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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar CURSO DE OCEANOGRAFIA

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR – CTTMar CURSO DE OCEANOGRAFIA

BIOLOGIA E DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DO CAMARÃO SETE-BARBAS (XIPHOPENAEUS KROYERI HELLER, 1862) NO MUNICÍPIO

DE PENHA, SC

LEONARDO ROCHA SANTOS

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Oceanografia.

Orientador: Prof. Dr². Joaquim Olinto Branco.

Itajaí 2011

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ii

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”

Raul Seixas

Agradecimentos

Á minha família, em especial a mãe, meu pai e ao meu irmão pela oportunidade que me concederam em cursar Oceanografia e por terem confiado em mim e no meu sonho;

Ao Professor Dr² Joaquim Olinto Branco, que além de um grande amigo, aceitou me orientar nessa longa caminhada;

Ao CNPq –PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), pela bolsa concedida para a realização desse trabalho.

À equipe do Laboratório de Biologia do CTTMar pelos momentos de trabalho e de descontração passados juntos, especialmente com os exemplares funcionários e estagiários (Pepeca, Passarinho, Fernando, Bolinha, Jura, Fraldinha e Rhuan);

Ao grande homem pescador/técnico do laboratório Sr. Anilton que com sua humildade e experiência de vida sempre me apoiou em todos os momentos.

Aos grandes amigos/irmãos que eu fiz na faculdade, pelos momentos de alegria, tristeza e descontração em que passamos juntos, fica aqui meu grande agradecimento! (Cadu, Gordo, Tainha, Mano Jão, Rafão, Baia, Bola, Carioca, Gardena, Emo, Ganso, Vegeta, Catata, Jesus, Gui, Bz, Pi, Perdido, LULI, Marcela, Claudi, Isa, Camila, Marina, Pati, Olivia)... aos que eu esqueci de citar acima, desculpa, mas vocês sabem que fizeram a diferença.

Aos amigos da FURG e UFPR pela grande amizade estabelecida ao longo de congressos, formaturas e viagens.... em especial a Lari Luna e Carolina Mayumi.

À uma pessoa muito especial que passou comigo esses dois últimos anos de faculdade, pelos conselhos, risadas, festas e viagens que nos fizemos juntos. OBRIGADO LULI.

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iii

Resumo

A pesca artesanal do camarão sete-barbas é denominada “pesca de sol a sol”

e realizada em grande escala no litoral brasileiro, apresentando uma significativa importância econômica, histórica, social e cultural. Atualmente é uma atividade de grande interesse no setor e o segundo recurso pesqueiro nas regiões Sudeste-Sul do Brasil. Essa modalidade é considerada predatória e danifica substancialmente a comunidade bentônica, mas é eficiente na captura da espécie-alvo. O presente trabalho testou a hipótese da distribuição estratificada do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) em função das classes de tamanho, distribuição espaço-temporal, abundância, tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento, assim como a influência das variáveis ambientais na distribuição dos indivíduos desta espécie na Armação do Itapocoroy, Penha, SC. Entre os meses de Julho de 2010 e Junho de 2011 foram realizadas amostragens mensais nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros, cada coleta teve duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) e foram feitas a bordo de uma embarcação baleeira. No período amostrado foi capturado um total de 4136 exemplares de X. kroyeri, onde a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões, 20 metros com 1979 exemplares e os 30 metros com 27 indivíduos. O camarão sete-barbas apresentou maiores amplitudes de comprimento em maiores profundidades, sendo que além de possuir os maiores indivíduos, a isóbata de 20 metros também possui uma maior concentração de exemplares adultos. A população apresenta flutuações sazonais na abundância, com as maiores taxas de capturas na primavera e as menores no verão. O padrão de crescimento dos indivíduos tendeu ao isométrico, o tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e 7,4 cm para as fêmeas. O período reprodutivo na isóbata de 10 metros foi intenso, com três grandes picos, enquanto que na isóbata de 20 metros ocorreram apenas dois picos de desova. As variáveis ambientais influenciaram na abundância do camarão sete-barbas e a ocorrência dos indivíduos na isóbata de 30 metros pode estar relacionado a fatores ambientais que promovem seu deslocamento para áreas mais profundas.

Palavras-chave. Pesca artesanal; camarão sete-barbas; distribuição estratificada.

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1 - INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2010), a captura de camarões vem diminuindo drasticamente, entretanto em 2008, ainda foram capturados mais de três milhões de toneladas.

Por ser um produto nobre e de alto valor comercial, países europeus importam centenas de toneladas de camarões por ano, preocupando as nações exportadoras, que procuram valorizar mais seus produtos no mercado internacional a partir de selos ecológicos. O Suriname implementou uma série de mudanças na forma de captura do principal recurso explorado (camarão sete-barbas), para tentar obter sua certificação pela MSC (Marine Stewardship Council) (PÉREZ-RAMÍREZ, 2010)

No Brasil, a atividade pesqueira está entre as quatro principais fontes geradoras de proteína animal para o consumo humano, participando com aproximadamente 0,4% do PIB em 2002 (IBGE, 2002). Estimativas recentes indicam que essa atividade é responsável pela geração de 800 mil empregos diretos (VALENTINI, 2005), entretanto, indicadores oficiais consideram como pouco expressiva no contexto socioeconômico do país. Quando computada a geração de empregos e fonte de proteína para as populações litorâneas, essa atividade assume sua real importância no cenário brasileiro. A pesca extrativa marinha da região Sul, atualmente é considerada uma das mais produtivas no país, com destaque para o estado de Santa Catarina, com 136.189 t desembarcadas em 2009 (UNIVALI/CTTMar, 2009).

