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MOD Método Otimizado de Diagnóstico das Patologias da Construção. Paulo Lages. Manuela Almeida

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MOD – Método Otimizado de Diagnóstico das Patologias da Construção

Paulo Lages

Dr.Building, Lda, Inspeção Técnica e Diagnóstico das Patologias da Construção Esposende, P - 4740-002 Esposende, Portugal

Manuela Almeida

Universidade do Minho, Departamento de Engenharia Civil Azurém, P - 4800-058 Guimarães, Portugal

RESUMO

A inspeção técnica e o diagnóstico das patologias da construção apresentam-se como fatores determinantes numa reabilitação sustentável do património construído. O conhecimento preciso do fenómeno patológico e das suas reais causas permitem uma atuação direta sobre a anomalia e consequentemente uma reabilitação concisa e sustentável.

Existem já no mercado diversos métodos que permitem aos profissionais da arte obter resultados e informações úteis para a sustentabilidade da reabilitação do ambiente construído. No entanto esses métodos apresentam algumas lacunas e/ou omissões que nalguns casos dificultam o trabalho do projetista. Numa tentativa de colmatar essas lacunas, apresenta-se neste artigo um método desenvolvido pelo autor - Método Otimizado de Diagnóstico das patologias da construção – MOD, que apresenta como principais mais-valias três aspetos fundamentais, nomeadamente, a própria estrutura da metodologia (que é mais abrangente), o mecanismo de apuramento das causas das anomalias (que é mais rigoroso) e a informação final transmitida (que é mais detalhada).

O MOD tem como âmbito de aplicação a identificação e tratamento das patologias não estruturais dos edifícios, permitindo aferir as reais causas das patologias, identificar os ensaios necessários e determinantes para a correta aferição das causas, identificar assertivamente as patologias cruzando os efeitos manifestados e produzidos nas construções e as causas, e propor medidas base de correção com vista à sua reabilitação.

1. INTRODUÇÃO

As patologias das construções, o seu estudo e o desenvolvimento de métodos de diagnóstico e estratégias de inspeção técnica, que permitam perceber as patologias e as suas

Paulo Lages (paulo.lages@dr-building.pt) Manuela Almeida (malmeida@civil.uminho.pt)

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reais causas, é um tema que desde o século passado tem vindo a ser alvo de progressos consideráveis.

Atualmente e face ao estado do setor da construção, em que urge a necessidade de promover o investimento e o desenvolvimento, o mesmo só será conseguido com uma linha de convergência para a reabilitação do ambiente construído.

A construção nova sofreu e sofre ainda um abrandamento anormal, atingindo em certas zonas do país a quase estagnação.

A estratégia do setor passa já atualmente pela restruturação das empresas para a promoção da reabilitação do edificado. A reabilitação sustentável do património edificado será certamente uma boa solução para a dinamização do sector, que suportada por políticas de promoção levará a um novo paradigma.

A intervenção direta sobre as anomalias e a intervenção na ótica de redução de custos de reabilitação, exigem o desenvolvimento de métodos de diagnóstico, de cariz prático e otimizado, que visem realmente uma fácil implementação nas mais diversas situações das patologias da construção, tornando-se imperativo na consolidação e solidificação do conceito da reabilitação e na sustentação de uma reabilitação consciente.

Deve então ser objetivo do desenvolvimento destes métodos, para além da promoção da reabilitação, a atuação sobre as patologias dos edifícios, a anulação das anomalias presentes e a atribuição de condições de utilização aos edifícios.

Assim, e atendendo às questões que envolvem, o património construído, a reabilitação do edificado, os novos sistemas de construção, materiais eco-Eficientes, produtos e equipamentos em desenvolvimento, as patologias das construções, o ciclo de vida das construções, a sustentabilidade do ambiente construído, associado ao estado de desenvolvimento atual do sector da construção e ao clima de mudança que urge impor e fomentar na reabilitação do ambiente construído, em particular nos edifícios, levaram ao desenvolvimento deste novo método otimizado de diagnóstico das patologias da construção, focado na reabilitação não estrutural dos edifícios e na correcção das patologias não estruturais.

As patologias não estruturais nos edifícios assumem um papel condicionante à utilização dos edifícios e à saúde e conforto dos seus ocupantes. Atuar ao nível das causas com o intuito de corrigir as patologias presentes e conferir condições de utilização aos edifícios é uma realidade do presente, realidade esta, que exige da classe profissional a formação e o desenvolvimento de ferramentas, nomeadamente, meios e métodos de inspecção que impulsionem e dinamizem a reabilitação sustentável dos edifícios.

