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Academic year: 2021

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Cartilha Assédio Moral

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Cartilha de Combate

ao Assédio Moral

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Cartilha Assédio Moral

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Apresentação --- 7

Introdução --- 9

O que é o assédio moral? --- 11

Qual a diferença entre assédio moral e dano moral? --- 13

Qual a diferença entre assédio moral e assédio sexual? ---- 15

O assédio moral é um fenômeno apenas do ambiente de trabalho? --- 17

Como saber se estou sofrendo assédio moral? --- 19

Quais as principais características do assédio moral? --- 21

Qual o perfil da vítima do assédio moral? --- 23

Qual o perfil do assediador? --- 25

Quais os impactos na saúde mental do trabalhador? --- 27

Há alguma iniciativa por parte da OIT em relação ao Assédio Moral? --- 29

Como é possível comprovar o assédio moral? --- 33

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Certamente, não há um trabalhador metalúrgico que não tenha sofrido ou presenciado uma situa-ção de assédio moral no ambiente de trabalho. Essa prática nociva se alastra cada vez mais nas fábricas e, por isso, a importância de criar meios de infor-mação para conscientizar a categoria sobre como reconhecer o assédio e denunciar o assediador. Nesta Cartilha de Combate ao Assédio Moral, você vai conhecer os principais tipos de assédio, o que fazer para se proteger e se defender. É um guia útil para o metalúrgico exercitar um olhar mais crítico sobre as relações no trabalho.

Esse documento é resultado de um esforço coleti-vo entre os sindicatos de base dos metalúrgicos, a Fetim (Federação dos Metalúrgicos da Bahia) e a estudiosa Drª Cinzia Barreto de Carvalho, especia-lista no assunto.

Adotamos o formato de pergunta e resposta por ser mais dinâmico e de fácil compreensão. Aproveite

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Cartilha Assédio Moral

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Foi com grande satisfação que aceitei o convite da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúr-gicas da Bahia para elaborar este trabalho.

O tema desta Cartilha diz respeito a uma grave ques-tão social que causa sofrimento a muitos trabalhado-res e suas famílias e que tem desagregado o ambien-te de trabalho das organizações.

O assédio moral tem sido debatido em diversas áre-as por diferentes tipos de profissionais, a exemplo de advogados, professores, administradores, médicos, psicólogos, psiquiatras, sociólogos, profissionais de RH e, de modo muito particular, pelos sindicalistas. Os trabalhadores sentem necessidade de melhoria no espaço laboral. Por tal razão devem se encorajar para enfrentar o ambiente hostil e a prática do assé-dio moral, cada vez mais comum.

Com objetivo de esclarecer e apoiar os trabalhado-res que sofrem ou testemunham situações de assédio moral, reuni um pouco da vivência na advocacia

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Cartilha Assédio Moral

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Assédio Moral é a violência moral, a tortura psicológica. Atualmente, o Assédio Moral é reconhecido no mundo inteiro e cada país busca re-gular da forma que entende melhor para evitar a sua prática no ambien-te de trabalho. Se mostra por meio de palavras, atos disfarçados, e ges-tos do patrão ou de colegas pro-vocando sofrimento, humilhação, depressão e outros sentimentos no trabalhador, que fica fragilizado psicologicamente.

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Em regra, o Assédio Moral provoca um dano também de ordem moral. O dano moral pode surgir como conseqüência do assédio moral. O dano moral é um tipo de lesão que atinge bem integrante da persona-lidade, como a honra, a liberdade, a saúde, a integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima. O dano provocado pelo Assédio Mo-ral se apresenta com características próprias, decorrendo de práticas provenientes do empregador ou de colegas de trabalho que produzem humilhação ou situação vergonhosa ao trabalhador.

Qual a diferença entre

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Cartilha Assédio Moral

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Qual a diferença entre

assédio moral e assédio sexual?

