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MIGRACIDADES RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO CORUMBÁ, MS

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RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO

CORUMBÁ, MS

2020

(2)

Informações gerais

CORUMBÁ, MS

Região: Centro-Oeste

População estimada em 2020 (IBGE)1: 112.058

População de migrantes internacionais registrados de 2000 a março/2020 (NEPO/UNICAMP)2: 2.398

Data de fornecimento das informações pelo governo local: 03/09/2020

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O MigraCidades ... 4

O Relatório de diagnóstico ... 7

Diagnóstico geral do governo local ... 9

Boas práticas do governo local ... 10

As 10 dimensões ... 11

Estrutura institucional de governança e estratégia local ... 11

Capacitação de servidores públicos e sensibilização sobre direitos dos migrantes ... 13

Participação social e cultural de migrantes ... 14

Transparência e acesso à informação para migrantes ... 15

Parcerias institucionais ... 16

Acesso à saúde ... 17

Acesso e integração à educação ... 19

Acesso à assistência social ... 21

Acesso ao mercado de trabalho ...23

Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção ...25

Prioridades do governo local ... 26

Sumário

(4)

O MigraCidades

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está implementando o projeto “MigraCidades – Aprimorando a Governança Migratória Local no Brasil” em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e com apoio da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e financiamento do Fundo da OIM para o Desenvolvimento.

O projeto visa a informar e fortalecer a capacidade de governança local das migrações, a partir da verificação da presença de 10 dimensões de governança migratória. As dimensões estão divididas em dois grupos. O primeiro, dimensões de governança, se dedica a analisar o desenho institucional das políticas locais. O segundo, dimensões de acesso a direitos, avalia o acesso à saúde, à educação, ao mercado de trabalho, dentre outros aspectos relacionados à integração e ao bem-estar dos migrantes internacionais.

A OIM define migrante como uma pessoa que se move do seu local habitual de residência, seja dentro de um país ou através de fronteiras internacionais, de forma temporária ou permanente, por uma variedade de razões. Para os fins deste relatório, cujo enfoque são as migrações internacionais, o termo migrante será doravante utilizado para se referir a uma pessoa nacional de outro país ou apátrida que se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil (nos termos da definição de imigrante da Lei de Migração nº 13.445/2017).

(5)

O MigraCidades

O MigraCidades faz parte dos esforços globais da OIM para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em conjunto com o sistema ONU e seus parceiros. São 17 Objetivos ambiciosos e interconectados que abordam os principais desafios de desenvolvimento enfrentados por pessoas no Brasil e no mundo. O MigraCidades contribui principalmente para a concretização meta 10.7 dos ODS.

Meta 10.7 – Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da

implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas.

Em uma tentativa de definir o conceito de “políticas de migração planejadas e bem geridas” conforme a Meta 10.7, a OIM desenvolveu o Marco de Governança da

(6)

O MigraCidades parte da experiência da OIM com estas iniciativas, adaptando-as para criar um processo de certificação adequado para o contexto brasileiro que contribua para o mesmo objetivo em comum: facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura, regular e responsável das pessoas.

O MigraCidades

ODS – Meta 10.7

MGI MiGOF

(7)

O Relatório

de diagnóstico

A certificação MigraCidades envolve cinco etapas: a inscrição, o diagnóstico, a priorização, a certificação e o monitoramento. Na etapa de inscrição, foi aberta uma chamada pública para municípios e estados brasileiros se candidatarem, apontando uma pessoa de referência local para acompanhamento do processo. Após ser selecionado, o governo local foi convidado a preencher o Formulário de Diagnóstico, composto por uma série de perguntas sobre cada uma das 10 dimensões de governança migratória. Após o preenchimento do Formulário, deu-se início à etapa de priorização, na qual o governo local identifica quais as prioridades para o desenvolvimento de políticas migratórias no próximo período. Nesses dois momentos, a pessoa de referência local foi responsável por articular o diálogo com as diferentes áreas do governo local que executam atividades relacionadas à migração, com o objetivo de coletar respostas para o formulário e insumos para a priorização.

