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ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 1 - AO1 GERÊNCIA SETORIAL DO COMPLEXO QUÍMICO INFORME SETORIAL N 0 8 POLICARBONATO

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ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 1 - AO1 GERÊNCIA SETORIAL DO COMPLEXO QUÍMICO

INFORME SETORIAL N0 8 POLICARBONATO INTRODUÇÃO

Como se pode observar, a seguir, as classes dos termoplásticos são definidas segundo critérios técnicos e econômicos, onde as resinas técnicas ocupam o centro da pirâmide. Cabe destacar que, as resinas de alta performance (PI,PPS, etc.) situadas no topo da pirâmide têm seu maior uso, atualmente, no setor aeroespacial.

Figura 1 - Definição das Classes dos Termoplásticos

Fonte: Estudo de tese “Innovation et Organisation - Les Cas de l’Industrie des Polymers”, de José Vitor Martins (1994). P P US$ C E R 7/KG O (102T/A) ALTA PERFORMANCE PI PPS R E N F Ç S O O U R M TÉCNICO M US$ O

PC PA PBT PPO POM A 2 A (105 T/A)

N 7/KG GRANDE C

DIFUSÃO PEBD PVC PEAD PS E

US$ (107 T/A)

2/KG

ABS PP

PEAD - Polietileno Alta Densidade PP - Polipropileno

PEBD - Polietileno Baixa Densidade PVC - Policloreto de Vinila POM- Polioximetileno PA - Poliamida PI - Polimida PPO - Polioxidofenileno PPS - Polietersulfona PS - Poliestireno PBT - Polibuteno Tereftalato

ABS - Acrilonitrila Butadieno Estireno PC - Policarbonato

As resinas classificadas como “plásticos de engenharia,” ou resinas técnicas, são termoplásticos que podem substituir metais devido basicamente as suas propriedades de alta tenacidade. Entre os plásticos de engenharia destacam-se as resinas de policarbonato (PC), que ocupam o segundo lugar em termos de consumo mundial depois das poliamidas (nailon ou PA). O PC foi introduzido no mercado no início da década de 60, e logo foram encontrados novos usos devido a sua alta resistência ao impacto (230 vezes maior do que o vidro comum e pelo menos 30 vezes maior do que algumas resinas “commodities” como acrílico, poliestireno e polipropileno), além de sua elevada resistência térmica, atoxidez, auto extinção da chama e boa transparência (transmissão de luz acima de 90%).

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A combinação destas propriedades permite ao PC participar em praticamente todos os segmentos do mercado, a saber:

setor automobilístico: lente e carcaça para faróis dianteiros e lanternas traseiras, lentes para iluminação interna (ex: luz de cortesia), calotas, pára-choques, painéis, etc;

setor eletro-eletrônico / eletrodomésticos: disc-laser (CD), suporte para circuitos, carcaças, componentes de teclado e controle remoto , cúpulas para luminárias públicas e residenciais, etc; uso médico e alimentício: aparelhos de hemodiálise, oxigenadores artificiais, incubadeiras,

óculos, mamadeiras (95% das mamadeiras a nível mundial são feitas em PC), garrafões d’água retornáveis, etc;

construção civil e segurança: clarabóias, coberturas, “envidraçamento”, proteção acústica e blindagem, escudos e capacetes de proteção, etc.

A questão de custos, aliado a sua baixa resistência a muitos produtos químicos, fazem com que boa parte do PC seja direcionado à compostagem. O PC pode ser compostado com outros polímeros, tais como ABS ( de menor custo) ou PBT (de maior resistência química), resultando em compostos como PC/ABS e PC/PBT, onde encontram aplicações basicamente na indústria automobilística e para produção de aparelhos eletro-eletrônicos. Ao redor de 20% das resinas PC nos EUA e Europa Ocidental são consumidas sob a forma de compostos.

Atualmente, a rota para a produção de PC é através do bisfenol-A e fosgênio, sendo que apenas cinco empresas são detentoras desta tecnologia: GE Plastics, Bayer, Dow, Idemitsu e Teijin . Em termos de custos, a principal matéria-prima é o bisfenol-A, onde os mais importantes “players“ no mercado de PC têm produção própria. Porém, o insumo que merece mais cuidados é o fosgênio, devido a sua alta toxidez. Este gás deve ser produzido no próprio local de consumo, e suas matérias-primas são o monóxido de carbono e o cloro, que são gases também tóxicos. Devido ao risco ambiental na utilização do fosgênio, existem esforços em desenvolver processos que independam da fosgenação. Atualmente, há uma planta no Japão da GE Plastics de 25.000 t/a que dispensa o fosgênio, mas a mesma ainda não apresenta um desempenho operacional satisfatório. Este processo foi desenvolvido em parte pela Enichem e utiliza metanol e monóxido de carbono.