Em geral, os camarões marinhos representam o principal alvo da pesca no litoral brasileiro. Atualmente são conhecidas sete famílias de Dendrobranchiata, representadas por 26 gêneros e 61 espécies (COSTA et al., 2000). Muitas dessas espécies possuem grande interesse econômico (D’INCAO et al., 2002), com destaque para o camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) que é um dos principais recursos pesqueiros explorados no litoral catarinense, apresentando um incremento de 363t em 2005 para 1.204t em 2006, somente na pesca industrial (UNIVALI/CTTMar, 2007).

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O gênero Xiphopenaeus é composto por duas espécies, X. riveti (BOUVIER, 1907) encontrado no Pacífico Oriental, da costa da Sinaloa (México) até Paita (Peru) (PÉREZ FARFANTE, 1988), enquanto que X. kroyeri ocorre no Atlântico Ocidental, da Carolina do Norte (USA) até o Rio Grande do Sul (BR) (D’INCAO et al., 2002). Essa espécie possui varias denominações ao longo da área de distribuição, sendo conhecido como “seabob shrimp” nos Estados Unidos, “camarón blanco” na Venezuela, “tití” na Colômbia, “redi sara- sara e bigi sara-sara” no Suriname, “coarse shrimp e large prawn” na Guyana Francesa, de “camarão chifrudo no norte do Brasil e de camarão sete-barbas no resto do país (PÉREZ FARFANTE, 1988).

A pesca artesanal dirigida ao camarão sete-barbas é realizada no litoral catarinense desde 1960, sempre com o método de arrasto motorizado com portas. Atualmente existem cerca de duas mil embarcações distribuídas em 15 Colônias de Pescadores, desde o município de Palhoça, ao sul, até Guaruva, no limite com o estado do Paraná. Estas embarcações têm entre oito e 10m e motores de 10 a 36 HP, desprovidas de convés e porão (botes, bateiras e baleeiras de boca aberta), a pesca ocorre do amanhecer ao entardecer (conhecida como pesca de sol a sol), em áreas próximas às comunidades de pescadores, em profundidades de até 30 metros (BRANCO, 2005).

Além de seus componentes biológicos, físicos e químicos, essa atividade tem uma ampla dimensão sócio-econômica (BAIL & BRANCO, 2007), onde as decisões acerca das medidas a serem tomadas serão mais apropriadas quanto mais profundas e abrangentes forem as informações biológicas da espécie-alvo.

A biologia e a pesca do camarão sete-barbas vêm sendo estudadas há décadas no litoral brasileiro, no Nordeste (MOTA-ALVES & RODRIGUES, 1977; COELHO & SANTOS, 1993; SANTOS & COELHO, 1996; SANTOS &

IVO, 2000), no Espírito Santo (EUTRÓPIO, 2009), no Rio de Janeiro (JARDIM, 2009; FERNANDES, 2011), em São Paulo (NEIVA & WISE, 1967; SANTOS et al., 1969; SEVERINO-RODRIGUES et al., 1993; NAKAGAKI & NEGREIROS- FRANSOZO, 1998; FRANSOZO et al., 2000), no Paraná (BRANCO et al., 1994) e em Santa Catarina (NASCIMENTO & POLI, 1986; BRANCO et al., 1999; BRANCO, 2005; PEZZUTO et al., 2008) contribuindo com informações

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Xiphopenaeus kroyeri possui um ciclo de vida diferente dos outros camarões pertencentes à família Penaeidae (HOLTHUIS, 1980), pois não depende dos estuários para o desenvolvimento dos juvenis e também não apresenta estratificação populacional, sendo comum a ocorrência de juvenis e adultos na mesma área (NEIVA & WISE, 1967; BRANCO, 2005).

Porém, trabalhos mais atuais sugerem que camarões jovens de sete- barbas, geralmente são capturados em locais mais rasos, como praias, baías e enseadas (BRANCO et al., 1999; CASTRO et al., 2005; COSTA &

FRANSOZO, 2004), enquanto que os adultos reproduzem a partir dos 15 metros de profundidade (SEVERINO-RODRIGUES et al.,1992). Como os pescadores possuem áreas de pescas muito extensas e realizam arrastos longos, ocorre a mistura do camarão sete-barbas de diferentes profundidades, podendo contribuir para a idéia da não estratificação populacional.

