COMARCA DE PORTO ALEGRE
15ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL – 2º JUIZADO
Rua Márcio Veras Vidor (antiga Rua Celeste Gobato), 10
___________________________________________________________________
Nº de Ordem:
Processo nº:
001/1.08.0156898-0, 001/1.08.0214498-9 e 001/1.08.0113910-8
Natureza:
Ação coletiva
Autora:
AFABAN - Associação dos Funcionários Aposentados do
Banrisul
Ré:
Icatu Hartford Seguros S. A.
Juiz Prolator:
Juiz de Direito - Dr. Giovanni Conti
Data:
15/06/2009
Vistos etc.
1.1
AFABAN
-
ASSOCIAÇÃO
DOS
FUNCIONÁRIOS
APOSENTADOS DO BANRISUL, qualificada nos autos, promove ação coletiva em
face de ICATU HARTFORD SEGUROS S.A., dizendo que representa os
funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. que possuem seguro
de vida em grupo junto a demandada desde 2001, que foi contratado através da
Cabergs Corretora de Seguros Ltda. Refere que 31.01.2008 as apólices nºs 1423 e
1424 foram objeto de cancelamento por iniciativa da ré, todavia culminou por
transferir os segurados para as apólices nº 4095 e 4096, suprimindo a garantia
acessória contra os riscos de invalidez permanente e total por doença – IPD. Refere
que a ré alterou unilateralmente o conteúdo do contrato original, especificamente
em relação às obrigações das partes. Menciona que o contrato de seguro objeto
desta demanda era mantido pelos seus associados há mais de 06 anos sem
alterações, daí porque requer seja deferida em antecipação de tutela a manutenção
dos segurados no grupo mutual com as mesmas garantias e valores do contrato
original pactuado. Pugna pela procedência da ação a fim de declarar a obrigação
da ré de reintegrar as garantias excluídas das apólices, nos mesmos moldes
anteriores, tornando definitiva a liminar caso concedida. Junta procuração e
documentos (fls. 12/13).
Deferido o pleito antecipatório (fl. 17).
Citada, a seguradora ré apresentou contestação (fls. 28/58),
inicialmente pugna pelo chamamento ao processo da SUSEP e, por consequência,
remessa do feito à Justiça Federal. No mérito, sustentando que se tratam de
apólices coletivas fechadas, com estipulante próprio, posto que a relação do
Banrisul com os segurados é de empregador, cuja representação é evidente em
prol dos funcionários. Refere, ainda, que em tendo havido concordância do Banrisul
para a não renovação, nenhuma ilegalidade e nenhum ato pode ser taxado de
unilateral. Ressalta que o art. 9º da Circular nº 302/05 trouxe uma nova
conceituação de IPD, passando a vedar o oferecimento de cobertura em que o
pagamento da indenização esteja condicionado a impossibilidade do exercício pelo
segurado de toda e qualquer atividade. Menciona, ainda, que a caracterização da
invalidez permanente passou a ter outros desdobramentos que dizem com a
validade ou não da declaração médica. Enfatiza que a validade da vigência dos
contratos de seguro é anual, sendo que a renovação automática, a contar do NCC
no seu art. 774 só poderá ocorrer apenas uma vez. Ainda, assevera que não há a
titulação de direito adquirido à renovação do contrato de seguro. Por fim, reclama a
inexistência de um fundo mutual, pugnando pela improcedência da ação. Trouxe
documentos (fls. 59/202).
Réplica (fls. 204/218).
Depois, instadas as partes a dizerem sobre a produção ainda de
provas, nada requereram nesse sentido.
O Ministério Público manifestou-se pela procedência da ação
(fls. 222/227).
