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10 zoom - FOTOGRAFIA PRÁTICA FOTO-AVENTURA

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Academic year: 2021

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10 | zOOm - FOTOGRAFIA PRÁTICA

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Maldivas - Brasil

A CÂMARA DE MAURÍCIO MATOS PARTIU DA EUROPA, ATRAVESSOU A ÁSIA, PASSOU UNS DIAS

NAS MALDIVAS, DEPOIS VOOU SOBRE ÁFRICA E O ATLÂNTICO, ATÉ ATERRAR NO NORDESTE

BRASILEIRO. O RESULTADO É UM NOVO OLHAR SOBRE A FOTOGRAFIA EM DESTINOS DE FÉRIAS

CHEIOS DE PRAIA, SOL E MAR. UMA FOTOAVENTURA QUE NOS VAI DEIXAR ROÍDOS DE INVEJA

DAS MALDIVAS

AO BRASIL

!Fuji X-E2 . 200mm . f/4.8 . 1/250" . ISO 200

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Q

uando, há uns meses, resolvi fazer esta viagem, o meu objetivo era comparar dois “paraísos” tropicais que, sendo dois destinos de praia, têm algumas semelhanças mas também muitas diferenças.

Num desses destinos nunca tinha estado, apesar de ser um daqueles países bem conhecidos pelas suas paisagens paradisía-cas, país dos sonhos para grande parte das pessoas. O outro tinha-o visitado em 2003, e apesar de saber que tinha deixado uma impressão marcante em mim, pouco me lembrava em concreto.

Comigo levei câmaras e objetivas Fuji, no meu regresso ao equipamento desta marca, desta vez para ficar, pelo menos por algum tempo. Mas mais sobre o equipamento daqui a pouco...

Parti de Lisboa, via Madrid e Istambul, para as ilhas Maldivas, o primeiro destino dos dois a que me propus. As pequenas ilhas desertas ou quase desertas, acompanhadas de um mar azul-turquesa e areia branca, são a imagem de marca deste país. A chegada a Malé, e posteriormente o voo de hidroavião de Malé

para a ilha escolhida, deixa desde logo claro que é isso mesmo que vamos encontrar.

Sem dúvida que é uma paisagem lindíssima e que causa desde logo impacto no visitante que se estreia por aquelas para-gens. Uma boa parte das ilhas são ocupadas por hotéis – uns mais pequenos do que outros, uns mais luxuosos do que outros –, e é numa destas ilhas que inevitavelmente todos os turistas acabam. A minha estadia foi muito curta, apenas quatro noites, mas foi o suficiente para constatar aquilo que eu já desconfiava.

As Maldivas são o puro destino romântico ou de descanso absoluto. E porquê? Basicamente porque não existe nada mais para fazer do que estar na praia, seja a apanhar sol ou na água. É verdade que também é um destino especial para os amantes do mergulho, mas esses são uma pequena minoria dos visitantes. A minha decisão de ficar tão pouco tempo foi baseada em experi-ências anteriores em destinos semelhantes, nomeadamente nas Seychelles.

Não sendo eu um apreciador de praia, não havendo muito

"FOTOGRAFICAMENTE FALANDO, É UM DESTINO BASTANTE COMPLICADO.

COMPLICADO NÃO PELA DIFICULDADE DE O FOTOGRAFAR, MAS SIM PELA POUCA

VARIEDADE DE MOTIVOS PARA RETRATAR. CHEGA-SE A UM PONTO EM QUE JÁ TEMOS

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Maldivas - Brasil

FOTO-AVENTURA

mais para fazer por lá, e sabendo que ia ter a minha mobilidade muito limitada (afinal de contas, a única coisa que há à volta da ilha onde ficamos é, normalmente, outras ilhas idênticas com outros hotéis), o meu trabalho fotográfico seria realizado em pouco tempo e, depois de feito, iria estar pronto para o próximo destino.

Fotograficamente falando, é um destino bastante complicado. Complicado não pela dificuldade de o fotografar, mas sim pela pouca variedade de motivos para retratar. Chega-se a um ponto em que já temos suficientes imagens de coqueiros à beira de areais, banhados por um mar com aquele azul incrível que vemos com tanta frequência em fotos.

E depois? Fotografar o quê? Pois é... resta tentar captar

momentos, mais do que lugares. Tentar que, mesmo estando no mesmo local, ou quase, as fotos sejam únicas à sua maneira. Seja pela luz diferente, seja por algo que está a acontecer, seja pela presença do fator humano. Foi isso que tentei. Acordei sempre antes de o nascer do sol e, durante o dia, dava sempre

três ou quatro voltas à ilha, com cerca de 1,5 km de perímetro, para tentar encontrar esses momentos que fizessem de uma paisagem algo diferente do que tinha fotografado no dia anterior.

Foi assim que consegui regressar com uma variedade interes-sante de fotos, considerando que estive quase sempre no mesmo sítio. Também visitei uma ilha próxima onde vive popu-lação local mas, embora tenha sido interessante do ponto de vista cultural, não encontrei grandes motivos a nível fotográfico.

A segunda parte da viagem levou-me até um cantinho no estado brasileiro do Ceará, de nome Jericoacoara (também co-nhecido por Jeri). Como referi em cima, era a minha segunda visita 11 anos depois. A primeira tinha deixado um bichinho den-tro de mim, uma vontade de voltar. Por várias vezes esteve para acontecer, até que desta aconteceu mesmo.

