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A morte é democrática, ela não poupa ninguém. Precisamos

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Academic year: 2022

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Fortaleza - Ceará,Quarta-feira, 16 de Março de 2022

www.opovo.com.br/vidaearte vidaearte@opovo.com.br | 3255 61 37

oPhelia Pintura do artista britânico John everett Millais

Morte em palavras

| Literatura | Autores como Joan Didion, Isabel Allende, Chimamanda Ngozi Adichie e José Luís Peixoto transformam o luto em obras que unem ficção, saudade e aprendizado

“E então... não mais”. Às 21h de 30 de dezem- bro de 2003, à mesa onde a escritora Joan Didion e o roteirista norte-americano John Gregory Dunne se sentaram para jantar, a morte ocupou uma cadeira. Lareira e velas acesas, Joan ocu- pava-se de misturar a salada quando o silêncio caiu feito inesperada bruma sobre a sala. John estava falando e, de repente, se calou. Ao levan- tar os olhos, a autora viu o marido com a mão es- querda erguida e curvado para a frente, imóvel.

Infarto agudo do miocárdio.

Nove meses e cinco dias depois, Joan começou a escrever o livro “O ano do pensamento mágico”

(2005). “Tentativa de entender o período que se seguiu, as semanas e depois meses que levaram com eles qualquer ideia fixa que eu pudesse ter sobre a morte, sobre a doença, sobre probabili- dade e sorte, sobre boa e má fortuna, sobre ca- samento, filhos e memória, sobre a dor, sobre a maneira como as pessoas lidam ou não com o fato de que a vida acaba, sobre como a sanidade é frá- gil, sobre a própria vida”, elabora.

Até fevereiro de 2022, mais de 5,95 milhões de pessoas morreram contaminadas pelo novo coronavírus. Mães de filhos órfãos, esposas viú- vas, irmãos que sentem a dor da perda como um membro fantasma amputado do corpo, colegas de trabalho que encaram o escritório vazio, pessoas sem ninguém neste mundo de meu Deus, mas re- pletas de história. Entre a boca da noite e a ma- drugada, a população aumenta e diminui, num jogo eterno sabe-se lá criado por quem — todo dia se nasce, todo dia se morre. Morte morrida ou morte matada, o fim da vida é assombro no oci- dente. “Tão jovem!”, lamentam uns. “Cumpriu sua missão”, resignam-se outros. “Meus pêsames”. As palavras caem no abismo.

“O luto é uma forma cruel de aprendizado”,

Morte em palavras

inicia a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie na obra “Notas sobre o luto”

(2021). “Você aprende como ele pode ser pouco suave, raivo- so. Aprende como os pêsames podem soar rasos. Aprende quanto do luto tem a ver com palavras, com a derrota das pa- lavras e com a busca das pala- vras”. Escrito após a morte do pai da autora em junho de 2020, durante a pandemia de Covid-19 que mantinha distante a família Adichie, a obra é um poderoso e devastador relato sobre a única experiência universal: o luto.

Um dos autores de maior destaque da literatura portu- guesa contemporânea, José Luís Peixoto perdeu o pai no fim da adolescência. Queria ver o progenitor velhinho no quin- tal, a regar as árvore e as flo- res… “Sinto tanta falta das tuas palavras. Orienta-te, rapaz.

Sim. Eu oriento-me, pai. E fico.

Estou”, grafou em “Morres- te-me” (2000). “O entardecer, em vagas de luz, espraia-se na terra que te acolheu e conser- va. Chora chove brilho alvura sobre mim. E oiço o eco da tua voz, da tua voz que nunca mais poderei ouvir. A tua voz calada para sempre”.

O luto e a literatura bordam- se em delicada filigrana, cor- tantes como punhal de prata.

Na virada do ano de 1991 para 1992, enquanto viajava para di- vulgar o livro recém-publicado

“O Plano Infinito”, a escritora chilena Isabel Allende rece- beu uma notícia esmagadora:

sua filha Paula, então com 28 anos, foi internada por causa de uma crise neurológica. Por- tadora de porfiria, doença que herdou do pai, a jovem piorou Bruna Forte

brunaforte@opovo.com.br

“A arte é transformadora. Ela fala conosco, conversa conosco

— é por isso que não consigo pensar a dor sem a arte”, com- plementa Teresa.

“A morte se parece com a primavera”, versa a espanho- la Marta Orriols no romance

“Aprender a falar com as plan- tas” (2018). Para a psicóloga, morte também é poesia: “Mia Couto (escritor moçambicano) diz que o esquecimento é a ver- dadeira morte. O importante é que a gente esteja voltando de- vagar pra vida, seja molhando o quintal, fazendo uma recei- ta diferente…”. No ato da fala e no exercício da escrita, nossos mortos sobrevivem. “Encon- trarmos quem a gente ama na nossa saudade”, finaliza Teresa.

Organizado por Teresa Vera Gouvêa e Karina Okajima Fuku- mitsu, a editora Summus lança o livro “Quando a morte chega em casa”, coletânea de autores que abordam o tabu da morte na cultura oriental. Psicólogas especialistas em luto, as orga- nizadoras reúnem treze relatos nos quais os autores compar- tilham, de maneira sensível e poética, experiências de vida em que a presença da morte lhes trouxe aprendizados trans- formadores. O prefácio é de Ma- ria Julia Kovács.

A morte é democrática, ela não poupa ninguém.

Precisamos ampliar esse diálogo”

teresa vera de sousa Gouvêa Psicóloga

abruptamente e entrou em coma. Por semanas e meses, a mãe definhou nos corredores do sexto andar do hospital à caça do especialista para inda- gar novos pormenores, aguar- dando a recuperação da filha.

