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Alicia Gallotti. Novo Kama Sutra Ilustrado. Tradução Magnolia Léon

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Academic year: 2021

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Alicia Gallotti

Novo Kama Sutra

Ilustrado

Tradução

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Copyright © Alicia Gallotti 1999, 2002

Copyright © Ediciones Martínez Roca 1999, 2002 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Planeta do Brasil Ltda.

Avenida Francisco Matarazzo, 1500 – 3º andar – conj. 32B Edifício New York

05001-100 – São Paulo – SP

www.editoraplaneta.com.br vendas@editoraplaneta.com.br

Preparação de texto: Lellis Assessoria Editorial Capa: Exit (adaptada)

Imagem de Capa © INDEX Ilustrações: © Pedro Richard Revisão: Amélia Kassis Ward

Conversão para eBook: Freitas Bastos

DADOS INTERNACIONAIS DE

CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP,

BRASIL)

Gallotti, Alicia

Novo Kama Sutra Ilustrado: as melhores posições para fazer amor/Alicia Gallotti; [tradução Magnolia Léon]. ilustrações Pedro Richard – São Paulo: Planeta, 2013. Tradução de: El Nuevo Kama-Sutra Ilustrado

ISBN 978-85-7479-645-1

1. Amor 2. Arte erótica – India 3. Intercurso sexual 4. Literatura erótica – India 5. Sexo I. Lellis Assessoria Editorial. II. Título. III. Título: As melhores posições para fazer amor.

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Índices para catálogo sistemático: 1. Kama Sutra: Técnicas sexuais 613.96

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S

INTRODUÇÃO

PRAZER LIVRE E NATURAL

exo é natureza, prazer, energia e vida.

A prática do sexo é uma mistura de espiritualidade e instinto que se eleva até o prazer; uma força profunda e irracional do corpo que soma todas as variantes racionais que a experiência própria e alheia oferecem para melhorar e ampliar os limites do deleite.

Mas, além desse impulso vital, as relações sexuais constroem-se no dia a dia. Nelas influem tanto o comportamento íntimo de cada membro do casal, como o entorno social e sua repercussão nesse comportamento.

Os temores, a incomunicabilidade, os prejuízos distanciam os membros do casal do caminho do gozo e não só lhe negam o prazer, como impedem que cresça em suas relações até atingir os graus máximos da satisfação. Este objetivo só é alcançado por meio da liberdade, do diálogo sincero, de experimentar sem colocar amarras na imaginação. O incentivo é buscar a novidade e descobrir, valendo-se da leitura ou das experiências cotidianas, cada novo estágio que conduza ao auge do prazer.

Mas não é preciso criar uma obsessão pela busca do ponto máximo da perfeição sexual, que, provavelmente nem exista. O importante é o caminho da busca. Cada nova tentativa do casal, por menor ou mais breve que possa parecer, aumenta a bagagem com novas carícias, novas formas de beijar, posições surpreendentes, palavras maliciosas, abraços excitantes que, além de impulsionar ao

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gozo até sua plenitude, aparecem como as melhores armas para combater a monotonia, um dos maiores inimigos da relação sexual.

Um casal entediado e repetitivo em suas relações sexuais abre uma porta para o fracasso.

Reduzir o conformismo que conduz à monotonia com a chama do improviso revitaliza as afinidades do casal. É preciso recorrer a toda informação possível: livros, revistas, fotos, vídeos, vivências próprias e alheias, para fechar essa porta e abrir a da fantasia, com a segurança de que através dela abandonam-se os medos sociais que limitam os impulsos da paixão. Liberar-se na intimidade, convencido de que as regras sociais perdem toda a validade, significa que cada pessoa, cada casal, constrói seus valores com suas próprias normas e sem limites. Não há proibições, não há censuras. Só existem as fronteiras que cada um deseja demarcar. A partir dessa liberdade ampla pode-se chegar a um sexo melhor.

Cada palavra deste texto pretende contribuir para a construção dessa atividade sexual a partir da mais completa liberdade de decisão. Este não é um dicionário técnico nem um manual. Tampouco é um livro sagrado, depósito da sabedoria e da verdade única. Pelo contrário, foge de todos os rótulos que definem o sexo como uma atividade rígida, como um sentimento vital mas obscuro, de preferências condenáveis e encobertas e fundamentado em fanatismos religiosos e culturais.

Talvez, a grande conclusão seja que não é preciso interpretar o sexo, apenas desfrutá-lo; que o comportamento sexual e sensual das pessoas é tão amplo e diverso que o indispensável é compreendê-lo para conviver e compartilhar o que o desejo

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inevitavelmente exige; que nessa diversidade repousa a satisfação, e que o sexo não se resume ao simples e natural coito, mas que abre o amplo terreno de todas as expressões e sensações que o corpo possa experimentar espontânea e ilimitadamente.

Cada centímetro da pele participa, percebe e reage; a boca e as mãos, o ânus e os olhos, o umbigo e as coxas, os peitos e os glúteos formam alguns dos relevos da vasta geografia do sexo, em que a sensibilidade ordena sensações diferentes que as zonas erógenas transmitem como ondas sísmicas.

Tudo é sexo e tudo é gozo.

Atrever-se a descobrir os recantos desse território significa voar sobre novas experiências com outros parceiros e pessoas estranhas; mergulhar nos mistérios da dor e da ternura entrelaçados; rastrear as formas conhecidas do próprio sexo respondendo ao chamado interno do desejo; percorrer sem pudores os enigmas da sedução emitindo sinais sensitivos que elevem a libido. Assim, as necessidades de cada um poderão ser descobertas e satisfeitas de forma solitária ou em companhia, para sentir-se finalmente liberado.

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A

A ATRAÇÃO SEXUAL

força da natureza é incontrolável: é a força que abre a terra, forma os ventos e movimenta as ondas oceânicas. É a origem primeira e se resume a uma só palavra: energia.

Essa energia, transferida a uma escala humana, chama-se sexo: vitalidade e potência herdada da natureza, porque forma parte dela e porque é o cerne da existência. Parece inútil a polêmica sobre se o sexo é ou não importante, é transcendente, porque dessa energia deriva a própria vida. É a fonte que alimenta o mais alto prazer individual; é uma linguagem social com signos e mensagens que os corpos enviam para atrair ou rejeitar o outro, em um jogo de relações que cada cultura adapta segundo suas preferências e preconceitos.

A natureza reconhece dois sexos complementares, identificados e separados por suas particularidades físicas. Cada organismo age segundo as mensagens enviadas pelas substâncias que funcionam como combustível do sexo: os hormônios. Quando o desejo se insinua, a libido entra em funcionamento e os cinco sentidos dispõem-se a satisfazê-la com odores excitantes, sabores tentadores, texturas estimulantes, cenas provocantes ou sons sugestivos.

No momento em que a energia suprema entra em ação, os sentidos agem por si mesmos. A atração é vigorosa e cresce, incontrolável, como a própria natureza.

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O SEXO DO HOMEM

As características físicas dos sexos têm uma particularidade evidente e determinante em sua constituição e função, que influi no seu reconhecimento. Nos homens, os componentes dos órgãos genitais são, na maior parte, externos, enquanto nas mulheres temos o contrário. Portanto, seu reconhecimento cotidiano é mais simples no homem e supõe uma “pesquisa” maior na mulher.

O pênis e o escroto são as partes visíveis do órgão sexual masculino. O pênis, membro mitificado como nenhum outro na história da humanidade, é composto de glande ou cabeça, que adquire formatos diferentes e é coberta por uma pele muito fina, com numerosos terminais nervosos que a tornam muito sensível ao tato. Em seu lado posterior encontra-se o freio, que retém uma espécie de capuz de pele denominado prepúcio, que cobre a glande. É justamente essa a porção extirpada quando se realiza a circuncisão, que consiste em deixar a glande livre de excessos. Sua extirpação é realizada por motivos religiosos (cerimônias judaicas e muçulmanas, por exemplo) ou por razões de higiene ou funcionalidade do órgão genital.