O entendimento do padrão de distribuição espaço temporal da população do sete-barbas passa pela construção de um modelo do ciclo de vida, onde as amostras devem ser analisadas por isóbatas em arrastos experimentais, juntamente com fatores abióticos como temperatura, salinidade e tipo de sedimento. Para Graça-Lopes et al. (2007), o mapeamento do tipo de fundo e temperatura nas áreas de pesca do X. kroyeri ajudaria a compreender o padrão de distribuição espaço temporal da espécie, visto que o tipo de sedimento parece ser determinante para a ocorrência desse recurso. Também sugerem que o deslocamento do contingente populacional para águas mais profundas vincula-se à idade dos indivíduos, onde ao redor dos 20m de profundidade encontram-se os camarões acima dos 11,0 cm, que efetivamente tornam-se adultos e desovam. O entendimento dessa distribuição ajudará nas tomadas de decisões para o manejo e sustentabilidade da pesca do camarão sete-barbas.

2 - OBJETIVOS 2.1 – Geral

Estudar a distribuição espaço-temporal do camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) nas isóbatas de 10, 20 e 30 metros na Armação do Itapocoroy, Penha, SC.

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2.2 - Específicos

- Caracterizar a distribuição estratificada de Xiphopenaeus kroyeri, em função das classes de tamanho, da distribuição espaço-temporal, abundância, tamanho de primeira maturação, época de reprodução e recrutamento;

- Verificar a influência das variáveis ambientais na distribuição espaço-temporal e nas taxas de captura do camarão sete-barbas;

- Comparar a captura em CPUE por isóbata e verificar se ocorreram diferenças sazonais.

3 - ÁREA DE ESTUDO

O litoral de Santa Catarina está localizado entre as latitudes sul de 25°

57’41” e 29°23’55”, possui 538 km de extensão e representa 7% da costa brasileira. O oceano Atlântico banha sua planície costeira e possui uma amplitude de maré inferior a 2 metros. Nessa região os ventos predominantes são de nordeste, sudoeste e sudeste, sendo que as ondulações são geradas principalmente pelos ventos do sudeste do cinturão subpolar do Atlântico Sul.

Pela sua posição entre as latitudes médias da zona subtropical, o clima é temperado, super úmido, sofrendo influência das massas Tropical Atlântica e Polar Atlântica.

Diehl & Horn-Filho (1996) dividiram o litoral de Santa Catarina em oito setores geológicos, que são classificados como:

(I) Norte, (II) Nordeste, (III) Centro-Norte, (IV) Central, (V) Centro-Sul, (VI), (VII) Sudeste, (VIII) Sul, (IX) Meridional.

O Município de Penha esta inserido no setor Nordeste (II), é abrigado por morros, sendo protegido dos ventos do quadrante Sul e exposto as ventos do quadrante Norte e a sedimentação costeira sofre influência do rio Itajaí-Açu.

A constituição do fundo nas áreas de pesca é areno-lodosa, porém as praias próximas são constituídas por areia grossa. Uma característica oceanográfica importante na região estudada é a penetração da massa de Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na camada inferior da plataforma continental durante a primavera e o verão, formando uma termoclina numa profundidade de aproximadamente 10 a 15 m. Com o retrocesso da ACAS

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durante o inverno, a distribuição da temperatura na zona costeira torna-se homogênea com águas entre 20 e 23°C e salinidade de 35 ‰ (MATSUURA, 1986).

A definição das áreas em que seriam realizados os arrastos foi efetuada a partir de conversas com pescadores que definiram os locais de pesca em cada isóbata, sendo assim, ficou definido uma área de pesca na isóbata de 10, uma na de 20 e a última na isóbata de 30 metros (Fig. 1).

4 - METODOLOGIA

Foi utilizada uma rotina de amostragens voltada para análise da distribuição espaço temporal e aspectos do ciclo de vida do camarão sete- barbas na Armação do Itapocoroy (Penha).

Foram efetuadas coletas mensais, durante o período de Julho de 2010 a Setembro de 2011, nas isobátas de 10, 20 e 30 metros. Para a determinação da profundidade foi utilizada uma sonda do modelo EAGLE CUDA 300. Os arrastos tiveram duração de 15 minutos (uma amostra e duas réplicas) por isobáta em áreas tradicionais de pesca do camarão sete-barbas.

As coletas foram diurnas utilizando-se uma baleeira da pesca artesanal, equipada com duas redes de arrasto do tipo “double-rig”, com 4,5 m de abertura e 11 m de comprimento, malha de 3,0 cm na manga e corpo e 2,0 cm no ensacador (BRANCO, 2005). O produto de cada arrasto foi etiquetado, acondicionado em saco plástico e mantido em caixa de isopor com gelo até o laboratório.

4.1 - Distribuição espacial e temporal do camarão sete-barbas 4.1.1 - Biometria

Dos camarões sete-barbas coletados mensalmente por área e isóbatas foi registrado o sexo, estádio de maturação através de observações macroscópicas das gônadas (PÉREZ-FARFANTE, 1970), comprimento total e da carapaça em centímetros e o peso total em gramas (BRANCO et al., 1999;

BRANCO, 2005). Das fêmeas adultas, foi selecionada uma sub-amostra

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representativa e aleatória, retirados os ovários e registrado o peso (Wg) para a determinação da época de reprodução.

