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Participação Social, Ética e Sustentabilidade 23 a 24 de setembro 2020 Poços de Caldas - MG - Brasil ISSN on-line N V. 12 N.

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17° Congresso Nacional do Meio Ambiente 1

Participação Social, Ética e Sustentabilidade 23 a 24 de setembro 2020 Poços de Caldas - MG - Brasil ISSN on-line N° 2317-9686 – V. 12 N.1 2020

I NTRODUÇÃO

As mudanças climáticas se tornaram um grande problema no século 21 (WHITE et al., 2018). Estudos comprovam que a produção de alimento será impactada negativamente, ao mesmo tempo em que a população continua com seu crescimento (SHAH et al., 2020). No último século, a temperatura global aumentou 1 °C (+-0,2), as previsões para 2100 são de aumentos entre 1,5°C e 6 °C (IPCC, 2018; IPCC,2014).

Diversas atividades sofrerão com as mudanças climáticas, principalmente a agricultura O Pantanal é a maior planície alagável do mundo com 65 % da área localizada no estado do Mato Grosso do Sul. As regiões pantaneiras se situam entre os biomas do Cerrado e Amazônia, além de ser influenciado pelos biomas da Mata Atlântica, e ainda o Chaco, concentrando diversos rios e nascentes. A fauna e a flora da região se destacam por sua imensa diversidade e por apresentarem espécies únicas (ROQUE et al., 2016). As mudanças no clima da região podem ocasionar em alterações na dinâmica hídrica da região, bem como na biocenose e na economia regional. Entretanto, poucos são os trabalhos encontrados na literatura analisando a situação hídrica da região e possíveis cenários de mudanças climáticas.

O agronegócio e o bioma do Pantanal podem ser afetados negativamente pelas mudanças do clima e poucos trabalhos têm avaliado essa temática para a região. Portanto, objetivou-se neste trabalho avaliar a influência das mudanças climáticas no balanço hídrico climatológico nas regiões pantaneiras do Brasil.

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO ÍNDICE DE UMIDADE EM REGIÕES PANTANEIRAS DO BRASIL

Mudanças Climáticas

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência das mudanças climáticas no balanço hídrico climatológico nas regiões pantaneiras do Brasil. Foi utilizada uma série histórica de 32 anos (1987-2019) de dados climáticos de temperatura do ar (Tar, °C) e precipitação pluviométrica (P, mm), para o estado do MS, coletados através da plataforma National Aeronautics and Space Administration/Prediction of World Wide Energy Resources – (NASA/POWER). A evapotranspiração potencial (ETP) foi estimada pelo método de Camargo (1971). O balanço hídrico (BH) foi calculado por meio do método de Thornthwaite e Mather (1955), utilizando capacidade de armazenamento de água no solo igual a 100 mm. Também foram calculados os índices de aridez, hídrico e umidade para todos os municípios, e posteriormente classificados segundo a classificação de Thornthwaite (1948). Os cenários utilizados foram baseados pelas projeções do IPCC (2014). O tipo climático predominante é o C2 – sub-úmido. Os maiores valores para o ARM e EXC ocorrem nos cenários C5, C10, C15 e C20, sendo estes os cenários mais úmidos. Já, os maiores DEF ocorreram nos cenários C1, C11, C16 e C21, e ainda evidenciaram os tipos climáticos mais secos. A região noroeste do estado onde se localiza o Pantanal, foi a região mais seca. No cenário C21 o clima do estado sofre uma drástica alteração inviabiliza diversas culturas no MS, além de influenciar negativamente na fauna e flora do Pantanal.

Palavras-chave: Balanço hídrico; Evapotranspiração; Agrometereologia; IPCC.

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M ETODOLOGIA

Os dados meteorológicos foram coletados pela plataforma National Aeronautics and Space Administration/Prediction of World Wide Energy Resources – (NASA/POWER; http://power.larc.nasa.gov), em escala diária, de 1987 - 2019. Os elementos utilizados foram temperatura do ar (Tar, °C) e precipitação (P, mm), sendo estes utilizados para calcular a evapotranspiração de referência (ETP), pelo método de Camargo (1971). O balanço hídrico foi calculado a partir do método de Thornthwaite e Mather (1955), utilizando a capacidade de água disponível (CAD) igual a 100 mm.

Foram realizados os cálculos dos índices de aridez, hídrico e umidade para todas as localidades do estado (equações 1-3), posteriormente essas foram classificadas segundo a chave de classificação de Thornthwaite (1948).

