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MANUAL ELEIÇÕES 2020

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M A N U A L

ELEIÇÕES

2020

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INDIGO - Fundação Instituto de Inovação e Governança

SHS Quadra 06 - Complexo Brasil 21 - Conj. A - Bloco A, 5º andar - Sala 507 - Parte 1 - Asa Sul Brasília/DF - CEP: 70.316-102

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Apresentação ... 8

1. Você está preparado para ser um candidato? ... 9

1.1 Candidato a Vereador ... 9

1.2 Candidato a Prefeito e a Vice-Prefeito ... 10

1.3 Pilares para a política municipal: controles emocional, social e racional ... 11

1.4 Início da jornada ... 13

2. Fases do Processo Eleitoral ... 13

3. Posso ser candidato? ... 15

3.1 Condições de Elegibilidade... 15 3.2 Causas de Inelegibilidade ... 16 3.2.1 Inelegibilidades constitucionais ... 17 3.2.2 Inelegibilidades infraconstitucionais ... 18 3.3 Condições de Registrabilidade ... 25 4. Filiação Partidária ... 26 4.1 Introdução ... 26 4.2 Regras ... 26

4.3 Ferramenta para se fazer a filiação partidária ... 26

4.4 Comprovação da filiação partidária ... 27

4.5 Dupla filiação partidária ... 27

4.6 Janela partidária ... 27

5. Convenções Partidárias ... 28

5.1 Introdução ... 28

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5.2.2 Ata das convenções ... 29

5.2.3 Número de candidatos ... 29

5.2.4 Número do candidato ... 29

5.2.5 Local das convenções ... 30

5.2.6 Convenção Virtual ... 30 5.2.7 Substituição de candidatura ... 31 5.3 Coligações ... 31 5.3.1 Regras ... 32 6. Registro de Candidatura ... 33 6.1 Introdução ... 33

6.2 Do Processo de Registro de Candidatura ... 33

6.3 Documentos a serem apresentados ... 35

6.3.1 Partidos e Coligações ... 35

6.3.2 Candidatos ... 36

6.3.3 Atenção ... 37

6.4 Julgamento do Pedido de Candidatura ... 37

6.5 Impugnação do Registro de Candidatura ... 38

7. Propaganda Eleitoral e Partidária ... 39

7.1 Introdução ... 39 7.2 Propaganda partidária: ... 39 7.3 Propaganda Intrapartidária ... 40 7.4 Publicidade Institucional ... 41 7.5 Propaganda pré-campanha ... 42 7.6 Propaganda Eleitoral ... 42

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7.6.2 Regra geral ... 42

7.6.3 Material impresso ... 43

7.6.4 Propaganda em bens públicos e particulares ... 43

7.6.5 Comitês ... 44

7.6.6 Comícios e atos públicos ... 44

7.6.7 Propaganda eleitoral na internet ... 44

7.6.8 Propaganda paga na internet ... 45

7.6.9 Principais vedações: ... 46

7.6.10 Recolhimento de material: ... 47

7.7 Direito de Resposta ... 47

8. Arrecadação, Gastos de Campanha e Prestação de Contas de Campanha ... 48

8.1 Introdução ... 48

8.2 Arrecadação de recursos ... 49

8.3 Limite de gastos ... 49

8.4 Administração financeira da campanha e responsabilidade ... 50

8.4.1 Abertura de conta bancária ... 50

8.5 Doação de pessoa física ... 51

8.5.1 Autofinanciamento ... 51

8.5.2 Sanção ... 51

8.6 Fontes de receita ... 52

8.7 Fontes vedadas ... 53

8.8 Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) ... 53

8.9 Prestação de contas ... 54

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8.9.3 Sistema simplificado de prestação de contas ... 55

8.9.4 Informação da origem da origem ... 56

8.9.5 Contas não prestadas e julgamento das contas ... 56

9. Condutas Vedadas ... 57

9.1 Introdução ... 57

9.2 Condutas vedadas em espécie - Lei nº 9.504/1997, arts. 73, 75 e 77 ... 57

9.2.1 Art. 73, caput, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 57

9.2.2 Art. 73, inciso I, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 60

9.2.3 Art. 73, inciso II, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 64

9.2.4 Art. 73, inciso III, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 65

9.2.5 Art. 73, inciso IV, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 66

9.2.6 Art. 73, § 10º, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 67

9.2.7 Art. 73, § 11, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 69

9.2.8 Art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 70

9.2.9 Art. 73, inciso VI, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 73

9.2.10 Art. 73, inciso VII, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 77

9.2.11 Art. 73, inciso VIII, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 78

9.2.12 Art. 75, da Lei nº 9.504, de 1997 ... 78

9.2.13 Art. 77 da Lei nº 9.504, de 1997 ... 79

10. Contencioso Eleitoral ... 80

10.1 Introdução ... 80

10.2 Ação de Impugnação de Registro de Candidatura – AIRC ... 80

10.3 Ação de Investigação Judicial Eleitoral ... 82

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11. Sistemas Eleitorais ... 83

11.1.1 Sistema majoritário ... 83

11.1.2 Sistema proporcional ... 84

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APRESENTAÇÃO

As alterações recentes na legislação, em especial a Lei 13.877/19, trouxeram mudanças significativas e irão impactar

substancialmente as eleições municipais de 2020.

Dentre as principais alterações, destaca-se o fim das coligações proporcionais.

O número de candidatos para o pleito de 2020 também sofrerá alterações, pois até então os partidos poderiam concorrer isoladamente com uma vez e meia o número de vagas, e as coligações, com o dobro de candidatos. Com a entrada em vigor da lei 13.877, cada partido poderá lançar até 150% do número de

vagas existentes na Câmara Municipal.

Importante ainda conhecer temas de extrema importância, iniciando no registro da candidatura e findando na posse dos eleitos, evitando assim surpresas e a consequente perda do cargo

fora das urnas.

Diante de tantas alterações e visando contribuir com o aprimoramento do conhecimento de todos os envolvidos, em especial de lideranças, foi elaborado este Manual. Não se pretende

aqui esgotar o assunto, mas trazer o conteúdo minimamente necessário sobre a matéria.

Boa leitura!

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1. Você está preparado para ser um candidato? 1.1 Candidato a Vereador

Sempre que possível, replicamos: o Vereador é, por excelência, o representante da população no Município. Isso porque, ao subir o primeiro degrau de uma vida pública, ele se torna o agente político mais capacitado para ouvir e compreender as necessidades do povo.

Por morar próximos aos seus eleitores, bem como exercer suas atividades profissionais nesse ambiente, é capaz de, no dia a dia, acompanhar de perto os acontecimentos da vida da comunidade. Da mesma forma, é diretamente atingido por suas decisões: paga o IPTU nos termos aprovados pela Câmara; utiliza serviços públicos que são oferecidos aos seus conterrâneos; sofre com a falta de infraestrutura.

Tudo isso permite ao Vereador ouvir sugestões, reclamações e pedidos vindos das mais variadas pessoas, desde as menos atuantes às mais envolvidas. Diferente de qualquer outro político, o representante da Câmara pode (e deve), receber o cidadão em seu gabinete ou visita-lo na sua residência. Ele tem tempo e condições para isso.

Da mesma forma, os apertados limites geográficos do Município permitem que seus correligionários e adversários fiscalizem de perto o trabalho dos membros da Câmara Municipal.

Ou seja, é na vereança que está a prova de fogo de qualquer político. Tal como dizem, é na condição de Vereador que o político prova a capacidade que tem de ser um bom representante da comunidade que o elegeu.

