Senado independe da sua atua-ção política relativamente ao Poder Executivo federal, po-dendo ser de situação ou de oposição.

Minoria Identificada a Maioria no Senado, a Minoria será tido político ou bloco parlamentar que politicamente se lhe o maior par-oponha.

Gabriel Dezen

Gabriel Dezen Junior é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista em Direito Constitucional, é, atualmente, Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Foi, sempre por concurso público, Delegado de Polícia Federal e Analista de Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É professor de Direito Constitucional e, também, conferencista e parecerista nessa área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo do Direito Público, a principal delas sendo a Constituição Federal Interpretada (Ed. Impetus, 1.520 pág, 1ª edição 2010). Professor do Gran Cursos Online nas disciplinas: Regimento Interno do Senado Federal; Regimento Comum; Regimento Interno da Câmara dos Deputados; Processo Legislativo; Técnica Legislativa; e Direito Constitucional.

(4)

ATENÇÃO

Se a Maioria no Senado for um partido ou bloco parlamentar de oposição ao Governo Federal, a Minoria será um partido ou bloco de apoio ao Governo.

Inversamente, se a Maioria no Senado for de apoio ao Governo, a Minoria será o maior partido ou bloco de oposição ao Poder Executivo.

Art. 61. As representações partidárias poderão constituir bloco parlamentar.

A redação desse caput do art. 61 deixa claro que a formação de bloco parlamentar por partidos políticos representados no Senado Federal é uma opção política dessas agremia-ções ( “... poderão constituir...”).

ATENÇÃO

O bloco parlamentar é tratado pelo RISF como se fosse um partido, com unidade interna. Dessa forma, você não pode falar, em termos regimentais, em “Senador fulano, do partido tal, que integra o bloco”, mas apenas em “Senador fulano, do bloco parlamentar x”.

Ponto importante!

Veja que o RISF não veicula regras referentes:

– à criação de blocos parlamentares, relativamente ao momento em que isso poderá ser feito, pelo que tal decisão é possível aos partidos políticos interessados a qualquer momento ao longo da legislatura.

– à dissolução de bloco parlamentar, pelo que – a exem-plo da criação – isso poderá ocorrer a qualquer momento ao longo da legislatura.

– a impedimentos relativos a partidos políticos que abandonem um bloco parlamentar, razão pela qual de-terminado partido pode se desvincular de um bloco e pas-sar a integrar outro imediatamente após.

ATENÇÃO

Além dos blocos parlamentares cuja criação e existência são previstas no RISF, chamados

blocos formais, os trabalhos políticos no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e no Congresso Nacional admitem os chamados “blocos informais”, ou “blocos não for-mais”, que são agrupamentos de parlamentares com interesses políticos convergentes, como a “bancada da bala”, a “bancada do agronegócio”, a “bancada evangélica” e outros assemelhados.

(5)

Parágrafo único. Somente será admitida a formação de bloco parlamentar que represente, no mínimo, um décimo da composição do Senado.

Esse dispositivo regimental preceitua a menor expressão numérica admitida a um bloco

parlamentar para ter existência formal no âmbito do Senado Federal.

Por esse comando, portanto, o RISF não admite a criação de bloco parlamentar por par-tidos políticos cujas respectivas bancadas, somadas, não atinjam pelo menos um décimo da composição do Senado Federal.

ATENÇÃO

Não é seguro, para fins de prova, fazer a conversão de frações previstas pelo RISF em números inteiros, pois não há, no corpo regimental, nenhuma regra que determine os arredondamentos.

A única regra de arredondamento existente consta no art. 65, § 7º, e se refere ao cál-culo de vice-líderes de partidos políticos.

Para prova, portanto, deve ser considerado, nesse caso, um décimo da composição do Senado Federal.

Art. 62. O bloco parlamentar terá líder, a ser indicado dentre os líderes das repre-sentações partidárias que o compõem.

Como o bloco parlamentar passa a constituir uma unidade de ação política no âmbito do Senado Federal, será, nesse trabalho, conduzido por um Líder.

ATENÇÃO

Os Líderes de partidos políticos são escolhidos pelos membros das bancadas respec-tivas, podendo ser constituído Líder qualquer Senador ou Senadora regularmente filiados à agremiação partidária.