Assédio sexual

A abordagem, não desejada pelo outro, com intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada que usa des-sa vantagem para obter favores sexuais de subalternos ou dependentes. Para sua per-feita caracterização, o constrangimento deve ser causado por quem se prevaleça de sua condição de superior hierárquico ou ascen-dência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Assédio Sexual é crime (art. 216-A, do Código Penal, com redação dada pela Lei nº 10.224, de 15 de maio de 1991).

Assédio moral

É toda e qualquer conduta abusiva (gesto, pa-lavra, escritos, comportamento, atitude, etc.)

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O assédio moral é um fenômeno apenas

do ambiente de trabalho ou tem alguma

relação com a sociedade atual?

A ameaça de desemprego é silenciosa, mas constante. A disputa por um posto de traba-lho, a concorrência entre os trabalhadores e entre as empresas na busca de seus objetivos e as relações sociais cada vez mais marca-das pelo individualismo criam um ambien-te favorável ao assédio moral. A luta diária dentro da empresa parece afastar os envol-vidos nesse tipo de prática dos valores éti-cos básiéti-cos para uma vida saudável. Patrões cada vez mais exigentes, trabalhadores sem-pre cobrados por mais competência, mais produtividade, menos pausas, trabalho mais intenso parecem formar um ambiente de tra-balho tenso e estressante. Observa-se grande dificuldade dos envolvidos em lidar com as diferenças, em compartilhar regras de conví-vio coletivo, em respeitar o colega e abordar

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Cartilha Assédio Moral

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O trabalhador assediado, além de angústia, vergonha e humilhação, sente medo. Esses sentimentos fazem com que ele se sinta inferior, fracas-sado, incapaz, incompetente para as tarefas que fazia antes de modo seguro e confiante. O sentimento é de que há algo errado, e que perde-rá seu posto de trabalho a qualquer momento. Quando o trabalhador percebe deboches disfarçados dos colegas e de seus superiores, criação de situações embaraçosas e outros atos de assédio, fica afetado e termi-na se desempenhando mal no traba-lho, se desequilibrando nos diversos relacionamentos, inclusive com a

Como saber se estou

sofrendo assédio moral?

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Cartilha Assédio Moral

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• Dar instruções confusas e imprecisas ao tra-balhador;

• Atribuir erros imaginários ao trabalhador; • Pedir ao trabalhador, sem necessidade, traba-lhos urgentes ou sobrecarregá-lo com tarefas; • Fazer críticas ao trabalhador em público e/ou brincadeiras de mau gosto;

• Impor horários injustificados;

• Fazer circular boatos maldosos e calúnias so-bre o trabalhador e/ou insinuar que ele tem pro-blemas mentais ou familiares;

• Forçar a transferi-lo de setor para isolá-lo; • Proibir colegas de falar e almoçar com o tra-balhador;

• Expor o trabalhador a situações vexatórias e constrangedoras;

Quais as principais características do

assédio moral?

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Cartilha Assédio Moral

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• Trabalhadores com idade avançada; • Mulheres em geral;

• Portadores de algum tipo de deficiência ou doença grave;

• Trabalhadores que têm crença religiosa ou orientação sexual diferente daquele que as-sedia;

• Pessoas com estabilidade provisória, como membros da Cipa (comissão interna de preven-ção de acidentes), dirigentes sindicais, gestan-tes e aqueles que recebem auxílio-doença; • LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, transexu-ais e travestis);

• Negros

• Obesos ou com sobrepeso

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Cartilha Assédio Moral

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• Hábil em humilhar disfarçadamente; • Agressivo e perverso com palavras; • Acha que sempre tem razão;

• A violência é consciente e estratégica; • Inseguro, arrogante e intolerante; • Não respeita as diferenças entre as pessoas;

• Não tolera erros; usa de grosserias para se fazer respeitar;

• Gosta de contar vantagem e colher os louros dos projetos bem sucedidos.