A ejaculação é a expulsão de sêmen pela uretra e acontece durante o orgasmo, quando o estado de máxima excitação provoca as contrações que permitem a ejaculação. É produzida durante a relação sexual ou a masturbação, podendo, também, ocorrer durante o sono, produto da excitação de um sonho erótico. Neste caso, denomina--se polução ou ejaculação noturna.

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O tronco do pênis, de formato cilíndrico, tem a propriedade de variar de tamanho, involuntariamente. Sua estrutura interna é composta por numerosos poros ou corpos cavernosos semelhantes a uma esponja, de modo que quando a afluência de sangue na zona preenche esses corpos, como consequência da excitação, provoca a ereção do membro e seu consequente crescimento até dobrar de tamanho, em alguns casos, o seu tamanho em repouso.

Sob a base do pênis nasce o escroto, uma bolsa de pele rugosa e sensível que protege os dois testículos. Essas glândulas sexuais, de formato oval, são as responsáveis pela produção do hormônio sexual masculino e os espermatozoides que intervêm na reprodução. Os testículos comunicam-se, através de dois canais (chamados de deferentes), com as vesículas seminais, aonde chegam os espermatozoides e se misturam com um líquido que lhes serve de veículo e de alimento, simultaneamente. Ao saírem dessas vesículas, desembocam na próstata. Ali, elabora-se um fluido similar que, ao se mesclar com aquele proveniente das vesículas seminais, formam o sêmen definitivo que será ejaculado. Esse percurso é realizado através dos canais da uretra, que fazem a comunicação da próstata com o exterior.

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O SEXO DA MULHER

Ao contrário dos órgãos masculinos, a genitália feminina está oculta em sua maior parte, com exceção da vulva, sua única zona externa. Seus limites anatômicos são o monte de Vênus na parte superior, onde se concentram os pelos pubianos, e o períneo, na inferior, que a separa do ânus.

As estruturas mais visíveis da vulva são os grandes lábios, que formam uma dobra dupla que contém diversas glândulas e folículos pilosos. Entre eles situam-se outras dobras de pele que conformam os pequenos lábios. Seu papel principal é lubrificar a pele da vulva e cobri-la com secreções que, juntamente às vaginais e sudoríparas, formam uma espécie de camada impermeável que a protege contra a urina, o fluxo menstrual e as bactérias.

O ponto G é uma zona muito pequena, localizada na parede superior da vagina, sob a bexiga e a dois ou três centímetros atrás do osso pubiano. Altamente sensível à pressão, se estimulado corretamente produz grande excitação sexual.

Os lábios, verdadeira porta de entrada à vagina, são os que demonstram a excitação sexual, já que, à medida que esta cresce, congestionam-se, aumentam de espessura e se projetam para fora. Assim como o pênis, seu formato e tamanho variam de mulher para mulher.

Coberto pelos pequenos lábios, encontra-se o clitóris (“chave” em grego), imerso já na zona oculta da genitália feminina. Seu corpo

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atinge apenas dois ou três centímetros, apesar de estar dobrado sobre si mesmo. Trata-se do órgão mais sensível da vulva e age como receptor e emissor dos estímulos sexuais, cuja missão é elevar a excitação. Sua parte superior é coberta por uma membrana hipersensível, em decorrência da grande quantidade de terminais nervosos que nela se concentram. Isso faz com que, durante o coito, o clitóris seja o centro da excitação, respondendo pela ampliação de seu tamanho e colocando-se em ereção.

O hímen é uma fina membrana, localizada na abertura da vagina, que age como seu protetor durante a infância e a adolescência. Geralmente, na puberdade já se encontra semiperfurada para permitir a passagem do sangue menstrual. Seu nome deriva do deus grego do casamento, e está relacionado às mais arcaicas tradições, como suposto testemunho da virgindade feminina. Sua espessura e resistência variam de mulher para mulher. Se permanecer intacto antes da primeira penetração, não quer dizer que irá provocar uma dor insuportável como se diz por aí. Essa dor costuma ser provocada pelo nervosismo do momento, que produz a contração dos músculos vaginais impedindo uma penetração suave.

Também por trás dos lábios, e já abandonando o vestíbulo formado pela vulva, se abrem o orifício uretral e a vagina. Este último órgão é um canal fibromuscular de medidas variáveis e de aproximadamente oito centímetros de comprimento. É tão elástico que seu espaço é mais virtual do que propriamente real, já que pode se adaptar a qualquer tamanho de pênis. A única dificuldade para acolher o órgão masculino é uma penetração muito apressada, sem preparação prévia, já que a excitação crescente colabora para a expansão vaginal paulatinamente.

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Em sua parte interna, a vagina é coberta por dobras grossas denominadas rugas e divide-se em três espaços abertos — e comunicados — chamados abóbadas. A abóbada posterior é um pouco mais estreita e profunda do que as demais, para facilitar a irrigação de esperma em direção ao colo do útero.

A cobertura interna da vagina contém uma substância chamada glicogênio, que origina o ácido lático e que, por sua vez, confere um certo equilíbrio à composição do fluxo vaginal, mantendo-o livre de bactérias. Essa lubrificação completa-se com as secreções das glândulas de Bartholin ou vestibulares, situadas atrás da vagina. Seus canais abrem-se entre os pequenos lábios e o anel do hímen, secretando um muco lubrificante sobre a vulva.

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O CHAMADO DOS HORMÔNIOS

Esta geografia sexual corresponde à anatomia de seres adultos e é alcançada depois de superada a etapa da puberdade, quando ocorre a transformação que leva ao amadurecimento sexual. Nessa complexa fase de desenvolvimento os hormônios adquirem o papel principal. São substâncias químicas que o organismo produz com intenção de regular, acelerar ou diminuir alguns processos ou reações. Durante a puberdade inicia-se a produção de hormônios sexuais masculinos e femininos. O hormônio sexual masculino, produzido pelos testículos do homem, é a testosterona e origina o desenvolvimento do pênis e dos testículos, a mudança da voz e o aparecimento dos pelos localizados geralmente, e mais abundantemente, na zona pubiana, peito, axilas, rosto (barba), braços e pernas. Seu efeito é observado no crescimento da massa muscular no peito e ombros além de um aspecto psíquico: o aumento da agressividade.

O fator emocional é determinante nas relações e na atração sexual. Estas são condicionadas por reações e disfunções psicossomáticas: a fadiga, a insônia, a apatia, a depressão, a solidão, o fracasso profissional, a falta de apetite, o estresse. A maioria das disfunções inibe parcial ou completamente a libido.

Os hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona, têm participação semelhante nas mudanças físicas produzidas na mulher. São sinais evidentes dessas transformações o

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amadurecimento dos órgãos sexuais, o surgimento de pelos no púbis e axilas, o crescimento dos seios, contornos físicos mais bem definidos e, fundamentalmente, a menstruação. Esse ciclo, que denuncia o início da etapa fértil, começa com a produção de estrogênio pelo ovário. A partir desse instante, crucial na vida de toda mulher, até seu desaparecimento ao redor dos 50 anos, quando chega a menopausa, esse mesmo período se repete continuamente com uma frequência aproximada de 28 dias (podendo durar mais ou menos, de acordo com o organismo e a influência exercida pelos estímulos externos). O processo durante cada ciclo menstrual divide-se em duas fases: a estrogênica e a progesterônica. A primeira vai do primeiro dia da menstruação, quando o ovário produz pequenas quantidades de estrogênio, e vai aumentando até chegar ao 14o dia, precisamente antes da ovulação, quando atinge o ponto máximo de secreção desse hormônio. Depois de emitido o óvulo, o ovário começa a produzir progesterona em doses crescentes até o dia que antecede a menstruação seguinte.

Contudo, os hormônios não só estimulam a sexualidade em seu aspecto puramente físico, transformando os organismos e preparando-os para a reprodução, mas também acendem a chama do desejo. Constituem o fator determinante para que a atração se dê e a relação sexual se concretize.