1.2 AFABAN - ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS
APOSENTADOS DO BANRISUL, qualificada nos autos, promove ação coletiva em
face de ICATU HARTFORD SEGUROS S.A., dizendo que representa os
funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. que possuem seguro
de vida em grupo junto a demandada desde 2001, que foi contratado através da
Cabergs Corretora de Seguros Ltda. Refere que em Maio/2007 a apólice nº 1463 foi
objeto de cancelamento por iniciativa da ré, todavia culminou por transferir os
segurados para a apólice nº 3883, suprimindo a garantia acessória contra os riscos
de invalidez permanente e total por doença – IPD. Refere que a ré alterou
unilateralmente o conteúdo do contrato original, especificamente em relação às
obrigações das partes. Menciona que o contrato de seguro objeto desta demanda
era mantido pelos seus associados há mais de 06 anos sem alterações, daí porque
requer seja deferida em antecipação de tutela a manutenção dos segurados no
grupo mutual com as mesmas garantias e valores do contrato original pactuado.
Pugna pela procedência da ação a fim de declarar a obrigação da ré de reintegrar
as garantias excluídas das apólices, nos mesmos moldes anteriores, tornando
definitiva a liminar caso concedida. Junta procuração e documentos (fls. 12/14).
Deferido o pleito antecipatório (fls. 20 e verso).
Citada, a seguradora ré apresentou contestação (fls. 23/54),
aduzindo em preliminar a ocorrência da prescrição nos termos da Súmula 101 do
STJ e art. 206, §1º, II, “b”, do CCB/02. Depois, pugna pelo chamamento ao
processo da SUSEP e, por consequência, remessa do feito à Justiça Federal. No
mérito, sustentando que se tratam de apólices coletivas fechadas, com estipulante
próprio, posto que a relação do Banrisul com os segurados é de empregador, cuja
representação é evidente em prol dos funcionários. Refere, ainda, que em tendo
havido concordância do Banrisul para a não renovação, nenhuma ilegalidade e
nenhum ato pode ser taxado de unilateral. Ressalta que o art. 9º da Circular nº
302/05 trouxe uma nova conceituação de IPD, passando a vedar o oferecimento de
cobertura em que o pagamento da indenização esteja condicionado a
impossibilidade do exercício pelo segurado de toda e qualquer atividade. Menciona,
ainda, que a caracterização da invalidez permanente passou a ter outros
desdobramentos que dizem com a validade ou não da declaração médica. Enfatiza
que a validade da vigência dos contratos de seguro é anual, sendo que a
renovação automática, a contar do NCC no seu art. 774 só poderá ocorrer apenas
uma vez. Ainda, assevera que não há a titulação de direito adquirido à renovação
do contrato de seguro. Por fim, reclama a inexistência de um fundo mutual,
pugnando pela improcedência da ação. Trouxe documentos (fls. 55/192).
Réplica (fls. 195/215).
1.3
AFABAN
-
ASSOCIAÇÃO
DOS
FUNCIONÁRIOS
APOSENTADOS DO BANRISUL, qualificada nos autos, promove ação coletiva em
face de ICATU HARTFORD SEGUROS S.A., dizendo que representa os
funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. que possuem seguro
de vida em grupo junto a demandada desde 2001, que foi contratado através da
Cabergs Corretora de Seguros Ltda. Refere que 31.10.2007 a apólice nº 1601 foi
objeto de cancelamento por iniciativa da ré, todavia culminou por transferir os
segurados para a apólice nº 4057, suprimindo a garantia acessória contra os riscos
de invalidez permanente e total por doença – IPD. Refere que a ré alterou
unilateralmente o conteúdo do contrato original, especificamente em relação às
obrigações das partes. Menciona que o contrato de seguro objeto desta demanda
era mantido pelos seus associados há mais de 06 anos sem alterações, daí porque
requer seja deferida em antecipação de tutela a manutenção dos segurados no
grupo mutual com as mesmas garantias e valores do contrato original pactuado.
Pugna pela procedência da ação a fim de declarar a obrigação da ré de reintegrar
as garantias excluídas das apólices, nos mesmos moldes anteriores, tornando
definitiva a liminar caso concedida. Junta procuração e documentos (fls. 10/109.