Este relatório consolida as respostas do governo local nas etapas de Diagnóstico e Priorização, incluindo revisões e recomendações realizadas pela equipe do MigraCidades. Exceto quando citada a fonte, todas as informações contidas neste relatório foram fornecidas pelos próprios governos locais, através de suas

(8)

Acesso ao mercado de trabalho Conheça as 10 dimensões de governança migratória:

O Relatório

de diagnóstico

Estrutura institucional de governança Capacitação de servidores públicos Participação social e cultural de migrantes Transparência e acesso à informação Parcerias institucionais Acesso à saúde Acesso e integração à educação Acesso à assistência social Serviços de proteção para mulheres e LGBTI+

(9)

O município de Corumbá está localizado na região Centro-Oeste do Brasil, no estado do Mato Grosso do Sul. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada no município era de 112.058 habitantes em 2020.

De 2000 a 2020, 2.398 migrantes internacionais obtiveram o Registro Nacional Migratório como habitantes do município, de acordo com dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) (NEPO/UNICAMP, 2020). Nos últimos 5 anos, o município tem recebido migrantes de forma espontânea.

Corumbá indicou realizar pelo menos uma ação nas seguintes dimensões de Governança: Estrutura institucional de governança; Participação social e cultural de migrantes; Transparência e acesso à informação para migrantes; e Parcerias institucionais. E nas seguintes dimensões de acesso a direitos: Acesso à saúde; Acesso e integração à educação; Acesso à assistência e proteção social; Acesso ao mercado de trabalho; e Acesso e acolhimento a vítimas de violência de gênero migrantes aos serviços de proteção.

Diagnóstico geral

do governo local

(10)

Destacam-se como práticas positivas relatadas pelo governo local a implementação de um Comitê Intersetorial, na dimensão de Estrutura Institucional de Governança; a existência de casa de acolhimento para migrantes, com espaço de abrigamento temporário, e a busca ativa de migrantes que necessitam de acolhimento no âmbito da Assistência Social. Segundo o governo local, de janeiro a setembro de 2020, 253 pessoas migrantes foram acolhidas em casa de passagem fornecida pelo município. Em relação ao Acesso à Saúde, outras boas práticas relatadas foram a vacinação coletiva, a realização de exames junto a pessoas migrantes abrigadas na casa de acolhimento e testagem para COVID-19.

Boas práticas

do governo local

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Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Esta dimensão busca compreender se o governo possui estratégia local ou setores ou referências locais dedicadas à formulação, ao acompanhamento e à implementação de políticas públicas e serviços voltados à migração.

Nesta dimensão, o município de Corumbá indicou possuir, em sua estrutura institucional, pelo menos um setor ou pessoa dedicada à formulação e ao acompanhamento de políticas públicas sobre migração. Também relatou haver fluxo ou rede estabelecida entre diferentes setores para encaminhamento e acesso de pessoas migrantes a serviços de referência, bem como um mecanismo de coordenação das ações e políticas de diferentes setores para o tema da migração através da criação de um comitê intersetorial.

Além disso, o município informou haver estratégia local de acolhimento de pessoas migrantes em situação de crise descrita em política, plano, ou documento público. Essa estratégia foi construída em articulação com diferentes setores da gestão pública e com participação social, e está alinhada com a Lei Nacional de Migração (Lei 13.445/2017).

O município também indicou a existência de esforços para aprimorar a coordenação com outros entes federativos em temas relacionados à migração.

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Estrutura institucional de governança

e estratégia local

Além da estratégia local de acolhimento de pessoas migrantes em situação de crise, é recomendado que o governo local desenvolva uma estratégia local voltada para o acolhimento e a integração de pessoas migrantes, descrevendo-a em política, plano, ou documento público. Para ser efetiva, sugere-se que tal estratégia seja elaborada com diferentes setores locais e que esteja alinhada com o planejamento plurianual do governo local e com as agendas mundiais de desenvolvimento, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Outra área com potencial de desenvolvimento é a de definição de uma estratégia de monitoramento, planejamento ou de disponibilização de aporte orçamentário voltado aos custos relacionados à integração de pessoas migrantes na comunidade de acolhida.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Capacitação de servidores públicos e

sensibilização sobre direitos dos migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local oferta capacitações regulares para servidores públicos da gestão e dos serviços sobre a temática migratória, incluindo questões de sensibilidade cultural, gênero e direitos humanos.

