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Globalização, Economia Subterrânea e Fraude. Certezas e Hipóteses

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Globalização, Economia

Subterrânea e Fraude

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Cap. I

(3)

PIMENTA, C. (2004).

Globalização: Produção, Capital Fictício e Redistribuição.

Lisboa: Campo da Comunicação.

 Escrever em 2004 que o

modo de funcionamento do capitalismo não era viável continuar muito mais tempo

• Parecia um contrassenso • Exigia muito cuidado

 Metodológico  Argumentação

(4)

Qual a evolução futura da

globalização?

 1º cenário: crise de sobreprodução

• Razões:

 Procedimentos do capital-financeiro, centralização do capital, desresponsabilização do Estado, …

 Capital financeiro não é produtivo

 Capital financeiro contra capital produtivo

 2º cenário: tomada de posição unilateral

dos EUA

 3º cenário: alteração profunda da

(5)

Começa por abordar temáticas que

hoje são despiciendas:

• Metodologia seguida

• Alerta contra as evidências

• Cuidado com as palavras polissémicas • Análise crítica de algumas justificações

(6)

O que entendemos por globalização

• Várias designações para o mesmo

• Utilização com significados diferentes conforme os autores

Para não haver ambiguidades

precisemos o que entendemos neste

trabalho por globalização.

(7)

 Mundialização da sociedade

• (maior densidade e frequência de relações entre cidadãos e instituições,

independentemente da sua localização geográfica)

• Globalização

 Sociedade 198? – 2008 …

 Sociedade capitalista... fortemente concentrada  Desdobra-se em globalizações várias

 Consideramos predominantemente as dimensões económicas

Precisão de conceitos. Questões Metodológicas.

(8)

 Não existem mudanças qualitativas ou quantitativas no período em análise Caracterização da globalização. Importações e Exportações Há uma tendência de aumento da importância relativa do comércio externo A vantagem do comércio livre para uns é desvan- tagem para outros

(9)

 Cada vez é mais importante, em termos

relativos, o investimento direto estrangeiro no conjunto da atividade económica do país (A e C) e no conjunto dos investimentos (B). Desde o início da globalização verificam-se sintomas para o aumento da importância deste

agregado.

 A situação é muito desigual nos diversos países, como é particularmente visível nos “Países de Baixo Rendimento”

 Alterações no tipo de IDE

• “o desenvolvimento das formas de partenariado de relações interempresas, nomeadamente ao nível internacional (alianças estratégicas, redes, acordos de cooperação...);

• o domínio das fusões-aquisições em detrimento das formas tradicionais de criação de filiais; • a diminuição drástica do número de

subcontratações e o estabelecimento de acordos de longo prazo com fornecedores, selecionados mais pela complementaridade tecnológica

(fornecimento de módulos cada vez mais complexos) que pelo valor baixo dos custos”

(10)

 As deslocações de força de trabalho são mais marcadas pelas conjunturas do

capitalismo central (abundância/carência de mão-de-obra; dinâmicas verticais, ascendentes ou descendentes, entre segmentos de força de trabalho;

dinâmica demográfica; políticas

económicas e sociais, etc.) do que pelo processo estrutural de aceleração da mundialização.

 Poderemos dizer que a este facto apenas escapam, o que não deixa de ser

relevante, as dinâmicas resultantes dos processos de integração económica que conduzem à «quase-igualdade» de

direitos e deveres de cidadãos de

diversos países, de que a EU é um caso paradigmático.

 Sinais crescentes de movimentos e situações ilegais.

Caracterização da globalização.

(11)

 a partir de 1983 há um aumento

das desigualdades entre os diversos países.

 O aumento das desigualdades entre países é uma situação inevitável

das características da globalização. A importância da componente

tecnológica exclui muitas

sociedades da dinâmica global. A importância dos conhecimentos e da investigação científica conduz aos mesmos resultados.

 Aumento das desigualdades na distribuição do rendimento dentro da grande maioria dos países.

Caracterização da globalização.