Esse apetite, que os psicólogos já não consideram apenas como uma reação hormonal, mas também como uma das forças psíquicas mais poderosas, é a libido, cujo poder, mesmo surgindo sexualmente, alcança outros canais do comportamento das

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pessoas. Contudo, como em muitas outras questões, vale a pena assumir as reações físicas e psíquicas como um todo e não separadamente, pois uma divisão não corresponderia à realidade. Realidade ampla e intrincada, impossível de ser sintetizada em um estereótipo de atração.

A sociedade cria modelos estéticos que ditam as normas da beleza, determinam o que é atraente e aceito nos meios de comunicação, e estes veículos, basicamente os audiovisuais, difundem esses modelos como verdade absoluta e indiscutível com mensagens de cunho sexual cada vez mais diretas. Contudo, esses corpos perfeitos, com a roupa, o corte de cabelo e a maquiagem da moda, trazem um ideal de beleza já cristalizado pela sociedade. Porém esse deslumbramento não garante a sedução desejada. Na realidade, os mecanismos da atração sexual são mais cegos que o amor. O magnetismo da libido aparece repentinamente diante de pessoas que não respondem aos parâmetros estéticos tidos como ideais; pode ocorrer em situações violentas ou desagradáveis, despertando paixões em casais absolutamente desiguais. O mundo da libido não respeita regras e é tão afrodisíaco por ser justamente imprevisível. Nunca se sabe como, onde e com quem vai surgir a chama; complexidade indecifrável que a torna espontânea e indomável.

A libido é alimentada por fatores culturais e psíquicos, nos quais influem a personalidade, o caráter de cada pessoa e os hormônios. A dopamina, por exemplo, é um desses hormônios do sistema nervoso que regula os níveis de dor e as sensações de prazer. E ainda trava uma luta particular com a prolactina — outro hormônio

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que influi decisivamente na inibição do apetite sexual e que pode ser responsável por uma das causas da anorgasmia ou desaparecimento do desejo sexual.

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O IMPÉRIO DOS SENTIDOS

Na ativação hormonal junto a uma psique aberta e plena, o impulso sexual encontra seus maiores intensificadores; mas uma participação semelhante verifica-se na percepção dessas mensagens e estímulos por meio dos sentidos. As sensações que agem como provocadoras da mente e do corpo possuem na visão, na audição, no paladar, no olfato e no tato seu transporte mais fiel.

Um fator determinante na atração é o tato, exercido não mais exclusivamente pelos dedos da mão, mas também por outras partes do corpo sensíveis e treinadas para reconhecer texturas, como a ponta da língua, os mamilos, os dedos dos pés... Uma carícia que estimula os terminais nervosos de uma zona sensível é capaz de disparar a atividade de hormônios como a dopamina ou a adrenalina. Até mesmo certas convenções culturais, um simples abraço ou um aperto de mão, iniciam o contato íntimo, pele com pele, que desemboca no que muitos chamam de “descarga elétrica” — a perturbadora sensação da atração.

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Uma inquietação que pode ser também percebida por outros meios: os olhos, por exemplo, são um canal múltiplo de transferência de sensações excitantes. De um texto erótico, que dá asas à imaginação para a elaboração de fantasias, até a visão mais explícita do corpo nu do amante, os olhos se deparam com centenas de cenas que despertam a libido. Os sentidos transmitem estímulos, mas a mente os recebe como um possível impulso sexual. Para isso existem uma estética e uma linguagem gestual que levam a incitar o desejo: uma boca entreaberta, pulsante, e a ponta da língua que molha lentamente os lábios, são insinuações diretas que os olhos percebem como mensagens explícitas. Uma silhueta seminua à contraluz, atrás de um biombo opaco, transforma-se em um campo magnético que atrai o desejo sexual de quem observa.

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Mas nem sempre são necessárias situações tão reveladoras, também certos traços físicos despertam a atração: lábios carnudos e sensuais; glúteos firmes, arredondados e salientes ou, simplesmente, olhos penetrantes que possuem um olhar incisivo podem ter uma carga explosiva de sensualidade. Tudo isso é perceptível através da visão.

Do mesmo modo, a língua capta na intimidade o sabor do prazer. O sabor se incorpora ao sinal quando a língua percorre palmo a palmo os recantos do amante, experimentando os sabores de sua boca em beijos profundos; os da sua pele e os dos recantos mais íntimos, onde a saliva se mistura com os fluidos corpóreos e formam sabores ácidos, salgados e, em determinados casos, levemente adocicados. A influência do paladar na cena sexual é muitas vezes menosprezada porque é preciso certa imaginação para incentivá-lo. Os sabores corporais necessitam, em determinadas ocasiões, de um complemento. Muitos casais somam a seus jogos eróticos, e também ao sexo oral, todo tipo de produtos que aumentam o apelo afrodisíaco das situações e reinterpretam o prazer com substâncias muito saborosas. Geleias, cremes ou iogurtes são suplementos frequentemente usados nos genitais ou nos mamilos. As bananas, utilizadas para a masturbação feminina, têm um sabor diferente quando saboreadas durante o ato sexual. O mesmo acontece com algumas bebidas derramadas sobre o corpo do amante, que são apreciadas com prazer diferente quando sorvidas sobre a pele.

Sensações semelhantes são estimuladas quando sussurradas no ouvido. Palavras, sons, músicas... possuem um significado especial que despertam os sentidos. As frases certas dependem sempre da

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expectativa do amante. Doces palavras de carinho e afeto costumam ser a abertura para a excitação, fascinando o amante como um canto de sereia. Contudo, às vezes as palavras devem ter o tom que o amante deseja ouvir, porque essa é a chave para provocar o efeito excitante da atração e o desejo. Um grito, palavras chulas, maliciosas ou a descrição detalhada de uma relação sexual podem também provocar o mesmo efeito. Mas tampouco é preciso emitir um som inteligível. Os ruídos próprios do sexo reacendem a paixão: os gemidos tênues que se elevam à medida que a excitação aumenta, a respiração ofegante ou entrecortada e ansiosa que cresce e toma conta do ambiente quando as palavras se esgotam, agem como estimulador sensual.

Quando o silêncio e as sombras envolvem o sexo, os odores ganham um papel mais importante. Se o uso de perfumes é um atrativo artificial utilizado como arma de sedução (geralmente muito eficaz), o sexo tem seus aromas inerentes que provêm do mais profundo da evolução. É esse lado selvagem que subsiste oculto nos homens e nas mulheres e que aflora no momento da paixão, como um chamado ancestral indomável. No mundo animal, as fêmeas deixam o rastro de seu odor sexual quando querem que o macho encontre o caminho para seus desejos. No mundo humano, um leve aroma

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fresco e recente de suor masculino, produto da excitação, costuma ser um manto envolvente de incitação para sua amante. Já a mulher excitada emana uma substância aromática pelas glândulas sudoríparas, tipicamente feminina, resultante de um estímulo sexual de alta voltagem para seu amante — é o que comumente se chama “cheiro de mulher”.

Mas, se essa descrição transporta a um mundo teórico de sensações dispersas, a realidade é ainda mais rica, pois surgem todas juntas e simultaneamente. As percepções se misturam no ambiente, se complementam para multiplicar o desejo e a atração e para oferecer a versão autêntica e multidimensional do apetite sexual.

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Pode-se considerar o clitóris como um pênis em versão reduzida?

O clitóris não possui nenhuma função reprodutora nem urinária; aumenta como o pênis, mas seu tamanho não varia. Apesar de possuir certa semelhança com o pênis e sua origem embrionária ser a mesma, seria um erro falar do clitóris como um “pequeno pênis”, da mesma forma que é um disparate referir-se ao pênis como um clitóris “pouco refinado”.

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As ejaculações muito frequentes podem levar um homem a perder potência e energia?

Absolutamente. É um tópico sem nenhum fundamento. A sensação de relaxamento pós-orgástica foi erroneamente identificada como uma suposta fraqueza que, além do mais, segundo essa lenda, se prolonga no tempo.