Nesta dimensão, há ações e iniciativas com potencial de desenvolvimento futuro por esse governo local. É recomendada a realização de capacitações junto aos servidores da gestão, da atenção e da assistência direta, relacionadas à temática migratória. Essas capacitações podem abordar discussões sobre diversidade cultural, gênero, direitos humanos ou sobre qualquer outro tema específico demandado pelos servidores.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Participação social e cultural

de migrantes

Esta dimensão busca compreender se há incentivos para participação social e cultural de migrantes junto à comunidade de acolhida.

O município indicou que foram adotadas medidas para informar e empoderar pessoas migrantes sobre seus direitos de participação social e que realizou consultas públicas junto às pessoas migrantes.

Para aprimorar esta dimensão, o governo local pode adotar algumas ações futuras, entre elas: incentivar a constituição de espaços de participação social, como associações e coletivos de migrantes; criar vagas específicas para migrantes nos conselhos municipais já existentes; e adotar medidas para fomentar a igualdade de gênero nesses espaços. Em relação à participação cultural, o governo local pode disponibilizar aporte financeiro para viabilização de festas e feiras realizadas por migrantes ou apoiá-las de outras formas, como através de divulgação e do fornecimento de infraestrutura para a realização desses eventos.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Transparência e acesso à informação

para migrantes

Esta dimensão busca compreender se o governo local disponibiliza, de forma presencial ou virtual, informações compreensíveis e transparentes sobre direitos e obrigações dos migrantes e sobre acesso a serviços públicos. Também considera se isso é feito em outros idiomas além do português.

O município indicou que disponibiliza informações sobre direitos e deveres dos migrantes e sobre acesso a serviços públicos, em locais de atendimento presencial, de forma gratuita e em formatos inclusivos, como vídeo e áudio.

Como forma de aprimorar a dimensão relativa à transparência, o município pode disponibilizar essas informações também em seu website e em outros canais, bem como traduzi-las para os idiomas mais falados pelas pessoas migrantes localmente, facilitando assim uma maior compreensão das informações ofertadas.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Parcerias institucionais

Esta dimensão busca compreender se o governo local possui parcerias com instituições-chave para tratar da agenda de migrações e questões relacionadas (ex.: grupos de trabalho ou convênio para execução de serviços).

O município indicou haver parcerias entre o governo local e Organizações da Sociedade Civil (OSCs), universidades e outros entes federativos.

Para ampliar e aprimorar esta dimensão, o município pode buscar implementar também ações em parceria com associações de migrantes, organismos internacionais e com o setor privado.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à saúde

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de saúde, em especial os de atenção primária em saúde.

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a serviços de atenção primária em saúde e a encaminhamento para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar, de forma desburocratizada. Além disso, informou que os serviços de atenção primária em saúde estão regionalizados de forma a terem equipes atuantes em todos os locais onde residem migrantes, e que existem orientações, fluxos, ou protocolos estabelecidos para a facilitação e qualificação do acesso, acolhimento e atendimento em saúde para migrantes.

Os profissionais da área da saúde, conforme relatado pelo município, são capacitados para realizar a comunicação com migrantes em diferentes idiomas e acolhê-los considerando a dimensão da diversidade cultural. Ainda conforme o governo local, os profissionais da saúde são capacitados para compreender as diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero e para identificar casos de tráfico de pessoas e de violência doméstica ou de gênero. Para tal, o município indicou que ofertou capacitações sobre acolhimento e atenção à

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Acesso à saúde

No campo da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso e demandas de saúde de migrantes e que os dados coletados são desagregados por país de origem e permitem enxergar a demanda reprimida de acesso à saúde. Esses dados são, ainda, publicados e utilizados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas locais de acesso à saúde, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. Para isso, há um setor capacitado para acolher as demandas, registrar práticas de discriminação e xenofobia e promover o acesso à saúde por migrantes. Esse setor trabalha também em conjunto com outros setores, alinhando demandas e ações entre secretarias e órgãos.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso e integração à educação

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e a integração de migrantes à educação.