Muito embora o tema não seja novo, existindo já um excelente e vasto conjunto de antecedentes, com métodos de diagnóstico e inspeção bem conhecidos e já aplicados, o que se propõe com o MOD é, não fugindo no estruturante ao apresentado pela maior parte dos métodos existentes, preencher a lacuna ainda presente pelos mesmos, ou seja, conseguir uma maior abrangência e basear-se numa abordagem otimizada, que o torna realmente aplicável às mais diversas situações de patologias correntes das construções.

O MOD difere dos restantes métodos em três aspetos fundamentais. O primeiro aspeto prende-se com a estrutura da metodologia que torna o método sólido e aplicável à maioria dos edifícios, tornando-o mais abrangente. O segundo aspeto tem a ver com o mecanismo de apuramento das causas das anomalias que é realizado de uma forma sequencial e otimizada. Por fim, o terceiro aspeto de diferenciação prende-se com a informação final transmitida onde surge para além da tradicional descrição da anomalia e suas causas, medidas de correção de base, exemplos gráficos e ilustrativos, referências bibliográficas e informação adicional sobre o efeito patológico manifestado, elementos úteis para uma mais eficaz ação de reabilitação.

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2. MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO

É já bastante amplo o conjunto de métodos de diagnóstico das patologias da construção, quer nacionais quer internacionais, permitindo facilmente aos técnicos especializados obter informação nas mais diversas áreas e tipos de patologias.

Deste modo torna-se imperativo, dada a diversidade de métodos e a sua contribuição para aprofundamento do conhecimento desta temática, perceber quais os reais campos de aplicação dos métodos existentes e os principais aspetos práticos que visam atingir, assim como os aspetos ou campos que não abrangem.

Assim, apresentam-se seguidamente diversos métodos de Diagnóstico das Patologias da Construção, assim como inúmeros trabalhos sobre o tema.

Os métodos seguidamente apresentados têm aplicação ao nível dos edifícios quer para patologias não estruturais quer para patologias estruturais.

- Defect Action Sheet - Building Research Establishement (BRE). - Good Repair Guides - Building Research Establishement (BRE). - Fichas de Reparação de Anomalias – LNEC 1985.

- Cases of Failure Information Sheet - CIB 1993.

- Metodologia de Quantificação Causa-Efeito – QCE 1994. - Fiches Pathologie du Batiment – AQC 1995.

- Metodologia de Diagnóstico de Patologias em Edifícios – DPE 2001.

- Sistema Pericial de Apoio ao Diagnóstico de Patologias em Edifícios – DIAGNOSTICA 2003.

- Fichas de Diagnóstico e de Intervenção – FDI 2003. - Construdoctor 2003.

- Patorreb 2004.

- Sistema de Apoio à Inspeção e Diagnostico de Anomalias – IST 2005. - Método Simplificado de diagnóstico e Anomalias – DAS.

- Pathologie des Structures e Pathologie des Ouvrages de Batiment - WEKA 2005. - Guide Pratique des Defauts de Construction - CSTC.

- Building Life Plans - HAPM.

- Arquivo Italiano denominado por ‘’Impare Dagli Errori’’.

- Método de Avaliação do Estado de Conservação de Imoveis – MAEC 2006.

- Técnicas de levantamento, inspeção e ensaio de edifícios antigos com vista à sua reabilitação estrutural. - V. Cóias e Silva (Oz, Lda.).

- Métodos de Diagnóstico das Causas das Anomalias Construtivas e Respetivas Soluções de Intervenção no Âmbito da Conservação e Reabilitação de Edifícios Recentes - Cadernos Edifícios 05, LNEC 2010.

- Metodologia de Apoio à Decisão em Intervenções de Reabilitação, apresentado por Dinis Leitão e Manuela Almeida, no 2.º Congresso Nacional das Construções 2004. - Exploração de Metodologia de Diagnostico Exigencial de Apoio à Reabilitação de Edifícios de Habitação – MEXREB, apresentado por João Lanzinha, Vasco Freitas e João Gomes, Patorreb 2006.

A existência de um tão vasto conjunto de métodos de inspeção técnica e de diagnóstico das patologias da construção, tanto nacionais como internacionais, poderá levar à questão de o porquê de mais um método de diagnóstico? Qual o objetivo prático do mesmo? Qual a sua utilidade e mais-valia para o sector?

A resposta prende-se com a dificuldade prática no uso, implementação e interpretação da informação dos métodos existentes que normalmente surge em dois momentos distintos.