Carmen Balcells, agente li- terária de Allende, entregou um bloco de notas à escrito- ra certa feita. “Toma, escreve e desabafa, se não o fizeres morres de angústia, minha pobrezinha”. A princípio, a au- tora recusou. “Escreva uma carta à Paula...”, insistiu a agente. “Quando acordares te- remos meses, anos talvez para colar os pedaços quebrados do teu passado, ou melhor ainda, poderemos inventar as tuas recordações à medida das tuas fantasias”, prometeu a mãe em palavras rabiscadas no leito hospitalar. Paula não acordou.

O luto, ensaiado na angústia de amarrar uma letra à outra em busca de sentido, perdeu-se

na inexistência da palavra:

como se nomeia uma mãe que perde um filho?

“É impensável viver a dor sem a arte”, ressalta Teresa Vera de Sousa Gouvêa, graduada em Psicologia pela Universidade de Taubaté e especialista em Luto pelo 4 Estações Instituto de Psi- cologia. “Nós temos pouco espa- ço para o luto, tudo que é triste e é pesar tem muita interdição social. Quando eu não falo disso, eu penso que evito, mas eu não evito. Quando eu me aproximo desse diálogo com a morte não quer dizer que eu não vou ficar triste, mas eu consigo ter uma conversa melhor com a chegada dessa morte. Há uma sensação de quando morre alguém jovem que não cumpriu tudo que havia para cumprir, a morte é injusta

— mas a morte é democrática, ela não poupa ninguém. Preci- samos ampliar esse diálogo com a morte”, continua.

Criadora do projeto La- ços&Lutos, Teresa elabora a morte também a partir da pa- lavra. Nascida na zona rural de São Paulo, a psicóloga convive com a morte desde a infân- cia, nos relatos de assombra- ção compartilhados pelo avô em noites escuras. “Em São Luiz do Paraitinga, quando al- guém morria, era anunciado no alto falante. Eu tinha inti- midade mesmo com a morte”, relembra. O Laços&Lutos, en- tretanto, nasceu após a morte da sobrinha de Teresa, Anne.

“Sem tempo para um café ou um abraço, sem tempo para viver o futuro que ela estava combinando com a vida. Criei o projeto porque eu tinha ne- cessidade de acolher melhor a saudade do outro”, adiciona.

O POVO MaiS

Mais.oPovo.CoM.br

Confira na plataforma OP+ a reportagem completa sobre

“luto e literatura”. Material acompanha ainda dicas de leituras sobre a temática.

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2022

􀣥

HENRIQUE ARAÚJO*

henriquearaujo@opovo.com.br

*ESCREVE ÀS QUARTAS C O N F I R A E STA E O U T R A S C O LU N A S E M W W W. O P O V O . C O M . B R / C O LU N A S

COM DESTEMOR, DUELA

PUBLICAMENTE ESGRIMINDO ARGUMENTOS ILUSTRADOS COM PASSAGENS DE

“VINGADORES”

E “THOR”

Marvelização do mundo

Há um processo em curso, o da marveli- zação do mundo e das relações, que consiste em tomar cada mínimo aspecto da vida como se fosse um desses filmes em que homens vestem cueca por cima da calça para enfren- tar vilões exuberantemente marcados pela maldade, cada um deles com características e predicados morais muito bem definidos.

O paladino anticorrupção, o macho tecni- camente infalível, o militar mímico, o sumo -bondoso, o engomadinho, o calça-apertada e por aí vai, com capas e atributos para to- dos os gostos e bolsos.

Da guerra à política, de Putin a Biden, de Bolsonaro a Lula, a régua rasa da marve- lização abarca tudo, produzindo um efeito de proximidade enganosa que faz com que todo e qualquer usuário de rede social se sinta imediatamente um analista de qual- quer assunto, alguém apto a tecer comentá- rios sobre um embolado cenário internacio- nal diante do qual especialistas de todos os cantos do globo se sentem encafifados, sem saber o que dizer.

Mas não ele, o “Marvel boy”, um invete- rado consumidor de filmes e habitué das salas de cinema, onde aprendeu a dissecar cada pormenor de tramas igualmente ex- tensas e complexas com as quais agora ele faz comparações ante o ataque dos blinda- dos russos ou o surgimento de uma nova variante da Covid.

Com destemor, duela publicamente es- grimindo argumentos ilustrados com pas- sagens de “Vingadores” e “Thor”, mas sem deixar de lado “Guardiões da galáxia” e “Ho- mem-Aranha”, com que se completa o seu araque-verso.

Nele, sai o Homem de Ferro, entra o Ze- lensky, que encara não Putin, mas o Thanos eslavo, essa entidade maléfica e quintessen- cial em que se depositou todo pecado e para a qual convergiu aquele medo ancestral do ocidente em relação ao oriente – tudo devi- damente pasteurizado.

Pronto, está preparado o enredo do fil- me, um enlatado de fácil consumo por- que difundido largamente, mas eficaz no

intuito de propagar uma – me permitam uma vez – narrativa.

O perfil por trás da arenga é conhecido:

normalmente homem, na casa dos 25 aos 40 anos, assíduo nas redes e sempre disposto a querelar duramente quando as competên- cias do seu herói são colocadas em xeque, tais como a maciez do cabelo do Deus do Trovão ou as virtudes de Tony Stark.

E o mesmo vale para a política nacional, cada vez mais marvelizada, ou seja, conta- minada pela lógica do binarismo dos qua- drinhos, em que o varão continua sendo o personagem sem máculas ou nódoas na sua conduta, e a seus adversários cabe o peso de carregar a falha.