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É possível que um homem ejacule sem ter alcançado a ereção?

Sim. Essa possibilidade existe e, de fato, ocorre, já que ambos os processos são independentes. Enquanto a ereção se produz pela vasodilatação de todos os corpos cavernosos do pênis mediante a afluência de sangue, a ejaculação é a expulsão de sêmen através da uretra; duas fases diferentes, que não necessariamente são consequência uma da outra.

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O tamanho do pênis interfere no orgasmo feminino?

A elasticidade muscular da vagina lhe permite uma adaptação a qualquer tamanho de pênis, de forma que o tamanho deste não influi proporcionalmente no prazer que a mulher sente. Influi, sim, o grau de ereção alcançado e também as fantasias que possa nela despertar.

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O

QUANDO O CORPO GOZA

apetite sexual é a chave inicial. Uma pessoa se sente seduzida por outra, entra em contato com ela, flerta eroticamente e recebe estímulos que geram excitação. O que acontece então?

Homens e mulheres respondem fisicamente a esse chamado. Os corpos sentem mudanças muito específicas e semelhantes em resposta a esse magnetismo sexual, apesar de as singularidades de cada sexo marcarem as diferenças. Músculos tensos, genitais inflamados, respiração ofegante, pele ruborizada, são sinais evidentes e inequívocos do chamado do desejo que provoca a excitação.

Na mente, contudo, esses mecanismos de resposta diante da atração têm um vínculo definitivo com o estímulo que a provoca. Uma excitação nasce de um contato real ou simplesmente da imaginação, e os episódios sexuais podem ser gerados com uma pessoa do sexo oposto ou do próprio sexo.

A resposta condicionada pela psique, somada à resposta física, faz brotar a paixão que culmina no prazer compartilhado e recíproco, onde os corpos se fundem na busca do gozo comum ou na masturbação, quando o prazer individual alivia tensões e ardores nesse caminho que leva à satisfação pessoal.

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ASSIM RESPONDE A MULHER

Quando os sentidos dão o alerta e o estímulo sexual se instala na mente, o corpo feminino se acende e começa sua adaptação para responder à nova situação. Essa aclimatação tem quatro fases: a excitação, o platô, o orgasmo e o retorno à calma.

A respiração se agita, o coração bate mais rápido e o sangue acelera sua circulação quando a paixão inflama o corpo. A partir de então as respostas do organismo se multiplicam: as pupilas se dilatam, os lábios começam a trocar de cor tornando-se cor-de-rosa forte; os mamilos aumentam de tamanho, ficam mais duros e eretos. Começam a aparecer as primeiras gotas de suor, produtos do aumento da temperatura interna. A mente parece se abstrair da realidade e se concentra somente nesse estímulo sexual, que atrai totalmente sua atenção e a fascina. Os seios se incham levemente e a vagina responde às primeiras carícias, aos dedos que deslizam mesmo por cima do tecido da roupa, estimulando-a com um toque contínuo. Poucos segundos depois, começa a reagir e pequenas gotinhas isoladas aparecem sobre a pele dos lábios vaginais, lubrificando as dobras.

À medida que a excitação cresce, aquelas gotinhas se transformam em uma úmida e suave camada que cobre toda a parte interna da vagina. A resposta hormonal chega a ultrapassar as fronteiras dos grandes lábios e toma contato com a roupa íntima.

O clitóris apresenta uma reação mais lenta. Os beijos, carícias e massagens nos seios e a sucção e leves mordidas nos mamilos são

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fontes de estimulação indireta que, somadas às carícias no monte de Vênus e aos jogos insistentes dos dedos sobre o pelos pubianos, desencadeiam sua reação. Contudo, quando a estimulação é direta, com os dedos ou a língua sobre o clitóris, este responde mais rapidamente endurecendo e inflamando.

O corpo ultrapassa essa tênue fronteira com a fase do platô, quando o ardor sexual inicia seu caminho para o orgasmo. Os seios aumentam ainda mais de tamanho e as aréolas se dilatam; os músculos da vagina se expandem e se tornam mais elásticos, prontos para receber o pênis. Simultaneamente, os pequenos lábios duplicam ou triplicam seu tamanho pela congestão e impulsionam para fora os grandes lábios, como se fossem uma flor aberta. A excitação continua aumentando; o clitóris se retrai e a mulher atinge a plataforma orgástica, um momento-chave antes da explosão de prazer na qual a vagina se contrai, diminuindo sua abertura e apertando o pênis durante o coito. A temperatura e o ardor chegam a um limite extremo e aparecem manchas avermelhadas nos seios, nas costas, no pescoço e no rosto, mas não em todas as mulheres nem com a mesma intensidade. Os músculos se contraem. A respiração se acelera ao máximo, e a pressão sanguínea obedece às pulsações do coração. Nesse instante, quando a boca aberta e ansiosa busca mais ar e os músculos se contraem para se endurecerem como rochas, explode a liberação do orgasmo e um prazer supremo invade o corpo todo.

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ASSIM RESPONDE O HOMEM

Imerso no impreciso terreno da excitação e dos estímulos, o cérebro do homem, como o da mulher, produz reações semelhantes e explícitas de seu estado de paixão. Contudo, uma dessas reações, por ser bem evidente, se impõe às demais: a ereção.

Um homem excitado transmite mensagens de estímulo ao pênis através da medula espinhal. Essa ordem involuntária faz com que o membro, que antes estava flácido e pendente durante o repouso, comece a se erguer à medida que começa a fluir sangue em abundância no tronco. O ardor aumenta a respiração, que fica curta e intensa; o coração trabalha em um ritmo alterado, o pênis se ergue, duplica seu volume e se enrijece, pulsante, com as veias proeminentes sobre o tronco e a glande avermelhada com a pele esticada.

Quando a ereção atinge sua plenitude, pode se sustentar nesse estado segundo os estímulos ou as técnicas utilizadas para conservar a excitação, dependendo, também, da concentração mental que o homem mantiver nesses instantes. Uma mudança da situação estimulante ou uma distração podem fazer com que a ereção se perca parcial ou totalmente, mesmo que mais tarde possa ser recuperada.

No entanto, quando não existem interrupções e o ambiente sugestivo é propício, a ereção é acompanhada por outros sinais de excitação enquanto se multiplicam as carícias sobre o corpo todo ou sobre o próprio pênis.

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Do abdômen e estendendo-se pelo peito, pescoço e rosto começa a subir um rubor que, em alguns casos, chega a formar manchas avermelhadas na pele. É muito frequente que os bicos dos mamilos inchem e todos os músculos adquiram uma consistência pouco usual pela tensão do momento. Ao mesmo tempo, a pele do escroto se estica e os testículos se elevam um pouco em relação a sua posição normal.

As técnicas mais usuais para a masturbação masculina consistem no uso das mãos de variadas formas. Ao uso da mão inteira para envolver o membro, alguns preferem tomar o pênis apenas com três dedos, o polegar na parte superior e o indicador e o médio na inferior, para estimulá-lo,deslizando a pele até a glande e retornando até embaixo. Também é possível usar a mão menos habilidosa, já que provoca sensações diferentes na medida em que não possui a mesma coordenação que a outra para seguir um ritmo harmonioso e contínuo.

Quando a fase do platô pressagia que o caminho em direção ao orgasmo está próximo, a glande aumenta ainda mais o diâmetro e a cor fica mais escura por afluência do sangue. Os testículos ficam maiores e continuam se elevando. É o momento em que o homem tem sensações de pressão e de aumento da temperatura interna, sobretudo na pélvis.

A agitação é profunda e as coxas e nádegas contraem-se ao máximo e se enrijecem bastante. Na ponta da glande começam a aparecer gotas de um fluido secretado através da uretra, que lubrifica a cabeça do pênis. Nesse clima de tensão suprema, o homem começa a sentir a sensação iminente e inevitável da ejaculação que se produzirá em poucos segundos.