CENÁRIO MUNDIAL

O gráfico, a seguir, ilustra a importância dos setores de transportes, eletro-eletrônico e chapas transparentes, que no conjunto representaram 48% do mercado de PC nos EUA e Europa Ocidental em 1996.

Gráfico 1 - Distribuição do Consumo de Policarbonato (EUA /Europa Ocidental) -1996 -

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Automóveis 17% Utensílios 6% Armazenamento informações 9% Uso Médico 4% Embalagens 3% Outros 30% Apar. eletro-eletrônicos 16% Painéis transparentes 15% Fonte: Elaborado a partir dos dados contidos no “Resins Report” da Modern Plastics International / Janeiro 1997, onde se incluiu também o consumo de PC sob a forma de compostos.

Estima-se que a demanda mundial de PC girou em torno de 980 mil t em 1995, o que representou uma taxa de crescimento de 10 % a.a. no período 1990-95. O crescimento deste mercado tem apresentado uma taxa de elasticidade bastante alta, tendo em vista as novas aplicações, como também pela maior penetração do PC em substituição aos materiais mais tradicionais como vidro, aço e outros polímeros.

Os plásticos de engenharia já estão dando sinais de maturidade, mas em termos de cenário futuro montado por especialistas deste setor, o PC tem o melhor potencial de crescimento. Cabe destacar que, a Bayer projeta um crescimento deste mercado de 8% a 10 % a.a., até o ano 2000, onde os produtos de ponta, como CD’s e os de uso médico, serão os segmentos de melhor desempenho. Em termos regionais, os mercados dos EUA, Europa e Japão representaram ao redor de 80% da demanda mundial de PC em 1995 (vide gráfico 2). Porém, para os próximos anos espera-se uma modificação neste quadro, pois enquanto se estima uma taxa de crescimento entre 10% a 12% a.a. para os mercados americano e europeu, prevê-se que o Sudeste Asiático cresça a taxas superiores a 17% a.a.

Gráfico 2 - Principais Regiões Consumidoras de PC no Mundo - 1995 -

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Europa 31% Japão 13% América do Norte 35% Ásia (exceto Japão) 18% Outros 3%

Fonte: Policarbonatos do Brasil

A capacidade produtiva mundial, em 1995, foi de 1.105 mil t. Os projetos em execução representam um acréscimo de 588 mil t até 1999, significando um acréscimo anual médio de 11% a.a. no período 1995/99. Os projetos se concentram na Europa Ocidental e EUA, o que significa que estas regiões vão manter o domínio na produção de PC (atualmente representam 75 % da capacidade produtiva mundial).

Em termos de preços, no mês de fevereiro/97 no mercado americano, variaram conforme o “grade” entre US$ 3.500/t a US$ 5.000/t. Estes preços são praticamente cinco vezes mais do que os de uma resina “commodity”, como por exemplo, o PVC. O gráfico, a seguir, ilustra a evolução do preço médio anual do PC no mercado europeu, onde se verificou uma queda em torno de 10 % no decorrer de 1996, em face da elevação da capacidade mundial em aproximadamente 150 mil t. Espera-se estabilidade de preços em 1997, uma vez que não se vislumbra aumento expressivo de capacidade neste ano. Porém, para os anos subsequentes, prevê-se redução de preços face à maturação dos novos projetos supracitados.

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Gráfico 3 - Evolução dos Preços Médios Anuais do PC(transparente) no Mercado Europeu 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 93 94 95 96 DM/kg

Fonte: Policarbonatos do Brasil

Somente nove grupos em dez países (entre os quais o Brasil) produzem o PC, sendo que duas (GE Plastics e Bayer) detêm mais de 70% do mercado mundial, mantendo esta hegemonia desde a década de 60. A variante tecnológica e restrições impostas ao fosgênio pela legislação dos países desenvolvidos são variáveis importantes, que limitam a entrada de novos atores neste mercado.

Gráfico 4 - Maiores Empresas Mundiais Produtoras de Resinas de Policarbonato - 1996 - Bayer 27% GE Plastics 44% Dow 11% Mitsubishi 5% Idemitsu 4% Teijin 7% Outros 2% Fonte: Chemical Week; Policarbonatos do Brasil

O líder incontestável deste segmento e dos plásticos de engenharia em geral - GE Plastics (GEP) - não tem vocação química, mas apresenta uma característica relevante que explica sua liderança: possui uma interação muito forte com os consumidores finais, tendo em vista a sua organização que é bastante eficaz na exploração das oportunidades abertas por seus produtos. Um exemplo bastante conhecido foi o seu trabalho conjunto com a indústria automobilística, buscando o desenvolvimento de novas aplicações.