Mas afinal, o que faz um vereador? Em poucas palavras, seus deveres se resumem em três: elaborar leis do interesse do Município; fiscalizar a atuação do Prefeito e seus subordinados; e administrar os órgãos e serviços da Câmara Municipal. Quanto à primeira atribuição, dispensa-se aqui maiores comentários quanto a sua importância, eis que é por meio de leis que são definidos, por exemplo, os rumos dos investimentos públicos, tais como saúde, educação e infraestrutura. Por sua vez, a competência de fiscalizar o Poder Executivo revela uma de suas maiores responsabilidades: ao compreender de perto os anseios da população, o Vereador será capaz de expor ao Prefeito, por meio de requerimentos ou

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audiências, onde – e porque – o poder público deve estar mais presente. Da mesma forma, são eles que aprovam ou reprovam as contas da Prefeitura, podendo ainda cobrar explicações quanto a quaisquer irregularidades. Por fim, compete aos parlamentares municipais a gestão Câmara, que é responsável por inúmeros projetos benéficos à sociedade.

E você, está preparado para ser um Vereador?

1.2 Candidato a Prefeito e a Vice-Prefeito

O prefeito é o chefe do Poder Executivo de um Município, o que significa que compete a ele administrar uma cidade com o objetivo de satisfazer o interesse público municipal em consonância com o regional, estadual e federal (observada as competências fixadas pela CR/88).

Caberá ao Prefeito (e, em sua ausência, ao seu vice), por exemplo, cobrar tributos (impostos e taxas, por exemplo) que, por sua vez, servirão para custear obras, serviços e políticas essenciais para a população.

A atribuição, de fato, não é fácil. As prefeituras brasileiras são responsáveis por manter diversos serviços, tais como (I) limpeza e a iluminação públicas; (II) sistema de transporte urbano; (III) ambulâncias e serviços de saúde municipais; (IV) educação infantil (creches, pré-escolas) e o ensino fundamental; (V) formação da guarda municipal.

Além disso, uma gestão municipal não se esquecer dos Municípios vizinhos tampouco do seu Estado e da União. Neste contexto, caberá ao Prefeito, em parceria – especialmente – com parlamentares de todos os níveis buscar apoio político, técnico e financeiros em outras esferas de governo. Muitos recursos importantes são negociados junto aos governos estaduais e governo federal, possibilitando o financiamento de projetos importantes e a melhoria da qualidade de vida da população.

Caberá ao(à) Prefeito(a), ainda, manter um bom relacionamento com as Câmaras Municipais. Caso isso não ocorra, haverá sempre o risco de o gestor municipal se ver incapaz de governar e, por conseguinte, de aprimorar (ou até mesmo executar) políticas públicas essenciais para a população. Matérias que envolvem o orçamento municipal são, invariavelmente, discutidas e aprovadas ou rejeitas nas Câmaras Municipais, de modo que caberá ao Chefe do Poder Executivo Municipal demonstrar à população e ao Poder Legislativo a importância do que se propõe.

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1.3 Pilares para a política municipal: controles emocional, social e racional.

Antes de se aventurar para concorrer a um mandato eletivo, é necessário estar confiante de que os três pilares que serão aprestados estão bem estruturados. Como se pôde perceber, assumir o cargo de Vereador ou de Prefeito/Vice-Prefeito implica em trazer para si inúmeras responsabilidades sociais que, certamente, irão impactar na vida pessoal do mandatário.

Para lidar com isso de forma desejável, o candidato deverá ter uma base familiar que apoie o seu desejo bem como o controle de suas emoções durante a corrida eleitoral; uma ciência mínima das necessidades da população que deseja representar; e o conhecimento dos deveres e responsabilidades inerentes ao cargo.

1.3.1.1 Controle emocional.

Neste momento, é necessário fazer a seguinte reflexão:

• Estão claros para você os motivos que o levaram a querer se candidatar?

Responda esta pergunta, a princípio, apenas para si próprio, e não tenha medo da resposta. O importante é que tenha ciência das ruas reais pretensões para que, sempre que se ver perdido, relembre dos motivos que o levaram a disputar uma vaga no legislativo municipal.

• Você está disposto a abdicar de momentos particulares para lidar com questões públicas durante os próximos quatro anos? Muitos candidatos

ingressam na disputa sem se quer se planejar para uma eventual vitória. Há que se ter em mente que o exercício do cargo pode ser incompatível com algumas pretensões de vida, tal como mudar de cidade; trabalhar muito tempo fora do Município; entre outras.

• A sua família está ciente da responsabilidade que você quer assumir e apoia a sua pretensão? Eis aqui uma questão que por muitos é ignorada.

Para alguns candidatos, basta lançar o nome que automaticamente todos os familiares irão apoiar a sua decisão. Entretanto, fatores tais como direcionamento da renda familiar para campanha e ausências durante a corrida eleitoral são responsáveis por brigas entre familiares, que afetam a qualidade do trabalho do candidato. Da mesma forma, os impactos reconhecidos na pergunta anterior não atingem apenas o Vereador eventualmente eleito, mas todos os que estão a sua volta.

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1.3.1.2 Controle Social

Superado pilar anterior (controle emocional), é importante refletir sobre o seu real engajamento com o Município. Para tanto, questione-se:

• Você participa das reuniões da Câmara ou participa de eventos promovidos pela Prefeitura?

• Você participa dos Conselhos Municipais?

• Você conhece a realidade dos serviços municipais de transporte e/ou saúde? • Você conhece alguma solicitação da sua sociedade que há tempos está

sendo reivindicada?

• Você conhece os números da sua cidade (eleitores; vagas; orçamento; verba de gabinete; salários; população; PIB; renda...)?

• Você conhece os limites da sua cidade (bairros, limites territoriais)? E, a principal de todas:

• Como você pode contribuir para melhorar o seu Município? Como você pretende impactar a vida de cada eleitor?

1.3.1.3 Controle Racional

Neste momento, deverá o pretenso candidato afastar as emoções e avaliar as reais possiblidades de concorrer a um mandato eletivo. Para tanto, deverão ser feitas (e respondidas com sinceridade) as seguintes perguntas:

• Você possui condições legais para concorrer a um cargo eletivo? Isso

porque, tal como prevê o ordenamento jurídico brasileiro, o eleitor, para se tornar um candidato, deverá atender a todas as condições de elegibilidade e de registrabilidade, bem como não incorrer em nenhuma causa de inelegibilidade. Para ter certeza de que estará apto, aconselha-se que procure um advogado para avaliar a sua situação.

• Você está filiado a algum partido que lhe dará suporte durante as eleições? Pode parecer de menor importância, porém escolher um partido

adequado à sua real capacidade de angariar votos será fundamental para o sucesso de sua campanha. Isso porque deverão ser avaliados, caso a caso, a possibilidade do partido alcançar a legenda e se, quando o fizer, você será ali o mais votado.

Da mesma forma, a escolha do partido influenciará na sua campanha pois o histórico que conquistas e derrotas que ele (o partido) carrega, pode

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contaminar o seu discurso, podendo trazer boas ou más consequências.

• Você possuiu meios para financiar a sua campanha? Eis aqui um dos

pontos centrais para cada candidato: onde e como angariar recursos para custear uma campanha eleitoral. Esta pergunta deve ser respondida da forma mais sincera possível, devendo ser considerado:

- As despesas serão custeadas apenas pelo candidato? Se sim, a família deste apoia esta decisão?