No caso da liderança de bloco parlamentar, isso muda, pois a escolha é feita pelos membros dos partidos agregados, mas somente pode ser escolhido Líder do Bloco Parla-mentar um dos Líderes dos partidos políticos que o compõem.

Ponto importante!

Uma vez agrupados em um bloco parlamentar, os partidos agre-gados terão os seus respectivos Líderes privados de todas as suas prerrogativas regimentais, como consta no § 2º deste artigo:

§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em blo-co parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimentais.

§ 1º Os demais líderes assumirão, preferencialmente, as funções de vice-líderes do bloco parlamentar, na ordem indicada pelo titular da liderança.

(6)

Como você viu no caput desse artigo, o Líder do bloco parlamentar será escolhido pelos Senadores e Senadoras integrantes dos partidos coligados, mas a escolha deverá recair necessariamente sobre um dos Líderes desses partidos.

Como comanda esse § 1º, os outros Líderes dos partidos que integram o bloco serão considerados vice-líderes do bloco, perdendo inteiramente, portanto, as prerrogativas de Liderança dos respectivos partidos, como comanda o § 2º deste artigo.

De forma esquemática: 1. Os partidos A, B, C, D e E decidem formar um bloco parlamentar e comunicam sua criação ao Presidente do Senado. 2. Os Senadores desses cinco partidos escolherão um dos cinco Líderes para Líder do bloco parlamentar. 3. É escolhido o Líder do partido C, que se torna Líder do bloco.

4.

Os Líderes dos partidos A, B, De E tornam-se vice-líderes do bloco, não tendo mais prerrogativas de

líder de partido.

§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimentais.

Como comentado acima, todas as prerrogativas de Liderança dos Líderes dos partidos políticos agrupados em bloco parlamentar são transferidas ao Líder do bloco.

Portanto, ao decidirem coligar-se em bloco parlamentar, os líderes dos partidos políticos representados no Senado abrem mão de todas as suas prerrogativas de Líderes, as quais

serão repassadas para o líder do bloco. De forma esquemática:

Escolha do líder do bloco parlamentar

É atribuição dos Senadores integrantes dos partidos políticos que o compõem, pelo pro-cesso que estabeleceram.

Somente são elegíveis, no entanto, os Lí-deres dos partidos agregados.

Prerrogativas regimentais dos Líderes

dos partidos agregados em bloco São perdidas em favor do Líder do bloco parlamentar.

Situação dos demais Líderes dos

parti-dos agregaparti-dos Passam à condição de vice-Líderes do bloco parlamentar, na ordem estabelecida pelo Líder.

Art. 63. (Revogado).

(7)

Matéria conexa

O art. 66, referido, determina:

Art. 66. É da competência dos líderes das representações

parti-dárias, além de outras atribuições regimentais, indicar os repre-sentantes das respectivas agremiações nas comissões.

Parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as suas atribuições serão exercidas pelo vice-líder.

Com essa previsão, entre diversas outras prerrogativas regimentais de Líder, está a de indicar os membros da respectiva bancada para integrar comissões do Senado, na quanti-dade de vaga que couber a cada partido e a cada bloco parlamentar em razão do número de Senadores e Senadoras vinculados a cada legenda ou ao bloco parlamentar.

Art. 65. A Maioria, a Minoria e as representações partidárias terão líderes e vice-líderes.

Começamos pela parte conceitual:

Maioria

Há dois conceitos regimentais para Maioria:

– a primeira consta no § 1º desse artigo:

§ 1º A Maioria é integrada por bloco parlamentar ou representação partidária

que represente a maioria absoluta da Casa.

– a segunda está no § 5º:

§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria abso-luta, assume as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder do

bloco parlamentar ou representação partidária que tiver o maior número de integrantes, e da minoria, o líder do bloco parlamentar ou representação

partidária que se lhe seguir em número de integrantes e que se lhe opuser.

Em resumo: a Maioria será o MAIOR partido político ou bloco parlamentar representado no Senado Federal.

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Minoria

A conceituação da Minoria está versada no § 2º desse artigo:

§ 2º Formada a Maioria, a Minoria será aquela integrada pelo maior bloco parlamentar ou representação partidária que se lhe opuser.

A previsão é repetida no § 5º:

§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria ab-soluta, assume as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder

do bloco parlamentar ou representação partidária que tiver o maior nú-mero de integrantes, e da minoria, o líder do bloco parlamentar ou

repre-sentação partidária que se lhe seguir em número de integrantes e que se lhe opuser.