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a vagas desde a educação infantil até o ensino médio e que são ofertadas atividades extracurriculares para estudantes migrantes. Informou, ainda, que existem orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos para que a rede de ensino possa facilitar o acesso e a integração de migrantes no sistema educacional. O município indicou também que os profissionais da área da educação são capacitados para acolher migrantes nos estabelecimentos de ensino, considerando a dimensão da diversidade cultural, bem como estão aptos para compreender diferenças culturais que podem estar relacionadas a questões de gênero. Informou, ainda, que as capacitações, campanhas e distribuição de materiais informativos buscam celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

No campo da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso e demandas de educação de migrantes. Além disso, informou que há um setor dedicado ao acesso e à integração, capacitado para acolher as demandas de

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Acesso e integração à educação

Também podem ser oferecidas capacitações para as pessoas migrantes sobre temas como direito ao acesso à educação, oferta de cursos e funcionamento do sistema de matrículas. Além disso, o município pode apoiar e acompanhar os processos de revalidação de diplomas.

Outra ação com potencial para desenvolvimento é a capacitação de profissionais da educação para que possam se comunicar com migrantes em diferentes idiomas e sobre como aprimorar o acolhimento e integração dessa população.

Para aprimorar a coleta de dados, o município pode realizar levantamentos que permitam identificar o país de origem das pessoas migrantes e a demanda reprimida de acesso à educação. Assim, poderá também utilizar os dados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de acesso e integração de pessoas migrantes no sistema educacional, sempre respeitando o sigilo e o anonimato dos usuários.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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Acesso à assistência social

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes a serviços públicos de assistência e proteção social, tais como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), seus programas e benefícios.

O município informou que as pessoas migrantes têm acesso ao Sistema Único de Assistência Social de forma desburocratizada, através de serviços como o Centros de Referência de Assistência Social e o Centros de Referência Especializado de Assistência Social, e que há medidas específicas adotadas para a proteção social e garantia dos direitos de crianças migrantes. Indicou, ainda, que existem orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos na rede de assistência social para facilitar e qualificar o acesso e acolhimento a migrantes nos serviços e que a Secretaria de Assistência Social acompanha e assessora as demandas de atendimento especializado apresentadas por migrantes.

Os profissionais dos serviços de assistência e proteção social são capacitados para: acolher as pessoas migrantes, considerando a dimensão da diversidade cultural; compreender diferenças culturais, que podem estar relacionadas a questões de gênero; e identificar casos de tráfico de pessoas e de violência doméstica

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Acesso à assistência social

No campo da produção de informação, o município indicou que coleta dados sobre o perfil de acesso à assistência e proteção social de migrantes, que esses dados são desagregados por país de origem da pessoa migrante e permitem enxergar a demanda reprimida de acesso à assistência e à proteção social de migrantes. Informou, ainda, que os dados são utilizados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo de acesso à assistência e proteção social de migrantes e que há um setor capacitado para acolher as demandas e registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de assistência e proteção social. Esse setor trabalha em conjunto com outros setores e coordena demandas e ações com outras secretarias. Como área com potencial para desenvolvimento futuro, é recomendado que o governo municipal verifique e garanta que as pessoas migrantes qualificáveis tenham também acesso a cadastro para benefícios sociais, como o Bolsa Família, e a iniciativas de apoio à moradia.

Para aprimorar esta dimensão, o governo local pode também capacitar os servidores para realizar a comunicação com migrantes em diferentes idiomas e realizar campanhas que tratem do direito à assistência e proteção social dos migrantes, buscando celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer forma de discriminação.

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Acesso ao mercado de trabalho

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso de migrantes ao mercado de trabalho (setor público, setor privado ou empreendedorismo).