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Cartilha Assédio Moral

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O sofrimento profundo do trabalhador assediado é um dos primeiros impactos que se mostram na situação de Assédio Moral. O trabalhador ocupa uma posição na empresa e ali se coloca com sua histó-ria de vida, sua esperança, seus desejos, seus sonhos. Ao ser abalado pelos atos de assédio entra em choque pelo desprezo por parte da empresa e sofre, se deprime, adoece. É possível que um trabalhador reaja de modo diferente do outro, po-dendo, por vezes, ocultar a sua dor para tentar se aliviar e até aceitar a situação que lhe causa constrangimento, prejudi-cando ainda mais a sua saúde mental.O trabalhador pode chegar a um processo de alienação tão grande a ponto dos seus desejos ficarem confundidos com a von-tade dos que comandam a organização. Depressão, angústia, falta de motivação,

Quais os impactos mais comuns

na saúde mental do trabalhador?

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Cartilha Assédio Moral

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Sim. A OIT se preocupa com o tema, so-bretudo no que diz respeito ao assédio moral coletivo, tão comum e causador de graves danos à saúde mental e física dos trabalhadores. Existem documentos pro-duzidos pela OIT que funcionam como instrumentos para evitar essa prática nos ambientes de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho considera dis-criminação os atos de perseguição, que são perversos e criam um clima hostil no ambiente de trabalho.

Nos estudos e instrumentos produzidos pela OIT é muito clara a sua inquieta-ção com esse tema, com alerta para as consequências avassaladoras do assédio moral na saúde física e psíquica dos tra-balhadores assediados e de suas famílias.

Há alguma iniciativa por parte da OIT

(Organização Mundial do Trabalho) em

relação ao Assédio Moral?

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Cartilha Assédio Moral

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absenteísmo por razões de doença ou até em demissão.

Entre os documentos elaborados pela OIT podem-se destacar as Convenções, Diretivas e Resoluções que visam prote-ger o trabalhador. Por meio desses instru-mentos a Organização Internacional do Trabalho exerce influência e exige dos países membros atitudes de prevenção e combate ao assédio moral. Como exem-plo, a Convenção 155, de 1981, sobre segurança, saúde dos trabalhadores e meio ambiente, que foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro em 1992 e promulgada pelo Decreto Federal nº 1.254/94. No seu artigo 3º dispõe que o termo “saúde”, com relação ao trabalho, “abrange não só a ausência de afecção ou de doenças, mas também os elemen-tos físicos e mentais que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a higiene no trabalho.”

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Deve ser destacada, pela sua importância e abrangência, a meta da OIT de defe-sa do direito do trabalhador ao “trabalho decente”, definido como “um trabalho produtivo e adequadamente remunera-do, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de ga-rantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho”.

A OIT tem grande preocupação em es-tabelecer diretivas na tentativa de evitar e combater a discriminação direta pela diferença de tratamento em razão de par-ticularidades específicas do trabalhador, como, igualmente, a discriminação indi-reta, baseada em disposições, critérios ou práticas aparentemente neutras, mas sus-cetíveis de produzir efeitos desfavoráveis para uma determinada pessoa ou grupo de pessoas. Combate, também, a

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incita-Cartilha Assédio Moral

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A comprovação nem sempre é possí-vel, já que o assediador normalmente não quer ser revelado e procura não deixar provas nem vestígios do mal que pratica. A fácil ocultação tor-na esse tipo de agressão ainda mais perversa e covarde. Mas, podem ser tomadas providências para a com-provação dos atos, por exemplo, guardando documentos, bilhetes, mensagens de e-mail, fotos, e grava-ções das ameaças; por meio de rela-tos feirela-tos ao Sindicato, ao médico do trabalho, ao psicólogo, ao psiquiatra, que podem servir de prova em pro-cesso judicial; também por meio de prova testemunhal de colega de tra-balho ou quem tenha presenciado

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Cartilha Assédio Moral

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Onde denunciar o assédio moral?

O metalúrgico deve procurar o seu Sindicato de base e fazer a denúncia. É o Sindicato que vai orientar o trabalha-dor. Além disso, a entidade também promove campanhas de conscientiza-ção do assédio moral e ajuda a fiscali-zar essa prática nas empresas.