CENÁRIO BRASILEIRO

Embora seja difícil dimensionar o perfil do consumo de PC no Brasil, face à falta de abertura das vendas dos compostos, pode-se observar pelo gráfico, a seguir, que o segmento de CD’s e

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embalagens são os maiores consumidores desta resina, o que já é uma característica bastante diferente em relação ao padrão atual do consumo nos países desenvolvidos.

Gráfico 5 - Distribuição do Consumo de PC no Brasil - 1996 - Outros 34% Embalagens 13% Automóveis 26% CD 27%

Fonte: Policarbonatos do Brasil

O mercado brasileiro é relativamente pequeno, representando menos que 1 % do mercado mundial. Em compensação por ser um mercado ainda incipiente, a taxa de crescimento, no período 1990/95, alcançou índices em torno de 15 % a.a., tendo em vista o aumento significativo da demanda de CD’s e ao dinamismo atual dos setores automobilístico, eletro-eletrônico, de eletrodomésticos e de embalagens.

O segmento de CD’s é o exemplo mais claro que justifica este crescimento. Da faixa de 8 milhões de unidades no começo da década, o Brasil saltou para 57 milhões em cinco anos depois. As vendas recordes de CD's foram desfrutadas por PC importado, uma vez que a unidade produtiva doméstica não produz o referido “grade”.

Logo depois vem o setor automotivo, que além do consumo direto indicado no gráfico 5, apresenta expressiva participação no segmento de compostos (particularmente PC/ABS e PC/PBT).

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Gráfico 6 - Evolução do Consumo Aparente, Produção, Importação e Exportação de PC no Brasil - 1987/96 - 0 2 4 6 8 10 12 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 mil toneladas

Produção Exportação Importação Consumo Aparente

Fonte: ABIQUIM

Único produtor de PC na América Latina - a Policarbonatos do Brasil - é fruto da associação da Pronor (Grupo Mariani), da Idemitsu e da Unigel, apresentando capacidade atual de 10.000 t/a, com uma duplicação prevista para 1998/99. O fosgênio é fornecido pela Pronor, mas o principal insumo - bisfenol A - é suprido pela Rhodia que é o único produtor nacional. Essa dependência da Rhodia é decorrente da inexistência de escala da unidade da Policarbonatos, que não justifica uma produção cativa do bisfenol. Porém, isto não é um fator impeditivo na competitividade da empresa, pois somente quatro produtores mundiais têm produção própria de bisfenol (GEP, Dow, Bayer e Idemitsu).

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Quanto às perspectivas futuras do mercado brasileiro, prevê-se a continuação da performance verificada nos últimos anos (crescimento em torno de 15 % a.a.). Os setores mais dinâmicos poderão ser os CD’s e as chapas utilizadas, basicamente, na construção civil. Este último apresenta uma demanda reprimida no Brasil, mas em virtude das três novas unidades de extrusão de chapas (da Policarbonatos já implantada, e das novas fábricas da Replaex e da GEP/Day que entrarão em operação em 1997), tudo indica que este segmento terá um crescimento acelerado nos próximos anos. As últimas previsões estimam uma participação de 20 % no mercado brasileiro de PC no ano 2000.

Outra frente promissora é a representada pelas lentes de faróis injetados para carros de passeio e veículos pesados, pois o PC já deslocou o vidro nestas aplicações na América do Norte e Ásia. O mercado brasileiro deverá introduzir esta resina nos veículos, para faróis injetados, a partir de 1998.

CONCLUSÃO

O PC é uma das poucas resinas termoplásticas que apresenta altas taxas de crescimento, devido as suas propriedades intrínsecas e à busca contínua de novas aplicações desenvolvidas pelas empresas

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líderes deste setor. Outra característica incomum é a concentração da produção em poucas empresas.

No caso brasileiro o mercado de PC tem apresentado um bom desempenho, e a principal característica é a alta participação das resinas importadas que girou em média cerca de 50 % do consumo no quinquênio 1990/95. Esta alta participação poderá ser mais intensa se não fôr implementado o projeto de duplicação da única produtora nacional, que prevê ainda a ampliação dos “grades” de PC.

Equipe Técnica:

Ricardo Sá Peixoto Montenegro - Gerente Janusz Zaporski - Engenheiro

Márcia Cristiane Martins Ribeiro - Estagiária

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