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VARIEDADE DE RELAÇÕES

Mesmo que homens e mulheres tenham respostas semelhantes diante do desejo e suas diferenças fiquem marcadas apenas pelas diferenças anatômicas, os estímulos sexuais que essa atração provoca são os mais variados.

Costuma-se afirmar que, na essência, as pessoas são bissexuais, porque são capazes de responder sexualmente a ambos os sexos. Contudo, essa capacidade latente não se exerce necessariamente e depende das preferências de cada indivíduo e da cultura na qual foi formado. Na maioria das sociedades atuais qualificam-se as relações heterossexuais como normais e lhes são conferidas um certificado simbólico de legitimidade para seu exercício, sem transgredir a moralidade vigente. Assim, por omissão, impõem-se barreiras a outros tipos de manifestações sexuais.

Evidentemente, o leque de possibilidades é mais amplo e aceita todas as combinações possíveis: as relações homossexuais ou as bissexuais. Contudo, deve-se esclarecer que uma pessoa com tais comportamentos não responde somente à necessidade de manter uma atividade sexual, mas sua conduta é mais complexa e rica e se manifesta em fases diferentes.

São muitas as pesquisas científicas que concordam ao afirmar que a maioria das pessoas que alguma vez sentiram algum tipo de atração, desejo ou interesse sexual por outra do mesmo sexo, não foram levadas a uma conduta decididamente homossexual ou bissexual. Esse tipo de incitação emocional ou mesmo erótica

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costuma ser comum, talvez ocultada publicamente pelas reações sociais que esses sentimentos provocam em sociedades pouco permissivas para essas respostas sexuais.

Outro grupo de pessoas, por sua vez, concretiza de fato essa atração sexual e condicionam sua resposta exclusivamente aos de seu próprio sexo. Na medida em que a repressão da sociedade é exercida com maior ou menor tolerância, muitos homossexuais sofrem graves problemas para garantir a frequência e a qualidade das relações sexuais que desejam. Até mesmo a pressão externa os obriga a conservar na mais estrita intimidade seus desejos pelas pessoas de seu próprio sexo ou sua bissexualidade.

Um terceiro grupo reúne as pessoas que assumem sua identidade e o reconhecimento de sua homossexualidade ou bissexualidade além dos impedimentos impostos pela sociedade, conseguindo manter sua vida sexual abertamente e em função de suas preferências.

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OS SEGREDOS DAS ZONAS ERÓGENAS

Existem recantos do corpo, partes da pele, que funcionam como um alarme sexual. Sua sensibilidade é tão aguda que um leve toque transmite até o cérebro uma descarga de prazerosa sensualidade que acende todas as luzes do desejo. São as zonas erógenas, as áreas que estimulam a libido.

Ao se acender a faísca da excitação, na realidade, todo o corpo fica receptivo. Mas essas partes, particularmente sensíveis, podem ser reconhecidas sobre um mapa imaginário de ambos os sexos, para localizar com exatidão cada ponto onde uma carícia, uma lambida ou uma mordiscada podem elevar a paixão até fazer o amante perder o controle.

Os dois sexos têm em comum as zonas erógenas primárias, as mais sensíveis e importantes por excelência: os genitais. E mesmo que cada centímetro do pênis ou do escroto do homem possa aumentar sua voluptuosidade a limites insuspeitados, existem zonas, muito reduzidas em alguns casos, que se estimuladas com a ponta dos dedos ou com a língua, em carícias certeiras, suaves e lentas, são capazes de provocar uma ereção mais rápida e transmitir simultaneamente ondas intensas e gratificantes para o corpo todo. A glande, com sua pele tesa e de cor rosada é de superfície mais sensível, com alguns pontos especialmente delicados em que as descargas de prazer proporcionadas por seu estímulo aumentam notavelmente, como o freio e o orifício da uretra. Também a bolsa do escroto, apesar de sua aparência e das

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rugas da pele indicarem o contrário, é uma zona genital muito erógena e que responde ativamente a um tratamento suave de carícias e lambidas, já que na parte interna guarda os testículos e qualquer tapinha ou pequenos beliscões, por mais leves que pareçam, são capazes de transformar o prazer em uma dor aguda e intensa.

O cabelo é uma arma de sedução não apenas pelo seu valor estético, mas pela sensibilidade que desperta nas zonas erógenas. Compridos e soltos agem como uma terceira mão com milhões de filamentos que percorrem a pele para provocar a excitação, podem ser jogados sobre o rosto e descendo em seguida pelo peito até chegar aos genitais. Os mais curtos produzem efeitos semelhantes quando a cabeça roça entre as coxas do amante, escovando literalmente o escroto ou os lábios da vagina.O contato capilar é capaz de espetar, acariciar ou até arranhar ao mesmo tempo, provocando sensações surpreendentes.

A esses centros erógenos primários somam-se outros como os bicos dos peitos e os mamilos, que para alguns homens requerem uma atenção especial: acariciá-los, molhá-los com saliva e retorcê-los com os dedos até obter sua ereção.

Lábios e língua são os melhores instrumentos da sensibilidade; eles percebem, recebem e distinguem centenas de variações nos estímulos; são sensores de uma fogosidade enorme, capazes de proporcionar e receber prazer.

As orelhas constituem um ponto certamente vulnerável, tanto o lóbulo como a espiral interna, particularmente sensível à umidade e ao calor proporcionados pela ponta da língua. Finalmente, o ânus oferece mil variantes, por suas inúmeras terminações nervosas que

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parecem se concentrar, inclusive em maior número, na metade do caminho até o escroto, na porção de pele chamada períneo. A estimulação lingual nessa zona (assim como no ânus) é capaz de contrair todos os músculos do homem em um alerta de orgasmo.

Essa espécie de geografia erótica, desenhada sobre o percurso das zonas erógenas mais relevantes, não descarta muitos outros pontos sensíveis, aos quais o homem pode responder de forma espontânea e repleta de gozo: o pescoço, a delicada pele interna das articulações, cotovelos e joelhos; os dedos dos pés e todos os outros pontos que podem ser descobertos enquanto o amante recebe sua porção de carícias durante os jogos eróticos.

A mulher também encerra esses pontos escondidos, cuja sensibilidade aumenta e se torna mais intensa até o descontrole; espaços e lugares do corpo que requerem uma busca serena com as pontas dos dedos e da língua como principais detectores. Mas há também outros refúgios seguros, nos quais a alta voltagem responde com alerta máximo à estimulação certeira.

Os órgãos genitais são as zonas primárias e de sensibilidade máxima, e o clitóris é o órgão mais sensível, emitindo mensagens sexuais das mais contundentes para o cérebro. Basta estimulá-lo com precisão e com a intensidade exata mediante suaves golpes de língua ou com a glande, fazendo-o vibrar como o pequeno badalo de um sino ou simplesmente acariciando-o com suaves movimentos ascendentes e descendentes dos dedos. Os grandes e pequenos lábios e o orifício da vulva são zonas que exigem um tratamento delicado. A fricção dos pequenos lábios com um leve massagear dos dedos pode provocar altíssima excitação, aumentando ainda

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mais se o atrito for produzido com a boca, em um jogo de lábio sobre lábio.

Como se fossem ondas concêntricas que se distanciam do núcleo do prazer, o púbis, por cima, e o períneo, por baixo da vulva, são duas zonas também extremamente delicadas. O períneo, em especial, é uma zona que deve ser devidamente estimulada para obter as respostas semelhantes às produzidas por zonas mais sensíveis.

Uma mão desliza entre as pernas da mulher, acaricia levemente o monte de Vênus, em seguida os lábios vaginais e finalmente a palma repousa sobre o orifício da vulva, estendendo os dedos até alcançar o períneo, pressionando e massageando-o com firmeza, mas delicadamente. Essa fórmula faz com que a “temperatura” da maioria das mulheres aumente.