Outro caminho é o Ministério Público do Trabalho. A denúncia pode ser feita na própria sede do MPT ou pela inter-net (www.prt5.mpt.gov.br).

A Superintendência Regional do Tra-balho e Emprego também recebe de-núncias. O órgão media a conversa entre o trabalhador e a empresa a fim de chegar a uma solução para o

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pro-Cartilha Assédio Moral

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FETIM / Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia

Rua Inácio Tosta, nº 15, Nazaré, Salvador/ BA. Telefone: (71) 3418-1622.

Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari

Rua José Nunes de Matos, nº 113, Centro. Telefone: (71) 3622-2600.

Sindicato dos Metalúrgicos de Candeias

Rua 21 de Abril, nº 94, Ed. Merces, Cen-tro. Telefone: (71) 9979-1745.

Sindicato dos Metalúrgicos de Dias D’Ávila

Avenida Raul Seixas, nº 268, Centro. Telefone: (71) 3625-1008.

Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho

Rua 15 de Novembro, nº 100, Centro. Telefone: (71) 3296-1750.

Sindicato dos Metalúrgicos de Conquista

Rua Coronel Gugê, nº 155, Ed. Eunice Oli-veira, Centro. Telefone: (77) 3488-7216.

Sindicato dos Metalúrgicos de Ilhéus

Rua Bento Berillo, nº 223, Centro. Telefone: (73) 3231-6650.

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Av. Sete de Setembro, 308, Corredor da Vitória. Salvador/BA. Telefone: (71) 3324-3453 – Fax: (71) 3336-7088.www.prt5. mpt.gov.br

MPT Itabuna: Rua Duque de Caxias, nº

665, Centro. CEP 47809-999. Telefone: (73) 3211 1123 / 2729

MPT Eunápolis: Rua Florianópolis, n. 295,

bairro Centauro. CEP 45820 –000. Telefo-ne: 73 3262 0357

MPT Santo Antônio de Jesus: Praça Egídio

Moreira Sampaio, nº 113, CEP 44.572-070. Telefone: (75) 3631 2560

MPT Feira de Santana: Rua Francisco

Martins da Silva, nº 204, Ponto Central CEP 44.052-140. Telefone: (75) 3625 7683 / 7682 / 7883

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Cartilha Assédio Moral

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AGUIAR, André Luiz Souza. Assédio moral: o direito à

indeni-zação pelos maus tratos e humilhações sofridos no ambiente do trabalho. – 2ª.ed. – São Paulo: LTr, 2006.

BARRETO, Maria Margarida Silveira. Violência, saúde e trabalho:

uma jornada de humilhações – São Paulo: EDUC, 2006.

CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Responsabilidade Civil. 2008, p. 74.

CODO, Wanderley. Por uma psicologia do trabalho:ensaios

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DEJOURS, Cristophe. A loucura do trabalho: estudo de

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HIRIGOYEN-Marie France. Assédio moral: A violência perversa

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ROSSO, Sadi Dal. Mais Trabalho! A intensificação do labor na

sociedadecontemporânea. São Paulo: Boitempo Editorial, 2008.

Ministério Público do Trabalho (MPT)

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Organização:

FETIM (Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Estado da Bahia) - pres. Antônio Viana Balbino

Apoio:

STIM Bahia - pres. Silvio Pinheiro STIM Camaçari - pres. Aurino Pedreira STIM Candeias - pres. Aurelino Bispo

STIM Dias D’Ávila - pres. Valbirajara de Souza STIM Ilhéus - pres. Nilson Correia

STIM Simões Filho - pres. Natan Batista STIM Vitória da Conquista - pres. José Medeiro

Coordenação:

Anivaldo Oliveira Santos e Albérico Barbosa Souza

Textos:

Drª Cínzia Barreto de Carvalho, advogada e mestre em Direito Privado e Econômico

Revisão:

Dante Nascimento (MTE 2718 DRT-BA)

Ilustrações:

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Referências

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