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1. teoria da utilidade e seguro

(2)

1 introdu¸c˜ao

2 breves no¸c˜oes acerca da teoria da utilidade

3 alguns conceitos em seguros sob uma perspectiva da utilidade

4 elementos de seguro

(3)

Introdu¸c˜ ao

Um sistema de seguran¸ca ´e, de um modo lato, um mecanismo criado com o objectivo de reduzir o impacto financeiro adverso resultante de acontecimentos aleat´orios que impedem a

concretiza¸c˜ao de certas perspectivas razo´aveis `a partida.

Outro sistema que afecta pagamentos associados na ocorrˆencia de acontecimentos aleat´orios ´e o JOGO.

No entanto, este distingue-se do primeiro pelo facto daquele (sistema de seguran¸ca) ser criado com vista a proteger contra oimpacto econ´omico de riscos que existem e est˜ao fora de controle do segurado, enquanto que no jogo o risco ´e

”procurado”voluntariamene pelos participantes.

Efectivamente, o ´unico ponto comum entre estes dois sistemas ´e o facto de envolverem uma redistribui¸c˜ao da riqueza.

(4)

breves no¸c˜ oes acerca da teoria da utilidade

Se cada um de n´os pudesse predizer as consequˆencias das nossas decis˜oes obviamente que a nossa vida seria muito simplificada, mas contudo...

desinteressante!

Tudo se resumiria a tomar decis˜oes com base nas preferˆencias relativamente `as consequˆencias.

No entanto, na possuimos (e ainda bem!) esse dom prof´etico.

O melhor que podemos fazer ´e seleccionar uma ac¸ao que nos ir´a conduzir preferencialmente a um conjunto de incertezas.

A teoria da utilidade ´e uma teoria elaborada no sentido de levar a um conhecimento aprofundado acerca de como tomar decis˜oes face `a incerteza. Trata-se de uma teoria com importˆancia relevante para os

(5)

Assim, face ao problema detomar uma decis˜ao face `a incerteza, uma solu¸c˜aoposs´ıvel poder´a ser definir ovalor de um projecto econ´omico com resultado aleat´orioatrav´es do seu valor esperado. Em economia ´e designado este valor porValor JustoouValor Actuarial.

Atrav´es desteprinc´ıpio, o agente de decis˜ao encara de modo indiferenteentre assumir um preju´ızo aleat´orio X e efectuar um pagamento de montanteE[X].

(6)

No entanto, muitos agentes de decis˜ao n˜ao adoptam este princ´ıpio (por vezes, designado comoPrinc´ıpio do Valor Justo); para eles, o n´ıvel de riqueza e outros aspectos da distribui¸c˜ao dos resultados influenciam as suas decis˜oes. No exemplo seguinte est´a bem patente a insuficiˆencia do princ´ıpio referido.

(7)

Exemplo 1.1. (seguro de acidentes) Considere-se P[acidente]=0.1 inalterada.

Os trˆes casos seguintes est˜ao escalonados de acordo com o montante de preju´ızo resultante de um acidente, eventualmente.

Preju´ızos Poss´ıveis (u.m.)1 Preju´ızo Esperado (u.m.)

caso 1 0 1 0.1

caso 2 0 1.000 100

caso 3 0 1.000.000 100.000

No caso 1 o montante de perdas n˜ao ´e relevante, pelo que o agente de decis˜ao n˜ao estar´a disposto a pagar mais do que o valor esperado dos preju´ızos para efectuar o seguro.

1u.m. - unidade monet´aria

(8)

Contudo, se fixarmos a nossa aten¸c˜ao no caso 3, um preju´ızo de 1.000.000 u.m. poder´a revelar-se catastr´ofico e exceder as suas disponibilidades financeiras.

Neste caso, possivelmente o agente de decis˜ao poder´a estar disposto a pagar ”mais do que”o valor esperado do preju´ızo de forma a efectuar o seguro.

Este facto sugere que o ”princ´ıpio do valor Justo”nem sempre ´e o mais adequado como base da decis˜ao.

(9)

ALTERNATIVAS?

Iremos ver uma abordagem que de certo modo explica o facto de um agente de decis˜ao poder estar disposto a pagar mais do que o valor esperado -

afun¸c˜ao utilidade.

(10)

Os trˆes exemplos seguintes situam-se na ´area dos JOGOS e servem para ilustrar alguns dos conceitos fundamentais naTeoria da Utilidade.