Como se vê, só é possível a identificação da Minoria após a da Maioria.

Ponto importante!

Veja que:

– se a Maioria for de OPOSIÇÃO ao Governo Federal, a Mi-noria será o maior partido ou bloco de APOIO ao Governo. – se a Maioria for de APOIO ao Governo Federal, a Minoria

será o maior partido ou bloco de OPOSIÇÃO ao Governo.

ATENÇÃO

Para fins de conceituação de Maioria, é absolutamente irrelevante a orientação políti-ca relativamente ao Poder Executivo.

O critério regimental é exclusivamente numérico: a Maioria é o maior partido polí-tico ou bloco parlamentar representado no Senado.

Dessa forma, a Maioria do Senado tanto pode ser de apoio ao Governo Federal quanto

de oposição.

§ 1º A Maioria é integrada por bloco parlamentar ou representação partidária que represente a maioria absoluta da Casa.

Essa é a primeira definição regimental de Maioria para o Senado Federal.

Por ela, constituirá Maioria do Senado Federal o partido político ou bloco parlamentar que tenha 41 Senadores ou mais.

ATENÇÃO

(9)

§ 2º Formada a Maioria, a Minoria será aquela integrada pelo maior bloco parlamen-tar ou representação partidária que se lhe opuser.

A primeira consequência que se tem desse dispositivo é que somente se pode identifi-car a Minoria após ser constituída a Maioria.

A Minoria, assim, será o maior partido político ou bloco parlamentar que se oponha poli-ticamente à Maioria, principalmente nas relações com o Poder Executivo da União.

ATENÇÃO

É importante notar que, pela definição regimental, a Minoria será um partido político ou um bloco parlamentar grande, com expressivo número de Senadores.

§ 3º A constituição da Maioria e da Minoria será comunicada à Mesa pelos líderes dos blocos parlamentares ou das representações partidárias que as compõem.

Matéria conexa

Para a correta compreensão desse dispositivo, é necessário ver o que determina o § 4º desse mesmo artigo:

§ 4º O líder da maioria e o da minoria serão os líderes dos blo-cos parlamentares ou das representações partidárias que as compõem, e as funções de vice-liderança serão exercidas pelos demais líderes das representações partidárias que integrem os respectivos blocos parlamentares.

Como se lê neste § 3º, uma vez identificado o maior partido ou bloco parlamentar repre-sentado no Senado Federal, o respectivo Líder informará, oficialmente e por escrito, à Mesa, que se constitui em Maioria.

Feito isso, o Líder do maior partido ou bloco parlamentar que lhe faça oposição fará a comunicação a Mesa de que se constitui em Minoria.

Ponto importante! Essa comunicação oficial é necessária para os fins regimen-tais e, principalmente, constitucionais, uma vez que há prer-rogativas específicas para os Líderes da Maioria e da Minoria.

§ 4º O líder da maioria e o da minoria serão os líderes dos blocos parlamentares ou das representações partidárias que as compõem, e as funções de vice-liderança serão exercidas pelos demais líderes das representações partidárias que integrem os respectivos blocos parlamentares.

(10)

Uma vez identificadas a Maioria e a Minoria, os líderes desses partidos ou blocos serão, automaticamente, o líderes da Maioria e da Minoria.

Os vice-líderes serão os respectivos vice-líderes desses partidos e blocos parlamentares. É oportuno um resumo sobre lideranças até esse ponto:

Líder de partido político É escolhido pelos Senadores e Senadoras vinculados à respectiva legenda. Qualquer membro do partido pode ser escolhido.

Líder de bloco parlamentar

É escolhido pelos Senadores e Senadoras vinculados aos partidos políticos que formam o bloco parlamentar. Somente Líder de um dos partidos pode ser escolhido. Os demais Líderes tornam-se vice-líderes do bloco.

Líder da Maioria Não há escolha.O Líder da Maioria é necessariamente o Líder do maior partido político ou bloco parlamentar do Senado.

Líder da Minoria

Não há escolha.

O Líder da Minoria é necessariamente o Líder do maior partido político ou bloco parlamentar do Senado que se oponha politicamente à Maioria.