- Existem colaboradores dispostos a contribuir para a campanha? Se sim, eles já estão cientes do quanto doar para que você possa se programar?

• Você possui saúde para participar de uma desgastante campanha?

Não se assuste, é comum que alguns candidatos tenham que abandonar a pleito por problemas de saúde que já haviam sido diagnosticados, porém, ignorados. Esta pergunta deve ser respondida da forma mais sincera e racional possível.

1.4 Início da jornada.

Feita esta nada breve reflexão, você poderá, enfim, afirmar que quer e tem condições de ser um Vereador ou um Prefeito/Vice-Prefeito.

As repostas aqui obtidas, ademais, servirão para convencer os eleitores de que você aparenta ser a melhor opção e, assim, merece os votos.

Não existe nada pior para um candidato, há que se convir, do que perder um voto por não ter sido capaz de demonstrar ao eleitor que está sim preparado para ser um mandatário.

2. Fases do Processo Eleitoral

A divisão do processo eleitoral em fases tem o objetivo de tornar mais didática e acessível a sua compreensão. Não há na legislação uma divisão específica neste sentido, mas sim a previsão de diversos atos que devem ser realizados antes, durante e depois da coleta dos votos.

Desta maneira, reconhecendo o protagonismo do dia das eleições propriamente dito, momento em que os eleitores são chamados para comparecer às urnas e concretizar o direito ao sufrágio por meio do voto, entende-se adequado reconhecer este momento como marco eleitoral. Todos os atos que antecedem o voto não possuem, via de regra, um fim em si mesmo; o mesmo entendimento se aplica a todos os atos que o sucedem.

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A título de exemplo, cita-se o caso das eleições suplementares do Município de Sete Lagoas (MG). Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter revertido, em 28 maio de 2019, a decisão que cassou os mandatos e declarou inelegíveis o prefeito o seu vice, as novas eleições, que estavam marcadas para o domingo seguinte (2 de junho de 2019), foram simplesmente canceladas. Diversas ações que tratavam, por exemplo, sobre publicidade irregular não tiveram o seu mérito julgado por não haver mais um bem jurídico (eleições) a ser tutelado e, portanto, reconheceu-se a perda de objeto.

O processo eleitoral se realiza, portanto, em três fases, sendo elas: (a) a Fase Pré-Eleitoral; (b) a Fase Pré-Eleitoral; e a (c) a Fase Pós-Eleitoral.

A primeira, a fase Pré-Eleitoral, compreende as subfases da: I. Alistamento;

II. Filiação Partidária; III. Convenções Partidárias; IV. Registro de Candidaturas;

V. Arrecadação, Gastos de Campanha e Prestação Parcial de Contas de Campanha;

VI. Propaganda Eleitoral; e

VII. Atos Preparatórios da Votação.

A segunda, a fase eleitoral propriamente dita, consiste no conjunto de procedimentos que ocorrem na data da Eleição, tal como disponibilização das urnas; disponibilização de segurança para as salas de votação; a captação do sufrágio, dentre outras.

Por fim, tem-se a fase Pós-Eleitoral, que compreende a:

I. Apuração e Totalização dos votos, bem como a Proclamação dos Eleitos;

II. Prestação Final de Contas de Campanha; e III. Diplomação dos Eleitos.

Concomitante a este processo, alguns atos ou procedimentos, sejam eles da própria administração eleitoral ou de candidatos, partidos ou coligações poderão ser questionadas judicialmente, estando a solução destes conflitos a cargo da Justiça Eleitoral (em seu viés de contencioso eleitoral) que de dispõe de aparelhamento específico para tanto.

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3. Posso ser candidato?

Para ser um candidato, é preciso, simultaneamente, atender a todas as condições de elegibilidade, não incorrer em nenhuma causa de inelegibilidade e atender a todas as condições de registrabilidade.

3.1 Condições de Elegibilidade

A Constituição da República prevê que são condições de elegibilidade, passíveis de disciplinadas por lei ordinária:

I. Nacionalidade brasileira, originária ou adquirida; II. Pleno exercício dos direitos políticos;

A suspensão dos direitos políticos ocorre nas seguintes hipóteses: (I) incapacidade civil absoluta; (II) condenação criminal transitada em julgado; (III) recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa; (IV) condenação por improbidade administrativa.

Por sua vez, a perda do direito político ocorre somente em caso de cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.

III. Alistamento eleitoral;

IV. Domicílio eleitoral na circunscrição;

Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo mínimo de seis meses.

V. Filiação partidária;

Para concorrer às eleições, o candidato deve estar com a filiação deferida pelo partido há pelo menos seis meses, desde que o estatuto partidário não estabeleça prazo superior.

VI. Idade mínima

Para Prefeito ou para Vice-Prefeito, a idade mínima é de 21 (vinte e um anos), tendo por referência a data da posse;

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Para Vereador, a idade mínima é de 18 (dezoito) anos, tendo por referência a data final para o registro de candidatura, ou seja, dia 26 de setembro de 2020.

VII. Quitação Eleitoral

Considera-se quite com a Justiça Eleitoral aquele(a) que atende aos seguintes requisitos:

Plenitude do gozo dos direitos políticos, a. Regular exercício do voto;

b. Atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito;

c. Inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas;

d. Apresentação de contas de campanha eleitoral.

Atenção: os condenados ao pagamento de multas serão considerados quites para fins de expedição da certidão eleitoral desde que (I) comprovem o pagamento ou parcelamento da dívida regularmente cumprido, até a data da formalização do seu pedido de registro de candidatura; (II) paguem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato.

A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políticos, na respectiva circunscrição, até 5 de junho de 2020, a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual embasará a expedição das certidões de quitação eleitoral.

3.2 Causas de Inelegibilidade

As inelegibilidades se dividem em constitucionais e infraconstitucionais. Esta distinção possui efeito prático pois interferirá na possibilidade e no momento de as inelegibilidades serem arguidas pelos legitimados. Enquanto as constitucionais podem ser arguidas até o encerramento do prazo para a impugnação do mandado eletivo, as infraconstitucionais devem necessariamente ser aduzidas até o encerramento do prazo para a impugnação do registro de candidatura, isso se já preexistentes.

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3.2.1 Inelegibilidades constitucionais

Dito isso, tem-se que a Constituição da República estabelece que são inelegíveis:

I. Os inalistáveis;

São inalistáveis os estrangeiros e, durante o serviço militar, os conscritos, os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados dos seus direitos políticos.

II. Os analfabetos;

O conceito de analfabetismo - art. 14, § 4º, da CF/88 - deve ser interpretado de modo a privilegiar o exercício da cidadania, os direitos políticos e a representação popular, interferindo-se o mínimo possível na liberdade de voto e na capacidade eleitoral passiva.

Neste contexto, não há que se confundir alfabetizado com analfabeto. A causa de inelegibilidade em referência alcança apenas aquelas que não possuem condições mínimas de leitura e escrita, de modo que aquele que não tenha sido alfabetizado por meio de alguma instituição de ensino não necessariamente estará impedido de ser candidato.

Desta maneira, o analfabetismo de natureza educacional não pode e nem deve, em nenhuma hipótese, significar analfabetismo para vida política, sob pena de nova exclusão das minorias.

III. No território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Acerca deste ponto, o TSE entende que são inelegíveis para o cargo de Chefe do Executivo o cônjuge e os parentes supra indicados, salvo se este, reelegível, tenha falecido, renunciado ou se afastado definitivamente do cargo até seis meses antes do pleito (Súmula-TSE nº 6).