Deferido o pleito antecipatório (fl. 112).
Citada, a seguradora ré apresentou contestação (fls. 125/156),
inicialmente pugna pelo chamamento ao processo da SUSEP e, por consequência,
remessa do feito à Justiça Federal. No mérito, sustentando que se tratam de
apólices coletivas fechadas, com estipulante próprio, posto que a relação do
Banrisul com os segurados é de empregador, cuja representação é evidente em
prol dos funcionários. Refere, ainda, que em tendo havido concordância do Banrisul
para a não renovação, nenhuma ilegalidade e nenhum ato pode ser taxado de
unilateral. Ressalta que o art. 9º da Circular nº 302/05 trouxe uma nova
conceituação de IPD, passando a vedar o oferecimento de cobertura em que o
pagamento da indenização esteja condicionado a impossibilidade do exercício pelo
segurado de toda e qualquer atividade. Menciona, ainda, que a caracterização da
invalidez permanente passou a ter outros desdobramentos que dizem com a
validade ou não da declaração médica. Enfatiza que a validade da vigência dos
contratos de seguro é anual, sendo que a renovação automática, a contar do NCC
no seu art. 774 só poderá ocorrer apenas uma vez. Ainda, assevera que não há a
titulação de direito adquirido à renovação do contrato de seguro. Por fim, reclama a
inexistência de um fundo mutual, pugnando pela improcedência da ação. Trouxe
documentos (fls. 157/293).
Réplica (fls. 295/309).
Depois, instadas as partes a dizerem sobre a produção ainda de
provas, nada requereram nesse sentido.
O Ministério Público manifestou-se pela procedência da ação
(fls. 317/322).
Afastada a preliminar de incompetência absoluta do juízo (fl.
323).
Na audiência designada foi colhido o depoimento pessoal do
representante legal da ré às fls. 345/352.
Interposto agravo retido pela demandada às fls. 357/360.
Encerrada a instrução, manifestou-se a parte autora através de
memoriais às fls. 364/370.
É O RELATO.
PASSO A DECIDIR.
2. Os processos percorreram todos os trâmites legais, estando
presentes os pressupostos e as condições da ação, inexistindo nulidades a serem
declaradas.
Assinalo, desde logo, que o pleito de chamamento ao processo
da SUSEP restou afastado às fls. 323 e 335 dos autos nº 001/1.08.0113910-8 e, por
consequência, resultou expressamente afastada a alegação de incompetência
absoluta do juízo.
Inclusive, a decisão de fl. 335 foi objeto de interposição de
agravo retido, o qual ora os recebo.
Da preliminar de prescrição autos nº 001/1.08.0214498-9.
Inaplicável ao caso em concreto a Súmula 101 do STJ e o art.
206, §1º, II, “b”, do CCB/02, posto que não se busca indenização decorrente de
contrato de seguro, mas sim a obrigação a reintegração da cláusula excluída do
contrato de seguro de vida que previa a cobertura para invalidez permanente e
total por doença firmado entre os segurados e a seguradora ré, tendo como
estipulante o Banrisul.
Ora, o caso aqui é de aplicável do prazo previsto no Código de
Defesa do Consumidor, já que se trata de relação de consumo em que prejudicados
os segurados face a exclusão de forma unilateral pela demandada.
Do mérito.
Busca a autora nestas três demandas a reintegração da garantia
acessória contra os riscos de invalidez permanente e total por doença – IPD,
excluída pela demandada, distintas, no entanto, as apólices a quais pretendem ver
reintegradas, quais sejam: a) nºs 1423 e 1424, transferidas para as apólices nºs
4095 e 4096 dos autos nº 001/1.08.0156898-0; b)nº 1463, transferida para a apólice
nº 3883 dos autos nº 001/1.08.0214498-9; e c) nº 1601, transferida para a apólice
nº 4057 dos autos nº 001/1.08.0113910-8.