4.1.2 - Estrutura da População

Foi aplicado o teste do x2, ao nível de significância de 5% e n-1 graus de liberdade (n=2), para verificar a existência de possível diferença entre a proporção sexual, durante os meses, classes de comprimento total por profundidade conforme (VAZZOLER, 1996).

A relação peso/comprimento foi estimada para machos e fêmeas (SANTOS, 1978). Através da distribuição de freqüência das classes de comprimento por isóbatas foi determinado o período de recrutamento. Também foi analisada a condição gonadal e estimado o índice gonadassomático (BRANCO, 2005).

O tamanho de primeira maturação gonadal (LtPM), que corresponde ao comprimento onde 50% dos exemplares são adultos, foi estimado graficamente para machos e fêmeas em função da profundidade (VAZZOLER, 1981). Esse tamanho foi interpolado sobre as distribuições de comprimento e utilizado para verificar a atuação da pesca artesanal sobre os camarões jovens e adultos em cada isóbata (BRANCO et al., 1999; BRANCO, 2005).

4.1.3 - Variáveis Ambientais

Nos arrastos por isóbatas foram coletadas amostras de água de fundo com uma garrafa de Nansen e mensuradas a temperatura (com um termômetro) e a salinidade (com um refratômetro óptico específico).

4.1.3 - Análises Estatísticas

A média sazonal da CPUE (kg/h) e número de exemplares entre as isobátas foram testados a partir da Analise de Variância Paramétrica (ANOVA).

No caso dos dados de abundância de camarão nas isóbatas e as variáveis ambientais, foi utilizado o teste de correlação não paramétrico de Spearman.

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Figura 1. Localização da área de estudo e dos locais onde foram realizados os arrastos, sendo que cada linha representa uma isóbata.

5 – RESULTADOS

5.1 - Variáveis Ambientais

Durante o período de estudo, a temperatura da água de fundo variou de 16 a 26,5°C, sendo que a menor temperatura foi no mês de julho/2010 e a maior no mês de fevereiro/2011. A temperatura média anual foi de 21,6°C e apresentou uma variação sazonal, com os maiores valores no verão-outono e os menores na primavera-inverno.

Ao analisar a temperatura de água de fundo separadamente por isóbata, ficou claro o mesmo padrão de variação sazonal entre elas, além disso, foi observado um pequeno gradiente térmico, onde as menores temperaturas (primavera-inverno) foram na isóbata de 30 metros e ao se aproximar da costa a temperatura foi aumentando. Padrão idêntico ocorreu nas estações que apresentaram maiores valores de temperatura (verão-outono), onde os maiores

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valores estiveram na isóbata de 10 metros e foi diminuindo gradativamente até a isóbata de 30 metros (Fig. 2)

Figura 2. Flutuação mensal da temperatura da água de fundo nas isóbatas de 10, 20 e 30m.

Já a salinidade variou de 31,5 ‰ no mês de agosto a 34,8 ‰ no mês de outubro e teve uma média anual de 33,0 ‰. Quando analisada separadamente por isóbatas, fica evidente a ocorrência da Água Costeira (AC) em ambas as isóbatas. (Fig. 3).

Figura 3. Flutuação mensal dos teores de salinidade de fundo nas isóbatas de 10, 20 e 30m.

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Para tentar entender a influência das variáveis ambientais na abundância do camarão sete-barbas, foi utilizado o teste de correlação de Spearman. Quando correlacionada a temperatura com o número de exemplares, a isóbata de 10 metros apresentou uma correlação negativa muito significativa, com valor de r = -0, 7487 e de p = 0, 0070 (Tab. I), enquanto que a isóbata de 20 metros também apresentou uma correlação negativa, porém não significativa, com valores de r = -0,3221 e de p = 0,3085.

Tabela I. Correlação de Spearman (p<0,05) entre a temperatura e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata.

Temperatura 10 Metros 20 Metros Coeficiente de Spearman -0, 7487 -0, 3221

Valor de p 0, 0070 0, 3085

Significância * ns

* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.

Já a salinidade, na isóbata de 10 metros teve uma correlação negativa com a abundância, porém não significativa, com valor de r = -0,3077 e p = 0,3310. Entretanto, a isóbata de 20 metros apresentou uma correlação negativa significativa, com valor de r = - 0,7180 e p = 0,0106 (Tab. II).

Tabela II. Correlação de Spearman (p<0,05) enrte a salinidade e a abundância de camarão sete-barbas em cada isóbata.

Salinidade 10 Metros 20 Metros Coeficiente de Spearman -0, 3077 -0, 7180

Valor de p 0, 3310 0, 0106

Significância ns *

* = significativo p=0,05; ns = não apresenta correlação significativa estatisticamente.

A isóbata de 30 metros foi retirada dessa análise porque foi capturado camarão sete-barbas em apenas um mês, impossibilitando e correlacionar a abundância com as variáveis ambientais.

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5.2 - Captura por Unidade de Esforço

A CPUE sazonal na isóbata de 10 metros mostrou que a maior captura em biomassa ocorreu na primavera com 3903,24 g, seguido do inverno com 3069,80 g e outono-verão com 2697,88 g e 2656,21 g respectivamente. Na isóbata de 20 metros, a maior captura em biomassa também ocorreu na primavera com 5907,93 g, porém seguido do outono com 3697,40 g verão com 2686,74 g e a menor captura no inverno com 2371,61 g (Fig. 4a, 4b).