(12)

 Aumento da hegemonia das empresas

multinacionais

 Mudanças de comportamento dessas empresas

• (vide IDE)

• importância da inovação tecnológica

• importância dos novos conhecimentos e sua utilização (metanacionais)

• da influência política sobre os Estados na defesa da doutrina liberal e neoliberal

• intervenção nos mercados financeiros • ...

 A economia mundial tende a ser gerida por

alguns poucos conselhos de administração de grandes empresas ou fundos de investimento.

Caracterização da globalização.

(13)

Caracterização da globalização.

Mercados financeiros

«Para a maioria das pessoas um milhão de dólares é muito dinheiro. Medido em montes de notas de 100 dólares, atinge a altura de vinte centímetros. Um bilião de dólares ou, por outras palavras, um milhar de milhões, ultrapassa em altura a catedral de S. Paulo, em Londres. Um trilião de dólares um milhão de milhões ultrapassaria os 193 quilómetros de altura, ou seja, mais de vinte vezes a altitude medida no cimo do monte Evereste. Mas, atualmente, os mercados financeiros globais movimentam mais de um trilião de dólares por dia. É um aumento maciço em relação a 1980, sem falarmos de anos mais distantes»

(14)

 O valor médio diário das transações nos

mercados principal e paralelo (em todo o mundo) foi, em 2001, 168,26 x 109

dólares, isto é 1,96 vezes o produto

interno bruto a nível mundial durante esse mesmo ano.

 Em 2008 ultrapassava a relação de 3

vezes

 Hoje estima-se que o valor dos títulos

“tóxicos” acumulados é 46 vezes o PIB mundial.

(15)

 Durante a globalização houve um aumento

estrondoso da importância dos mercados financeiros.

 Houve uma maior e mais veloz interligação entre

os diversos mercados financeiros

 Aumentou a variedade das transações nos

mercados financeiros

 Grande diminuição da importância relativa das

operações nos mercados financeiros diretamente relacionados com a produção.

 Logo estrondoso aumento do capital fictício

Caracterização da globalização.

(16)

 Globalização também é Estado

• A desregulamentação social e a hegemonia dos

«mercados» tem sido uma decisão política.

• O Estado tem tido um papel importante em

diversos países que são partes integrantes do sistema capitalista mundializado.

• A aldeia global tem um castelo.

• Esta internacionalização exige pouco défice

estatal, desproteção social e fiscalidade ligeira, que são decisões políticas.

• Importantes conflitos militares

(17)

 Para a caracterização da globalização, esta fase

do capitalismo:

• Todos os atos sociais fazem parte, com maior ou menor

autonomia, dessa dinâmica global de organização capitalista.

• Reforço da ideologia neoliberal.

• Aumento do capital fictício até níveis nunca

anteriormente atingidos, num contexto de articulação e mundialização acelerada dos seus mercados e pela

adoção de políticas económicas que reforçam o papel

das multinacionais, empresarizam a economia mundial.

• Este capitalismo sem rosto dificulta a resistência dos

povos.

Caracterização da globalização.

(18)

 Para a caracterização da globalização, esta fase

do capitalismo:

 Esta mundialização atinge todas as vertentes da sociedade, mas manifesta-se de forma desigual conforme os

momentos e os locais, ora integrando a acumulação

capitalista mundial ora desarticulando as sociedades integradas/marginalizadas.

 Enquanto o mercado de capitais usufrui de toda a liberdade de ação o mercado de trabalho continua a ser um mercado

fragmentado e segmentado. As desigualdades sociais aumentam.

Na luta intracapitalista a globalização é a vitória do modelo

regional americano, também ele em transformação.

As contradições do capitalismo continuam a existir e a

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(20)

 Constatado que há atividades produtivas e

improdutivas

 Que só a produtivas criam valor novo  Que as atividades improdutivas apenas

fazem circular e redistribuem rendimento

 As atividades bolsistas são improdutivas  E que a circulação do capital fictício para

além de improdutivo nem estimula o produtivo

(21)

As operações financeiras que

caracterizam a globalização

• “garantem a reprodução do sistema” • “são necessárias e úteis”

• “vantajosas para muitos”

• “não são produtivas” = “são improdutivas” • redistribuem produto (rendimento).