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cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo (Súmula-TSE nº 12).

IV. Hipótese de terceiro mandato subsequente

Uma vez fixado pela CR/88 que os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente, tem-se, de forma reflexa, a previsão de que será inelegível aquele busque disputar um terceiro mandato subsequente.

V. Desincompatibilização

São igualmente inelegíveis os que não se desincompatibilizarem nos termos do art. 14, § 6º da CR/88. Este dispositivo fixa que para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

As demais hipóteses de desincompatibilização são consideradas inelegibilidades infraconstitucionais, e serão tratadas a seguir.

3.2.2 Inelegibilidades infraconstitucionais

As inelegibilidades infraconstitucionais encontram-se previstas na Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, que, segundo sua ementa, estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, bem como determina outras providências.

As inelegibilidades se dividem em “natas” ou “cominadas”. As natas são aquelas que decorrem de uma condição do pretenso candidato; independem da prática de um ato – via de regra ilícito – que possa ter culminado em uma sanção. Por sua vez, as inelebilidades cuminadas decorrem da vontade do legislador de afastar das eleições, por um prazo determinado, pessoas que, por exemplo, praticaram algum ilícito.

A LC nº 64, de 1990, apresenta em seu art. 1º, inciso I, algumas das inelegibilidades cominadas; no inciso II, por sua vez, encontram-se algumas das indelebilidades natas.

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Desta maneira, nos termos da LC nº 64, de 1990, são inelegíveis para qualquer cargo, nos termos do art. 1º, inciso I:

Causa de Inelegibilidade Prazo de incidência Referência legal

Os membros do Poder Legislativo que tenham perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art.

55 da Constituição Federal ¹ , dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos

Municípios e do Distrito Federal

Para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do

mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao

término da legislatura

Art. 1º, inciso I, alínea “b”, Lei Complementar

nº 64, de 1990

O Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que

perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do

Município.

Para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual

tenham sido eleitos.

Art. 1º, inciso I, alínea “c”, Lei Complementar nº 64,

de 1990.

Os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por

órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político.

Para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito)

anos seguintes.

Art. 1º, inciso I, alínea “d”, Lei Complementar

nº 64, de 1990.

Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial

colegiado pelos crimes:

1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na

lei que regula a falência;

3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena

privativa de liberdade;

5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;

6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;

7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo;

9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa,

quadrilha ou bando.

Desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o

cumprimento da pena

Art. 1º, inciso I, alínea “e”, Lei Complementar nº

64, de 1990.

Os que forem declarados indignos do oficialato, ou

com ele incompatíveis. Pelo prazo de 8 (oito) anos.

Art. 1º, inciso I, alínea “f”, Lei Complementar nº 64,

de 1990. Os que tiverem suas contas relativas ao exercício

de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso

de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta

houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário,

Para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados

a partir da data da decisão.

Art. 1º, inciso I, alínea “g”, Lei Complementar nº

64, de 1990.

¹ Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

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20

Os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a

si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão

transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado.

Para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito)

anos seguintes.

Art. 1º, inciso I, alínea “h”, Lei Complementar

nº 64, de 1990.

Os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação

judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação,

cargo ou função de direção, administração ou representação.

Enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade

Art. 1º, inciso I, alínea “i”, Lei Complementar nº 64,

de 1990.

Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação

ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do

registro ou do diploma.

Pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição

Art. 1º, inciso I, alínea “j”, Lei Complementar nº 64,

de 1990.

O Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias

Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição

capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal,

da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município.

Para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do

mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao

término da legislatura

Art. 1º, inciso I, alínea “k”, Lei Complementar nº 64,

de 1990.

Os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado

ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa

que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito

Desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento

da pena

Art. 1º, inciso I, alínea “l”, Lei Complementar nº 64,

de 1990.

Os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional

competente, em decorrência de infração ético-profissional

Pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso

pelo Poder Judiciário

Art. 1º, inciso I, alínea “m”, Lei Complementar

nº 64, de 1990.

Os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado

desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade.

Pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude

Art. 1º, inciso I, alínea “n”, Lei Complementar

nº 64, de 1990.

Os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial.

Pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder

Judiciário.

Art. 1º, inciso I, alínea “o”, Lei Complementar

(21)

Por sua vez, nos termos da LC nº 64, de 1990, art. 1º, inciso, encontram-se as inelegibilidades natas. Para afastar tais inelegibilidades – quando possível, o pretenso candidato deverá se “desincompatibilizar”, ou seja, se afastar da situação/ condição que lhe atrai a inelegibilidade. A desincompatibilização deverá ser efetiva, ou seja, o pretenso candidato não pode se afastar apenas formalmente, bem como deverá observar os prazos fixados na legislação.

Desta maneira, replica-se algumas das principais hipóteses e prazos de desincompatibilização. A tabela a seguir fora elaborada a partir da disponibilizada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais ² :

A pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por

ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral.

Pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão.

Art. 1º, inciso I, alínea “p”, Lei Complementar

nº 64, de 1990.

Os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente

por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido

exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar.

Pelo prazo de 8 (oito) anos “q”, Lei Complementar Art. 1º, inciso I, alínea nº 64, de 1990

² Tabela completa disponível em:

< http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/tre-mg-prazos-de-desincompatibilizacao-e-afastamento-2016 >

OCUPANTES DE CARGOS ELETIVOS

CARGO ATUAL CARGO PRETENDIDO DESINCOMPATIBILIZAÇÃOPRAZO DE

Prefeito Prefeito (reeleição)

Desnecessidade

Ac. TSE nº 19178, de 19.4.2001; Res. TSE nº 20547, de 10.2.2000; Res. TSE nº

19952, de 2.9.1997

Prefeito reeleito Prefeito – município diverso (Prefeito itinerante)

Impossibilidade

Ac. STF no RE nº 637485, de 01/08/12; Ac. TSE no AgR-Respe nº 35888, de 25/11/2010; Ac. TSE no AgR-REspe nº

4198006, de 27/5/2010;

Prefeito Vereador Res. TSE nº 22777, de 24.4.2008; Res. 6 meses TSE nº 21482, de 2.9.2003

(22)

22

Vice-Prefeito Ressalva: desde que não tenha sucedido ou substituído o titular

nos 6 meses anteriores ao pleito.

Vice-Prefeito (reeleição) / Prefeito / Vereador

Desnecessidade

Ac. TRE-MG na CTA nº 80416, de 20.9.2011; Res. TSE nº 22815, de 3.6.2008; Res. TSE nº 20144, de

31.3.1998.

Deputado Federal e

Deputado Estadual Prefeito / Vice-Prefeito / Vereador

Desnecessidade

Ac. TRE-MG nº 748, de 22.11.1999; Res. TSE nº 19537, de 30.4.1996.

Presidente da Câmara Municipal Ressalva: "Presidente da Câmara Municipal. Substituição de prefeito. Candidatura a vereador. Inelegibilidade.

O Presidente da Câmara Municipal que substitui ou sucede prefeito nos seis meses anteriores à eleição torna-se

inelegível para o cargo de vereador". Ac. TSE nº 16813, de 27/11/2001.

Prefeito / Vice-Prefeito / Vereador

Desnecessidade

Ac. TRE-MG nº 748, de 22/11/1999; Ac. TSE nº 19537, de 30.4.1996.