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Numa fase inicial na seleção do método ou métodos mais adequados para a situação presente, e numa segunda fase, no momento de identificação das patologias, na seleção de mecanismos que permitam a determinação da causa ou causas possíveis e a identificação de medidas corretivas.

Os métodos existentes apenas permitem aos profissionais da arte obter parte da informação necessária a um completo processo de inspeção técnica e diagnóstico, sendo quase sempre necessário recorrer ao cruzamento, ou mesmo à utilização, de informação de vários métodos para concentrar toda a informação técnica necessária à deteção das anomalias, sua manifestação, mecanismo efeito-causa, apresentação de medidas corretivas de base geral e as referências e informações complementares.

Dos métodos listados, parte apresenta como informação final somente a descrição da anomalia, suas possíveis causas e medidas de evitar o seu aparecimento, com ilustrações gráficas, como é o caso das Defect Action Sheet (Abrantes, V. 2012, Silva, J.M. 2012), (Lima, C. 2009. Análise de Anomalias), não apresentando qualquer solução de correção das anomalias.

Parte dos métodos listados apresentam uma metodologia complexa de apuramento de causas através de matrizes de correlações (Calejo, R. 2006, Westcot, P. 2006). Outros apresentam um campo de aplicação demasiado restrito como é o caso do Sistema Pericial de Apoio ao Diagnóstico de Patologias em Edifícios – DIAGNOSTICA 2003, que se aplica somente a humidades.

Outros métodos apresentam-se na forma de fichas de anomalias não sendo claros na forma de determinação das causas da anomalia ou mesmo o facto de as fichas resultarem do estudo de casos concretos e nem sempre generalizáveis a todas as situações possíveis, Patorreb, (Lima, 2009), (Sousa, 2004).

Existem outros métodos cujo processo é algo moroso, como seja o caso das Fichas de Diagnóstico e de Intervenção – FDI 2003 (Abrantes, V. 2003, Calejo, R. 2003, Corvacho, H. 2003).

Existem ainda métodos suportados por programas informáticos, o que é sem dúvida uma mais-valia atendendo à facilidade de acesso ao utilizador. Não obstante, existem métodos que apresentam como objetivo somente o fornecimento de um pré-diagnóstico de uma anomalia, constituindo assim uma primeira aproximação para determinar o problema, não garantindo uma resolução adequada do mesmo, Construdoctor (Lima, 2009).

Outros métodos apresentam as causas das anomalias não mencionando o recurso a exame ou ensaios, o que pode provocar erros na análise da anomalia e consequentemente nas medidas corretivas, Método Simplificado de Diagnóstico e Anomalias – DAS, (Abrantes, V. 2012, Silva, J.M. 2012).

O MOD apresenta-se então como um método otimizado na forma como a sua aplicação abrange a maior parte dos edifícios e a informação final prestada ao utilizador permite não só o conhecimento da anomalia e seus efeitos, mas sobretudo as causas da mesma, as medidas corretivas de base, os ensaios e exames necessários ao apuramento de causas, a ilustração gráfica e exemplificação quer da anomalia quer das medidas de correção e ainda um campo de referências bibliográficas e informação adicional sobre o estudo da anomalia e suas causas.

3. MOD - MÉTODO OTIMIZADO DE DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO

O MOD é um método otimizado de diagnóstico das patologias da construção, desenvolvido no âmbito do mestrado internacional de sustentabilidade do ambiente construído, e que apresenta como principais inovações, comparativamente com os métodos

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existentes, a sua estruturação em termos de metodologia, o apuramento das causas, assim como a informação final prestada aos profissionais do setor.

A estrutura metodológica da aplicação prática do método, apresentada na figura 1, comporta 6 momentos cruciais, iniciando-se por uma visita prévia ao edifício, a distribuição de inquéritos ao(s) proprietário(s) após a visita prévia, seguido de uma análise da documentação do cliente, nomeadamente historial de obras ou outros trabalhos já realizados, análise de projeto e análise dos inquéritos distribuídos. Posteriormente segue-se a fase de preparação da inspeção técnica através da preparação das fichas de inspeção ‘’in situ’’, a inspeção técnica e ensaios ‘’in situ’’, suportada por eventuais ensaios laboratoriais necessários e definidos na fase de preparação. Por fim a realização do relatório de inspeção técnica e diagnóstico e apresentação das fichas de patologias com as medidas corretivas.

PRÉ-DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO

RESULTADO-MOD

Figura 1 – Estrutura metodológica da aplicação prática do MOD.

