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Rev. adm. empres. vol.43 número2

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Academic year: 2018

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10 • ©RAE • VOL. 43 • Nº 2

A PROBLEMÁTICA EDUCAÇÃO

DE ADMINISTRADORES

Carlos Osmar Bertero

Chefe do Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos da FGV-EAESP

FÓRUM • APRESENTAÇÃO

O debate sobre a pertinência e a qualidade da educação de administradores é quase tão antiga quanto o apareci-mento das primeiras escolas e Programas de Administra-ção de Negócios. No final da década de 1950, foi publica-do o relatório de um trabalho financiapublica-do pela Ford Foundation, assinado por R. Gordon e J. Howell, Higher Education for Business, no qual já se registravam sérias crí-ticas aos então recém-criados programas de MBA norte-americanos. As restrições, dúvidas e até mesmo ceticismo não impediram sua expansão. No Brasil, a explosão da edu-cação em Administração foi vigorosa. Atualmente, há mais de 2000 cursos de graduação. Em paralelo, crescem no país os diversos programas de educação continuada, que aqui recebem as mais variadas designações, sendo a de maior popularidade o MBA à brasileira. Este, registre-se, pouco tem a ver com os originais americano e europeu.

A questão fundamental que os quatro artigos publica-dos neste fórum procura responder é se cursos de Admi-nistração de fato ensinam a administrar, ou, com o devido respeito a Platão: será que a virtude pode ser ensinada?

O artigo de Jeffrey Pfeffer e Christina Fong enfatiza o distanciamento entre o que acontece nas escolas de negó-cios e o que se pratica nas empresas. Lembra ainda que as pesquisas acadêmicas têm pequena repercussão e aplica-ção no mundo do profissional de Administraaplica-ção. Diante desta realidade, o futuro das escolas de negócios não pare-ce assegurado, pois estas sofrem concorrência crespare-cente de firmas de treinamento e de consultoria, as quais muitas vezes oferecem programas mais interessantes, e que são mais próximos da realidade da prática administrativa.

O artigo seguinte, de Henry Mintzberg e Jonathan Gosling, apresenta a experiência do Masters Program in Practicing Management. Segundo Mintzberg, o mundo das escolas de negócios e de seus cursos pouco tem a ver com o que admi-nistradores fazem em empresas. Seu programa fundamenta-se na reflexão sobre o trabalho dos administradores.

O terceiro trabalho, de Alexandre Nicolini, trata da edu-cação em Administração no Brasil. Sua ênfase é sobre o fenômeno da expansão e possível impacto na formação dos administradores. Nicolini argumenta que faltaria aos

ad-ministradores a capacidade crítica, a criatividade, isso em função da repetição de modelos, técnicas e idéias importa-das. A inspiração de base é a retomada de aspectos do pen-samento de Alberto Guerreiro Ramos e Paulo Freire.

O quarto artigo é de Roberto Ruas e trata de um curso ainda novo no nosso cenário educacional: o MPA – Mes-trado Profissional em Administração – , que procura intro-duzir entre nós um programa profissionalizante na linha dos MBAs americanos e europeus. No Brasil, a sigla MBA é utilizada para designar cursos que se faz após a graduação, mas que não têm conteúdo, carga horária, nem requisitos acadêmicos definidos. Já o MPA oferece conteúdo cobrin-do as diversas áreas funcionais da Administração, discipli-nas instrumentais e ainda demanda um trabalho (disserta-ção) de conclusão de curso. Fazendo uso da experiência de dois programas de pós-graduação que oferecem MPAs , o artigo argumenta que o MPA supre uma lacuna de for-mação que não vem sendo coberta nem pelos programas de especialização (lato sensu) e nem pelos mestrados aca-dêmicos. Ruas sustenta para o MPA é em grande medida um programa que deve se aproximar do universo do profis-sional de Administração (gestor ou consultor) procurando conferir aplicabilidade aos conteúdos teóricos e conceituais. A educação em Administração manifesta a fragilidade da própria Administração como área de conhecimento. O ensino de diversas profissões como a Engenharia e a Medi-cina, entre outras, está apoiado num cabedal de conheci-mentos científicos que pela sua própria natureza acabam por abrir caminho à aplicação e à geração de técnicas e tecnologias. São essas aplicações ou desdobramentos do conhecimento científico que são ensinados nos programas que preparam os profissionais.

Referências

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