Vereador Ressalva: desde que não tenha sucedido ou substituído o titular

da chefia do executivo nos 6 meses anteriores ao pleito.

Prefeito / Vice-Prefeito /

Vereador Res. TSE nº 21437, de 7.8.2003.Desnecessidade

PRAZO DE DESINCOMPATIBILIZAÇÃO

CARGO ATUAL VICE-PREFEITOPREFEITO / VEREADOR

Agente censiorário do IBGE 3 meses 3 meses

Associação dos Servidores Públicos (Dirigente) 4 meses 6 meses Associações municipais mantidas direta ou

parcialmente com recursos públicos (Dirigente) 4 meses 6 meses

Autarquia (Dirigente) 4 meses 6 meses

Autoridade policial civil (Obs.: Ver "Policial Civil") 4 meses 6 meses Autoridade policial militar 4 meses 6 meses

(23)

Conselho de Fundo Municipal de Previdência

de Servidores Públicos (Presidente) 4 meses 6 meses Conselho Municipal (Membro) 3 meses 3 meses Conselho Municipal dos Direitos da Criança e

do Adolescente (Conselheiro) Desnecessidade Desnecessidade

Conselho tutelar (Membro) 3 meses 3 meses

Creche - mantida direta ou parcialmente com

recursos públicos (Dirigente) 4 meses 6 meses

Defensor público 4 meses 6 meses

Delegado de polícia 4 meses 6 meses

Diretor de escola pública 3 meses 3 meses

Diretor Regional de Educação 4 meses 6 meses Empresa Pública (Dirigente) 4 meses 6 meses Empresa Pública (Empregado) 3 meses 3 meses Entidade de classe – mantida total ou

parcialmente por contribuições impostas pelo

Poder Público (Dirigente) 4 meses 6 meses

Entidade mantida pelo Poder Público (Dirigente) 4 meses 6 meses Entidade que mantém contrato com o poder público

ou sob seu controle, salvo contrato com cláusulas

uniformes (Dirigente) 4 meses 6 meses

Entidade representativa de município

(Dirigente / Membros) 4 meses 6 meses

Fundação de direito privado que receba

subvenções públicas (Dirigente) 4 meses 6 meses Fundação pública (Dirigente) 4 meses 6 meses

Juiz de Paz Desnecessidade Desnecessidade

Magistrado 4 meses 6 meses

Médico (Que tenha vinculação

(24)

24

Militar (tese 01)

Divergência Jurisprudencial: *verificar

decisão TSE abaixo 3 meses Ver LC nº 64/90,

art. 1º, II, "l".

Divergência Jurisprudencial: *verificar decisão TSE abaixo 3 meses Ac. TSE

no Ag/Rg no RESpe nº 8021, de 30/10/2012; Ac. TRE-MG nº 2508, de 4/9/2004; Ac. TRE-MG nº 2083, de 1º/9/2004 Militar (tese 02)

* "Recurso especial. Registro de candidato. Militar. Desincompatibilização. Art. 1º, II, l da LC nº 64/90. Inaplicabilidade. 1. O militar elegível, que não ocupe

função de comando, não se submete ao prazo de desincompatibilização previsto no art. 1º, II, l da LC nº 64/90, devendo se afastar após o deferimento do

seu registro de candidatura, consoante o disposto nos arts. 14, § 8º, da CF, 98, parágrafo único, do CE e 16, § 4º, da Res.-TSE nº 22.717/2008. Precedentes.

2. Agravo regimental desprovido." Ac. TSE no AgR-REspe nº 30182, de 29/9/2008 No mesmo sentido:

TSE – Decisão monocrática no REspe nº 8527, de 12/11/2012

Ministério Público - Membros 4 meses 6 meses Partido Político - Dirigente Desnecessidade Desnecessidade

Policial Civil 3 meses 3 meses

Presidente, Superintendente, Diretor de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista,

fundações públicas e as mantidas pelo poder público 4 meses 6 meses

Professor 3 meses 3 meses

Profissional cujas atividades são divulgadas na mídia

(atores, jogadores de futebol, etc.) Desnecessidade Desnecessidade Radialista A partir de 30 de junho do ano da eleição A partir de 30 de junho do ano da eleição Secretário de Estado - ou ocupante de cargo equiparado 4 meses 6 meses Secretário municipal - ou ocupante de cargo equiparado 4 meses 6 meses

Servidor público

Em geral, se não incorrer em nenhuma

outra das hipóteses indicadas neste quadro,

3 meses

Em geral, se não incorrer em nenhuma

outra das hipóteses indicadas neste quadro,

3 meses Servidor público celetista 3 meses 3 meses Servidor público ocupante de cargo comissionado 3 meses 3 meses

(25)

Servidor público ocupante decargo efetivo ou em comissãorelativo a arrecadação efiscalização

de impostos, taxas econtribuições – fisco 4 meses 6 meses

Sindicato (Dirigente) 4 meses 6 meses

Sociedade de Assistência a Municípios (Dirigente) 4 meses 6 meses Sociedade de Economia Mista (Dirigente) 4 meses 6 meses Sociedade de Economia Mista (Empregado) 3 meses 3 meses Titular de serventia judicial e extrajudicial 3 meses 3 meses Tribunal de Contas (Membro) 4 meses 6 meses

3.3 Condições de Registrabilidade

As condições de registrabilidade são os requisitos instrumentais/formais que visam a implementação dos procedimentos burocráticos à efetivação do registro de candidatura.

Embora possuam caráter essencialmente formal – tal como o uso do CANDex ou a apresentação de foto do candidato – o não cumprimento destes requisitos importa o indeferimento do registro de candidatura, independentemente de se constatar a ausência de alguma das condições de elegibilidade ou a incidência de alguma causa de inelegibilidade.

As condições de registrabilidade serão, para as Eleições de 2020, oportunamente detalhadas pelo Tribunal Superior Eleitoral por meio de Resolução.

(26)

26

4. Filiação Partidária 4.1 Introdução

A filiação partidária é o ato pelo qual um eleitor aceita, adota o programa e passa a integrar um partido político. Esse vínculo que se estabelece entre o cidadão e o partido é condição de elegibilidade, conforme disposto no art. 14, § 3º, V, da Constituição Federal.

Nos termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 1995, a Justiça Eleitoral recebe periodicamente as informações encaminhadas pelos partidos políticos para os fins de arquivamento, a publicação e a verificação do cumprimento dos prazos de filiação para efeito de registro de candidaturas.

4.2 Regras

Conforme definido pela LGE, para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de 6 (seis) meses e estar com a filiação deferida pelo partido político no mesmo prazo3.

Os prazos de filiação partidária fixados no estatuto do partido com vistas a candidatura a cargos eletivos não podem ser alterados no ano da eleição (Lei nº 9.096/1995, art. 20, parágrafo único).

Consta ainda que havendo fusão ou incorporação de partidos políticos após o prazo estabelecido no caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido político de origem.

Entretanto, os candidatos a cargos eletivos devem estar atentos pois é facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos em lei com vistas a candidaturas a cargos eletivos4. Nesta

hipótese, valerá o prazo fixado pelo partido político.

Atenção: Nos termos do art. 16 da Lei dos Partidos Políticos, só pode filiar-se a

um partido político o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.

4.3 Ferramenta para se fazer a filiação partidária

Atualmente, de acordo com o art. 8º da Res.-TSE nº 23.596/2019, os partidos podem cadastrar seus representantes para utilização de ferramenta própria da 3 Vide art. 9º da LGE.

