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PN ; Ag.: TC. Póvoa de Varzim; 1. Sem êxito, o Ag.e opôs, porquanto só pode ser exercido o direito até ser assinado

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(1)

______________________________________________________________________ PN 1068.02; Ag.: TC. Póvoa de Varzim;

Ag.e1: ; Ag.os2: ______________________________________________________________________

1. Sem êxito, o Ag.e opôs, porquanto só pode ser exercido o direito até ser assinado o auto de arrematação3, ex temporaneidade à remissão executiva, concedida aos

Ag.os; foi-lhe retorquido no indeferimento: ...compulsados os autos, verifica-se que

foi exercido o direito de remissão... dentro dos parâmetros legais, i.é, antes de ter sido proferido o despacho de adjudicação em favor do proponente, e que até

[então] não tinha sido lavrado, por não se mostrar integralmente pago o preço

aceite e satisfeitas as obrigações fiscais (o que só veio a suceder em momento posterior)

2. Conclusões:

(a) O auto de arrematação constante dos autos deve ter-se por assinado no dia em que foi lavrado, 00.12.06, dia esse em que foi sinalizado o preço por que foi arrematado o imóvel, e pese embora a actual redacção do art. 900 CPC;

(b) Por outro lado, a pretensa remissão é inválida, tendo em conta o despacho de extinção da instância proferido nos autos, não podendo ser por

1 Adv. Dr.. 2 Adv. Dr.

3 Citou Ac. RP, 90 .06.26, CJ (1990) 3/224; Ac. RC, 90.09.18, CJ (1990) 4/617; Ac. STJ, 94.02.17,

(2)

conseguinte julgada (em tempo e com legitimidade) essa requerida remissão; nem decidida a adjudicação, após despacho tal;

(c) Nem ser considerado o comprador substituído pelos remitentes, porque estes teriam de cumprir as obrigações fiscais, nomeadamente o pagamento do imposto municipal de Sisa, que é devido pela transmissão do prédio (que não fora satisfeito anteriormente ao despacho recorrido, nem o foi até ao momento);

(d) Assim, e na apurada circunstância, terá de ser devolvida a posição de

adquirente à Ag.e, pois que a mesma, à data em que o despacho recor rido foi proferido, havia satisfeito integralmente todos os requisitos legais para que o prédio lhe fosse adjudicado;

(e) Por conseguinte, ao invés do que sucedeu, deveria ter sido proferida decisão que tivesse julgado inválida e extemporânea a remissão em causa, e confirmada a adjudicação do bem arrematado nos autos à recorrente, porque verificados os p ressupostos legais para tanto exigidos: o despacho recorrido fez errada interpretação dos elementos constantes dos autos e contrariou o art. 201 CPC;

(f) Deverá ser revogado e substituído por decisão que julgue inválida e extemporânea a r emissão, a consequente adjudicação do prédio penhorado aos remitentes e confirme esta ao arrematante.

3. Contra-alegações:

(a) Por força da reforma do CPC (1995), e em especial da alteração da matéria referente à venda judicial e ao exercício do direito de remissão, só há lugar à adjudicação dos bens por despacho;

(b) Este é proferido apenas depois de estar demonstrado nos autos o depósito

do preço e o cumprimento das obrigações fiscais (para o que será o arrematante previamente notificado);

(c) O exercício do direito de remissão é assim possível até à data em que é proferido o despacho de adjudicação;

(3)

(d) Contudo os remitentes exerceram o direito de remissão antes de ser proferido nos autos o despacho de adjudicação, tendo depositado no acto o preço e solicitada a emissão de guias para liquidação da Sisa;

(e) Por outro lado, a extinção da execução através de transacção operada nos

embargos de executado, não determina nem a invalidade da venda, nem a extinção de todo o processado: havia já sido proferida sentença de graduação de créditos, aonde ficaram graduados alguns com precedência em relação ao primitivo

ex equente;

(f) Contudo, a decisão a ordenar a extinção foi até exarada após a realização de venda judicial: como tal, não determina a anulação da v enda;

(g) A decisão r ecorrida não enferma pois de qualquer ilegalidade ou vício, não deve ser revogada.

4. Factos assentes:

(1) 01.12.06, neste processo de execução, ab ertura das propostas em carta fechada com vista à aquisição executiva dos bens penhorados: aceite a proposta

do Ag.e no montante de Pte 15 725 000$00, para a verba nº14;

(2) 01.12.11, requerimento dos Ag.os (filhos dos executados), nos termos do art. 912 CPC, com o intuito de serem admitidos a exercer o seu [deles] direito de

remissão e, bem assim [lhes fosse] adjudicado a final [o prédio que constituía a

verba nº1] em comum e sem determinação de parte ou direito, passado o

respectivo título de transmissão, art. 900/2 CPC;

(3) Depositaram na CGD à ordem dos autos a qu antia de € 77 937,17,

referente ao preço do imóvel identificado e requereram que fosse passada a respectiva guia para liquidação do imposto municipal de Sisa;

(4) 01.12.19, despacho a julgar extinta a instância ex ecutiva, ao abrigo do

disposto nos arts. 287d. e 919 CPC tendo em vista a transacção5 a que exequente e

executados chegaram no âmbito dos embargos deduzidos à execução;

4 Prédio urbano, composto de edifício de R/C, com logradouro para armazém, sito no Lugar de Fonte do

Galo, Aver-o-mar, Póvoa de Varzim. Desc. C. Reg. P. do Concelho nº 012 78/970320 (Aver-o-mar); insc. mat. urb. art. 1544.