O município indicou que as pessoas migrantes têm acesso a aconselhamento ou orientação profissional e a vagas de emprego no setor privado, e que adota medidas específicas para desburocratização, assistência legal e administrativa para desenvolvimento do empreendedorismo por migrantes. Para isso, informa que há orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos para apoio à integração de migrantes ao mercado de trabalho.

Há profissionais capacitados, de acordo com o município, para identificar casos de trabalho em condições degradantes ou análogas à escravidão, e para compreender casos de discriminação por diferenças de gênero e diferenças culturais. O governo local indicou também que realizou capacitações junto às pessoas migrantes e ações informativas sobre acesso ao mercado de trabalho e legislação trabalhista e que essas capacitações buscaram celebrar a diversidade, fortalecer a sensibilidade cultural e coibir qualquer tipo de discriminação.

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Acesso ao mercado de trabalho

Para aprimorar esta dimensão, o governo local pode: fomentar o acesso de migrantes a uma central de vagas de emprego; ofertar vagas de emprego também no setor público; acompanhar as situações de revalidação de diploma das pessoas migrantes; e adotar medidas específicas para favorecer o acesso de mulheres migrantes ao mercado de trabalho. Outra medida importante pode ser a desburocratização ao acesso ao mercado de trabalho, com flexibilização de documentos quando possível e a facilitação em cadastros de currículos.

É recomendado que o governo local busque capacitar os profissionais para que eles possam realizar comunicação em diferentes idiomas nos serviços de trabalho e emprego, e identificar casos de tráfico de pessoas e exploração laboral. Outras áreas com potencial de desenvolvimento são a realização de capacitações sobre o acesso de migrantes ao mercado de trabalho para profissionais dos serviços de trabalho e emprego e de campanhas, que abordem e estimulem o acesso ao mercado de trabalho por migrantes, incluindo no setor privado.

Para aprimorar esta dimensão o governo local pode coletar dados desagregados por país de origem da pessoa migrante, de modo que permitam enxergar a demanda reprimida de acesso ao mercado de trabalho. Esses dados podem, ainda, ser utilizados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de acesso ao mercado de trabalho, sempre respeitando o sigilo e anonimato dos usuários. É recomendado também que o governo local crie um setor capacitado para acolher

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Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

Esta dimensão busca compreender se o governo local adota medidas para facilitar o acesso e acolhimento de migrantes mulheres e LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais e assexuais) a serviços de proteção, tais como casas de acolhimento, canais telefônicos de apoio e delegacias especializadas.

Nesta dimensão, o município indicou que as mulheres e LGBTQIA+ migrantes têm acesso a delegacias especializadas, casas de acolhimento e canais de proteção, como números telefônicos de apoio ou iniciativas locais que realizam essa acolhida, de forma desburocratizada sempre que possível, e de modo a garantir o sigilo da pessoa. Existem também orientações, fluxos ou protocolos estabelecidos nos serviços de proteção para acolhimento a mulheres e LGBTQIA+ migrantes que sofrem violência.

O governo local indicou também que os profissionais dos serviços de proteção são capacitados para realizar comunicação com migrantes mulheres e LGBTQIA+ em diferentes idiomas e para realizar acolhimento, considerando a dimensão da diversidade cultural. Para isso, foram ofertadas capacitações sobre acolhimento e proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes junto aos servidores de proteção local. Foram, ainda, realizadas campanhas e ações informativas,

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Acesso e acolhimento a vítimas

de violência de gênero migrantes

aos serviços de proteção

No campo da produção de informação, o município indicou que coleta dados desagregados sobre o acesso a serviços e demandas de proteção de mulheres e LGBTQIA+ migrantes. Informou, ainda, que utiliza os dados para propor mudanças nos fluxos, programas e políticas do governo local de proteção para essa população, respeitando sempre o sigilo e anonimato dos usuários. Para isso, há um setor capacitado para acolher demandas de pessoas migrantes, bem como para registrar práticas de discriminação e xenofobia nos serviços de proteção e que esse setor trabalha em conjunto com outros setores, coordenando demandas e ações com outras secretarias.