(27)

Justiça Eleitoral (Sistema de Filiação Partidária – FILIA5) com o objetivo de gerenciar

suas relações internas de filiados (inclusões, alterações e exclusões de registros de filiações), em cumprimento ao art. 19 da Lei nº 9.096, de 1995.

4.4 Comprovação da filiação partidária

Segundo o TSE, por meio da Súmula nº 20/TSE, assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita a correspondente condição de elegibilidade, ainda que não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de impugnação.

Ainda sobre a comprovação da filiação partidária, o TSE, por meio da Súmula nº 20/TSE, entende que aquele cujo nome não constar da lista de filiados enviada à Justiça Eleitoral (a que se refere o art. 19 da LOPP) poderá provar sua filiação por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública.

4.5 Dupla filiação partidária

Em caso de coexistência (dupla filiação) de filiação partidária, prevalecerá, segundo o TSE, a última (a mais recente), em conformidade ao parágrafo único do art. 22 da Lei nº 9096/95, estando a Justiça Eleitoral autorizada a cancelar automaticamente as anteriores.

4.6 Janela partidária

A partir do dia 5 de março, os vereadores que pretendem se candidatar nas Eleições de 2020 poderão mudar de partido sem correr risco de perder o mandato. O período, denominado “janela partidária”, é de 30 dias e se encerra à meia-noite do dia 3 de abril. Ele não beneficia deputados estaduais ou federais, porque as eleições em 2020 serão municipais.

A janela partidária foi criada por meio da Lei nº 13.165, de 2015, e decorre da criação de uma nova hipótese de filiação partidária, a ver, a “mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente”.

5 Guia do usuário disponível em:

(28)

28

5. Convenções Partidárias 5.1 Introdução

No dia 15 de novembro de 2020 serão realizadas, simultaneamente em todo o país, eleições municipais, nas quais haverá a disputa para os seguintes cargos: Vereador e Prefeito (e o seu vice).

As convenções são exatamente o momento no qual, observadas as regras fixadas pela Lei das Eleições6 e pelas normas estabelecidas no estatuto partidário, as

instâncias municipais (diretórios e comissões provisórias) do partido político escolhem seus candidatos e formam suas coligações.

Barros e Meira explicam que “independentemente de a convenção partidária ser o momento no qual os partidários escolhem aqueles que tentarão se candidatar, ou o momento no qual apenas se ratifique escolhas anteriores do partido”, a legislação vigente impõe “que todos os que pretendem se candidatar precisam ser indicados candidatos pela convenção, pois não se admite – até o presente momento – candidatura avulsa (sem partido político) no Brasil”.

Acerca deste ponto, encontra-se em discussão, no âmbito do STF, a constitucionalidade das candidaturas avulsas no Brasil (vide ARE nº 1054490), sendo objeto, inclusive, de audiência pública convocada pelo Ministro Luís Roberto Barroso. Entretanto, até o presente momento, não há a possibilidade de uma pessoa concorrer a algum cargo eletivo sem que tenha sido previamente indicada por seu partido político para tanto, seja pela redação do art. 87 do CE, seja pela pelo § 14 do art. 11 da LGE.

5.2 Regras 5.2.1 Prazo:

Em 2015, por meio das Lei nº 13.165, de 29 de setembro de 2015, alterou o prazo das convenções partidárias (que antes ocorriam entre os dias 10 a 30 de junho). Ocorre, que a PEC 107/2020, adiou a data das eleições e, consequentemente, das convenções partidárias. Com a nova redação, as eleições deverão ocorrer entre os dias 31 de agosto a 16 de setembro do ano eleitoral.

(29)

5.2.2 Ata das convenções

O registro formal das convenções deve ser lavrado em ata, com lista de presença, em livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral.

Segundo a LGE, tanto a ata quanto a lista de presentes deverão ser digitalizadas e entregues à Justiça Eleitoral, ou em mídia entregue no Tribunal Eleitoral ou via internet, até o dia seguinte ao da realização da convenção7.

5.2.3 Número de candidatos

Segundo a LGE, cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher.

5.2.3.1 Reserva de vagas

Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo8.

Ademais, em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior.

5.2.3.2 Vagas remanescentes

No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito

5.2.4 Número do candidato

É nas convenções partidárias que se realiza a indicação ou o sorteio, a ser consignado em ata, do número com o qual cada candidato deve concorrer.

O número dos candidatos ao cargo Vereador será composto por cinco algarismos, os dois primeiros representando a legenda do partido ao qual é filiado acrescidos de outros três à direita, que de fato representam a identidade eleitoral de 7 Vide art. 8º da LGE.

(30)

30

cada candidato em particular. O número dos candidatos ao cargo de Prefeito será composto por dois algarismos, sempre coincidentes com o número da legenda do partido político ao qual é filiado, mesmo se a candidatura for em coligação.

Segundo a LGE, é assegurado aos candidatos que em outra oportunidade concorreram para o mesmo cargo o direito de manter o número da eleição anterior, preservando-se a referida identidade9.

5.2.5 Local das convenções

Segundo a LGE, os partidos políticos poderão usar gratuitamente prédios públicos para a realização das convenções de escolha de candidatos, responsabilizando-se por danos causados com a realização do evento.

Além disso, os partidos deverão, conforme diretrizes vigentes: (I) comunicar por escrito ao responsável pelo local, com antecedência mínima de uma semana, a intenção de nele realizar a convenção; (II) providenciar a realização de vistoria, às suas expensas, acompanhada por representante do partido político e pelo responsável pelo prédio público; (III) respeitar a ordem de protocolo das comunicações, na hipótese de coincidência de datas de pedidos de outros partidos políticos.

5.2.6 Convenção Virtual

O TSE, através da Resolução 23.623/2020, aprovou a Convenção Virtual.

A resolução estabelece, entre outros pontos, que o módulo externo do Sistema de Candidaturas (CANDex) funcione como livro-ata da convenção virtual, registrando-se diretamente na ferramenta as informações relativas à ata e à lista dos preregistrando-sentes. Nesse modelo, a rubrica da Justiça Eleitoral é suprida pela cadeia de verificações de segurança do Sistema Candidaturas (Cand), que o torna capaz de reconhecer a autenticidade de quaisquer dados digitados no seu módulo externo e o usuário que os transmitiu. A viabilidade da proposta e a segurança da operação contra adulterações foram confirmadas pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE.

Ainda de acordo com a nova norma, a partir de agora, as assinaturas dos presentes podem ser registradas por diversos meios: assinatura eletrônica, nas modalidades 9 Vide art. 15, § 1º da LGE.

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simples, avançada ou qualificada; registro de áudio e vídeo, a partir de ferramenta tecnológica que permita comprovar a ciência dos convencionais acerca das deliberações; ou qualquer outro mecanismo que possibilite a efetiva identificação dos participantes e sua anuência com o conteúdo da ata. Por fim, o documento permite que seja feita a coleta presencial de assinaturas, por representante da agremiação.

5.2.7 Substituição de candidatura

Em caso de omissão do estatuto sobre normas para escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações, caberá ao órgão de direção nacional do partido político estabelecê-las.

A escolha do substituto deve ser feita na forma estabelecida no estatuto do partido político a que pertencer o substituído, devendo o pedido de registro ser requerido até dez dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição.

Tanto nas eleições majoritárias quanto nas proporcionais, a substituição somente deve ser efetivada se o novo pedido for apresentado até vinte dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ocorrer após esse prazo.