De maneira que a marvelização, neste 2022 às vésperas de uma eleição, não é mais apenas uma ética, mas uma estética, uma escola de pensamento, um meio pelo qual o real é filtrado e decodificado, uma disciplina que desde já deveria estar sendo ensinada nas escolas, ao lado do pós-modernismo e do estruturalismo.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

O MELHOR DA A G E N DA C U LT U R A L

Q U E R D I V U L GA R S E U E V E N T O ? M I G U E L A R AUJ O @ O P O V O . C O M . B R

STREAMING

CINEMA BRASILEIRO

Indicado ao Oscar 2022 em quatro categorias, incluindo de Melhor Filme, “O Beco do Pesadelo”, do cineasta mexicano Guilherme Del Toro, estreia no serviço de streaming Starplus nesta quarta- feira, 16. Na produção, o ator Bradley Cooper dá vida a um trabalhador de um parque itinerante. Com suas palavras, o personagem tem o talento de manipular pessoas. Ele se une a uma psiquiatra que consegue ser ainda mais perigosa. A temporada 30 do seriado de animação “Os Simpsons” também chega à plataforma.

Mais info: www.starplus.com

O Canal Brasil exibe o filme “Trabalhar Cansa” (2010), dirigido por Juliana Rojas e Marco Dutra, nesta madrugada. A

transmissão acontece nesta quinta-feira, 17, à 0h30min. Na trama, a dona de casa Helena decide abrir um minimercado. Quando seu marido perde o cargo numa grande corretora, a família se desestabiliza.

Quando: nesta quinta-feira, 17, à 0h30min Onde: Canal Brasil

info: canaisglobo.globo.com/canal-brasil

INFORMAÇÕES SOBRE ATRAÇÕES, DATAS E HORÁRIOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS ORGANIZADORES DOS EVENTOS

ESTREIA

AUDIOVISUAL

NETFLIX

“CHÃO DE FÁBRICA”

O documentário seriado “3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central” chega ao serviço de streaming Netflix nesta quarta-feira, 16. Em três episódios com 50 minutos cada, a produção reconta o furto histórico ocorrido em 2005, em Fortaleza.

A série também aborda a investigação policial e as consequências trágicas do crime. Na invasão ao caixa-forte da instituição financeira, ladrões levaram mais de R$ 160 milhões. Eles entraram no lugar por meio de um túnel. A direção geral é de Rodrigo Astiz, com direção e roteiro de Daniel Billio, e produção da Mixer Filmes. Na produção associada, a produtora cearense Gavulino Filmes e Marcos Tardin, jornalista do O POVO.

Mais info: netflix.com

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) conta com programação gratuita, presencial e on-line, nesta quarta-feira, 16. Às 18 horas, o Cinema do Dragão exibe o curta- metragem “Chão de Fábrica”, dirigido pela cineasta Nina Kopko. Após a exibição, acontece um bate-papo com a diretora e a montadora Lis Paim, mediado pelo curador e crítico de cinema Pedro Azevedo. A sessão conta com distribuição gratuita de ingressos a partir das 16 horas. Já o MAC Dragão disponibiliza o quarto episódio da websérie “Ligações Perdidas”, no Instagram (@

macdragao), também a partir das 18 horas.

Mais info: www.dragaodomar.org.br

LITERATURA EM PROMOÇÃO

AULAS DE DANÇA E IOGA

EDITORIA COLLI BOOKS

@IGUATEMIFORTALEZA

A editora Colli Books comemora o Dia do Consumidor, celebrado na última terça-feira, 15, com uma semana de promoções em seu catálogo de livros. A campanha de descontos segue até domingo, 20, na plataforma virtual da editora. As publicações ganham até 25% de desconto com frete fixo para qualquer lugar do Brasil.

Para adquirir o desconto, os interessados podem inserir o cupom

“SEMANADOCONSUMIDORCOMACOLLI25” no site da editora.

Mais info: collibooks.com

O Iguatemi Fortaleza (avenida Washington Soares, 85 - Edson Queiroz) promove aulas de dança latina e de ritmos diversos, além de opções de relaxamento. Aberta ao público geral e gratuita, a programação conta com zumba às segundas e quartas-feiras, a partir das 19 horas; ioga, às quartas, a partir das 20 horas; e aula de ritmos, às terças e quintas, a partir das 19 horas. As atividades acontecem no quinto piso do estacionamento do shopping, com acesso pela loja Ibyte. O público deve seguir os protocolos contra a pandemia, como uso de máscaras. Não há restrição de idade ou necessidade de cadastro prévio para participar das atividades.

Mais informações em iguatemifortaleza.com.br ou

@iguatemifortaleza no Instagram.

DIVULGAÇÃO/STARPLUS

“ TRABALHAR CANSA”

“O BECO DO PESADELO”

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2022

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CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

CLÓVIS

HOLANDA

Confira mais eventos, personalidades, comportamento e estilo no perfil das colunas sociais do O POVO no Instagram: @pauseopovo

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

HOLANDA

ESTA COLUNA É UM OFERECIMENTO:

ESDRAS GUIMARÃES/DIV.

Convite a um panorama da Literatura

Mário de Andrade foi o primeiro autor discutido no Clube de Leitura do CCBB

DIVULGAÇÃO

| ONLINE | Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil retoma atividades

Dentre tantos desafios que o Brasil enfrenta em relação à cultura, um dos problemas mais evidentes perpassa a lite- ratura: não somos um País de leitores. A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realiza- da pelo Instituto Pró-Livro em 2020, retrata um cenário com- plexo. Em quatro anos, mais de 4,6 milhões pessoas abandona- ram o hábito de ler. Esse último levantamento ainda revela que 56% dos brasileiros são consi-

derados leitores, mas a média de obras literárias inteiras lidas em um ano é de 4,2 por pessoa.