Inicialmente, consigno, tratar-se com relação de consumo onde
aplicáveis as hipóteses previstas no Código de Defesa do Consumidor.
E isso porque este diploma legal prevê em seu art. 3º, §2º que
“Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídic a, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços. [...] § 2° Servi ço é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.”
Ora, tomando apenas por base a Lei nº 8.078/90, é
imprescindível que se reconheça a vulnerabilidade do consumidor. Não se trata de
afastar este princípio somente com a alegação de que a demandante não é
consumidor considerado em sua feição individual. A vulnerabilidade está sempre
presente na relação de consumo, como elemento básico e não se confunde com a
hipossuficiência (outra questão jurídica).
Cumpre, então, destacar e enfocar Princípio da Vulnerabilidade
1,
nesse sentido, “é um conceito que expressa relação, somente podendo existir
tal qualidade se ocorrer a atuação de alguma coisa sobre algo ou sobre
alguém. Também evidencia a qualidade daquele que foi ferido, ofendido,
melindrado por causa de alguma atuação de quem possui potência suficiente
para tanto. Vulnerabilidade é, então, “o princípio pelo qual o sistema jurídico
positivado brasileiro reconhece a qualidade daquele ou daqueles sujeitos de
que venham a ser ofendidos ou feridos, na sua incolumidade física ou
psíquica, bem como no âmbito econômico, por parte do sujeito mais potente
da mesma relação. O princípio da vulnerabilidade decorre diretamente do
princípio da igualdade, com vistas ao estabelecimento de liberdade,
considerado, na forma já comentada no item específico sobre este último
princípio, que somente pode ser reconhecido igual alguém que não está
subjugado por outrem.”
2O consumidor considerado em sua forma individual ou
metaindividual (direitos individuais homogêneos, coletivo strito sensu e difusos) são
os vulneráveis desta relação jurídica, a parte mais fraca e que, na maioria das
vezes sobre reflexos lesivos no desenvolvimento das atividades mais comuns da
vida e diria indispensáveis da moderna sociedade de consumo.
Porquanto, os contratos acima referidos foram pactuados entre o
estipulante, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A, e a seguradora ré, com o
objetivo de garantir o pagamento da indenização para a hipótese de ocorrer evento
danoso contratado, mediante o pagamento do prêmio, cuja regulamentação está
prevista nos arts. 757 e segts. do CCB/02.
Com efeito, compulsando os autos, verifica-se que os seguros
de vida integrados pelos contratantes decorrem de pactos firmados 2001 (fls.
98/118 e 119/135 dos autos nº 001/1.08.0156898-0; fls. 119/137 dos autos nº
001/1.08.0214498-9 e fls. 221/237 dos autos nº 001/1.08.0113910-8).
Como se verifica da correspondência enviada ao estipulante (fl.
138 dos autos nº 001/1.08.0214498-9 e fls. 274/281 dos autos nº
001/1.08.0113910-8), não haveria a possibilidade de renovação dos pactos em
razão da nova regulamentação do seguro.
Sem dúvida, as correspondências mencionados romperam com
o equilíbrio contratual, ante a possibilidade de rescisão unilateral do contratado
caso não fossem aceitas novas condições para o pacto, desassistindo os
segurados e a justa expectativa de prosseguir com o seguro avençado.
Assim, em se tratando de contratos de prestações sucessivas
necessário que se respeite a estabilidade das cláusulas contratuais submetidas ao
consumidor consoante dispõe o art. 4º, III, do CDC.
1 “Art. 4º
. A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde, segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor;” 2
PAULO VALÉRIO DAL PAI MORAES. Código de Defesa do Consumidor – o princípio da vulnerabilidade no contrato, na publicidade, nas demais práticas comerciais. Porto Alegre: Síntese, 1999, p. 96 e 97.