Exemplo 1.2.

Embora dois jogos distintosX e Y possam ter o mesmo ganho esperado, uma pessoa que seja for¸cada a aceitar um dos dois jogos, preferir´a tipicamente um deles ao outro.

Por exemplo, sejam X :

500 −400

1/2 1/2 e Y :

60 50 40 1/3 1/3 1/3 comE[X] =E[Y] = 50.

(11)

Contudo, uma pessoa que n˜ao queira arriscar perder 400 u.m. para ter a possibilidade de ganhar 500 u.m.,preferir´a, de um modo geral, o jogoY, que lhe oferece a possibilidade de um ganho certo de, pelo menos, 40 u.m. .

A Teoria da Utilidade foi desenvolvida nos anos 30/40 com o objectivo de descrever as preferˆencias pessoais em jogos como os que acab´amos de descrever:

Uma pessoa preferir´a um jogoX para o qual o valor esperado de uma certa fun¸c˜aou(X),E[X], seja um m´aximo (em vez deE[X]!)

(12)

u(.)−→ fun¸c˜ao utilidade x −→u(x)

u(x), que representa o valor que a pessoa atribui ao facto de ganhar o montantex.

because giving a bank note to a poor person makes more sense than giving it to a millionaire– Rolski et al. (1999)

(13)

E[u(X)] = 1

2u(500) + 1

2u(−400) E[u(Y)] = 1

3u(60) + 1

3u(50) + 1 3u(40)

> prefere X

E[u(X)] = E[u(Y)] indiferente entre X eY

< prefere Y

u(x) ´e uma fun¸c˜ao crescente do ganhoX

´E uma hip´otese razo´avel, se pensarmos que pessoa prefere um ganho maior a outro mais pequeno!

(14)

Contudo, a forma de uma fun¸c˜ao utilidadeu(.) varia de pessoa para pessoa e depende do balan¸co pessoal entre o risco assumido referente aos diversos montantes e a tentativa de aumentar os seus ganhos.

Exemplo 1.3.

jogo 1. jogo 2.

X :

−3 2.5 6

0.5 0.4 0.1 Y :

−2 1 3 0.3 0.4 0.3 Qual a preferˆencia pessoal entre o jogo 1 e o jogo 2?

(15)

a) Fun¸c˜ao utilidade linear: u(x) =ax +b, a>0.

E[u(X)] =E[aX +b] =aE[X] +b=aµX +b, donde E[u(X)]>E[u(Y)] sse µX > µY

portanto,

quando a utilidade ´e linear o jogo escolhido ´e sempre aquele para o qual o ganho esperado ´e m´aximo.

E[X] = 0.5×(−3) + 0.4×2.5 + 0.1×6 = 0.1 E[Y] = 0.7

⇒E[Y]>E[X] e portanto a preferˆencia ´e pelo jogo 2.

(16)

b) Fun¸c˜ao utilidade c´ubica: u(x) =x3

E[u(X)] = 0.5×(−3)3+ 0.4×(2.5)3+ 0.1×(6)3= 14.35 E[u(Y)] = 6.1

E[u(X)]>E[u(Y)]

⇒ preferˆencia pelo jogo 1 (X)

(17)

Exemplo 1.4. (Paradoxo de St. Petersburg)

O exemplo que se segue foi discutido por Daniel Bernoulli nos princ´ıpios do sec. XVIII, como exemplo ilustrativo do facto da fun¸c˜ao utilidade, considerada como fun¸c˜ao dos lucros poss´ıveis, poder´a n˜ao ser uma fun¸c˜ao linear.

Suponhamos que ´e dada a oportunidade a uma pessoa de participar no seguinte jogo:

Uma moeda ´e lan¸cada repetidamente at´e que seja obtida a face

“cara”pela primeira vez.

(18)

Se a primeira vez que a face “cara”aparece ´e non−´esimo lan¸camento, ent˜ao a pessoa obtem um GANHO de 2n u.m. , (n= 1,2, . . .)

Quest˜ao:

Qual o montante que uma pessoa est´a disposta a gastar como entrada de forma a permitir a sua participa¸c˜ao no jogo?

P[X = 2n] =P[obter primeira face “cara”no n-´esimo lan¸camento] =

= 1

2 n−1

×1 2 =

1 2

n

(19)

O ganho no jogo ´e descrito por X :

2n, n= 1,2, . . .