Na contramão desta conjuntura e na tentativa de incentivar o vínculo da população com a li- teratura, o Clube de Leitura do Centro Cultural Banco do Brasil inicia suas atividades neste ano.

Com um total de dez encon- tros - presenciais no Rio de Ja- neiro e com exibição posterior no canal do Youtube da insti- tuição -, os eventos buscam

promover discussões sobre escritores nacionais e inter- nacionais. A primeira ação, que será transmitida nesta quarta-feira, 16, em formato on-line, abordou a produção do poeta modernista Mário de Andrade (1893 - 1945).

As atividades foram dividi- das em três eixos com o obje- tivo de contemplar o máximo possível da literatura brasi- leira e mundial: “Escritores ao Vivo”, “Clássicos e Modernos” e

PENSEI, PENSEI...

...E vou ficar hoje, pelo menos, entre meus dois tipos de leitores mais assíduos nos contatos que recebo: os que gostam de mergulhar nas dores, contradições e dramas e aqueles que preferem quando eu faço de conta que a realidade é uma festa sem nenhum convidado inconveniente, como seria bom... O que nos une, contudo, é a observação da vida, imponente

matéria-prima dos dias.

Pois bem, neste esforço morde- assopra (por mim, admito, seria só choradeira de pitangas), vamos começando pela estreia, amanhã, nos cinemas, do filme

“Ménage”, thriller brasileiro de baixo orçamento, premiado em mais de 20 festivais.

Após um longo dia de convenção partidária, três políticos se reúnem num motel com uma garota de programa para uma noitada de sexo e drogas, acontece, apesar de algumas bancadas no Congresso jurarem que não...

A moça, contudo, morre numa overdose de heroína e a trama se desenrola...

Guardadas as diferenças (às vezes nem tão grandes - Brasília feelings), lendo sobre o longa lembrei-me imediatamente das tais federações partidárias.

Admito que é um esforço válido no intuito de conferir algum sentido republicano a uma relação de letrinhas promíscua no conceito, na prática e em todas as suas repercussões.

Mas como acreditar que esses blocos funcionarão coerentemente por quatro anos, tempo previsto para a união de tais colegiados, se nem casamento apaixonado com festão é mais assim...

Cruzando assuntos...

Por estes dias, o Instituto Brasileiro de Direito de Família noticiou um caso, na Justiça de Goiás, no qual um casal conseguiu a homologação de

seu divórcio consensual em menos de duas horas.

O pedido foi na legislação do divórcio direto no Brasil, que extinguiu, para alguns casos, trâmites desnecessários, como a comprovação de culpa pelo fim da união, nada mais antiquado.

Se as duas partes estão de acordo, vamos poupar esse azedume retrô. É bom que não dá nem tempo de se arrepender... Aposto que estão lembrando de historinhas na frente do juiz...de guerra.

No caso dos partidos, seria bom incluir algumas cláusulas para que as federações se reorganizem caso o “ Ménage”

não saia conforme o previsto...

Ainda no clima, lembrei que fez sucesso no Distrito Federal, no ano de 2017, um motel que dedicou uma de suas suítes mais luxuosas à Operação Lava Jato.

O cômodo tinha nas paredes recortes de reportagens com detalhes do episódio, dólares falsos, paredes de cimento queimado simulando um ambiente de prisão e até uma cela - fetiches...

Como seria uma suíte inspirada no cenário político de hoje? Pitacos: jogo de cama em verde e amarelo, uma caixinha de leite condensado na mesa de cabeceira, cadeira erótica em formato de jet ski... Façam suas apostas. Fui!

Aos 85 anos, dono de extensa trajetória no mundo business, escritor, palestrante e, mais recentemente, influenciador digital no campo do empreendedorismo, autoconhecimento e gestão, Abílio Diniz anuncia mais uma empreitada: a partir de maio, comanda talk show no horário nobre da CNN Brasil, recebendo personalidades nacionais para conversar sobre atualidades da sociedade, cultura, política, comportamento e negócios.

“Vamos discutir as questões do Brasil com pessoas importantes a fim de mostrar caminhos para que nosso país possa crescer”, adianta ele. 

Evidência

CASACOR CEARÁ 2022

Dada a largada para a mais tradicional mostra de decoração, arquitetura e design do Brasil. A CasaCor Ceará deste ano acontece de 27 de setembro a 6 de novembro, em edição especial comemorativa pelos 35 anos de evento.

Diretora geral, Neuma Figueiredo escolheu o mesmo endereço de 2021, na Avenida Rui Barbosa, 901, Meireles, mas incorporando outros 1.500m² ao terreno do ano passado, o que totaliza 4.000m² de pura beleza, divididas em 33 ambientes.

Tema: “Infinito Particular”, numa referência às casas biográficas, que vão além dos estilos passageiros, formam um acervo identitário dos moradores e famílias que habitaram naquele espaço. O convite é a refletir sobre a necessidade de projetar ambientes que priorizem o bem-estar físico, mental e espiritual, a harmonia, o equilíbrio e o conforto. Sucesso!

AMANDA PEROBELLI/ESTADAO

FILANTROPIA 

Engajada na luta por boas condições de atendimento às gestantes e puérperas baixa renda, Adriana Queiroz recebeu homenagem, da equipe do Hospital Geral de Fortaleza, por sua atuação. Leva seu nome a sala de pré-parto daquela unidade de saúde, recém-reformada via articulação e doações da filantropa, também responsável pela remodelação e novos equipamentos da Casa da Gestante e Puérpera, imóvel de apoio a este grupo de pacientes do HGF. Na foto, médicos diretores do Hospital, Daniel Holanda (direção geral) e Judith Caetano (diretora técnica) com Adriana e Otávio Queiroz.  