Mesmo sendo os órgãos genitais e as zonas que os rodeiam as mais sensíveis, a mulher também aproveita uma massagem inicial durante os jogos eróticos em zonas menos sensíveis, que servem como um prenúncio para intensificar ainda mais o anseio à chegada aos centros do prazer. O desejo aumenta se os jogos são distribuídos por todas as zonas erógenas do corpo, sem se esquecer de nenhuma, porque o poder sensitivo feminino recolhe de cada zona mais um ponto do gozo que aumenta paulatinamente a sua excitação.

Os lóbulos das orelhas, chupados e absorvidos como uma cereja, provocam arrebatamentos semelhantes aos beijos repetidos e quase imperceptíveis pelo pescoço e pela nuca, que podem continuar seu percurso com o mesmo efeito pelas axilas e os lados

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do corpo próximos à base dos seios. E os seios, precisamente, são outro centro de atenção privilegiada que responde rapidamente a uma estimulação delicada, mas firme, que os acaricia e massageia, moldando-os com a mão inteira para depois desenhá-los mediante o deslize das pontas dos dedos. Toques suaves que chegam até as aréolas e depois atingem um ponto maior de rigidez nos mamilos, núcleo erógeno que responde a todas as carícias, suaves ou firmes, com a mão, a língua ou a glande como artífices para proporcionar-lhes o prazer que desejam.

A parte interna dos braços, essa pele mais clara, fina e sensível, é sem dúvida mais receptiva às carícias. Quase tanto quanto as costas, sobretudo no caminho central onde a medula concentra suas terminações nervosas e desencadeia milhares de sensações diferentes, todas agradáveis, quando as unhas deslizam sobre a pele sem intenção de rasgar mas de proporcionar um estímulo arrepiante e diferenciado.

O final desse traçado, a depressão do cóccix, costuma ser, para algumas mulheres, um lugar de alta sensibilidade. Provavelmente porque está próximo das nádegas e seu canal leva diretamente ao ânus.

As nádegas são tão resistentes quanto sensíveis, e a excitação cresce quando combinada à estimulação de fora para o ânus e leves tapinhas que as façam vibrar, lambidas e carícias direcionadas lentamente para o centro.

Mais abaixo, sobre as pernas e em direção aos pés, dois pontos guardam o mistério da reação excitante: a pele esticada que forma as dobras escondidas atrás dos joelhos e o espaço entre os dedos

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dos pés. São dois recantos distantes e ocultos, sendo estranhos às carícias mais comuns para certos amantes. Contudo, e por esse motivo, guardam a chave dos mistérios das zonas erógenas; sua estimulação produz um impacto novo, original, que faz a mulher estremecer e se retorcer de prazer.

Também nas zonas próximas ao genital existem dois desses pontos especialmente sensíveis: o umbigo, porta de entrada ao baixo ventre, em que a proximidade com a vulva amplifica a percepção de qualquer carícia, e as coxas; ou melhor, a parte interna das coxas. Os contatos com essa pele fina são o segredo de uma excitação profunda que abre as pernas da mulher e oferece sua intimidade. Sua alta sensibilidade torna-a receptiva às carícias com os lábios, a língua, a ponta dos dedos e também o erótico deslizamento da glande de uma coxa à outra ou ainda ao jogo do coito entre as pernas fechadas.

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FUSÃO QUENTE

É o jogo final ou é o final do jogo? A pergunta não é arrojada nem pretende ser um jogo de palavras. Apenas apresenta dois pensamentos que frequentemente definem o coito segundo homens e mulheres.

Do mais profundo da cultura surgem as necessidades primárias do homem na hora das relações sexuais: a penetração é uma ação indispensável e urgente. Ao redor desse objetivo concentra-se a maior parte da sua energia, com a ereção como ponta de lança. É o final do jogo e, portanto, o mais importante.

No geral, as mulheres veem essa situação de um ponto de vista diferente. Fazer amor significa uma sessão de diversas e variadas etapas tênues que se misturam para acender a fogueira da excitação. Cada uma desfruta como portadora do prazer em si mesma até atingir o clima do prazer máximo.

O segredo para contrair a vagina está no exercício dos músculos do púbis e do cóccix. Um bom exemplo para observar quais são os movimentos a serem realizados é a interrupção repetida da saída da urina, contraindo e relaxando esses músculos. O exercício consiste em introduzir um dedo na vagina e aprisioná-lo com contrações musculares que durem de três a cinco segundos, para em seguida relaxar. Repete-se a operação doze vezes, pela manhã e à noite, até que a elasticidade dos músculos pubococcígeos (PC) façam a vagina vibrar durante o coito.

Nessa escalada até o êxtase, o coito ocupa seu lugar como a expressão de união carnal profunda que nos permite saborear

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satisfações e que, com a paixão desenfreada, transporta ao prazer máximo. É então que se transforma no jogo final, que nem sempre precisa ser o da penetração.

Entre esses extremos, branco e preto, existem tantos tons intermediários quanto preferências manifestadas pelos amantes. Porque as relações sexuais são, antes de mais nada, harmonia entre ambos. Essa harmonia é representada no conhecimento do momento exato para a penetração. O instante em que os dois atingem um estado de excitação que se intui na ereção mais alta que ele pode conseguir e a lubrificação natural da vagina dela, depois de produzir fluidos durante os excitantes jogos preliminares; uma suave camada que umedece os lábios e facilita a entrada e o aconchego do pênis pela vagina.

Quando a glande se apoia sobre a vulva, mescla os fluidos dos órgãos e depois começa a penetrar, deslizando para dentro da vagina com suavidade e firmeza. Essa imagem, apesar de real, serve apenas para exemplificar um coito que sobe a rampa da paixão aos poucos, alimentando o desejo. Mas nem sempre é assim. Existem amantes que despertam uma atração violenta irreprimível, que provoca uma penetração abrupta, sem preâmbulos nem pausas nos vestíbulos. Uma investida profunda e de instinto animal que reaviva o ardor: o pênis mergulha como uma estocada e faz vibrar as paredes da vagina, preenchendo-a completamente até que os músculos se adaptem ao membro que pulsa em seu interior.

As urgências ou os jogos do casal determinarão, depois, o ritmo do coito: pedem-se mutuamente acometidas breves, profundas, impetuosas para descarregar a tensão da explosão o quanto antes

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ou preferem variar a cadência e as formas de penetração. Assim, segundo as posturas do coito e dependendo de quem comanda o movimento, busca-se que o prazer cresça serenamente. O homem agita o pênis dentro da vagina, mexendo-o com pequenos golpes curtos, e realiza penetrações diretas para frente e para trás. Depois, varia a cadência da cópula e o empurra até o final da vagina em cada investida. Em uma terceira variante, retira o pênis em sua totalidade para tornar a colocá-lo, fazendo um percurso completo em cada penetração.

A prolongação do coito depende da capacidade de manter a ereção retardando a ejaculação. Um homem que domina a ejaculação por intermédio de exercícios mentais, desativando parcialmente seus pensamentos eróticos ou sobrepondo-se a eles, pode controlar sua excitação e a intensidade da cópula. Assim, prolonga o coito para que sua amante chegue ao prazer lentamente e atinja o orgasmo antes ou, pelo menos, simultaneamente com sua ejaculação. Também são empregadas técnicas específicas para prolongar o coito. Anéis de diversos materiais (marfim, plástico, madeira) podem ser colocados na base do pênis enquanto está flácido para que, depois de ereto, a opressão impeça que o sangue escape do tronco esponjoso e o mantenha em estado de excitação.

Essas combinações são inúmeras e em cada uma encontra-se o benefício de uma sensação diferente. A elas somam-se os movimentos laterais do pênis dentro da vagina com movimentos de quadril ou, também, o que se costuma chamar de jogos de gato e rato, nos quais o homem apenas introduz a glande na vulva e a retira, repetindo várias vezes o movimento para aumentar em sua companheira o desejo de ser penetrada.

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Entre esses recursos está o de deixar que a excitação floresça da calma. O pênis fica imóvel depois de uma penetração profunda, enquanto a mulher se sente plena e percebe as pulsações do membro. O homem nota como seu membro é envolto por uma palpitante fronha úmida.