1 2

n

, E[X] =

X

n=1

2n 1

2 n

=∞ Se a fun¸c˜ao utilidade fosse uma fun¸c˜ao linear, ent˜ao a pessoa estaria disposta a pagar como entrada qualquer montante arbitr´ario.

No entanto, o que acontece de facto ´e que cada pessoa est´a disposta a pagar apenas uma quantia finita (e eventualmente reduzida), que depende da sua pr´opria fun¸c˜ao utilidade.

(20)

alguns conceitos em seguros sob uma perspectiva da utilidade

A fun¸c˜ao utilidade, u(.), associada a um agente de decis˜ao, pode ent˜ao ser usada com o objectivo de comparar duas perspectivas econ´omicas aleat´orias X e Y.

Sejaw a riqueza que possui determinado agente de decis˜ao econ´omica. Ser´a seleccionada a perspectiva econ´omica X se

E[u(w+X)]>E[u(w+Y)]

e ser´a indiferente entre as duas perspectivas X eY se E[u(w+X)] =E[u(w+Y)]

quer dizer, a rela¸c˜ao de preferˆenciaqualitativaou de indiferen¸ca

(21)

Vejamos como a teoria da utilidade nos pode levar a um conhecimento aprofundado no campo dosSEGUROS.

Suponhamos que um agente de decis˜ao possui uma propriedade que pode ser danificada ou destru´ıda no per´ıodo de tempo seguinte.

SejaX a vari´avel aleat´oria que representa omontante de preju´ızos (que pode ser eventualmentezero).

Consideremos tamb´em quea distribui¸c˜ao de X ´e conhecida.

(22)

X −→ montante de preju´ızo

E[X]−→ preju´ızoesperado no pr´oximo per´ıodo.

SEGURADOR −→organiza¸c˜ao que ajuda a reduzir as consequˆencias financeiras do dano ou destrui¸c˜ao da propriedade.

SEGURADO −→ dono da propriedade sujeita a risco

(23)

AP ´OLICES−→ contratos estabelecidos entre o segurador e o segurado no sentido de ser pago um montante igual ou menor do que o preju´ızo financeiro sofrido face ao dano que venha a ocorrer eventualmente, no per´ıodo de vigˆencia da ap´olice→ pagamento da indemniza¸c˜ao.

PR´EMIO−→ pagamento efectuado pelo segurado ao segurador como retribui¸c˜ao das ”promessas”contidas na ap´olice por parte do segurador.

(24)

princ´ıpio do valor justo (ou esperado)

Supondo que o segurador adopta uma fun¸c˜ao de utilidade linear com o objectivo de estabelecer o pr´emio a ser pago pelo segurado, o PRINC´IPIO DO VALOR JUSTO ou ESPERADO estabelece esse montante.

µ=E[X]→ pr´emio puro para o per´ıodo da ap´olice em causa.

Este montante ´e incrementado de algumasobrecarga (ouCARGA) de forma a cobrir despesas, impostos, lucros e alguma seguran¸ca contra o risco.

(25)

Pr´emio = pr´emio puro + carga de seguran¸ca + carga admnistrativa por exemplo :

P =µ(1 +θ) +c =µ+θ·µ+c comθ,c >0 e onde

θ– COEFICIENTE de CARGA DE SEGURANC¸ A

(26)

Princ´ıpios de C´alculo de Pr´emio

Existem outros princ´ıpios econ´omicos que podem ser adoptados pelas seguradoras.

Assim, e comµ:=E[X], quando:

carga de seguran¸ca=

=θ·µ –Princ´ıpio do Valor Esperado.

=θ·VAR[X] –Princ´ıpio da Variˆancia.

=θ·p

VAR[X] – Princ´ıpio do Desvio Padr˜ao.

=θ·VAR[X]/µ – Princ´ıpio Modificado da Variˆancia.

(27)

Vejamos agora a perspectiva do dono da propriedade sujeita a risco - segurado - em termos da teoria da utilidade -u(x).

perspectiva do segurado

A indiferen¸ca entre pagar um montanteG ao segurador e assumir o risco ele pr´oprio pode ser estabelecido pela igualdade

u(w−G) =E[u(w −X)] (∗)

onde

u(w−G)→ valor esperado do pagamento de G para protec¸c˜ao financeira dada pela seguradora

E[u(w −X)]→ utilidade esperada de n˜ao comprar o seguro, quando a riqueza ´e w

(28)

No entanto...