Caso deseje aprimorar essa dimensão, poderá consultar

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A partir dos resultados identificados através do Formulário de Diagnóstico, os governos locais foram convidados a indicar as prioridades para elaboração, implementação e monitoramento de políticas públicas relacionadas à migração durante o próximo período. Esse exercício foi feito através do preenchimento de uma Matriz de Priorização, que solicitava as seguintes informações para cada proposta prioritária: 1) Dimensão do MigraCidades priorizada; 2) Detalhamento das ações planejadas dentro da dimensão; 3) Justificativa; 4) Atores locais potencialmente envolvidos na execução e acompanhamento das ações priorizadas.

Como requisito, o governo local deveria incluir no mínimo três dimensões priorizadas, sendo necessariamente ao menos uma dimensão de governança institucional e uma de acesso a direitos. Não havia limite máximo para a priorização.

Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Serão realizadas duas capacitações por ano, uma por semestre, com servidores que trabalham com atenção/assistência direta a migrantes, priorizando aqueles que trabalham nas áreas de saúde, assistência social e educação nos bairros com maior

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Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Capacitação de servidores públicos

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso a assistência e proteção social

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Serão realizadas três capacitações anuais, incluindo capacitação em idiomas, com servidores que atuam diretamente com o público migrante, principalmente aqueles que trabalham nas áreas de saúde, assistência social e educação.

JUSTIFICATIVA

Já foram realizadas capacitações, principalmente na área de assistência social, porém de forma esporádica, não contínua.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, ONGs, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Será criada a Casa do Imigrante. O projeto de reforma do prédio destinado à Casa do Imigrante já foi elaborado. Depois de aprovado, a Casa será criada.

JUSTIFICATIVA

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Prioridades

do governo local

DIMENSÃO PRIORIZADA

Acesso e integração à educação

DETALHAMENTO DAS AÇÕES

Será ofertado curso de língua portuguesa para imigrantes.

JUSTIFICATIVA

Atualmente, poucos imigrantes têm facilidade de interagir com brasileiros e de acessar o mercado de trabalho devido à dificuldade de entendimento da língua portuguesa.

ATORES LOCAIS ENVOLVIDOS COM A DIMENSÃO

Secretaria Municipal de Educação, Assistência Social e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

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Como citar esse documento:

MIGRACIDADES. Perfil de Governança Migratória Local do Município de Corumbá. Porto Alegre: Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2020.

As opiniões expressas nas publicações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) são dos autores e não refletem necessariamente a opinião da OIM ou de qualquer outra organização à qual os participantes possam estar profissionalmente vinculados. As denominações utilizadas no presente relatório e a maneira como são apresentados os dados não implicam, por parte da OIM, qualquer opinião sobre a condição jurídica dos países, territórios, cidades ou áreas, ou mesmo de suas autoridades, nem tampouco a respeito da delimitação de suas fronteiras ou limites.

A OIM está comprometida com o princípio de que a migração segura, ordenada e digna beneficia os migrantes e a sociedade. Por seu caráter de organização intergovernamental, a OIM atua com seus parceiros da comunidade internacional para: ajudar a enfrentar os crescentes desafios da gestão da migração; fomentar a compreensão das questões migratórias; alentar o desenvolvimento social e econômico através da migração; e garantir o respeito à dignidade humana e ao bem‐estar dos migrantes.

Editorial

Organização Internacional para as Migrações (OIM) – Brasil SAS Quadra 05, Bloco N, Ed. OAB, 3º Andar

Brasília-DF - 70070-913 iombrazil@iom.int

CHEFE DE MISSÃO DA OIM NO BRASIL

Stéphane Rostiaux Expediente técnico COORDENAÇÃO Isadora Steffens Marcelo Torelly Roberta Baggio ANÁLISE

Ana Laura Anschau Anelise Dias

REVISÃO

Fabian Scholze Domingues Pâmela Marconatto Marques Verônica Korber Gonçalves

APOIO METODOLÓGICO

Laura Boeira

BOLSISTAS DE EXTENSÃO

Referências

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