5.3 Coligações

Em 2017 foi promulgada a Emenda Constitucional nº 97, de 4 de outubro de 2017, responsável por alterar a CR/88 para, dentre outras disposições, vedar as coligações partidárias nas eleições proporcionais.

A emenda foi responsável por alterar a redação do § 1º do art. 17 da CR/88, fixando que seja assegurado aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Na oportunidade, entretanto, ficou expressamente vedada a celebração de coligações nas eleições proporcionais.

(32)

32

A vedação, conforme disposição transitória prevista no art. 2º da cita EC, se aplicará pela primeira vez às eleições de 2020.

5.3.1 Regras

5.3.1.1 Denominação e funcionamento

A coligação majoritária terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos políticos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral.

A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou a número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político. Caberá à Justiça Eleitoral decidir sobre denominações idênticas de coligações, observadas, no que couber, as regras constantes desta resolução relativas à homonímia de candidatos.

A coligação majoritária deverá funcionar como um só partido político no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários.

5.3.1.2 Legitimidade e representação

O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos.

Na formação de coligações, os partidos políticos integrantes de coligação deverão designar um representante, que terá atribuições equivalentes às de presidente de partido político no trato dos interesses e na representação da coligação no que se refere ao processo eleitoral. Ademais, a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada ou por delegados indicados pelos partidos políticos que a compõem.

(33)

6. Registro de Candidatura 6.1 Introdução

Posto como certa a impossibilidade de todos os cidadãos participarem diretamente na escolha e execução de todos os atos públicos, a soberania-popular poderá será exercida, de forma indireta, por meio de representantes eleitos através do sufrágio universal. Em virtude da separação dos poderes (executivo, legislativo e judiciário) e da forma de Estado adotada (federação), estão previstos constitucionalmente como mandados de representação, em âmbito Federal, os de Presidente e Vice-Presidente, Senador e Deputado Federal; em âmbito Estadual, para os de Governador, Vice-Governador e Deputado Estadual; e, em âmbito municipal, os de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

A escolha desses representantes será feita por meio de rito específico (eleições), com procedimento e datas definidas pela própria Constituição e normas infraconstitucionais. Ademais, foram ainda instituídas regras e condições que têm como principal objetivo delimitar, dentre os cidadãos, aqueles aptos a, eventualmente, serem investidos em um determinado mandado eletivo.

Essas delimitações podem ser reconhecidas como uma espécie de filtro, capazes de separarem os cidadãos que podem ser votados e, portanto, representar o povo, e aqueles que não se encaixam nos requisitos mínimos necessários para serem os porta-vozes da vontade popular.

O cumprimento dessas imposições deve, naturalmente, ser auferido em algum momento antes do exercício, pelos cidadãos, do sufrágio. Assim, o legislador pátrio determinou que previamente ao início do prélio eleitoral, todos os interessados a concorrerem à assunção de algum mandado eletivo deverão demonstrar que atendem as condições de elegibilidades previstas, bem como que não estão inseridos em alguma causa de exclusão. Para tanto, definiu-se que um cidadão somente poderá ser qualificado como candidato após requerer o seu registro como tal.

6.2 Do Processo de Registro de Candidatura

O registro de candidatura observará o seguinte procedimento:

1. Requerimento do registro, que deverá ser protocolado até o dia 26 de setembro, às 19 horas10;

2. Publicação de edital; 10 Vide art. 11 da LGE.

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34

3. Após a publicação do edital, inicia-se o prazo para impugnação por meio da AIRC (05 dias, nos termos do art. 3º, da Lei das Inelegibilidades); 4. Realização de eventuais diligências no prazo de 72 horas;

5. Após o prazo para se concluírem as diligências, deverá o Juízo responsável julgar o pedido no prazo de 03 dias após as diligências;

6. Recurso ao TRE no prazo de 03 dias; 7. Recurso ao TSE no prazo de 03 dias; 8. Recurso ao STF no prazo de 03 dias.

Na formalização do procedimento de registro ocorre uma bifurcação necessária do processo. Em primeiro plano, existe um processo-eixo, referente ao partido ou coligação (majoritária), no qual deverão constar todos os dados da convecção partidária, inclusive a lista os pré-candidatos nela indicados, bem como a regularidade daqueles quadros.

Em paralelo, na qualidade de apenso, tramita o processo de registro individual de cada pré-candidato vinculado àquele partido ou àquela coligação.

No ato do registro, deverão ser preenchidos e entregues formulários específicos, tais como o Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários – DRAP, apresentado pelo partido/coligação, e o Requerimento de Registro de Candidatura – RCAN, documento alusivo ao registro individual.

Tais procedimentos dispensam capacidade postulatória, razão pela qual não será necessária, nesse momento, a intervenção de um advogado.

Acerca do tema, o pedido de registro individual tem caráter acessório e dependente do processo principal que analisa o demonstrativo de regularidade de atos partidários da coligação ou partido pelo qual o candidato concorre. Com efeito, caso o processo principal de registro seja indeferido, necessariamente também o será o requerimento individual.

Além do DRAP e do RCAN, deverá ser postulada ao juízo eleitoral a relação de documentos necessários para o ato de registro, disposta no §1º do art. 11 da Lei nº 9.504. Trata-se de listagem não taxativa, pois o Tribunal Superior Eleitoral poderá, por meio de Resolução, qualificar outros documentos como necessários para este ato. Igualmente, competirá ao Juízo que julgar os registros requerer quaisquer diligências que, de forma fundamentada, julgar necessárias para a instrução do processo de registro, inclusive documentos não previstos no rol anteriormente citado.

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6.2.1.1 Protocolo

O requerimento do registro deverá ser feito via sistema, conforme instruções a serem expedidas pelo TSE, pelo próprio partido - ou coligação - ao que estão vinculados os pré-candidatos.

Todavia, existe a possiblidade do partido, por alguma razão, deixar de fazê-lo. Nessa hipótese, o candidato poderá, após a publicação do edital, e no prazo peremptório de 48 horas, requerer sua candidatura avulsa (ou individual), devendo em seu pedido comprovar a inércia do partido, bem como indicar que fora previamente escolhido em convenção partidária.

A Lei das Eleições, em seu §1º do seu art. 8º, prevê originalmente a possiblidade da agremiação partidária estar vinculada a indicar, em sua convenção partidária, determinado cidadão para concorrer ao pleito (a chamada “candidatura nata”, na qual bastaria que o interessado a concorrer ao pleito estivesse filiado ao partido político).

Entretanto, acerca desta disposição normativa, tramita no Supremo Tribunal Federal a Ação Direito de Inconstitucionalidade nº 2530, responsável por, liminarmente, suspender a eficácia do §1º do art. 8º da Lei das Eleições, indicando possível violação do princípio da isonomia (art. 5º, caput, da CR/88) e da autonomia partidária (art. 17, CR/88). A ação, até a conclusão deste trabalho, não transitou em julgando, nem tão pouco fora decido pela cassação da liminar. Por essa razão, entende-se por inaplicável, até a presente data, o instituto da candidatura nata.

6.2.1.2 Distribuição e julgamento

Nas eleições municiais, todos os processos de registros, principal e individuais, deverão ser distribuídos ao Juiz Eleitoral da circunscrição.

A legislação brasileira não instituiu um prazo fixo para que o magistrado publique o edital contendo o julgamento dos registros de candidatura, porém determinou que tal ato deverá ser feito em tempo hábil, tendo em vista o fato das eleições estarem previstas para data certa.