O contrato da ap´olice dever´a ser vantajoso para ambas as partes- segurado e segurador.

Sob este ponto de vista iremos ver que o dono da propriedaden˜ao pode ter uma fun¸c˜ao utilidade linear.

(29)

Por absurdo, suponhamos queu(w) =aw+b, a>0. De (∗), a(w −G) +b=E[a(w −X) +b]

⇔a(w −G) +b=aE(w −X) +b,

⇔a(w−G) +b=a(w −µ) +b, pelo que

G =µ

(30)

O que quer dizer:

O pagamento (m´aximo)G que o segurado est´a disposto a pagar de modo a ser indiferente fazer o seguro ou n˜ao, ´e igual ao preju´ızo esperado,µ.

Ora, vimos anteriormente que na perspectiva da seguradora, para que o contrato resulte, acompanhia dever´a cobrar um pr´emio maior do que os preju´ızos esperados. Isto ´e,G > µ

(31)

Desigualdade de Jensen:

Sejau(w) uma fun¸c˜ao crescente, cˆoncava. Isto ´e, suponhamos que u0(w)>0 e u00(w)<0.

Ent˜ao, para toda a v.a. X, desde que os valores m´edios envolvidos existam, tem-se

E[u(X)]≤u(E[X])

(32)

Dem:

(33)

u(w)≤u(µ) +u0(µ)(w −µ), ∀w pelo que

E[u(X)]≤E[u(µ) +u0(µ)(X −µ)]

⇔E[u(X)]≤u(µ) +u0(µ)E[(X −µ)]

e, consequentemente,

E[u(X)]≤u(µ), c.q.d.

Verifica-se a igualdade apenas seX for constante.

Observa¸c˜ao: Esta desigualdade ´e de grande aplicabilidade em Matem´aticas Actuariais.

(34)

Retomamos agora o problema da fun¸c˜ao utilidade adoptada pelo dono da propriedade, de forma a tornar vantajoso para ambas as partes o contrato constante da ap´olice.

De (*) vem o seguinte quandou(.) ´e cˆoncava:

u(w −G) =E[u(w −X)]≤u(w−µ)

a desigualdade decorre da desigualdade de Jensen e, porqueu(.) ´e crescente, conclui-se que

w−G ≤w−µ

e consequentemente

G ≥µ.

ComG > µ a menos queX seja constante.

(35)

Ent˜ao,

o segurado pagar´a um montante maior do que o preju´ızo esperado de forma a efectuar o seguro→ ADVERSO AO RISCO.

Voltemos ao ponto de vista do segurador, associando uma fun¸c˜ao utilidade cˆoncava u1(.). Consideremos tamb´em

H → pr´emio m´ınimo aceit´avel para assumir o preju´ızo aleat´orioX

w1 → riqueza corrente

(36)

perspectiva do segurador

u1(w1) =E[u1(w1+H−X)]

Corresponde ao

Princ´ıpio de utilidade nula: a utilidade da riqueza corrente seja igual ao valor esperado da riqueza final, i.e., depois de feito o seguro (recebidos os pr´emios (H) e pagos os preju´ızos ou indemniza¸c˜oes (X)).

(37)

Ent˜ao, seu1(.) ´e cˆoncava (e crescente) vemH ≥µ ap´olice pratic´avel

Se

G ≥H ≥µ

ent˜ao a ap´olice ´e pratic´avel!

(38)

Exemplos de fun¸c˜oes utilidade fun¸c˜oes utilidade exponenciais

u(w) =−e−αw propriedades da fun¸c˜oes utilidade exponenciais

u(w) ´e uma f. utilidade associada a uma atitude adversa face ao risco. (u0(w)>0 eu00(w)<0)

Tem-se queE[u(X)] =−MX(−α), comMX(r) =E[erX] a f.g.m. de X.

(39)

propriedades da fun¸c˜oes utilidade exponenciais

O pr´emio de seguro n˜ao depende da riqueza do agente de decis˜ao (segurado ou seguradora)

u(w−G) =E[u(w−X)]⇒ −e−α(w−G)=E[−e−α(w−X)]

⇒eαG =MX(α)⇒G = logMX(α) α que n˜ao depende de w.