(4)

(5) 01.12.21, requerimento do Ag.e, pedindo a desconsideração do pedido

dos Ag.os, para antes lhes ser entregue a ele o bem arrematado6;

(6) 01.01.18, requerimento de interposição de recurso, por parte de .., Lda, visando o despacho que julgou extinta a instância;

(7) 02.03.08, requerimento de BPSM, SA, credor graduado:

(a) a sentença de verificação e graduação de créditos transitou em julgado e

graduou o crédito do requerente logo a seguir às custas de execução, para ser pago pelo produto da venda executiva;

(b) independentemente do resultado da querela sobre se a propriedade foi

adquirida pelo comprador ou pelos filhos do executado que exerceram o direito de remissão, assiste ao Banco o direito [emergente da referida sentença de

graduação de créditos];

(c) por essa razão vem requerer a passagem de precatório cheque para o

levantamento da quantia a que como reclamante tem direito, [apurado o

pagamento das custas, q ue não forma satisfeitas antes do despacho de extinção da instância];

(d) ...desde já se requer, por mera cautela, que a execução prossiga... para ser

feito o pagamento ao requerente...

5 Extracto da acta de audiência de julgamento, embargos de executado 343-A/98; embargantes: Avelino

; embargada: CCAM Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, 01.05.0 7

... Transacção:

1. Fixa o valor da dívida na quantia de Pte 10 710 00 0$00, que o s embargantes se obrigam a pagar em

6 prestações iguais, mensais e sucessivas, com o vencimento d a 1ª em 17 de Maio do corrente e as restantes nos dias 17 dos meses subsequentes;

2. A embargada sub-roga expressamente os embargantes em todos os direitos, créditos e garantias que

detêm sobre o e mulher...;

3. A falta de pagamento de uma prestação implica o vencimento automático de todas a s outras,

mantendo-se as penhoras efectuadas para garantia do crédito;

4. Requerem a suspensão d a instâ ncia nos termos d os arts. 882 e 884 CPC, sendo as custas do s

embargos em partes ig uais e as custas da execução por parte dos embargantes;

... Sentença:

Homologo por sentença a presente transacção, nos p recisos termos das cláusulas acordadas, pelo que

condeno os embargantes no pagamento à embargada da quantia de Pte 10 710 00 0$00, no mais os absolvendo, art. 300/4 CPC e art. 1248 CC.

...

Custas na forma acordada. 6 Vd. 1. e nota 4.

(5)

(8) Recaiu decisão: a apreciar oportunamente;

(9) 02.03.19, despacho r ecorrido7;

(10) Simultaneamente indeferimento do pedido de interposição do recurso (6); (11) Na mesma data, despacho a conceder a remissão: por estarem em tempo,

terem legitimidade, mostrar-se depositado o preço correspondente ao proposto e

aceite, considera -se remido o bem [pelos requerentes (2)]; ...em consequência, fica-lhes o mesmo adjudicado;

(12) 02.04.10, requerimento de interposição do presente Agravo; depois, recebido.

5. O recurso está pronto para julgamento.

6. Parece não haver dúvida quanto à questão (isolada) do tempo e modo da remissão. A lei na redacção actual, e como bem defende o julgador, alterou a modalidade normativa do exercício desse direito, que agora passa a poder ser exercido até ao momento do despacho de adjudicação. São claras neste sentido as normas do Código de Processo Civil cit. e transc. no despacho recorrido, arts. 900/1, 912/1, 913a. e 918, sobretudo art. 913a. CPC: o direito de remissão pode ser exercido no

caso de venda judicial até ser proferido despacho de adjudicação dos bens ao proponente.

Os contornos do problema posto neste recurso podem não compadecer-se porém com esta solução (directa). Na verdade, o despacho que admitiu os remitentes foi proferido já depois de ter sido dado um outro pelo qual (aparentemente) foi

declarada extinta a execução. E se assim fora, mal ou bem, já não haveria lugar à remissão, tanto quanto a própria venda teria claudicado.

Contudo, como qualquer texto jurídico também o despacho em causa tem de ser interpretado, e de acordo com outros elementos q ue o situam e com ele determinam

o contexto hermenêutico do processo.