ATENÇÃO

Como você leu acima, o líder da Maioria é automaticamente o líder do maior partido ou bloco parlamentar representado no Senado, quer de apoio ao governo federal, quer de oposição.

Como se trata de uma liderança necessariamente cumulativa, não há, no RISF, ne-nhuma atribuição ou prerrogativa exclusiva de líder da Maioria no Senado. O mesmo vale para o Líder da Minoria.

§ 4º-A As vantagens administrativas adicionais estabelecidas para os gabinetes das lideranças somente serão admitidas às representações partidárias que tiverem, no mínimo, um vinte e sete avos da composição do Senado Federal.

Essas vantagens administrativas especiais de gabinete de liderança dizem respeito a número de cargos, verbas especiais e serviços diferenciados.

Dessa forma:

Partido com até um vinte e sete avos da composição do Senado (constituídos por 1 ou 2 Senadores)

As respectivas lideranças não terão as van-tagens administrativas adicionais.

(11)

Partido com mais bancada numerica-mente superior a um vinte e sete avos da composição do Senado (constituídos por 3 ou mais Senadores)

As lideranças terão direito às vantagens administrativas adicionais.

§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria absoluta, assume as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder do bloco parlamentar ou representação partidária que tiver o maior número de integrantes, e da minoria, o líder do bloco parlamentar ou representação partidária que se lhe seguir em número de inte-grantes e que se lhe opuser.

Como já assinalado anteriormente, se nenhum partido político ou bloco parlamentar atin-gir a maioria absoluta do Senado Federal (41 ou mais Senadores), a Maioria será o partido ou bloco com maior número de membros.

A Minoria, neste caso, será o maior partido ou bloco que lhe faça oposição no campo da atuação política.

§ 6º A indicação dos líderes partidários será feita no início da primeira e da terceira sessões legislativas de cada legislatura, e comunicada à Mesa em documento subs-crito pela maioria dos membros da respectiva bancada, podendo a mesma maioria substituí-los em qualquer oportunidade.

Como regra, portanto, os partidos políticos comunicarão formalmente à Mesa do Senado o nome dos respectivos Líderes de forma bienal, no início da primeira e no início da terceira Sessão legislativa Ordinária.

ATENÇÃO

Cada Sessão Legislativa Ordinária se inicia em 2 de fevereiro de cada ano.

Ponto importante!

A previsão veicula elementos importantes:

– nada no RISF impede que um partido ou bloco indique como respectivo Líder o mesmo nome que já vinha atuando como Líder no primeiro biênio.

– apesar de a indicação de Líderes ser bienal, o próprio disposi-tivo garante aos partidos políticos a prerrogativa de substituir o respectivo Líder a qualquer tempo.

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O que difere uns dos outros, relativamente ao número de membros das respectivas ban-cadas, é a quantidade de prerrogativas regimentais e vantagens administrativas.

Em quadro-resumo completo:

Partido com um décimo ou mais da composição do Senado

Gabinete de Liderança com vantagens ad-ministrativas adicionais.

Líderes com prerrogativas plenas de uso da palavra.

Partido com bancada de um vinte e sete avos a um décimo da composição do Senado

Gabinete de Liderança com vantagens ad-ministrativas adicionais.

Líderes com uso da palavra diferido.

Partido com menos de um vinte e sete avos da composição do Senado

Gabinete de Liderança sem vantagens admi-nistrativas adicionais.

Líderes com uso da palavra diferido.

Matéria conexa

Sobre o direito a vantagens administrativas adicionais:

Art. 65, § 4º-A As vantagens administrativas adicionais es-tabelecidas para os gabinetes das lideranças somente se-rão admitidas às representações partidárias que tiverem, no mínimo, um vinte e sete avos da composição do Senado Federal.

Sobre a prerrogativa de uso da palavra:

Art. 14, § 8º Aos membros de representação partidária com

me-nos de um décimo da composição do Senado será permitido o uso da palavra, nos termos dos incisos I, II e XIV, uma única vez em cada sessão.

Relativamente aos elementos contidos nesse dispositivo que estamos vendo:

Escolha do líder do partido político

É feita pelos Senadores e Senadoras membros da respectiva bancada.

Qualquer Senador membro da bancada pode ser escolhido.

O RISF não se ocupa de regular o processo de escolha dos líderes. Apenas exige a comunicação do escolhido à Mesa.