Analogamente,

u1(w1) =E[u1(w1+H−X)]⇒H = logMX1) α1

(40)

Exemplo de aplica¸c˜ao:

Um agente de decis˜ao tem f. utilidade u(w) =−e−5w. Face a duas perspectivas econ´omicas X e Y, qual delas prefere quando

1 X ∼N(5,2) e Y ∼N(6,2.5)

2 X ∼N(5,2) e Y ∼N(6,2.4)

(41)

Resolu¸c˜ao:

Recorde-se queX ∼N(µ, σ2)⇒MX(r) =eµr2r2/2

1

E[u(X)] =−MX(−5) =−1 e

E[u(Y)] =−MY(−5) =−e−1.25 tem-se E[u(X)]>E[u(Y)] e portanto prefereX. Observa¸c˜ao: note-se queµX < µY

2 Neste caso, E[u(Y)] =−1 e portanto ´e indiferente entre X e Y.

(42)

fun¸c˜oes utilidade potˆencia fraccion´arias

u(w) =wγ, w >0,0< γ <1 propriedades da fun¸c˜oes utilidade potˆencia fraccion´arias

atitude adversa face ao risco. (u0(w)>0 e u00(w)<0) pr´emiosdependem da riqueza do agente de decis˜ao.

(43)

Exemplo de aplica¸c˜ao:

u(w) =√

w; considere-sew = 10 e X ∼U(0,10). Qual o

montante m´aximo (G) que o agente est´a disposto a pagar para ter cobertura face a um preju´ızo aleat´orio X?

Resolu¸c˜ao:

u(10−G) =E[u(10−X)]

⇔√

10−G = Z 10

0

10−x 1 10dx

⇔G == 2 3

10⇔G = 10×5

9 = 5.56

Observa¸c˜ao: Note-se que se verifica, tal como foi discutido atr´as, G >E[X]

(44)

fun¸c˜oes utilidade quadr´aticas

u(w) =w −αw2, w < 1

2α, α >0 propriedades das fun¸c˜oes utilidade quadr´aticas

atitude adversa face ao risco. (u0(w)>0 e u00(w)<0) a decis˜aodepende apenas do valor m´edio e da variˆancia de X,E[X] e E[X2].

Observa¸c˜ao: este tipo de fun¸c˜oes utilidade pode ter como

consequˆencia certas atitudes “absurdas”face ao risco. Vejamos um exemplo disso:

(45)

Exemplo de aplica¸c˜ao:

Consideremos o seguinte cen´ario:

u(w) =w−0.01w2, w <50; X :

0 c p 1−p Qual o montante m´aximo (G) que o agente de decis˜ao est´a disposto a pagar para ter cobertura face a um preju´ızo aleat´orio X? Considerec = 10 e p = 12 e compare os resultados para dois valores dew,w1 = 10 e w2 = 20.

(46)

Resolu¸c˜ao:

u(w −G) =E[u(w −X)]

pelo queG dever´a satisfazer a seguinte equa¸c˜ao de segundo grau:

(w −G)−0.01(w −G)2 = pu(w) + (1−p)u(w−c)

= p[w−0.01w2] +

(1−p)[(w −c)−0.01(w −c)2]

w1 = 10−→G = 5.28 w1 = 20−→G = 5.37

(47)

Observa¸c˜oes:

1 em ambos os casos G >E[X] = 5 (adverso ao risco);

2 a conclus˜ao ´e algo absurda! O agente de decis˜ao est´a disposto a pagar um pr´emio superior no caso se ser, `a partida, mais rico, exactamente pelo mesmo valor do dano (c = 10)!

As fun¸c˜oes utilidade quadr´aticasn˜aos˜ao convenientes para

agentes de decis˜ao com tendˆencia a sofrer preju´ızos que aumentam no sentido da riqueza.

(48)

tipos de cobertura

Temos vindo a falar de seguros decobertura totalface a um poss´ıvel dano que afecte um agente de decis˜ao.

Vejamos no seguinte exemplo as consequˆencias que advˆem do facto de ser adoptada uma pol´ıtica decoberturaparcial.

(49)

Exemplo:

Consideremos

u(w) =−e−0.005w.

A probabilidade que uma propriedade n˜ao seja danificada, no pr´oximo per´ıodo, ´e de 0.75; sendo sujeita a um dano

convenientemente modelado pelo modelo EXPONENCIAL de valor m´edio 100, caso contr´ario.