MERCADO E AFINS...

Aberto, no RioMar Fortaleza, loja do projeto RioMarte, fruto de parceria entre Gustavo Augusto, Laís Sampaio e Nereide Figueiredo.

Espaço reúne trabalhos de artistas e artesão cearenses. 

Tendo no currículo palestras no Estados Unidos, Europa, Canadá e Israel e dois livros sobre gestão empresarial, Marcos Freitas conduzirá, dia 22, treinamento presencial para empresários com foco em crescimento das vendas e performance. Informações: 

85 99949-4708. 

Emocionante, manhã chuvosa de domingo, a apresentação da Orquestra Contemporânea Brasileira para um Cineteatro São Luiz lotado.

Como bem lembra o jornalista e crítico musical Marcos Sampaio, existe espaço para muitas outras expressões além do forró, basta oferecer que o público comparece.

Também domingando, no Raimundo do Queijo, muitos nomes da cena política e intelectual.

Ex-prefeito Roberto Cláudio, deputado federal André Figueiredo, Sérgio Braga, Lula Morais, Gerdal Telles, Romeu Duarte, Guilherme Janja Ximenes, jornalistas Hamilton Nogueira, Arlen Medina Néri e Felipe Araújo, este último responsável pelo bem tocado chorinho.

Dinâmica prefeita de Guaiúba, Izabella Fernandes conduz nesta quinta-feira grande festa comemorativa pelos 35 anos daquele município. Até amanhã. 

Clube de Leitura sobre Mário de Andrade

Quando: a partir de 16 de março Onde: no canal do Youtube do Banco do Brasil

Mais informações: no site e no perfi l do Twitter do Banco do Brasil

“Contemporâneos”, este último para falar sobre nomes im- portantes do fim do século XX e início do XXI.

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2022

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O que é e como jogar

1.O jogo é constituído de 81 quadrados numa grade de 9 x 9 quadrados, subdivivida em nove grades menores de 3 x 3 quadrados.

2.Cada fileira (vertical e horizontal) deverá conter números de 1 a 9.

3.Cada grade menor, de 3 x 3 quadrados, deverá conter números de 1 a 9.

4. Nas fileiras horizontais e verticais da grade maior, cada número deverá aparecer uma só vez.

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBRO 23 DE OUTUBRO A 21 DE NOVEMBRO 22 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBRO 21 DE JUNHO A 22 DE JULHO 23 DE JULHO A 22 DE AGOSTO 23 DE AGOSTO A 22 DE SETEMBRO

22 DE DEZEMBRO A 20 DE JANEIRO 21 DE JANEIRO A 19 DE FEVEREIRO 20 DE FEVEREIRO A 20 DE MARÇO 21 DE MARÇO A 20 DE ABRIL 21 DE ABRIL A 20 DE MAIO 21 DE MAIO A 20 DE JUNHO

Brincar

Os mundos de Liz. DANIEL BRANDÃO

www.estudiodanielbrandao.com

Girafas. REBECA JESSICA

@rebecajessicaart

Mulher Listrada. DOMITILA ANDRADE

@mulherlistrada

HORÓSCOPO PERSONARE

www.personare.com.br | a.martins@personare.com.br

PEIXES AQUÁRIO

CAPRICÓRNIO

SAGITÁRIO ESCORPIÃO

LIBRA

VIRGEM LEÃO

CÂNCER

GÊMEOS TOURO

ÁRIES

Procure não permitir que as emoções afetem na articulação do seu

pensamento. Tente encarar os desafi os como oportunidades de mudança. A passagem da Lua para o setor de crise em tensão com Mercúrio e Júpiter pode alertar que é preciso encarar os problemas de modo imparcial.

É preciso respeitar os pontos de vista alheios, pois eles podem agregar novas abordagens às suas ideias. O circuito social tende a fi car fragilizado devido àtensão da Lua com Mercúrio e Júpiter, sugerindo divergências na compreensão dos acontecimentos, o que favorece polêmicas.

Tente buscar coerência entre as ideias e os recursos disponíveis, mas sem se limitar, pois a harmonia Lua-Urano favorece meios alternativos. Devido à tensão da Lua com Mercúrio e Júpiter no circuito do trabalho, a gestão do cotidiano tende a trazer incompatibilidades entre teoria e prática.

Tente valorizar as diferenças e não se deixar limitar por costumes, como aponta a harmonia entre Lua e Urano. A tensão da Lua com Mercúrio e Júpiter no eixo comunicativo-espiritual tende a indicar divergências de ideias que prejudicam o bem- estar dos relacionamentos.

É preciso buscar outros recursos alternativos para suprir as faltas, já que a harmonia Lua-Urano demanda criatividade como solução para encarar os problemas. Você pode sentir restrições materiais que limitam sua atuação, pois a Lua está tensionada a Mercúrio e Júpiter no circuito do patrimônio.

Busque evitar confrontos diretos, pois eles diminuem a chance de acordos. É preciso se mostrar mentalmente aberta durante este ciclo.

Os interesses pessoais podem bater de frente com os coletivos, como aponta a Lua em tensão com Mercúrio e Júpiter no setor dos relacionamentos.

Busque relaxar a mente e se permitir experiências aprazíveis, importantes ao equilíbrio emotivo, como sugere a harmonia Lua-Urano. A Lua no setor espiritual se encontra em tensão com Mercúrio e Júpiter, prejudicando a autoconfi ança e sua capacidade de se divertir.

Procure atuar de acordo com o que é possível e tente valorizar os prazeres no meio doméstico, como aponta a harmonia Lua-Urano.