Confronto com Modelos Teóricos.

(22)

Onde é criado o produto utilizado na

financiarização da economia e como

é transferido para os mercados

financeiros?

Confronto com Modelos Teóricos.

(23)

A pergunta ainda é mais premente

porque:

• O financeiro está separado do económico

• O financeiro está frequentemente contra o económico

 Vai absorver recursos importantes no económico

 O “ocidente” vai especializar-se no

financeiro e localizar o económico nos países “periféricos”

(24)

Dispensando-nos aqui de uma análise

pormenorizada das possíveis fontes

de rendimento,

Conclui-se que

• Estes processos de canalização de recursos para o mercado financeiro eram insuficientes para justificar os montantes da financiarização.

• Superação das crises financeiras

pareciam mostrar existirem bastantes recursos susceptíveis de utilização em situações de emergência

(25)

 Economia Paralela

• “Economia não-registada” sem ser por deficiência do aparelho estatístico

• na terminologia da OCDE

 “economia subterrânea”  “economia ilegal”

 “economia informal”

• mobilizam elevados recursos

• nos passados 35 anos houve um aumento da economia subterrânea

Observação da realidade. Formulação de Hipóteses. Construção de modelos.

(26)

De que estamos a falar?

Economia subterrânea

• Fuga ao fisco em atividades legais • Offshores

Economia ilegal

• droga / armamento e guerra / resíduos tóxicos / órgãos humanos / animais em extinção / escravatura / pescado ilegal / pirataria / cibercrime / …

(27)

Economia paralela está associada à

fraude (em sentido lato)

• É “fraude fiscal”

• Estimula certos tipos de fraude (ex. corrupção política)

• Cria condições permissivas para a fraude

Concomitantemente gera

branqueamento de capitais

Gera degenerescência das relações

(28)

Logo

• A economia paralela, a fraude e o branqueamento de capitais não são fenómenos acidentais.

• São partes integrantes da globalização, com o significado que lhe atribuímos.

(29)
(30)

Cap. II

(31)

Constatações

Surgimento da crise não foi surpresa.

Só foi “surpresa” o momento do

surgimento a forma que assumiu.

(32)

Nos períodos de crise há maior

probabilidade de rutura social

• Torna-se evidente o que antes não era (recorde-se as declarações do

Greenspan).

• Há a perceção de que o “modelo” se esgotou

(33)

A lógica seria:

• Se na atual crise de sobreprodução o mais relevante foi o excesso de capital financeiro em relação à base produtiva, “permitir” a destruição do capital

fictício, com salvaguarda de interesses das populações.

• Restringir a liberdade de circulação dos capitais e ativar um controlo

(34)

• Encerrar os offshores como centros

nevrálgicos da especulação, da fraude e do branqueamento de capitais

• Dar prioridade às atividades produtivas e apoiar nela a retoma do crescimento • Reforçar a intervenção do Estado numa

(35)

Se assim se procedesse

• Combatia-se a causa da crise atual • Desautorizava-se as entidades

especuladoras

• Poder-se-ia pôr fim a esta fase a que designamos por globalização.

(36)

O que se fez foi exatamente o

contrário

• Apoio prioritário ao sistema bancário inundado de capital fictício (teoria do perigo da crise sistémica)

• Em alguns casos transferência da

“falência bancária” para a “falência dos Estados”

• Manutenção dos offshores e da

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Fraude

 Rutura nos pagamentos veio por fim a

diversos esquemas de Ponzi. Reveladas diversas fraudes

 Crise na bolsa veio por a descoberto diversas

operações ilegais no sistema financeiro

 A sobrevivência de diversas instituições

financeiras passam pelo branqueamento de capitais.