Momento da informação do nome

(13)

Formalidade da indicação Por ofício dirigido à Mesa e assinado pelo menos pela maioria absoluta da respectiva bancada.

Investidura do líder

Apesar da previsão de que a indicação se faça de dois em dois anos, o líder não detém manda-to, podendo ser destituído a qualquer momenmanda-to, por ofício assinado pela maioria absoluta da res-pectiva bancada.

Escolha dos vice-líderes É atribuição do Líder.

Número de vice-líderes

Um para cada três Senadores da respectiva ban-cada.

Os vice-líderes serão indicados de forma ordinal (1º vice-líder, 2º vice-líder, e assim por diante).

ATENÇÃO

A necessidade de a Mesa ser informada do nome do líder do partido político deve--se às várias prerrogativas regimentais estabelecidas em favor dos líderes, motivo pelo qual a Mesa, principalmente o Presidente, deverá saber quem é o Senador ou Senado-ra que, em nome do partido, exercerá essas prerrogativas.

Ponto importante!

Para indicação do Líder do partido político:

– ofício à Mesa, assinado pela maioria absoluta da respectiva bancada.

Para substituição do Líder, a qualquer tempo:

– ofício à Mesa, assinado pela maioria absoluta da respectiva bancada.

§ 7º Os vice-líderes das representações partidárias serão indicados pelos respec-tivos líderes, na proporção de um vice-líder para cada grupo de três integrantes de bloco parlamentar ou representação partidária, assegurado pelo menos um vice-líder e não computada a fração inferior a três.

Inicialmente, veja esses elementos:

Líder de partido É escolhido pelos Senadores e Senadoras da bancada respectiva. Vice-Líderes de partido São escolhidos pelo respectivo Líder.

(14)

Partido com seis Senadores Dois vice-líderes.

Partido com nove Senadores Três vice-líderes.

E assim por diante.

Além disso, a regra desse dispositivo determina:

– pelo menos um vice-líder para cada Liderança (obviamente se o partido tiver dois ou mais Senadores);

– não computar fração inferior a três (pelo que, por exemplo, um partido com quatro Senadores terá apenas um vice-líder).

Ponto importante!

Os vice-líderes são organizados de forma ordinal: – 1º vice-líder;

– 2º vice-líder; – 3º vice-líder. E assim por diante.

É nessa ordem que assumirão as prerrogativas de Líder, na ausência ou impedimento deste.

Essa previsão está no parágrafo único do art. 66:

Art. 66, parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as suas atribuições serão exercidas pelo vice-líder.

Art. 66. É da competência dos líderes das representações partidárias, além de outras atribuições regimentais, indicar os representantes das respectivas agremia-ções nas comissões.

O número de representantes de cada partido político ou bloco parlamentar em cada comissão do Senado é dado pelo critério da proporcionalidade, ou seja, quando maior a ban-cada, maior o número de vagas em cada comissão.

Estabelecidas quantas vagas em cada comissão terá cada partido ou bloco, incumbirá ao respectivo Líder escolher quais serão os Senadores e Senadoras que as irão ocupar.

ATENÇÃO

Como declara esse artigo, os Líderes têm “outras atribuições regimentais”, que serão vistas ao longo do estudo analítico do texto do RISF.

Entre essas outras atribuições estão a autoria de recursos e o uso da palavra para discussão ou encaminhamento de votação.

(15)

Parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as suas atribuições serão exercidas pelo vice-líder.

Os vice-líderes exercerão as atribuições de Líder nos casos de ausência ou impedimento deste e na ordem da respectiva vice-liderança. Dessa forma, o 2º vice-líder só poderá atuar como Líder se ausentes ou impedidos o Líder e o 1º vice-líder, e assim sucessivamente.

Art. 66-A. O Presidente da República poderá indicar Senador para exercer a função de líder do governo.

A indicação de Líder do Governo no Senado é facultativa ao Presidente da República, podendo, portanto, ser feita ou não.

O Presidente da República poderá escolher qualquer Senador, de qualquer dos partidos e blocos parlamentares de sua base de apoio, para essa função.

Parágrafo único.O líder do governo poderá indicar vice-líderes dentre os integran-tes das representações partidárias que apoiem o governo.