Afl ora o emocional, podendo prejudicar o bom senso e gerar queda de produtividade e imprudências, dada a tensão lunar com Mercúrio e Júpiter no circuito patrimonial.

É importante se fl exibilizar a mente e se mostrar aberta ao diálogo, como apontam Lua e Urano em harmonia.

A passagem da Lua pela área de relacionamentos em tensão a Mercúrio e Júpiter podem sugerir momento em que as pessoas à sua volta se mostram mais emocionais.

Cuidado!

Soluções tendem a surgir de forma imprevista, mas procure ter a mente aberta.

A Lua pode infl uenciar o cotidiano em tensão a Mercúrio e Júpiter, sugerindo bloqueios temporários aos projetos em desenvolvimento.

Tente conhecer os fatores complicados antes de defi nir estratégias.

Como sugere a harmonia entre Lua e Urano, busque usar seu carisma para equilibrar o entorno e fazer acordos. Alguns confl itos de ideias podem ocorrer em meio à coletividade, considerando a tensão lunar com Mercúrio e Júpiter no circuito social. A condução de atividades tende a ser difi cultada.

Procure fl exibilizar sua postura e administrar sua jornada com descontração, como sugere a harmonia Lua-Urano. A Lua transita em tensão a Mercúrio e Júpiter infl uencia o segmento família-trabalho, podendo trazer problemas em conciliar as demandas pessoais e profi ssionais.

O SANTO

Santo Heriberto

O ANJO

Yabamiah

Heriberto nasceu em 970, na Alemanha, descendente do conde de Worms. Seus pais o entregaram para o convento de Gorze no ano de 995, onde ordenou-se sacerdote.

Muito sábio, foi nomeado chanceler pelo imperador Oton III e, apesar da idade, Heriberto era muito respeitado por todos. Tornou-se arcebispo de Colônia e ele usava toda sua influência na corte para ajudar os mais necessitados. Com

a morte de Oton III, seu irmão se tornaria imperador. Com grande influência no novo reinado, Heriberto continuaria suas obras de caridade, chegando a construir um grande hospital. Aclamado como santo pelo povo ainda em vida, Heriberto morreria em 16 de março de 1021. Suas relíquias foram sepultadas na catedral de Colônia.

Sua canonização foi celebrada pelo papa Gregório IX em 1227.

Quem nasce sob esta influência será premiado pelo poder do mundo angelical. Passará sempre uma ideia contagiante de confiança e otimismo, em todos os setores de sua vida: sentimental, social e profissional. Um pouco reservado, às vezes introspectivo, percebe tudo a sua volta e quando necessário entra em ação imediatamente. Sua inabalável força de caráter e grande supremacia, serão mantidas a qualquer custo.

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FORTALEZA - CE, QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2022

􀎑

LEDAMARIA@OPOVO.COM.BR | *ESCREVE ÀS SEGUNDAS E QUARTAS

LÊDA MARIA

LEDAMARIA@OPOVO.COM.BR | *ESCREVE ÀS SEGUNDAS E QUARTAS

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personalidades, comportamento e estilo no perfil das colunas sociais do O POVO no Instagram: @pauseopovo

MAIS, MAIS

MOLDURAS

Parte das bonitas obras de Brecheret na Multiarte, desde ontem

A

exposição Victor Brecheret (1894- 1955) e a Semana de Arte Moderna de 1922 foi pensada em 2021 em comemoração aos 100 anos da Semana da Arte Moderna, e a seleção de obras foi concluída no início deste ano. Com o apoio do Instituto Victor Brecheret, após uma longa pesquisa, as obras históricas foram incluídas e dez obras que participaram da Semana estão presentes.

A

ssim explicou a grande mostra aberta ontem, na Multiarte, seu presidente e curador Max Perlingeiro.

M

ax acrescenta que a essência da biografia de Brecheret faz parte do

conceito desta exposição, apresentada em quatro módulos distintos: Brecheret e a Semana de Arte Moderna em diálogo com artistas que participaram da Semana de 1922; O Feminino na escultura de Victor Brecheret; Brecheret e a Escultura Religiosa e Brecheret e a escultura com temática indígena.

V

alioso acervo reflete que a Galeria Multiarte foi escolhida como a primeira a apresentar a exposição, por ocasião dos 35 anos da Multiarte. “Esta foi a forma de retribuir aos nossos amigos o carinho e o apoio que recebemos, desde 1987”, afirma Max Perlingeiro, diretor da galeria e curador da exposição.

CEARÁ REVIVE A SEMANA DA ARTE MODERNA COM BELA EXPOSIÇÃO

DIVULGAÇÃO

Emília Buarque Izolda Cela

M

édico Flávio Leitão Filho é o brasileiro escolhido como palestrante no 17º Congresso Mundial de Neurocirurgia acontecendo em Bogotá até o próximo dia 18. Amanhã, ele, inclusive, estará ministrando três aulas para os participantes, destacando temas científicos importantíssimos:

“Complicações nas cirurgias de nervos periféricos” e “Cirurgia do Plexo Braquial”.

O

utro destaque vem com o médico Adalberto Barreto. Ele, após montar em 29 países seu curso de Formação em Terapia Comunitária, principalmente na Europa, chega, agora, aos Estados Unidos.

Convidado, seguirá para a Universidade de Pittsburgh. Dia 9 de abril, o Dr.

Adalberto, cearense de Canindé, formado pela Universidade Federal do Ceará, vai organizar a primeira turma de estudantes de medicina e técnicos de saúde para fazer o curso de Terapia Comunitária.

É importante lembrar que este projeto nasceu há 36 anos, quando era reitor da UFC o Dr. Walter Cantídio, e aprovou seu funcionamento na comunidade do Pirambu, centro até hoje desse trabalho social e educativo.