 Reforça o controlo da economia legal pelas

(38)

Economia subterrânea tem

aumentado assim como a respetiva

fraude fiscal

As empresas de rating continuam a

(39)

Semelhanças e diferenças com

a crise de 1929/33

Semelhanças

• Ambas são partes integrantes do ciclo de negócios, são crises de

sobreprodução

• Ambas se desencadeiam numa fase em que o capitalismo domina à escala

mundial

• As formas de manifestação da crise são semelhantes

(40)

Grandes diferenças

• O hiato e antagonismo entre o capital financeiro e a base produtiva hoje é maior

• O poder produtivo (capital industrial) está em países diferente dos que

possuem o “poder” financeiro intoxicado • A economia não registada é muito mais

poderosa e florescente

• Em 1929/33 era recente a Revolução Russa

(41)

Cap. III

(42)

Algumas particularidades

 É o elo mais fraco do centro capitalista  É uma união económica e monetária em

que as decisões políticas não assentaram na realidade objetiva da economia

 É o espaço atual de maior defesa do

neoliberalismo

• Substituição dos seus valores endógenos pela “atividade comercial”

(43)
(44)

Algumas causas

 O fim do sistema económico socialista foi antevisto vários anos antes pela elite governante, tendo muitos

pertencentes à referida elite organizado a economia paralela

 Essas máfias reforçaram o seu poder às escalas europeia e mundial (controlando empresas, negócios e pessoas,

aparecendo frequentemente de uma forma populista (ex. no futebol), ramificando-se em instituições culturais e

filantrópicas. Influenciam ativamente a política nacional e internacional. Alguns conflitos têm-lhe sido particularmente benéficos (ex. Guerra dos Balcãs).

(45)

 As medidas tomadas pelos Estados Unidos depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001 tornaram aquele país menos apetecível (veja-se o «Patriot Act») para ser o centro principal das atividades ilegais à escala mundial e de lavagem de dinheiro.

A Europa é detentora de vários offshores onde, com grande impunidade, se pode colocar os sites informáticos de

atividades ilegais, fazer lavagem de dinheiro e controlar as redes económicas criminosas.

 Segundo o Fundo Monetário Internacional temos, na Europa: Andorra, Campione (Itália),

Chipre, Dublin (Irlanda), Gibraltar (RU), Guernsey (RU), Man (RU), Jersey (RU),

Liechtenstein, Londres (RU), Luxemburgo, Madeira (Portugal), Malta, Mónaco, Holanda e Suiça. Fora dela: Tahiti (França), Anguilla (RU), Aruba (Holanda), Bermuda (RU), Ilhas Virgens (RU), Ilhas Caimão (RU), Montserrat (RU), Antilhas Holandesas (Holanda), Turks e Caicos (RU), Estados Associados das Índias Ocidentais (RU). Outros pertencem à

(46)

 O interesse da Europa em ser parceiro privilegiado da China torna-a particularmente condescendente com os atentados aos direitos humanos naquele país, à entrada (disfarçada) das máfias chinesas na Europa.

 A China é a campeã da contrafação (dos bens de consumo corrente aos medicamentos,

da tecnologia e programas informáticos às peças de avião), da pirataria marítima e na sua área de influência atuam importantes redes da criminalidade internacional. Com a «paciência de chinês» vão construindo a sua rede comercial e especulativa internacional.

(47)
(48)

Geral

A globalização continua. Garantiu a

continuidade nesta fase da crise.

A crise de sobreprodução continua

• Está por resolver a destruição do capital fictício

• Solvência dos países é posto em causa • O desemprego alastra-se

• A economia paralela e a fraude continuam

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Modifica-se profundamente a

correlação internacional

• Supremacia da economia chinesa e de outros países “emergentes”

• Decadência da velha Europa

• Agravamento das desigualdades económico-sociais

(50)

Economia Paralela e fraude

A luta contra a fraude é um

imperativo

• Económico e Social • Político

• Ético

(51)

São necessários vários planos de

atuação

• Individual (ex. educação ética, formação)

• Nas empresas (ex. cultura de empresa, controlo interno, prática fiscal correta, efetiva responsabilidade social)

• Nos países (ex. combate à corrupção política)

(52)

Por uma nova ordem económica

internacional

• Objeto da economia seja o bem estar dos cidadãos

• Evitar a empresarização do Estado e dos Organismos Internacionais

(53)

Contactos

 http://www.fep.up.pt/docentes/cpimenta

Referências

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