Figura 4. Captura por unidade de esforço sazonal nas isóbatas de 10 (a) e 20 metros (b), sendo que as barras verticais indicam o erro padrão.

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Ao serem comparadas estatisticamente através da ANOVA, ambas as isóbatas não apresentaram diferenças significativas entre as estações do ano e a biomassa, sendo que na isóbata de 10 metros (F3-8=1,123; p=0,395 ) e na isóbata de 20 metros (F3-8=2,044; p=0,186).

5.3 - Proporção Sexual

Durante o período de estudo foram capturados 4136 exemplares de X.

kroyeri, sendo que a isóbata de 10 metros contribuiu com 2157 camarões, sendo 46,08% machos e 53,91% fêmeas; dos 1979 exemplares coletados nos 20 metros, 43,05% foram identificados como machos e 54,94% como fêmeas, enquanto que nos 30 metros foram capturados somente 27 camarões em outubro/2010, sendo 7,40% machos e 92,59% fêmeas.

A proporção de camarões na isóbata de 10m apresentou diferença significativa (teste x2) a favor das fêmeas nos meses de julho a dezembro/2010 e abril/2011 (Fig. 5a), enquanto que nos 20m as diferenças ocorreram em agosto-outubro/2010 e maio/2011 para as fêmeas e dezembro/2010, abril e junho/2011 para os machos (Fig. 5b). Quando somados os dados, independente da profundidade, a proporção de sete-barbas apresentou diferença significativa, apenas para as fêmeas nos meses de julho, agosto e setembro/2010 (Fig. 6).

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Figura 5. Proporção sexual mensal do camarão sete-barbas na isóbata de 10 metros (Fig. 5a) e isóbata de 20 metros (Fig. 5b). * = diferença significativa (x² = p<0,05).

Figura 6. Proporção sexual mensal camarão sete-barbas somando os indivíduos das isóbatas de 10 e 20 metros. * = diferença significativa (x² = p<0,05).

Os camarões capturados na isóbata de 10 metros no período amostrado apresentaram amplitudes de comprimento total entre 4,6 e 12,3 cm para machos e 3,7 e 14,5 para as fêmeas. De acordo com o teste x², os machos predominaram na classe de 8 cm, enquanto que as fêmeas nas classes de 4, 11 e 12 cm (Fig. 7a).

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Nos 20 metros a amplitude de comprimento variou entre 4,5 e 12,9 cm (machos) e 4,0 a 15,6 cm (fêmeas), com diferença significativa para fêmeas nas classes de 4,0 a 6,0 e 11,0 a 12, 0 cm (Fig. 7b).

Na isóbata de 30 metros, os machos apresentaram uma amplitude de comprimento entre 9,8 e 10,2 cm e as fêmeas entre 9,5 e 14,0 cm. Ocorreu diferença significativa a favor das fêmeas em todas as classes de comprimento.

(Fig. 7c)

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Figura 7. Proporção sexual por classe de tamanho entre machos e fêmeas, isóbata de 10 (a), 20 (b) e 30 metros (c). * = diferença significativa (x² = p<0,05).

Quando comparada a abundância de machos e fêmeas por classe de comprimento, notou-se que a isóbata de 10 metros possui uma maior abundância de indivíduos de ambos os sexos nas classes inferiores a 10 cm, enquanto que a isóbata de 20 metros apresentou uma maior abundância (60

%) de indivíduos de ambos os sexos nas classes superiores a 10 cm. Já na isóbata de 30 metros estiveram presentes apenas indivíduos com comprimentos superiores a 9,0 cm.

5.4 - Abundância e distribuição espaço-temporal

As figuras 8 e 9 mostram as distribuições de frequência das classes de comprimento total de machos e fêmeas, ao logo do ano nas isóbatas de 10 e 20 metros. Na profundidade de 10 metros ocorreu maior abundância de sete- barbas nos meses de junho, setembro, outubro e novembro/2010, sendo o mês de outubro o de maior captura com 381 exemplares capturados. A partir de agosto até outubro/2010 ocorreu uma progressiva projeção modal, juntamente com a redução de exemplares nas menores classes de tamanho, recuperando- se em novembro/2010, onde pode ter ocorrido um recrutamento. Em janeiro/2011 foram capturados apenas de 74 camarões, nos meses seguintes até abril/2011, observa-se novamente a progressão modal, com recuperação das menores classes em maio-junho/2011, podendo ser este um segundo momento de recrutamento (Fig. 8).

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Figura 8. Distribuição mensal de classes de comprimento total (cm) do camarão sete-

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A isóbata de 20 metros apresentou as maiores capturas nos meses de setembro-outubro/2010 e maio/2011, sendo que novamente o mês de outubro apresentou maior abundância, com 338 indivíduos capturados. O mesmo padrão de progressão modal pode ser observado nessa isóbata, entre os meses de agosto-outubro/2010. Em paralelo a essa progressão, ocorreu à diminuição das menores classes de tamanho, com um novo incremento de indivíduos jovens no mês de novembro/2010. Como nos 10 metros, em janeiro/2011 foram registradas as menores abundâncias (n=95), sendo que os meses seguintes mantiveram mesmo padrão de progressão modal até abril/2011, onde se verifica um incremento de juvenis na população, indicando um novo recrutamento, o qual se mantém até junho/2011 (Fig. 9).