Quando a mulher toma a iniciativa, assume o comando completo para marcar o ritmo do coito e também o ângulo dos jogos da penetração. Ao cavalgar, usando os quadris ou os joelhos para impulso, a vagina se acopla ao pênis e sobe e desce roçando sua pele da base até a glande, repetidas vezes. O descontrole da paixão, às vezes, faz com que um movimento desmedido provoque a saída do membro, mas a lubrificação da vagina permite que seja reintroduzido.

Para modificar essa cadência, a mulher varia o movimento da cintura. Em vez de tomar impulso para cima e para baixo, pode efetuar uma rotação. Seus quadris giram para um dos lados e depois para o outro, sentindo como o membro roça as paredes da vagina repetidamente. Esse movimento provoca, além de tudo, uma estimulação mais lenta, que favorece a intenção do homem de conter mais sua excitação.

Se o movimento rotatório é sincronizado com os quadris que sobem e descem, se produz um efeito de saca-rolhas em espiral, capaz de transmitir simultaneamente uma arrebatadora avalanche de sensações.

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MASTURBAÇÃO, SOLIDÃO E FANTASIAS

A masturbação é o primeiro contato que uma pessoa experimenta com o prazer sexual. A autoestimulação até atingir o orgasmo é uma das formas mais comuns de reconhecimento da sexualidade, que começa na puberdade e continua de forma mais intensa durante a adolescência. Contudo, o autoerotismo não é uma atividade que se manifesta exclusivamente durante o despertar do sexo, mas se prolonga na fase adulta de qualquer pessoa como um complemento em sua vida sexual ativa.

A naturalidade dessa atividade se depara com as crenças sociais, influenciadas por antigos fundamentos religiosos dominantes, que criaram tabus muito sólidos. Até mesmo hoje, a masturbação continua sendo uma experiência tão íntima e pessoal que em muitos casos é escondida até do próprio parceiro.

Entretanto, a reivindicação da masturbação transita até em caminhos científicos. Além de ser, por si só, uma atividade prazenteira que a mulher ou o homem exercitam, impulsionados exclusivamente por um princípio hedonista, é a melhor maneira de liberar a energia acumulada ao longo de um tempo prolongado sem relações sexuais. Mesmo psicanalistas renomados recomendaram-na como prazerosa terapia a pacientes que vivem, dia a dia, situações de pressão estressante em suas atividades cotidianas ou profissionais, precisando aliviar tensões e liberando a energia acumulada.

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As técnicas são muitas e a maioria delas são executadas na intimidade, proporcionada pela solidão, serenamente e com tempo para se recriarem as mais agradáveis e sensuais fantasias eróticas que impulsionam a excitação. Depois, as mãos executam o prazer.

Os homens concentram todo o seu pensamento no pênis. A pele desliza para cima e para baixo, provocando um formigamento efervescente que se concentra na glande e se expande para o resto do corpo. A mente se transforma em uma filmoteca erótica que resgata imagens gravadas na memória e as recria para aumentar o clima de tensão sexual. Lembranças de relações anteriores, cenas filmadas, fotografias ou textos eróticos que adquirem animação própria na imaginação; desejos secretos ainda não concretizados que se tornam realidade para impulsionar o prazer solitário. A mão toma posse do membro e fricciona-o ritmicamente, enquanto a realidade virtual o transporta a um mundo sexual ideal em que o protagonista assume o papel que preferir, enquanto sente crescer o calor ao compasso do movimento de seus dedos. A fantasia comunica-se com a realidade, as imagens são cada vez mais voluptuosas; a sensualidade dá lugar à urgência, enquanto o membro cresce e responde à excitação. O sonho e a realidade se confundem. As visões são cada vez mais fogosas quando a agitação já é irremediável. O prazer chega como uma descarga violenta e convulsiva que agita o corpo, libera a mente e torna a separar a realidade da ilusão, enquanto um doce cansaço toma conta do corpo.

As mulheres respondem ao mesmo princípio para buscar o prazer na solidão: um mundo de sonhos que invade sua realidade. Mas

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ambas dimensões femininas são mais ricas.

A fantasia cresce sobre a suave sensualidade que sente em cada palmo de sua pele e se projeta em cenas carregadas de erotismo pausado. As coxas respondem friccionando-se entre si ao sentirem as primeiras descargas de aviso que sobem da vulva. As mãos acariciam o pescoço e os braços, rodeiam os seios e sentem nas pontas dos dedos como o prazer começa a se manifestar em cada poro. A imaginação toma conta de todos os pensamentos para fixá-los em um só, essa história de imagens nas quais se reproduz o ardor que toma conta do corpo. Os

dedos são molhados com saliva para deslizá-los ao redor dos mamilos, que começam a responder com descargas que os enrijecem. A onda de prazer continua subindo. As carícias chegam ao abdômen e continuam descendo, os pelos do púbis são uma tentação para encaracolá-los em uma carícia que aumenta a tensão pela proximidade da vulva. As mãos não se detêm, apertando e acariciando a parte interna das coxas. Uma delas se dirige

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suavemente ao centro do prazer, estimulada pelo filme que se projeta na mente, cada vez mais ousada, cada vez mais quente. Um dedo sente a umidade que denuncia a excitação, se molha nela e desliza em uma viagem que roça a vagina e alcança o períneo, para estremecer e voltar para cima desfazendo o caminho para se ocupar do clitóris.

Deixa-o descoberto, toca-o e fricciona-o em círculos lentamente, enquanto sua pele fica arrepiada. As ondas de prazer se insinuam. A outra mão procura ansiosamente os mamilos, que se enrijecem no mesmo ritmo que o clitóris. Agora o frenesi toma conta da imaginação, e as mãos têm vida própria. Os dois dedos maiores buscam refúgio, um deles submerge na boca e é chupado ansiosamente, o outro desliza entre os úmidos lábios da vulva e penetra a vagina para ser comprimido por músculos contraídos. O descontrole passional já se converte em vertigem e falta de ar. Os dedos retornam ao clitóris contraído e elétrico até que a tensão estala em mil gemidos e respiração ofegante que anunciam o final.

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MASTURBAR-SE ACOMPANHADO

Masturbar-se a dois não é apenas mais um ensaio na busca do prazer, mas também a possibilidade de conhecer os gostos sexuais do amante e satisfazê-los durante os jogos eróticos.

A mulher reconhece melhor a manipulação do pênis, como pegá-lo e quais são as técnicas mais apropriadas para proporcionar prazer a seu companheiro. A clássica masturbação manual é diferente quando feita por outra pessoa. A libido dispara e o homem se deixa levar carregado pela sensualidade produzida pela sensação do pênis envolto por uma mão alheia. E a excitação cresce diante da incerteza do que vai acontecer; como essa mão vai se movimentar.

A mulher controla a situação acelerando ou diminuindo o ritmo. Desliza suavemente a pele do pênis para cima e para baixo, enquanto com a outra mão acaricia a glande, cuja excitação cresce. A masturbação é acompanhada de palavras obscenas, de desejo contido, que disparam a paixão do momento. Sem frear a cadência, a mão livre acaricia o abdômen e os mamilos de seu companheiro para deslizar até o escroto. Uma massagem leve e repetida em sentido ascendente faz o membro vibrar. Os dedos escorregam até o períneo para pressioná-lo e depois dirigir-se ao ânus, onde uma falange o penetra ao mesmo tempo em que a mão sobre o pênis acelera seu ritmo. Essa combinação transporta ao êxtase, que se derrama pela própria mão, sobre o rosto ou os seios da mulher.

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Entretanto, existem outras variantes para masturbar um homem sem usar diretamente as mãos. O pênis excitado é aprisionado por ambas as coxas simulando uma falsa cavidade na qual se produz um delicioso coito. O membro, previamente coberto de saliva pela língua da mulher, desliza entre os músculos das coxas, que ela contrai e relaxa para aumentar a sensação de prazer das investidas espontâneas e naturais de seu amante.