O facto de o resultado final da aplicação prática do método consistir num relatório de inspeção técnica e diagnóstico e na apresentação de fichas de patologias onde consta o mecanismo “Efeito vs. Causa” e as medidas corretivas e de reabilitação das patologias, permitirá que o método, contrariamente ao que acontece em grande parte dos métodos correntes atuais, seja classificado como um método aberto que irá permitir a sua melhoria e desenvolvimento contínuo através da materialização de novas fichas de patologias que naturalmente surgirão, decorrentes das patologias presentes nas mais diversas situações das

Visita Prévia ao Edificio Distribuição de Inquéritos ao(s) proprietário(s) Análise da Documentação e Historial Preparação da Inspeção Técnica Elaboração das Fichas de Inspeção Inspeção Técnica ‘’in situ’’ Ensaios Laboratoriais Ensaios ‘’in situ’’ Relatório de Inspeção Técnica e Diagnóstico Fichas de Anomalias

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construções, mas fundamentalmente da particularidade das suas reais causas e das medidas de correção e reabilitação a aplicar.

Seguidamente são apresentadas as 3 fases do MOD, constantes da figura 1, em termos dos vários momentos de cada fase, no que consistem e quais os documentos de suporte. 3.1.Pré-Diagnóstico

A fase de Pré-Diagnóstico comporta os momentos da visita prévia ao edifício e a distribuição de inquéritos aos proprietários.

O objetivo da fase de pré-diagnóstico é o de tornar obrigatória a visita prévia ao edifício, que servirá não só numa ótica comercial para perceção da dimensão do edifício, sua localização e a dimensão dos problemas associados e motivadores da reabilitação e/ou reparação/manutenção, mas fundamentalmente para a deteção e registo das principais (tipo) patologias e anomalias presentes, quantidade (dimensão), forma e manifestação das mesmas, enquadramento do edifício na envolvente, principais agentes causadores das patologias, assim como, para a definição de ensaios, ‘’in situ’’ e laboratoriais a realizar na fase da inspeção técnica.

No final da visita prévia é elaborado um modelo de inquérito para distribuição aos proprietários e eventualmente às empresas de gestão do edifício, no sentido de perceber o historial e manifestações afins das patologias.

Este inquérito permite obter uma descrição das anomalias presentes em cada elemento ou componente construtiva e o seu historial. Este documento, depois de preenchido e em conjunto com a ficha de visita prévia, permite ao técnico especializado preparar a inspeção técnica a realizar ao edifício.

3.2. Diagnóstico

A fase de Diagnóstico comporta três momentos, como sejam a análise da documentação do cliente, a fase de preparação da inspeção técnica e a inspeção técnica ‘’in situ’’.

A análise da documentação do cliente trata fundamentalmente o estudo do historial de obras ou outros trabalhos já realizados, análise de projeto e análise dos inquéritos distribuídos aos proprietários.

O momento de preparação da inspeção técnica resulta dos quatro momentos anteriores e materializa-se através da preparação das fichas de inspeção ‘’in situ’’.

As fichas de inspeção têm como base o resultado da análise da documentação do cliente e de toda a fase de pré-diagnóstico.

O objetivo da ficha é o registo ‘’in situ’’ de todos os fenómenos patológicos existentes por zona, elemento, material/componente e tipo de anomalia, no intuito de suportar a inspeção técnica e consequentemente suportar a aplicabilidade do método. Esta ficha é constituída por alguns campos, onde consta a informação relevante descrita no parágrafo anterior, assim como o registo das possíveis causas e manifestações afins e medidas corretivas e de reabilitação geral face às condicionantes do elemento, ou mesmo do edifício ou sua localização. Este modelo será o principal suporte, do técnico especialista, na elaboração do diagnóstico e no apuramento do mecanismo efeito-causa.

De ressalvar igualmente a importância desta ficha de inspeção para a definição das medidas corretivas, tanto devido ao referido anteriormente, como ao facto de esta ficha comportar um campo específico para elementos gráficos e fotos.

A inspeção técnica e ensaios ‘’in situ’ ’comportam o trabalho técnico da inspeção no local, através de visita ao edifício e suas frações ou componentes de modo a registar todas as anomalias presentes e sua manifestação/efeito. O momento da inspeção técnica é suportado

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‘’in situ’’ por eventuais ensaios não intrusivos, pouco intrusivos, intrusivos e por ensaios laboratoriais necessários e definidos na fase de preparação.

3.3. Resultados - MOD

A fase de Resultados - MOD comporta um único momento, do qual resulta a elaboração de um Relatório de Inspeção Técnica e Diagnóstico e Fichas de Anomalias.

Do Relatório de Inspeção Técnica e Diagnóstico constam os dados referentes às anomalias presentes, suas causas e medidas corretivas, assim como um conjunto de anexos de apoio e suporte na interpretação quer das anomalias quer das suas causas e medidas corretivas e de reabilitação geral.