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(3) Os possíveis cenários de mudança climática foram desenvolvidos, alterando uma das variáveis, temperatura do ar (°C) e precipitação pluvial (mm) independentemente e fixando os valores do outro. A temperatura do ar foi aumentada em 0, 1,5, 3,0, 4,5 e 6,0

°C como adotado por Pirttioja et al. (2015). Já para a precipitação as mudanças foram de -30, -15, 0, +15 e 30%, de modo, que esses valores de temperatura e precipitação representam projeções futuras simuladas pelo IPCC (2014), sendo possível observar as diversas combinações prováveis, totalizando 25 cenários.

Os mapas foram gerados utilizando o sistema de informação geográfica (SIG), usando um modelo esférico com um vizinho e resolução de 1° e o método de krigagem (KRIGE, 1951).

R ESULTADOS E D ISCUSSÃO

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O estado do MS atualmente apresentou três tipos climáticos, mas com as mudanças climáticas podem ocorrer a redução de um dos tipos climáticos ou adição de mais 2 tipos climáticos (Figura 1). O clima predominante no estado, atualmente, é o C2 presente em mais de 62 % de todo território, porém esse valor variou nos diferentes cenários. No C24 todo o estado apresentou um único tipo climático, C1. Por outro lado, o C10 demonstrou a maior variabilidade, com 5 tipos climáticos, sendo B3 - úmido, B1 - úmido, B2 - úmido, C2 - sub-úmido e C1 - sub-úmido seco, com 50% da área sendo do tipo B2 - úmido. O cenário C5 e C21 foram os que apresentaram o clima mais úmido e mais seco, respectivamente.

Caso as mudanças climáticas se aproximem dos cenários C11, C15 ou C21 o MS

poderá sofrer com a dificuldade de aptidão para diversas culturas, que não apresentarem

adaptação a climas secos, prejudicando o agronegócio local (WEBER et al., 2018). Por

outro lado, adquirindo as características dos cenários C5, C10, C15, C20 ou C25 o

Pantanal sul-matogrossense possuirá características de um clima úmido, podendo

favorecendo assim o desenvolvimento da biocenose, além de uma possível redução na

sazonalidade das chuvas.

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FIGURA 1. Possíveis cenários de mudança climática em relação ao índice de umidade do Mato Grosso do Sul. Brasil.

C ONCLUSÕES

As mudanças climáticas influenciam no balanço hídrico de todo o estado do Mato

Grosso do Sul, podendo alterar na caracterização agrícola e hidrológica da região. O

armazenamento hídrico e excedente hídrico são maiores nos cenários C5, C10, C15 e

C20, e o déficit hídrico nos cenários C1, C11, C16 e C21. Os cenários com menores

condições hídricas são C11, C16 e C21 para o estado, enquanto os melhores cenários são

C4, C5, C10, C1, pois apresentam características de clima úmido.

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Os tipos de climas encontrados no Mato Grosso do Sul no cenário mais catastrófico (C21) são C2 - sub-úmido seco e D - árida. A maior variação climática do estado do Mato Grosso do Sul é no C5. Essa alteração dos tipos de clima predominantes no estado podem inviabilizar diversas culturas, além de influenciar negativamente na fauna e flora do Bioma Pantanal.

R EFERÊNCIAS

PIRTTIOJA, N. et al. Temperature and precipitation effects on wheat yield across a European transect: a crop model ensemble analysis using impact response surfaces.

Climate Research, Oldendorf / Luhe, Vol. 65, p. 87-105, 2015.

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). Global Warming 1.5 ° C, Summary for Policymakers. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, Geneva, p.6-9, 2018.

SHAH, H; SIDERIUS, C; & HELLEGERS, P. Cost and effectiveness of in-season strategies for coping with weather variability in Pakistan’s agriculture. Agricultural Systems, v.178, 2020.

WHITE, S.; BROOKE, J.; & PFISTER, C. Climate, Weather, Agriculture, and Food. The Palgrave Handbook of Climate History, 331–353. 2018

ROQUE, F.O; OCHOA-QUINTERO, J; RIBEIRO, D.B; SUGAI, L.S.M; COSTA-

PEREIRA, R; LOURIVAL, R; BINO, G. Upland habitat loss as a threat to Pantanal

wetlands. Conserv. Biol. v.30, p.1131–1134, 2016.

Referências

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