Ana Carolina Fontenele e Camila Benevides

JOÃO FILHO TAVARES/O POVO

Médico cearense Flávio Leitão Filho com o presidente do Congresso Mundial de Neurocirurgia, Enrique Osório

ARQUIVO PESSOAL

Luciana Colares e Ticiana Rolim

Ethel Whitehurst, Milene Pereira e Annette de Castro

P

ara Pensar”, primeiro livro do sociólogo e vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, será lançado amanhã, às 18 horas, na livraria Coração Selvagem, na Praia de

IZOLDA CELA, vice-governadora do Estado, recebeu Emília Buarque, presidente do Lide Ceará, promovendo um café da manhã, alusivo ao Dia Internacional da Mulher, na Vice-Governadoria.

Entre os muitos convidados, Izolda, com aquele seu jeito simples de ser, falou sobre “As perspectivas para o Estado do Ceará”, cativando a todos pelo domínio do tema e entusiasmo quando o enfoque é Educação.

HOJE, às 18 horas, acontece a posse da diretoria da Acert - Associação Cearense de Rádio e Televisão, tendo Afro Lourenço na Presidência e Dummar Neto, na vice. Local: Auditório da CDL.

FIM de tarde da última segunda-feira, 14, o

desembargador Washington Luís Bezerra de Araújo, ex- presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, recebeu o título de Cidadão Cearense, em solenidade na Assembleia Legislativa. O homenageado é de Campo Maior, no Piauí.

DELANE Barreto, sabendo organizar românticos eventos, programou para sábado a

“Noite do Flashback”, no cenário bonito do Aquário Beach Club do seu Hotel Santuário das Águias, no Porto das Dunas.

Com superatrações: Carol Damasceno & Banda, para aquecer os corações e as alegrias. Depois, o DJ Julinho Lemos. Garante a empresária que os Anos Dourados das discotecas terão ali o melhor palco para que todos possam dançar. Mais informações: (85) 99165-9803 ou 3535-3510.

ÚLTIMA segunda-feira, 14, foi o Dia da Poesia e também de nascimento de Castro Alves.

Acadêmicos da Fortalezense de Letras lembraram ser a data também um registro de aniversário de uma das mais importantes poetisas brasileiras, nossa Regine Limaverde, integrante da Academia Cearense de Letras.

Para ela, nosso reconhecimento poético e admiração.

E VAMOS lembrar Carlos Drummond de Andrade. “Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo”.

IVAN MARCELO trocou de idade e os companheiros do Rotary Club Fortaleza Planalto transmitiram mensagens de muito querer bem.

IRENE MARTINS, professora, mulher atuante na história do magistério cearense, partiu para a Casa do Pai, aos 103 anos, deixando sua marca de alegria.

Um beijo e nossa solidariedade à filha Cláudia Martins, procuradora-geral do Estado.

O SHOW “Amigos do Sardinha”

acontece domingo, dia 20, no Cineteatro São Luiz, às 18 horas, reunindo grandes músicos do Ceará. Todo valor arrecadado será entregue ao artista - pianista, cavaquinista, violonista, compositor,

professor e pai carinhoso - para seu tratamento de saúde.

ATÉ DOMINGO (20), o Centro Dragão do Mar traz novos espetáculos gratuitos de dança.

Alexandre Salles, Lauro Fiúza e Max Perlingeiro

Bia Fiúza e Max Perlingeiro

Tales de Sá Cavalcante, Jeritza Gurgel e Raimundo Padilha

Vilmar Ferreira, Izolda Cela, Emília Buarque e Tales de Sá Cavalcante

Iracema. Publicado pela editora 7letras (RJ), o livro reúne pequenos textos e insights para pensar o século XXI. As ideias apresentadas no livro foram construídas “a partir de inquietações de uma alma inconstante”, introduz o autor. “Lendo o passado com as lentes do presente, vejo um exercício criativo que foi se adaptando a uma era em que as ideias voltaram a ter predominância sobre as narrativas”, provoca Élcio.

C

om apresentação da socióloga e professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC, Irlys Barreira, “Para Pensar” é, sobretudo, uma conversa com o leitor sobre os temas que atravessam a vida contemporânea: da onda das fake news às cidades inteligentes, da educação como ferramenta universal para correção das desigualdades históricas à arte como elevação da experiência humana. “Poderia ser definido como acervo de crônicas breves, com testemunhos críticos de uma época…

um exercício de imaginação sociológica”, resume a professora em sua apresentação.

(6)

FORTALEZA - CE, QuARTA-FEiRA, 16 DE MARçO DE 2022

6

música

&

Sem exagero: o repórter chega literalmente a escutar o besouro que interrompe a conversa. Do outro lado da li- nha, Edivaldo Pereira Alves se livra do inseto e retoma o papo. “Aqui é assim. Meio do mato mesmo. Sinal de internet e celular às vezes não é lá essas coisas”, avisa, sobre a ligação que teima em cair. “Quando chove então, piora”. Edi Rock está em seu atual refúgio, para onde se mudou com a esposa:

um santuário rural em Ubatu- ba, entre a montanha e o mar, cercado de muito verde e dis- tante razoáveis léguas do cen- tro da cidade para assegurar a tranquilidade.

A princípio, a ideia era fu- gir da pandemia. Mas um dos fundadores do Racionais Mc’s acabou ficando. Para quem sempre labutou à noite, pe- sou na balança um ritmo de vida menos intenso. Na nova rotina, preza a alimentação saudável, cuida das plantas, vai à praia quase diariamente, malha, nada no mar, rema de stand-up.