Em ambas as isóbatas o padrão de distribuição foi praticamente bimodal, indicando que o camarão sete-barbas possui coorte com crescimento diferenciado ao longo do ano.

5.5 - Relação peso-comprimento

Os valores de peso total de cada exemplar foram plotados em um gráfico em função do comprimento total, a fim de determinar qual o tipo de relação entre essas variáveis. Ambos os sexos apresentaram crescimento tendendo a isométrico. As seguintes equações foram obtidas: Wt = 0,0056 Lt

2,9763, r²= 0,9575 (machos) e Wt = 0,0045 Lt 3,0680, r² =0,9322 (fêmeas) (Fig. 10).

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Figura 9. Distribuição mensal de classes de comprimento total do camarão sete- barbas na isóbata de 20 metros.

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Figura 10. Relação peso/comprimento para machos e fêmeas de X. kroyeri.

5.6 - Tamanho de primeira maturação

O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e 7,4 cm para as fêmeas. A partir do comprimento total de 8,0 cm, todos os machos capturados eram adultos, enquanto todas as fêmeas eram adultas a partir de 9,0 cm (Fig. 11).

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Figura 11. Tamanho de primeira maturação para machos e fêmeas do camarão sete- barbas. Macho LTPM=6,7cm e Fêmeas LTPM=7,4cm.

5.7 - Atuação da pesca artesanal

Observando as distribuições de freqüência de comprimento anual por cada isóbata e considerando o tamanho de primeira maturação estimado para machos e fêmeas, fica explicito que o esforço da pesca artesanal na isóbata de 10 metros é concentrado sobre o estoque adulto (machos = 82,78% e fêmeas = 69,31%), porém o estoque de camarões juvenis também é muito afetado (machos = 17, 22% e fêmeas = 30,69%), o que gera preocupação.

Os arrastos realizados na isóbata de 20 metros estão mais concentrados sobre o estoque adulto (machos = 92,00% e fêmeas = 86,15%) e com menor intensidade sobre os juvenis (machos = 8,00% e fêmeas = 13,15%). Enquanto que os arrastos efetuados na isóbata de 30 metros se concentraram somente no estoque adulto para ambos os sexos (machos = 100% e fêmeas = 100%) (Fig. 12).

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Figura 12. Distribuição de freqüência das classes de comprimento total por isóbata. As linhas indicam o tamanho de maturação.

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5.8 - Aspectos reprodutivos

A curva de maturação obtida através dos valores médios mensais de IGS sugere que na isóbata de 10 metros as fêmeas de X. kroyeri apresentam um período reprodutivo longo, com três picos de desova. O primeiro e mais intenso em agosto/2010, o segundo no mês de novembro/2010 e o terceiro de menor intensidade no mês de abril/2011 (Fig. 13).

Figura 13. Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 10 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.

Já na isóbata de 20 metros, ficaram evidentes dois picos de desova, sendo o primeiro em dezembro/2010 e o segundo coincide com o de menor intensidade dos 10 metros, em abril (Fig. 14).

Todos os exemplares capturados na isóbata de 30 metros foram adultos, porém as fêmeas capturadas não estavam com as gônadas desenvolvidas, impossibilitando calcular o IGS médio.

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Figura 14. Variação mensal do IGS, durante o período de julho/2010 e junho/2011 na isóbata de 20 metros, sendo que as barras verticais indicam o desvio padrão.

6 - Discussão

O entendimento da mudança sazonal das variáveis ambientais é de fundamental importância, pois são elas que indicam o comportamento do oceano. Schettini et al. (1999) estudaram os aspectos hidrodinâmicos da enseada da Armação do Itapocoroy, Penha, SC, e encontraram três tipos de massas de águas distintas: Água Costeira (AC), Água da Plataforma (AP) e Água Central do Atlântico Sul (ACAS). A Água Costeira, como o próprio nome diz, ocorre próxima a região costeira, possui salinidade inferior a 34 ‰ e temperaturas variando sazonalmente entre 19 e 28 °C, estando presente durante todo o ano (CARVALHO et al., 1998; SCHETTINI et al., 1998), corroborando com o encontrado no presente trabalho.

Os parâmetros físico-químicos são muito importantes para determinar a distribuição, estrutura populacional e desenvolvimento dos organismos. Um exemplo disso é o que ocorre com as espécies de camarões Artemesia longinaris e Farfanpenaeus paulensis, onde a quantidade de alimento e condições hidrográficas influenciam na distribuição da primeira espécie e a temperatura na abundância da segunda espécie (BOSCHI, 1969; D’INCAO, 1984).