Uma vez escolhido o Líder do Governo, incumbirá a este a escolha dos seus vice-líderes. Há elementos importantes nesse dispositivo. Veja de forma esquemática:

Escolha do Líder do Governo no

Senado É facultativa ao Presidente da República.

Partido ou bloco parlamentar de origem

do Líder do Governo no Senado Poderá ser qualquer um que integre a base de apoio ao Governo.

Escolha dos vice-líderes do Governo no

Senado É facultativa ao Líder do Governo.

Número de vice-líderes do Governo no

Senado Não está previsto no RISF, pelo que será de opção do próprio Líder.

Partidos ou blocos de origem dos

vice--líderes Quaisquer que integrem a base de apoio do Governo no Senado.

Prazo de investidura do Líder do Gover-no Gover-no Senado

Não há previsão, pelo que o Senador ou Se-nadora escolhido permanecerá nessa posi-ção até que seja substituído pelo Presidente da República.

Troca de vice-líderes É opção exclusiva do Líder do Governo no Senado, que poderá fazer substituições sempre que entenda necessário.

(16)

Veja, agora, uma abordagem esquemática geral sobre as Lideranças no Senado:

Líder Forma de escolha do Líder Vice-líderes

De partido respectiva bancada.Pelos membros da Não há processo definido.

Escolhidos pelo líder, de forma livre, entre os demais

membros da bancada.

De bloco parlamentar

Pelos membros dos partidos que integram o

bloco.

Somente os líderes desses partidos podem ser

escolhidos.

Serão os demais líderes de partidos agregados.

Da Maioria

Não há processo de escolha.

Será automaticamente o líder do maior partido ou

bloco do Senado.

Serão os vice-líderes do partido ou bloco que representa a Maioria.

Da Minoria

Não há processo de escolha.

Será automaticamente o líder do maior partido ou bloco de oposição à Maioria

Serão os vice-líderes do partido ou bloco que representa a Minoria.

Do Governo É indicado pelo Presidente da República Serão escolhidos pelo líder.

TÍTULO V

DA REPRESENTAÇÃO EXTERNA

Art. 67. O Senado, atendendo a convite, poderá se fazer representar em ato ou sole-nidade de cunho internacional, nacional ou regional, mediante deliberação do Plenário por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Senador ou comissão.

Ponto importante!

Quando o art. 67 determina que a representação do Senado Federal em eventos ou solenidades no Brasil ou no estrangei-ro ocorrerá “atendendo a convite”, necessariamente impõe a conclusão de que a representação externa não poderá ocorrer por iniciativa do próprio Senado, sem que esta instituição tenha sido convidada.

exceções a essa regra, contudo, no art. 70. Veja isso no qua-dro abaixo.

(17)

Quanto aos elementos normativos presentes nesse dispositivo:

Âmbito da representação

externa do Senado Federal Em território brasileiro ou estrangeiro. Provocação da

representação externa

Proposta do Presidente do Senado. Requerimento individual de Senador. Requerimento de Comissão.

Decisão sobre a proposta ou requerimento

Do Plenário do Senado, por maioria simples, em votação simbólica.

O art. 70 veicula exceções a essa regra. Veja esse jogo de regra e exceção neste quadro:

Regra Exceção

A representação externa do Senado Federal depende de convite

Nos casos previstos no art. 70, principalmente nos incisos I e III, não é necessário convite:

Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a

matéria, será facultado ao Presidente autorizar representa-ção externa para:

I – chegada ou partida de personalidade de destaque na

vida pública nacional ou internacional;

II – solenidade de relevante expressão nacional ou

inter-nacional;

III – funeral ou cerimônia fúnebre em que,

regimental-mente, caiba essa representação.

A representação externa do Senado Federal precisa ser aprovada

pelo Plenário.

O caput do art. 70 permite a decisão monocrática do Presi-dente do Senado:

Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a

matéria, será facultado ao Presidente autorizar repre-sentação externa para:

Art. 68. A representação externa far-se-á por comissão ou por um Senador.

Em quadro:

Representação externa do Senado Federal

– por comissão temporária externa; – por um Senador;

– pelo Presidente do Senado, avocando a representação (art. 69).

(18)

Matéria conexa

Sobre a qualificação dessa comissão de representação:

Art. 74. As comissões temporárias serão:

(...)