Revigorado, o músico tri- lha passos ousados: fechan- do a trilogia aberta em 2019 com o elogiado blend rítmico de “Origens”, passo acertado na carreira solo, seguido de

“Origens Parte 2” (2020), sua resposta à pandemia, vem aí

“Origens Parte 3”, com ver- sões sinfônicas, orquestradas, para alguns dos maiores hits dos Racionais; em paralelo, a curadoria do selo ROC7, a qua- tro mãos com a Virgin Music Brasil, irá garimpar novos talentos do rap. “Aguardem Racionais e Edi Rock em 2022”, avisa, em referência a proje- tos como um novo DVD (sobre a turnê comemorativa dos 30 anos do grupo) e um docu- mentário em fase de finali- zação retratando vida & obra dos autoproclamados “quatro pretos mais perigosos do Bra- sil”. (Agência Estao)

Por que sair da metrópole?

Edi Rock- É o que quero para mim no momento. Sempre fiz tudo em prol de algo ou alguém: da família, do trabalho, da carreira, do grupo, dos filhos. Chegou a hora de pensar no meu futuro. Onde vou morar, como e onde vou enve- lhecer, essas coisas. Por- que em São Paulo, defini- tivamente, não dá. Aqui, vou à cidade apenas para o necessário, compras, mantimentos, artigos para a casa, banco, car- tório. Há pouco tempo, no aniversário da minha es- posa, trocamos o almoço programado em um bom restaurante do centro de Ubatuba por um banho de cachoeira. De onde mora- mos, vou a pé ali embaixo e compro peixe fresco dire- to do pescador. Frutas, dá

DivuLgAçãO

praticamente de tudo por aqui. O primeiro tempo já foi jogado. Agora, no se- gundo tempo, quero uma vida saudável.

Essa mudança o fez pro- duzir mais?

Edi Rock - Foco, né? Tive a oportunidade de focar.

Isso na arte, no Brasil, é um privilégio. Pude me dedicar de corpo e alma.

Aprendi uma nova fórmu- la de trabalhar. Está me fazendo bem, estou feliz.

Tenho um disco já pronto e outro a caminho. O Ori- gens Parte 3 fecha a trilo- gia aberta em 2019 com o Origens e o Origens Parte 2. Será um trabalho acús- tico com algumas inédi- tas e alguns clássicos dos Racionais que eu canto. O maestro Josué Polia, com quem assino a produção, está escrevendo as par- tituras e já estamos en- saiando. Também estou produzindo um DVD com músicas dos dois primei- ros Origens, com parti- cipação de convidados que estiveram nos discos, como Rael e Seu Jorge.

Que avaliação faz hoje dos dois álbuns Origens?

Edi Rock - Ouço sempre, quase todo dia. Dois bons discos, mas distintos. O primeiro é mais variado.

A ideia original era essa mesma, variar, mistu- rar. É o típico retrato do rap naquele momen- to. É mais musical, mais orgânico. Já o segundo é como o rap atual, só peso. Foi feito na pan- demia, então é só rima e batida, eu caminhei para o rap original. São mo- mentos diferentes, um do outro, mas que, jun- tos, sintetizam toda mi- nha carreira.

Como se desenvolverá o selo ROC7?

Edi Rock - Dentro de meus projetos pessoais, é uma ideologia, que estou to- cando com a Virgin a passos curtos, para 2023, sem querer abraçar o mundo. Mas é uma ideia da qual gosto muito: sol- tar músicas de novos talentos. Esse é o foco.

Adolescentes, jovens, mas o projeto abrangerá também gente mais ro- dada, já conhecida, que teve pouca oportunida- de e ainda não obteve o devido reconhecimento.

Como disse, é ideológico, não é por dinheiro. Hoje muita gente que faz rap, faz apenas pelo dinheiro.

Você já declarou que é dos Racionais, “mas não

| RappeR | Fundador do Racionais Mc’s, músico prepara terceiro disco solo e documentário enquanto garimpa novos talentos do hip hop

O refúgiO de

rapper edi rock é um dos fundadores do racionais Mc’s é o Racionais” O que quis

dizer com isso?

Edi Rock - É sobre indivi- dualidade, por conta das cobranças. Um exemplo é a Globo. O Brown sem- pre disse que não ia. Era uma escolha ideológica do grupo. Eu achava o contrário, que seria bom ir, para romper frontei- ras, expandir o trabalho.

A partir do momento que eu vou, não sou o grupo.

Cada um tem sua indivi- dualidade, sua responsa- bilidade. Quer ir, vai. Mas depois segura a sua onda Como estão os projetos do DVD e do documentário?

Edi Rock - O DVD já está para sair. É sobre a turnê dos 30 anos, que fizemos com a banda. O documentário está sendo terminado. O material está bem bonito, é um doc mesmo, contan-

do nossa vida e carreira.

Quem dirige é a Juliana Vicente, da produtora Pre- ta Portê Filmes. Provavel- mente é para este ano ain- da, mas não tenho certeza.

A pandemia atrasou tudo.

Enquanto unidade cria- tiva, quanto tempo os Racionais ainda se man- terão juntos?

Edi Rock - Não sei falar. Nes- se sentido sempre con- siderei os Racionais uma incógnita, não sabemos até quando vamos. Mas continuamos na caminha- da, seguindo um curso natural. Atualmente, eu estou mais sozinho, mas também com o grupo. Nós nos juntamos, fazemos shows. Acho que ainda tem muito para acontecer nos próximos dez anos.

E, mesmo em 2022, muita coisa vai rolar. Aguardem Racionais e Edi Rock.

“Aprendi uma nova fórmula de trabalhar.

Tenho um disco já pronto e outro a caminho”

Edi Rock

Referências

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