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As elevadas temperaturas registradas na isóbata de 10 metros em meados da primavera e durante o verão, pode estar associadas a AC e ter contribuído para as baixas abundâncias do sete-barbas. Já nos 20 metros, os elevados teores de salinidade, provavelmente contribuíram para a redução da abundância de camarões no período acima mencionada. Entretanto, a única ocorrência de camarão sete-barbas nos 30 metros aconteceu no mês de outubro, onde foram registradas as menores temperaturas e salinidade, indicando possível associação entre indivíduos adultos e essa condição ambiental.

Cortés & Newmark (1992) encontraram um padrão semelhante na Costa Verde, Colômbia, onde os exemplares juvenis de camarão sete-barbas se encontravam em regiões com baixos teores de salinidade e os adultos em locais com salinidade mais alta.

A Captura por Unidade de Esforço também flutuou de acordo com as variáveis ambientais, onde as maiores capturas ocorreram na primavera, juntamente com os valores mais baixos de temperatura e salinidade e as menores capturas no verão, onde a salinidade foi mais elevada. Nakagaki et al.

(1995) encontraram o mesmo padrão de rendimento em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, com os maiores valores na primavera e os menores no verão.

Entretanto, vários autores encontram um padrão de rendimento diferente do presente trabalho, Branco et al. (1999) na foz do Rio Itajai-Açu encontrou uma maior abundância de camarão sete-barbas no outono, Branco (2005) no mesmo local de estudo, Natividade (2006) no litoral do Paraná e Castro (2005) em Ubatuba, São Paulo também encontraram os maiores rendimentos no outono.

A biologia e pesca do camarão sete-barbas vem sendo estudada no município de Penha, SC, desde 1996, e a partir dessa data, a ocorrência regular de X. kroyeri vem sendo documentada (BRANCO, 1999; BRANCO, 2005). O monitoramento do estoque dessa espécie é de fundamental importância, pois além de ser ameaçada de sobreexplotação, sua pescaria é um legado da cultura açoriana e é também fonte de renda para centenas de pescadores artesanais que residem nesse município.

Uma das maneiras de saber em que estado se encontra o estoque de

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Dentre vários modelos e análises que devem ser feitas, a proporção sexual é de extrema importância. Segundo Vazzoler (1996), a proporção sexual entre machos e fêmeas em peixes é de fundamental importância para a determinação da estrutura populacional de uma espécie. Analisando o total de sete-barbas capturado, a proporção sexual manteve-se próxima do esperado de 1:1. No litoral de Pernambuco, na região de Tamandaré, Coelho & Santos (1993) também encontraram um equilíbrio na população, assim como Santos &

Silva (2008) no município de Caravelas, Bahia, Heckler (2010) no complexo Baía/Estuário de Santos e São Vicente, São Paulo, Branco (2005) na Armação do Itapocoroy, Penha, Santa Catarina e Branco et al. (1999) na Foz do Rio Itajaí-Açu.

Entretanto, muitos autores afirmam que esse equilíbrio somente é encontrado quando é analisado o total de camarão capturado, uma vez que ao comparar a proporção entre os sexos mensalmente, nota-se em alguns meses predomínio significativo de determinado sexo. Ao analisar mensalmente a proporção sexual de camarão sete-barbas na Armação de Itapocoroy, Penha, SC, Branco (2005) sugere que essas flutuações na proporção sexual podem ser atribuídas à distribuição segregada dos sexos em alguns meses do ano, o que pode ser corroborado com os dados do presente estudo, onde machos e fêmeas alternaram o domínio em alguns meses e isóbatas.

De acordo com Branco et al. (1999), as fêmeas da família Penaeidae sempre atingem comprimento total superior aos machos. Pérez Farfante (1978) encontrou para os machos de camarão sete-barbas um comprimento total de 11,5 cm e para as fêmeas de 14,0 cm, sendo que essa análise foi feita ao longo de sua distribuição geográfica. No litoral catarinense, mais precisamente na Armação do Itapocoroy, Penha, Branco (2005) encontrou um comprimento total de 13,0 cm para os machos e 16,0 cm para as fêmeas.

No presente estudo os maiores camarões capturados nos 10 metros encontravam-se entre 12,3 (machos) e 14,5 cm (fêmeas), nos 20m entre 12,9 e 15,6 cm, respectivamente, indicando diferença sexual na população. As diferenças observadas no comprimento máximo da espécie podem estar relacionadas à exploração por pesca, crescimento diferenciado dos sexos e ainda à disponibilidade de alimento (BRANCO et al., 1999; BRANCO , 2005).

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Segundo Iwai (1973), não existe migração de recrutamento ao estoque adulto, sendo assim, ocorrem indivíduos juvenis junto com adultos na mesma área. Padrão parecido foi observado por Branco (2005), onde ocorreu na mesma área a presença de juvenis e adultos, porém com maior abundância dos adultos. Ao analisar os histogramas das distribuições das classes de comprimento por isobata, ficou evidente a ocorrência de juvenis em praticamente todos os meses, com dois importantes picos de incremento de juvenis na população (novembro/2010 e maio-junho/2011) na isóbata de 10 metros e dois picos na isóbata de 20 metros (novembro/2010 e abril- junho/2011), indicando possíveis recrutamentos. Porém a abundância dos adultos foi sempre maior, corroborando com o autor, onde o mesmo afirma que a estrutura sazonal de comprimento da população é mantida em função dos eventos do ciclo de vida da espécie.