Uma terceira opção é a masturbação popularmente chamada de cubana. O homem, excitado durante os jogos preliminares, senta-se de cócoras sobre o abdômen de sua amante e coloca o pênis entre os seios . Ela toma ambos os seios com as mãos e os acaricia sobre o pênis para cima e para baixo; enquanto isso, ele responde com o movimento da pélvis para frente e para trás, complementando o ritmo dos seios. A mulher, em plena masturbação, tenta alcançar a glande com a ponta da língua para tocála cada vez que esta se projeta na direção de seu queixo. Quando os músculos de seu amante se contraem e se nota a iminência da convulsão final, a

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mulher acelera a masturbação manualmente, até que a explosão gutural que acompanha o orgasmo se confirme, quando o sêmen molha o rosto e os seios dela.

Se é o homem quem oferece prazer à sua amante, a masturbação também revela os pontos cruciais que devem ser tocados para fazer a libido brotar durante os jogos preliminares.

Todas as carícias que provocam a excitação da mulher atingem seu ponto culminante quando ele desliza uma de suas mãos pelo ventre, enrosca seus dedos nos pelos pubianos e, diante da inquietação de sua amante, toma contato com o clitóris. Começa então a dança com o dedo, primeiro em movimentos circulares, depois de um lado para outro, variando a estimulação para aumentar o prazer. Ao mesmo tempo em que os seios são lambidos com suavidade e apertados com os

lábios para fazê-los crescer e multiplicar as sensações, o dedo médio é absorvido pela boca da parceira, que o chupa avidamente.

Sem deixar de acariciar e beijar os seios e o abdômen, a língua é introduzida no umbigo; os dedos que acariciavam o clitóris abandonam temporariamente sua estimulação e deslizam para

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baixo, apalpando os lábios vaginais e se encharcando com fluidos abundantes. O polegar é introduzido na vagina, enquanto o dedo médio, depois de apertar o períneo, se estica para alcançar a entrada do ânus e pressionar no mesmo ritmo que o polegar gira nas portas da vulva. Mudando a posição é possível utilizar ambas as mãos no movimento. O que antes era apenas uma insinuação torna-se realidade: dois dedos de uma mão são introduzidos na vagina enquanto um dedo da outra mão explora o ânus, em uma dupla penetração que aumenta o ardor da masturbação. Quando o êxtase está no limite, um dedo se dedica novamente a estimular, mais rapidamente e de forma contínua, o clitóris até que a excitação se torne insustentável; o corpo da mulher vibra e as ondas do orgasmo se transformam na onda expansiva de uma explosão sexual.

Esse final prazeroso também pode ser alcançado com outras técnicas manuais: apoiando a palma das mãos sobre a vulva, o polegar aponta para o clitóris, se apoia sobre ele e o estimula com um movimento rotatório; enquanto os outros dedos (médio e anular) se introduzem na vagina lubrificada e sincronizam seu movimento em uníssono com o polegar, sem pausa e sem variar a intensidade.

Quando a mulher toma também a iniciativa em sua autoestimulação, prende entre suas pernas uma coxa ou um braço de seu amante até que a pele tome contato com a sua umidade íntima e comece a roçar suavemente, com movimentos de quadril, até a espontaneidade dos jogos eróticos encontrar outra zona erógena para continuar aumentando a excitação.

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A masturbação frequente traz algum prejuízo à saúde ou à vida sexual?

Absolutamente. Não existe nenhuma comprovação científica que relacione alguma disfunção sexual ou algum problema físico com a masturbação. Pelo contrário, a liberação da tensão sexual ajuda para a harmonização corpo-mente. Além do mais, a masturbação permite um melhor conhecimento do próprio corpo e a utilização de um repertório de fantasias que contribuirá favoravelmente nas futuras relações com outras pessoas.

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A sexualidade de lésbicas e homossexuais masculinos é diferente do comportamento dos heterossexuais?

As relações entre lésbicas se desenvolvem geralmente com menos pressa e mais calma que as heterossexuais e são mais ricas em variedades de jogos. A estimulação manual ou oral é completa; o corpo todo se transforma em zona erógena, antes de passar à excitação bucogenital direta, à masturbação ou à estimulação das vulvas.

Os homossexuais masculinos se identificam com esse mesmo princípio. Quando os casais são estáveis, a atividade sexual é mais ponderada e calma no começo e durante a fase de excitação seguinte, antes do orgasmo. Contudo, essas considerações estatísticas perdem eficácia diante da variedade de relações possíveis e das características particulares apresentadas por cada indivíduo.

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Em que consiste o chamado coito interrompido?

Era um método empregado antigamente como contraceptivo, apesar de atualmente ser usado para prolongar a ereção. Consiste em apertar com dois ou três dedos a base do tronco do pênis para retardar ou evitar a ejaculação. É preciso ter destreza na hora de pressionar o local indicado com a firmeza necessária para alcançar o objetivo sem provocar dor. Essa versão do coito interrompido é considerada bem executada quando detém a ejaculação por alguns minutos, dando tempo de a mulher chegar às portas do orgasmo.

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Um pênis grande implica necessariamente um coito doloroso?

Os músculos da vagina têm grande elasticidade. É bom recordar que, em princípio, esse órgão deve responder à passagem da cabeça de um bebê, de modo que por maior que seja um pênis, a vagina poderá acolhê-lo. Contudo, é preciso que a vulva esteja muito bem lubrificada e que a penetração seja feita de forma vagarosa para dar tempo à adaptação dos músculos. Nessas condições, o coito não costuma ser doloroso mesmo que seja forçado. Ainda assim, é preciso lembrar que existem “tamanhos” de genitais que, quando coincidem, tornam a penetração mais prazerosa.

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O

O AUGE DO PRAZER

objetivo é um só: atingir o ponto máximo do prazer. Para isso acumulam-se carícias e beijos, penetrações, palavras e gestos. O organismo muda, se transforma para crescer nessa necessidade de chegar ao instante culminante.

A escalada é gradativa. Respeitando seus próprios tempos de excitação, o corpo sobe a montanha do gozo, respondendo aos estímulos. Cada passo conduz à ereção mais vibrante que o homem pode conseguir, sinal de sua disposição para atingir o pico desejado. Cada etapa leva a mulher um pouco acima na necessidade de atingir o ansiado clímax que conduzirá à explosão de satisfação. Orgasmo é a palavra-chave, sinônimo de prazer sublime, de transbordamento violento da paixão acumulada, que se libera e deixa para trás um sereno remanso de satisfação que eleva o corpo e a mente para longe da noção de tempo e realidade.

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ATINGIR O CLÍMAX

Solitária ou acompanhada, a sexualidade da mulher precisa de tempo e energia para saciar seu desejo. Tempo para que os jogos eróticos, indispensáveis e jamais suficientes, a transportem decididamente até o clímax desejado. Energia, porque na força do apetite sexual encontra-se a capacidade final de gozar.

O clímax é o instante pré-orgástico, o mais alto da fase do platô, no momento em que a temperatura sobe à expressão

máxima e cada carícia estimulante produz uma descarga intensa que paralisa o corpo em um calafrio prazeroso. O companheiro sexual que a transporta a esse clímax é quem detém então a palavra. Deverá dirigir com grande delicadeza o barco no meio de

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uma tempestade de prazer. Ele conta com sua experiência e os conhecimentos das preferências de sua amante. Se ela precisa acelerar o ritmo até a violência ou se precisa continuar subindo, degrau por degrau, sem precipitações, até que o clímax não tenha mais volta.

Enquanto isso, as carícias tornam-se mais intensas em resposta aos músculos contraídos. Os olhos se fecham buscando mil imagens que abundam e se sucedem na mente pela agitação ansiosa que a invade. Nesses momentos extremos a mulher propaga vibrações que são emitidas pelo corpo todo e perde o sentido de realidade. Tudo o que a rodeia já não importa. Somente satisfazer esse desejo imperativo que a sufoca e faz estremecer, pois está a ponto de conhecer o prazer máximo.

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