II – externas - destinadas a representar o Senado em congressos,

solenidades e outros atos públicos;

Cuida-se, portanto, e regimentalmente, de uma comissão tempo-rária externa.

Art. 69. É lícito ao Presidente avocar a representação do Senado quando se trate de ato de excepcional relevo.

Essa possibilidade de o Presidente do Senado Federal avocar a representação do Senado independe de convite.

O “excepcional relevo” do ato será avaliado pelo próprio Presidente. A avocação não será discutida nem votada, e não admite recurso.

Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a matéria, será facultado ao Presidente autorizar representação externa para:

Essa impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a representação externa do Senado Federal tem como causa, geralmente:

– a não realização de sessão por falta de quórum;

– a ocorrência do motivo da representação no período de recesso parlamentar;

– a falta de tempo hábil para submeter a questão à decisão do Plenário.

ATENÇÃO

Veja que no caso previsto nesse artigo, é “facultado” ao Presidente do Senado autorizar a representação.

Dessa forma, a decisão sobre a representação externa é inteiramente discricionária dessa autoridade.

I – chegada ou partida de personalidade de destaque na vida pública nacional ou internacional;

A decisão sobre o “destaque” da autoridade é do Presidente do Senado Federal.

ATENÇÃO

(19)

II – solenidade de relevante expressão nacional ou internacional;

A relevância da solenidade é decisão do Presidente do Senado Federal.

ATENÇÃO

Essa representação externa não depende de convite ao Senado.

III – funeral ou cerimônia fúnebre em que, regimentalmente, caiba essa representação.

Sobre as previsões regimentais referidas, veja o quadro abaixo:

Matéria conexa

Sobre a previsão regimental de representação do Senado:

Art. 27. O Senado far-se-á representar, nas cerimônias fúnebres

que se realizarem pelo falecimento de qualquer dos seus mem-bros, por uma comissão constituída, no mínimo, de três Senado-res, designados pelo Presidente, de ofício ou mediante delibera-ção do Plenário, sem embargo de outras homenagens aprovadas. Parágrafo único. Na hipótese de ser a comissão designada de ofí-cio, o fato será comunicado ao Plenário, pelo Presidente.

E também:

Art. 218. O requerimento de inserção em ata de voto de pesar

só é admissível por motivo de luto nacional decretado pelo Poder Executivo, ou por falecimento de:

I – pessoa que tenha exercido o cargo de Presidente ou Vice-Pre-sidente da República;

II – ex-membro do Congresso Nacional;

III – pessoa que exerça ou tenha exercido o cargo de: a) Ministro do Supremo Tribunal Federal;

b) Presidente de Tribunal Superior da União; c) Presidente do Tribunal de Contas da União; d) Ministro de Estado;

e) Governador, Presidente de Assembleia Legislativa ou de Tribu-nal de Justiça estadual;

f) Governador de Território ou do Distrito Federal; IV – Chefe de Estado ou de governo estrangeiro;

V – Chefe de Missão Diplomática de país estrangeiro acreditada junto ao Governo Brasileiro;

VI – Chefe de Missão Diplomática do Brasil junto a governo estran-geiro, falecido no posto;

VII – personalidade de relevo na vida político-administrativa inter-nacional.

Art. 220. O requerimento de levantamento da sessão, por motivo

de pesar, só é permitido em caso de falecimento do Presidente da República, do Vice-Presidente da República ou de membro do Congresso Nacional.

(20)

Art. 221. Além das homenagens previstas nos arts. 218 a 220, o

Plenário poderá autorizar:

I – a apresentação de condolências à família do falecido, ao Estado do seu nascimento ou ao em que tenha exercido a sua atividade, ao partido político e a altas entidades culturais a que haja perten-cido;

II – a representação nos funerais e cerimônias levadas a efeito em homenagem à memória do extinto.

ATENÇÃO

Essa representação externa não depende de convite ao Senado.

Parágrafo único. O Presidente dará conhecimento ao Senado da providência ado-tada na primeira sessão que se realizar.

Nesses casos em que o RISF permite ao Presidente do Senado decidir monocratica-mente sobre a representação externa, esta será feita (por Senador ou por Comissão tempo-rária). Na primeira sessão posterior à decisão presidencial, no entanto, o Presidente deverá comunicar ao Plenário a sua decisão, o tipo da representação e o evento que a justificou.

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