Na chegada a Fortaleza, aeroporto mais próximo de Jeri, aconteceu aquilo que qualquer viajante receia. Nada de

bagagem. Graças a mais uma das inúmeras greves das empresas do grupo TAP, estive 4 dias à espera que me entregassem a >>>

!Fuji X-T1 . 18mm . f/13 . 1/75" . ISO 200

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Nikon D800 . 28mm . f/11 . 1/100” . ISO 100

minha mala. Mais um exemplo de que, como fotógrafos, deve-mos transportar sempre o nosso equipamento na bagagem de mão, tê-lo sempre connosco.

Sim, é muito chato não termos roupa ou itens de higiene pes-soal... mas tudo isso se pode comprar sem grandes problemas no destino. O mesmo não acontece com o nosso material. Seja pelo custo, seja por simplesmente não existir, substituir equipa-mento perdido pela companhia aérea durante uma viagem torna-se muito complicado.

Assim, tudo o que precisava para fazer o meu trabalho fotográfico, para o armazenar e para o editar, estava comigo. A única peça que não tinha comigo era o tripé, mas se o coloco na mala é precisamente por usá-lo pouco e, por isso, a falta que me fazia era relativa. Sou um fotógrafo mais em movimento, não uso tripé com frequência.

Jericoacoara não é mais do que uma aldeia que, por via da sua localização, é única. Não existe estrada para lá, sendo o acesso feito por entre as dunas e possível apenas com veículos 4x4. As ruas são igualmente de areia, dando um certo aspeto rústico à localidade.

Devido à fama que obteve nos últimos dez anos, mudou si-gnificativamente entre as minhas duas visitas. Em 2003, e apesar de já haver turismo, ainda era uma aldeia de pescadores onde existiam pousadas para receber os visitantes. Hoje em dia já não é bem assim. Os habitantes locais foram saindo e quase todas as construções que existem são viradas para o turismo, sejam hotéis, pousadas, lojas, restaurantes ou agências de turismo.

No entanto, a beleza natural continua toda lá e o cenário em que se enquadra é de uma beleza extrema. Rodeada de dunas das mais variadas formas e alturas, é um paraíso para o fotógrafo de paisagem. Aqui temos, não apenas as típicas cenas de praia,

mas também algumas que mais se assemelham a desertos. Além disso, e ao contrário das Maldivas, é possível fazer as mais variadas atividades, que não nos deixam cair no aborrecimento, qualquer que seja o tempo que lá passamos. Confesso que sou um fã incondicional de Jericoacoara.

No início disse que me fiz acompanhar de equipamento Fuji. Poucas semanas antes da viagem, resolvi que seria este a acom-panhar-me nesta aventura. Mantendo o meu hábito de há uns anos para cá de viajar com o mínimo de material possível, levei comigo os dois corpos do costume, desta vez uma Fuji X-T1 e uma Fuji X-E2, acompanhadas de uma objetiva 18-55 e de uma 55-200.

Admito que nesta viagem cedi ao facilitismo dos zooms, sendo eu um admirador confesso das objetivas fixas. No entanto não foi apenas uma questão de comodismo. Como ia estar em

!Fuji X-T1 . 18mm . f/10 . 1/550" . ISO 200

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ambientes de muita areia e de muito vento, o ideal seria colocar uma objetiva em cada corpo e assim ficar durante toda a viagem. Foi isso que fiz e não me arrependi, tendo em conta os autênticos banhos de areia a que câmaras e objetivas foram submetidas.

As máquinas portaram-se muito bem, sem qualquer problema a registar. Usei ambas de forma equivalente, e, apesar das vanta-gens da X-T1, não tive qualquer receio em usar a X-E2, sempre que a objetiva que estava montada nela – normalmente a 55-200 – era a adequada para determinada foto. A principal van-tagem da X-T1, que se nota ao longo de um dia de fotos, é o seu maior visor. E eu que sou um fã de visores grandes aprecio muito o da X-T1. É verdade que, devido à areia e ao vento, o facto de ser resistente a água e pó poderia ser também uma grande vantagem. Mas a verdade é que a X-E2 resistiu igual-mente sem problemas.

A única coisa que tenho a apontar no uso de ambas, e mais na X-E2, é a dificuldade que tiveram na focagem automática em algumas situações, nomeadamente nas dunas, onde não existe grande contraste. Tudo se resolveu mas houve momentos em que me levaram quase à loucura. Continua a ser um dos proble-mas das câmaras mirrorless quando comparadas com as DSLRs.

Foi mais uma viagem longa e cansativa mas que, no final, me proporcionou algumas das minhas fotos preferidas dos últimos anos. E quando assim é, só a posso considerar um verdadeiro sucesso.

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Maldivas - Brasil

FOTO-AVENTURA

!Fuji X-T1 . 55mm . f/9 . 1/125" . ISO 200

Leia o relato detalhado da viagem em http://mauriciomatos.com

“COMO IA ESTAR EM AMBIENTES DE MUITA AREIA E DE MUITO VENTO,

O IDEAL SERIA COLOCAR UMA OBJETIVA EM CADA CORPO

E ASSIM FICAR DURANTE TODA A VIAGEM.

FOI ISSO QUE FIZ E NÃO ME ARREPENDI,

TENDO EM CONTA OS AUTÊNTICOS BANHOS DE AREIA

A QUE CÂMARAS E OBJETIVAS FORAM SUBMETIDAS.”

Referências

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