O apuramento do mecanismo efeito-causa, apresentado na figura 2, é feito de forma progressiva e sequencial pela definição das condições locais do geral para o particular. O processo inicia-se pela definição da parte do edifico em estudo onde se manifesta a anomalia, designada de zona. O passo seguinte visa a definição e identificação do elemento construtivo onde se manifesta a anomalia, designado de Elemento. As fases seguintes tratam o apuramento do material de construção e/ou componente afetado, a identificação do efeito patológico, designado de anomalia e finaliza na determinação do mecanismo efeito e causa e apuramento de causas.

Figura 2 – Mecanismo Efeito-Causa do MOD.

A experiencia profissional do técnico responsável pela inspeção é um fator importante para um melhor apuramento das reais causas da anomalia. Não obstante a forma progressiva e sequencial de apuramento de causas, o domínio por parte do técnico dos materiais, das tecnologias construtivas, das próprias anomalias e seus efeitos e formas de manifestação, conduzirão a um resultado final mais preciso.

Identificação da Parte do Edificio em Estudo (Zona)

- Envolvente Exterior - Envolvente Interior

- Zonas Comuns - Arranjos Exteriores

Elemento construtivo onde se manifesta a anomalia

(Elemento)

Material de construção/Componente

(Material/Componente)

Efeito Patológico (Anomalia)

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As fichas de anomalias são também elas um elemento integrante do Relatório de Inspeção Técnica e Diagnóstico e nelas consta sobretudo informação acerca de cada uma das anomalias (descrição da anomalia), efeitos manifestados, causas, ensaios ‘’in situ’’ e/ou laboratoriais necessários à aferição das reais causas, medidas corretivas propostas e um campo para eventuais referências bibliográficas de suporte na interpretação da anomalia e sua manifestação. As fichas de patologias são catalogadas segundo uma designação e referências.

4. CONCLUSÃO

O método apresentado foi desenvolvido com o objetivo de tornar intuitiva a fase de inspeção técnica e de diagnóstico das patologias da construção na ótica da reabilitação sustentável dos edifícios.

O MOD trata-se portanto de uma ferramenta que possibilita facilmente aos profissionais da arte obter resultados e informações úteis para a sustentabilidade da reabilitação do ambiente construído. Não obstante, um dos fatores igualmente importante para o sucesso da implementação do método prende-se com a experiencia profissional do técnico responsável pela inspeção que seguramente levará a um diagnóstico mais preciso em termos do apuramento das reais causas.

As principais inovações deste novo método face aos existentes são, para além da obrigatoriedade de uma visita prévia ao edifício e da realização de inquéritos, o mecanismo de apuramento das causas e a informação final das medidas corretivas de tratamento em forma de ficha de patologia.

O MOD, contrariamente à maioria dos métodos correntes atuais, não é um método fechado mas permite, pela sua aplicação prática, a melhoria e desenvolvimento contínuo através da materialização de fichas de patologias, causas, efeitos e medidas corretivas e de reabilitação que podem ser continuamente adicionadas ao processo.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abrantes, V. 2012, Silva, J.M. 2012. Simplified Method For Building Anomalies Analysis.

Lima, C. 2009. Análise de Anomalias – Métodos Simplificados. Dissertação de Mestrado, FEUP, 2009.

Sousa, M. Patologia da Construção – Elaboração de um catálogo. Dissertação de Mestrado, FEUP, 2004.

Calejo, R., Westcot, P. Sistema Pericial de Apoio ao Diagnóstico de Patologias em Edifícios. 2.º Encontro sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios, 20 e 21 de Março de 2006, páginas 425 a 436, Porto, FEUP.

Antunes, M., Corvacho, H. Desenvolvimento de fichas de diagnóstico e de intervenção no âmbito da manutenção corretiva num sistema integrado de edifícios de habitação. 2.º Encontro sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios, 20 e 21 de Março de 2006, páginas 349 a 357, Porto, FEUP.

Sousa, M. Patologia da Construção – Elaboração de um Catálogo. Dissertação de Mestrado, 2004 FEUP.

Técnicas de levantamento, inspeção e ensaio de edifícios antigos com vista à sua reabilitação estrutural. - V. Cóias e Silva (Oz, Lda.).

Almeida, M., Leitão, D., Metodologia de Apoio à Decisão em Intervenções de Reabilitação. 2.º Congresso Nacional das Construções – Construção 2004, Repensar a Construção. 13 a 15 de Dezembro de 2004, Porto, FEUP.

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