6.3 Documentos a serem apresentados 6.3.1 Partidos e Coligações

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do uso do sistema de registro de candidaturas (CANDex). De todo modo, seguindo o que determinado para eleições passadas, os Partidos e Coligações deverão, no ato do registro, apresentar:

• DRAP (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários) preenchido no Sistema CANDex, impresso e assinado;

• Cópia da ata da convenção: digitada, assinada e acompanhada da lista de presença dos convencionais com as respectivas assinaturas;

• Requerimentos de registro dos candidatos, preenchidos no CANDex, impressos e assinados;

• Mídia devidamente identificada, contendo os dados gravados no Sistema CANDex.

O subscritor do DRAP será:

• No caso de partido isolado:

• Presidente do diretório ou comissão provisória ou, • Delegado autorizado.

• No caso de coligação:

• Representante da coligação ou,

• Os Presidentes dos partidos coligados ou,

• Os delegados indicados pelos partidos coligados ou,

• A maioria dos membros dos órgãos executivos de direção dos partidos coligados.

6.3.2 Candidatos

Os candidatos devem providenciar, por sua vez:

• Os dados pessoais para que o partido possa preencher o Requerimento de Registro de Candidatura - RRC;

• Fotografia recente, obrigatoriamente digitalizada, para que seja anexada ao Sistema CANDex;

• Declaração atual de bens, a ser preenchida no Sistema CANDex e, ao final, assinada pelo candidato;

• Proposta defendida pelo candidato a Chefe do Poder Executivo. A proposta deve ser apresentada em uma via impressa e outra digitalizada e anexada ao CANDex;

• Cópia de documento oficial de identificação; • Comprovante de escolaridade;

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• Prova de desincompatibilização, quando for o caso; • Certidões Criminais Federais e Estaduais11.

6.3.3 Atenção

É fundamental verificar, o quanto antes, se os partidos políticos (e, em especial, os diretórios ou comissões provisórias) atendem aos critérios fixadas pela legislação eleitoral para o registro de candidatura. Isso porque eventuais irregularidades podem ser sanadas até a data do registro, evitando-se, assim surpresas que inviabilizem uma candidatura.

6.4 Julgamento do Pedido de Candidatura

Na formalização do procedimento de registro ocorre uma bifurcação necessária do processo:

• Em primeiro plano, existe um processo-eixo, referente à agremiação partidária ou coligação, no qual deverão constar todos os dados da convecção partidária12, inclusive a lista os pré-candidatos nela indicados,

bem como a regularidade daqueles quadros.

• Em paralelo, na qualidade de apenso, tramita o processo de registro individual de cada pré-candidato vinculado àquele partido/coligação.

Isso quer dizer que o pedido de registro individual tem caráter acessório e dependente do processo principal que analisa o demonstrativo de regularidade de atos partidários da coligação ou partido pelo qual o candidato concorre. Ou seja, caso o processo principal de registro seja indeferido, necessariamente também o será o requerimento individual.

Uma vez publicado edital, o pré-candidato poderá se deparar com três hipóteses de julgamento proferidas pelo juiz: (I) o deferimento do requerimento de registro, em virtude do adimplemento de todos os requisitos de elegibilidade; (II) o pronto indeferimento do pedido, quando constatada alguma irregularidade qualificada pelo magistrado como insanável (inobservância do critério de idade); ou (III) a submissão do pedido de registro em diligências.

11 Atenção: as certidões devem ser da circunscrição na qual o candidato tenha o seu domicílio eleitoral. Ademais, quando as certidões acima forem positivas, deverão ser encaminhadas também as certidões de objeto e pé (inteiro teor) de cada processo indicado.

12 Nos termos do art. 8º, da Lei das Eleições c/c Resolução TSE nº 23.390 (Calendário Eleitoral das Eleições de 2014), as convenções partidárias deverão ser concluídas até o dia 30 de junho.

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Nesta terceira hipótese, o Juízo Eleitoral irá indicar, de forma fundamentada, quais são os requisitos faltantes para que o candidato, no prazo improrrogável de 72 horas, apresente as informações ou documentos requeridos.

6.5 Impugnação do Registro de Candidatura

A AIRC tem como principal finalidade impedir que os candidatos que não possuam condições de elegibilidade, que sejam inelegíveis, ou que por alguma razão não tenham atendido a todos os critérios de registrabilidade, possam concorrer à assunção de um cargo eletivo.

A AIRC está prevista legalmente nos artigos 3º ao 17 da Lei Complementar nº 64, de 1990 (Lei das Inelegibilidades). Devem ainda ser mencionados os artigos que regem os o registro de candidatura, sendo eles os art. 10 ao 16 da Lei nº 9.504, 1997 (Lei das Eleições) e os artigos 82 ao 102, do Código Eleitoral.

Além disso, a cada eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, valendo-se de sua competência normativa, edita resoluções que irão tratar de alguns requisitos para o registro de candidatos, sendo certo que tais resoluções, por conferirem novas condições de registrabilidade, estão estritamente vinculadas a própria ação de impugnação de registro de candidatura.

Mais informações sobre esta ação estão disponíveis no capítulo Contencioso Eleitoral.

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7. Propaganda Eleitoral e Partidária 7.1 Introdução

Conforme explicam BARROS e MEIRA13, uma das maiores preocupações – ou talvez

a maior preocupação – do candidato durante o período que antecede o pleito é a propaganda política. Afinal, é pelo propagar das ideias e da figura do candidato, bem como de seu partido, que se torna possível ser eleito.

Em termos práticos, a propaganda é um instrumento indispensável, de importância primordial, em qualquer campanha eleitoral, de modo que sem ela é praticamente impossível alcançar a vitória no certame eleitoral.

É por meio da propaganda que o político torna pública sua candidatura, levando ao conhecimento do eleitorado os projetos que defende (e os que repudia), bem como as ações que pretende implementar; com isso, sua imagem, suas ideias, projetos e propostas adquirem grande visibilidade perante o eleitorado.

Em suma, a propaganda política caracteriza-se por veicular concepções ideológicas com vistas à obtenção ou manutenção do poder estatal.

Contudo, estes conceitos são importantes e complexos demais para que seja possível definir categoricamente seus significados. Sendo assim, tendo em mente sempre que este é um guia prático, nós iremos abordar o tema da propaganda político-eleitoral pela perspectiva que nos parece ser mais proveitosa à prática advocatícia eleitoral.

A clássica divisão da Teoria da Propaganda no Direito Eleitoral, segundo Barros e Meira14 elenca quatro espécies do gênero Propaganda Política, quais sejam:

(I) a propaganda partidária, (II) a propaganda intrapartidária, (III) a propaganda eleitoral propriamente dita, (IV) a publicidade institucional e (V) a propaganda “pré-campanha”.

7.2 Propaganda partidária:

A primeira, denominada propaganda partidária, encontrava previsão entre os arts. 45 a 49 da LOPP e era direcionada aos partidos políticos em período não eleitoral, sendo conferido acesso gratuito ao rádio e à televisão com a finalidade 13 BARROS, Tarcísio Augusto de Sousa, MEIRA, João Henrique Alves. Eleições de 2018 – Guia Prático.

Editora Íthala Ltda. Curitiba – PR.

14 BARROS, Tarcísio Augusto de Sousa, MEIRA, João Henrique Alves. Eleições de 2018 – Guia Prático. Editora Íthala Ltda. Curitiba – PR.

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