Compare os montantes pr´emio quando tem `a sua escolha cada uma das seguintes pol´ıticas face ao dano:

1 Cobertura total;

2 Cobertura parcial, de metade dos danos. (seguro PROPORCIONAL).

e calcule o montante de excesso face `as indemniza¸c˜oes esperadas, em cada um dos casos.

(50)

Resolu¸c˜ao:

O dano,X, ´e uma v.a. mista:

X :

0 Z ∼Exp(100)

0.75 0.25 ,

fZ(z) = 0.01e−0.01z,z >0;I(X) := cobertura.

1 Cobertura Total, i.e., tem-seI(X) =X.

E[I(X)] =E[X] = 0.75×0+0.25×E[Z] = 0.25×100 = 25u.m.

2 Cobertura Parcial de tipo Proporcional tem-se I(X) = X2. E[I(X)] = 25

2 = 12.5u.m.

(51)

Determinemos para ambos os casos o montante m´aximo que o agente est´a disposto a pagar para ter a cobertura contratada, G:

caso 1: cobertura total

u(w −G) = E[u(w −X)]

= 0.75u(w) + 0.25E[u(w −Z)]

−e−0.005(w−G) = 0.75(−e−0.005w) + 0.25E[−e−0.005(w−Z)

] (−e−0.005w)e0.005G = 0.75(−e−0.005w)

+0.25(−e−0.005w)E[e0.005Z] e0.005G = 0.75 + 0.25E[e0.005Z] Note-se queE[e0.005Z] =MZ(0.005).

(52)

SendoMZ(r) = 1−100r1 , para r <0.01, obtemosMZ(0.005) = 2 e portanto

G = 44.63u.m.

donde o excesso face `a indemniza¸c˜ao esperada ´e

G −E[I(X)] =G−E[X] = 44.63−25 = 19.63u.m.

(53)

caso 2: cobertura parcial de metade dos danos.

Desta vez vamos igualar a utilidade esperada com cobertura parcial `a utilidade esperada sem cobertura.

E[u(w−G−(X −I(X)))] = E[u(w−X)]

E

u

w −G− X 2

= E[u(w−X)]

0.75u(w−G) + 0.25E

u

w −G −Z 2

=

= 0.75u(w) + 0.25E[u(w −Z)]

... G = 28.62u.m.

G−E[I(X)] = 28.62−12.5 = 16.12>12.5 (perda parcial esperada)

(54)

elementos de seguro

Uma vez identificada uma classe de situa¸c˜oes sujeitas a risco (e como tal candidatas a seguro) podem ser obtidas informa¸c˜oes acerca das utilidades esperadas, associadas ao processo de preju´ızos respectivo.

As ideias acerca da teoria da utilidade que foram apresentadas tˆem sido usadas como fundamento para uma teoria elaborada no sentido de constituir um guia para os agentes de decis˜ao, no sentido de tomarem ac¸c˜oes consistentes com as suas preferˆencias.

Fa¸camos um ponto da situa¸c˜ao nesse campo:

0≤I(X)≤X.(ap´olices admiss´ıveis)

(55)

Hip´otese simplificadora do problema

Suponhamos que qualquer ap´olice admiss´ıvel pode ser adquirida pelo montante respeitante `a indemniza¸c˜ao esperada

−→E[I(X)]≤E[X]

Suponhamos que a fun¸c˜ao utilidade ´e tal que o agente de decis˜ao ´e adverso ao risco (u0(w)>0 eu00(w)<0) P- pr´emio a ser pago pelo agente de decis˜ao.

0<P =E[I(X)]≤E[X]

E[X] =µ

(56)

Teorema: Arrow (1963) (seguro de sa´ude)

De acordo com as condi¸c˜oes anteriores, a utilidade de um agente de decis˜ao adverso face ao risco ´e MAXIMIZADA adquirindo uma ap´olice de seguro tipo ”STOP-LOSS”ou ”EXCESS-OF-LOSS”

Id(x) =

0 ,x <d x−d ,x ≥d

em qued ´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao P =

Z

d

(x−d)f(x)dx (=E[Id(X)])

(57)

Observa¸c˜oes:

Uma ap´olice de seguro n˜ao pode ser adquirida simplesmente pelo valor esperado das indemniza¸c˜oes. (despesas

admnistrativas, lucro, carga de seguran¸ca)

O teorema indica o tipo de contrato a estabelecer entre a seguradora e o segurado, mas n˜ao estabelece o pr´emio P a ser pago. (P fixado `a partida.)

Referências

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