Ademais, a teor do art. 51, incisos IV e XV, do CDC, estabelece
como abusivas as cláusulas em que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada ou incompatível com a boa-fé ou equidade, bem como aquelas em que
estejam em desacordo com o sistema de proteção de consumidor.
E nesse sentido, inclusive, esse é o entendimento da
jurisprudência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, in verbis:
“APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO DE VIDA. EXCLUSÃO DA
COBERTURA. INVALIDEZ TOTAL E PERMANENTE POR DOENÇA. ABUSIVIDADE. APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. MANUTENÇÃO DO CONTRATO COMO
ANTERIORMENTE PACTUADO. 1. O objeto principal do seguro é a cobertura do risco contratado, ou seja, o evento futuro e incerto que poderá gerar o dever de indenizar por parte da seguradora. Outro elemento essencial desta espécie contratual é a boa-fé, na forma do art. 422 do Código Civil, caracterizada pela lealdade e clareza das informações prestadas pelas partes. 2. A relação jurídica de seguro está submetida às disposições do Código de Defesa do Consumidor, enquanto relação de consumo atinente ao mercado securitário. 3. O litígio em exame versa sobre o reconhecimento da ilegalidade das alterações propostas pela demandada, bem como da abusividade da cláusula que prevê a resilição unilateral por parte da seguradora. 4. A cláusula contratual que determina o acréscimo no prêmio, não indica os critérios utilizados para determinar o reajuste em valor tão vultoso. Previsão de aumentos anuais elevados, rompendo com o equilíbrio contratual, princípio elementar das relações de consumo, a teor do que estabelece o artigo 4º, inciso III, do CDC, inviabilizando a continuidade dos contratos a segurados nessa faixa etária. 5. A estabilidade das cláusulas contratuais a que está submetido o consumidor deve ser respeitada, em especial nos contratos de prestações sucessivas, como é o caso dos autos. Nessa seara, com base no artigo 51, incisos IV, X e XV, § 1º, do CDC, reconhece-se a invalidade da exclusão unilateral da cobertura Invalidez Permanente Total por Doença 6. O seguro constitui pacto de trato sucessivo e não temporário o que implica certa continuidade nesta relação jurídica cativa. Se mantidas as mesmas condições da época da contratação, as suas disposições não devem ser alteradas unilateralmente pela seguradora, exceto se durante o período de contratação haja a ocorrência de fatos não previsíveis, com o condão de modificar significativamente o equilíbrio contratual. 7. A comunicação tempestiva não é o único requisito a ser preenchido para não se efetivar a renovação do pacto. Como visto anteriormente, a correspondência com os novos termos de contratação, ao consumidor é abusiva, não merecendo qualquer consideração as informações nela contida, acerca da extinção do contrato. Negado provimento ao apelo.”
(Apelação Cível Nº 70025052564, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em 12/11/2008)
CONTRATO. NOVA PROPOSTA COM EXCLUSÃO DE COBERTURA DA INVALIDEZ PERMANENTE TOTAL POR DOENÇA. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ E DA MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO DO CONTRATO. Hipótese dos autos em que se afigura abusiva a não renovação do contrato de seguro nos moldes originariamente contratados, sendo oferecida nova proposta com a exclusão de cobertura por invalidez permanente total por doença sem a redução proporcional do prêmio. Aplicação dos princípios da boa-fé e da manutenção do equilíbrio econômico do contrato ¿ art. 51, IV, do CDC. Precedentes. APELAÇÃO DESPROVIDA.” (Apelação
Cível Nº 70021220496, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em 12/06/2008).
“SEGUROS. AÇÃO ORDINÁRIA. SEGURO DE VIDA. Renovação do contrato com a exclusão de cobertura para Invalidez Total e Permanente por Doença. Impossibilidade. Manutenção do contrato, nos moldes originariamente pactuados. Dano moral. Não-configuração. Apelos improvidos.” (Apelação Cível Nº
70021081963, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Luiz Rodrigues Bossle, Julgado em 19/09/2007).