(6)

Ora, se bem atentarmos na transacção invocada no sobredito despacho, muito pelo contrário consta dela expressamente que a execução continuaria, mantendo-se as

penhoras efectuadas para garantia do crédito, agora diminuído e fraccionado em

diversas prestações futuras, enquanto nela se pede logo a suspensão da instância executiva, que a lei admite nestas circunstâncias, arts. 882/1 e 884 CPC.

Deste modo, o crítico despacho apenas pode ter o entendimento de, em boa verdade, extinguir, mas no sentido de reduzir o quantum executivo, o X inicial do pedido, o qual passará a ser, como decorre da transacção X-Y, sujeito a um prolongamento do prazo e facilidades de solvência.

Nestas circunstâncias faz pois inteiro sentido terem sido admitidos à remissão os filhos do executado, visto não ter havido ainda, quando o pedido foi atravessado, despacho a adjudicar o prédio penhorado ao proponente aceite. E este modelo interpretativo, sublinhe-se, bem se ajusta afinal ao entendimento do julgador que não só se pronunciou sobre esta questão em particular, como relegou para seguinte oportunidade pronunciar-se sobre o problema posto pelo credor graduado no topo, logo abaixo do pagamento das custas através do apuro executivo.

De qualquer forma, e não se trataria aqui nunca de extinção da execução pelo pagamento, haveria que atender sempre ao ponto de vista do art. 918/1 CPC, amplificado, que cobre, em boa lógica, as hipóteses intermédias em volta da desistência do exequente: ...se já tiverem sido vendidos... bens sobre cujo produto

hajam sido graduados outros credores, a estes será paga a parte que lhes couber nesse produto.

Se assim é, o pedido de remissão estava, sem dúvida, em tempo, e era como foi considerado: não tem razão o Ag.e, neste particular.

7. As conclusões do recurso exigem agora que seja enfrentada a questão fiscal. Diz o recorrente: a remissão não pode ser encarada, neste caso, e por não ter sido paga a Sisa nem logo, nem até agora.

(7)

Vejamos, o art. 900/1 CPC só nos fala da adjudicação de bens, satisfeitas as

obrigações fiscais inerentes à transmissão. No entanto, a lei apenas exige dos

remitentes que depositem o preço (o preço, só), com o pedido de admissão.

E segundo a técnica fiscal, a Sisa tem de ser liquidada, perante documento específico, guia [mod. 1] passada pelo escrivão do processo, donde conste naturalmente esse mesmo preço, devendo ser satisfeito o imposto no prazo

posterior de 30 dias8; por conseguinte, tudo se passa depois do despacho de remir

aceite, mas antes da adjudicação.

Deste modo, nem se põ e o problema na modalidade das alegações, ou a objecção não procede d e todo: falecem decerto as conclusões no sentido contrário, i.é, no sentido de, sem mais, não ser admissível a remissão.

Não obstante, ainda agora não tinha ocorrido verdadeiramente o tempo de

adjudicar... e o despacho recorrido encerrou a lide, neste particular. Contudo, nas circunstâncias dadas, nem a guia para efeitos fiscais de liquidação da Sisa foi passada e entregue: não houve de qualquer modo um incumprimento fiscal por parte dos recorridos, sab ido como é que a dívida tributária emerge daquele e só daquele acto formal em espécie, justamente a liquidação.

Por outro lado, nem sequer a falha deste prazo de pagamento do imposto seria, ainda assim, impedimento da adjudicação, antes de sinal cominatório (p.ex.

assinado pelo julgador), porque o contribuinte, passados os 30 dias, entra apenas em mora, a que se seguirá o relaxe e porventura a cobrança fiscal coerciva: tempo a

gerir então, e em paralelo, na marcha do processo, ponderados todos os interesses em jogo.

(8)

De qualquer modo, é esta mera possibilidade de um incumprimento com relevo, e sobretudo do ponto de vista da economia executiva (deste ponto de vista,

verdadeiro incumprimento definitivo das obrigações fiscais antes da adjudicação), problema pensado, e operativo agora no campo processual comum exclusivamente;

digamos assim, é este resíduo problemático que confere à posição do recorrente algum v alimento: o d espacho recorrido deve ser revogado, muito embora permaneça intocável o progresso da remissão (andamento contra o qual o Ag.e não tem argumentos válidos), devendo seguir-se, pois, a omitida fase intercalar da prova do pagamento da Sisa por parte dos remitentes.

8. Atento o exposto, vistos antes do mais os arts. 900/1, 912/1.2, 913a. e 918/1 CPC, fica decidido manter inteiramente o despacho recorrido, no que diz respeito à admissão dos recorridos a remir, mas vai revogado na parte em que decidiu já a adjudicação do prédio penhorado aos r emitentes: seguir-se-á o prazo para

comprovarem o pagamento da Sisa.

9. Custas na proporção da sucumbência (Ag.e: 9/10).

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