A relação peso/comprimento tem sido utilizada para facilitar a estimativa do peso de um exemplar, através do conhecimento do seu comprimento e determinar o tipo de crescimento das espécies, sendo amplamente empregada em estudos de dinâmica populacional e avaliação de estoque (BRANCO, 2005). Segundo Vazzoler (1996), a forma de crescimento de uma espécie é importante no estudo do ciclo de vida de uma população, pois indica como um indivíduo se comporta em determinadas fases de sua vida, como por exemplo, no momento de reprodução, onde guarda suas reservas energéticas para investir em descendentes. Branco et al. (1999), quando estudaram a população de X. kroyeri na Foz do Rio Itajaí-Açu encontraram um padrão de crescimento alométrico para ambos os sexos, porém Branco (2005) ao estudar a população de camarão sete-barbas da Armação do Itapocoroy, encontrou um padrão de crescimento tendendo a isométrico, fato observado no presente estudo.

O conhecimento do tamanho de primeira maturação gonadal é fundamental para a administração racional dos estoques de camarões, pois fornece a informação básica para a determinação do tamanho mínimo de captura e dimensionamento das malhas das redes (BRANCO et al., 1999).

Vazzoler (1996) afirma que o tamanho de primeira maturação é uma tática reprodutiva bastante lábil, pois está intimamente relacionado ao crescimento, apresentando variações intraespecíficas espaciais e temporais relacionadas às

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no período em que a população ficou submetida às mesmas. Branco (2005) ao estimar o comprimento de primeira maturação para o camarão sete-barbas na Armação do Itapocoroy encontrou para os machos um comprimento de 7,3 cm e para as fêmeas de 7,9 cm, diferindo do presente estudo, onde os indivíduos atingiram o comprimento de primeira maturação mais cedo, com tamanhos inferiores.

A sobreposição do tamanho de primeira maturação com as curvas de distribuição de comprimento permitem determinar o estrato da população em que a pesca vem atuando com maior intensidade (BRANCO et al., 1999).

Estudos que mostram a atuação da frota artesanal do camarão sete-barbas por isóbata são escassos. O presente trabalho ao analisar a atuação da frota, identificou que na isóbata de 10 metros a captura de camarões juvenis é muito maior que na isóbata de 20 metros, enquanto que na isóbata de 30 metros foram capturados somente indivíduos adultos. Esse fato pode estar relacionado à preferência dos indivíduos jovens em se desenvolverem em regiões de menores profundidades, levando a formação de estratificação populacional, provavelmente ainda não confirmada, pela ausência de um programa de amostragem por isóbata. Esse novo método de amostragem do camarão sete- barbas permite que os órgãos competentes possam definir áreas de pesca a fim de preservar o desenvolvimento dos juvenis do X. kroyeri e manter a continuidade dessa importante modalidade de pesca.

As informações existentes sobre a reprodução de X. kroyeri são contraditórias. Embora seja consenso entre os autores, a ocorrência de exemplares com gônadas maduras ao longo do ano, sugerindo um amplo período de desova. A população de X. kroyeri na Armação do Itapocoroy apresentou um amplo período de reprodução com três grandes picos de desovas, confirmando que a espécie se reproduz o ano todo, porém com maior intensidade em determinados meses.

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7 - CONCLUSÕES

- A proporção de sexos de X. kroyeri se manteve próximo do esperado de 1:1, porém quando analisado mensalmente por isóbata, ficou clara a dominância de determinados sexos em alguns meses e isóbatas.

- Os indivíduos juvenis do camarão sete-barbas mostram uma clara preferência por águas mais rasas para seu desenvolvimento, uma vez que sua maior abundância foi na isóbata de 10 metros.

- Ocorreram dois períodos de recrutamentos de juvenis em ambas as isóbatas, sendo que no mês de novembro/2010 o incremento de juvenis na população ocorreu em ambas as isóbatas. Já o segundo período ocorreu mais cedo na isóbata de 20 metros, no mês de abril/2011, enquanto que na isóbata de 10 metros ocorreu nos meses de maio-junho/2011.

- Ambos os sexos de camarão sete-barbas apresentaram um crescimento tendendo ao isométrico.

- O tamanho de primeira maturação foi estimado em 6,7 cm para os machos e 7,4 cm para as fêmeas.

- A frota artesanal de camarão sete-barbas ao realizar arrastos na isóbata de 10 metros pode atingir uma importante fração do estoque juvenil, podendo ocasionar sérios problemas para a recuperação do estoque.

- As fêmeas do camarão sete-barbas se reproduzem o ano todo, porém com mais intensidade em agosto/2010, novembro/2010 e abril/2011 na isóbata de 10 metros e dezembro/2010 e abril/2011 na isóbata de 20 metros.

- Na profundidade de 30 metros só foram capturados indivíduos adultos, porém um maior esforço amostral deve ser realizado nessa isóbata, para identificar se ocorre uma grande abundância de camarão sete-barbas nesse local, ou seu deslocamento para áreas mais profundas está associado a condições ambientais ótimas, uma vez que foram capturados indivíduos somente em outubro.

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8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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