NOVA Medical School |Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Nova de Lisboa
Relatório Final
Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Medicina
6º ano
Ano Letivo 2016/2017
Lisboa, Junho 2017
Índice
I – INTRODUÇÃO ……….. 3
II – OBJETIVOS GERAIS ...………. 3
III – DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ………...….. 4
1. Estágio de Saúde Mental ……….………..……….. 4
2. Estágio de Medicina Geral e Familiar ………..……….. 5
3. Estágio de Pediatria ……….……….……….... 5
4. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia ……….……….………... 6
5. Estágio de Cirurgia ……….………...… 7
6. Estágio de Medicina Interna ……….………...… 7
7. Estágio Clínico Opcional - Medicina Intensiva .……….……... 8
IV – ATIVIDADE SUPLEMENTAR … ……….………..… 8
V – REFLEXÃO CRÍTICA FINAL …..……….………..……. 9
VI – ANEXOS …..………..……….…………... 11
I. Cronograma Ano letivo 2016/2017 .……….………..……... 12
II. Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante …..………..……… 13
III. Atividades Extracurriculares ………... 14
I
–
INTRODUÇÃO
O sexto ano do Mestrado Integrado em Medicina, doravante MIM, da NOVA Medical School da Universidade Nova de Lisboa (NMS-UNL) organiza-se sob a forma de um estágio profissionalizante
composto por um sistema de rotação em diversas áreas clínicas.
O presente relatório, elaborado segundo as “Orientações referentes às provas finais de avaliação do
MIM da NMS da UNL - ano letivo 2016-2017”, visa expor, de modo sucinto, as atividades realizadas ao longo
do último ano de formação académica do MIM, correspondentes aos estágios parcelares rotativos – Saúde
Mental, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia e Medicina Interna e, ainda,
estágio clínico opcional. Neste sentido, inclui a descrição e análise das atividades curriculares
desenvolvidas, assente no principal motor deste ano profissionalizante, que destina estimular a progressiva
autonomia e responsabilidade do estudante, bem como a aplicação correta dos conhecimentos, gestos e
atitudes previamente adquiridos, num processo de transição e crescimento da formação académica para a
formação profissional de um médico não especialista. A descrição das atividades encerra, igualmente, uma
reflexão crítica das várias fases do estágio, de carácter individual e subjetivo, visto que com o presente
relatório se pretende auferir uma análise pessoal dos acontecimentos e vivências experienciados.
Estruturalmente, o relatório encontra-se dividido nas seguintes secções: 1. Apresentação dos objetivos
gerais da pré – graduação em Medicina e específicos do ano curricular; 2. Descrição sumária das atividades
desenvolvidas nas diversas unidades curriculares (UCs), enumeradas por ordem cronológica de realização;
3. Enumeração e explicitação de atividades suplementares consideradas relevantes para o percurso
académico individual; 4. Análise crítica final, com autorreflexão do trabalho desenvolvido; 5. Secção final de
anexos, referente à participação em atividades extracurriculares.
II
–
OBJETIVOS
No documento lançado em 2005, “O Licenciado Médico em Portugal”, é definido, como finalidade geral
da educação médica pré-graduada, o seguinte: “(…) adquirir uma base de conhecimentos sólida e
coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se
um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios éticos, na
abordagem humanista que constituiu o fundamento da prática médica e, no aperfeiçoamento, ao longo da
servem.”. Por considerar que o citado fundamenta a conceção de um verdadeiro médico, subscrevo este ultimo parágrafo, como a principal missão para todo o ano profissionalizante, que é o 6º Ano.
No seguimento, para o aprimoramento e desenvolvimento dessas capacidades, incitei-me ao
cumprimento de um conjunto de competências clínicas, comportamentos e atitudes, entre as quais destaco:
aperfeiçoar o método de colheita anamnésica e execução do exame objetivo; promover a acuidade do
raciocínio clínico, através do delineamento de hipóteses diagnósticas, requisição de exames
complementares, instituição de terapêutica, avaliação prognóstica e recomendação de medidas preventivas;
estabelecer uma boa relação médico-doente, utilizando uma abordagem bio-psicosocial abrangente;
vivenciar o exercício da Medicina nas diversas valências, familiarizando com as principais patologias
vigentes a cada especialidade; aplicar princípios éticos em todas as vertentes da prática médica; demonstrar
aptidões de proatividade e auto-aprendizagem; otimizar a capacidade de trabalho em equipa e comunicação
no contexto multidisciplinar de cuidados de saúde. Delineio, como principal desafio, o desenvolvimento de
autonomia na observação continuada do doente, com apreciação da sua evolução.
III
–
DESCRIÇÃO SUMÁRIA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
1. Estágio de Saúde Mental(4 semanas:12 de Setembro 2016 a 7 de Outubro de 2016)
Local: Serviço de Psiquiatria Geral e Transcultural (PGT) - Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL)
Coordenador da UC: Prof. Doutor Miguel Xavier || Orientador/Tutor do Estágio: Dra. Inês Cargaleiro
O estágio englobou uma componente teórico-prática e uma prática. Como principais objetivos saliento a
aquisição de conhecimentos e capacidades de diagnóstico e intervenção clínica, através do
acompanhamento tutelado de doentes com patologia psiquiátrica; a integração numa equipa multidisciplinar;
a contextualização do doente no domínio biopsicossocial e a compreensão do exíguo e mal definido limite
entre traços de personalidade ajustáveis e os pendentes para a patologia. As secções teórico-práticas
lecionadas pelo Prof. Doutor Miguel Xavier, consistiram, globalmente, na apresentação de casos clínicos
psiquiátricos prevalentes no Serviço de Urgência e discussão do tema “Estigma e Doença Mental” na prática
clínica hospitalar, sociedade e cultura da época corrente. A vertente prática decorreu essencialmente no
serviço PGT, pavilhão 24 do CHPL, sob a orientação da Dra. Inês Cargaleiro, acompanhando-a na execução
das suas funções clínicas; nas consultas externas, no pavilhão 20 do CHPL; no serviço de urgência do
Bento, que se distingue pela sua singularidade, ao integrar e apoiar sem-abrigos e refugiados da área
metropolitana de Lisboa. No PGT, foi possível interagir com diferentes vertentes patológicas da Saúde
Mental, incluindo, perturbações da personalidade, psicoses delirantes, atípicas e tóxicas. No seguimento,
procedi à análise e exposição oral, na reunião geral de serviço, de um artigo científico.
2. Estágio de Medicina Geral e Familiar(4 semanas:10 de Outubro de 2016 a 4 de Novembro de 2016)
Local: USF Oriente
Coordenador da UC: Prof.ª Doutora Isabel Santos || Orientador/Tutor do Estágio: Dra. Ana Isabel Esteves
Os objetivos delineados para este estágio centraram-se na criação de uma relação médico-doente sólida,
com destaque para o respetivo núcleo familiar, social e laboral; na identificação das principais razões que
motivaram os utentes aos Cuidados de Saúde Primários e na aquisição de conhecimentos mais sólidos na
terapêutica e medicina preventiva. Estruturalmente, o estágio compreendeu o acompanhamento tutoreado
das diferentes consultas da USF, nomeadamente, Saúde de Adulto (tipo de consulta maioritariamente
observada, dado ser o grupo demográfico mais prevalente nos CSP), Consulta de Diabetes, Consulta Aberta
e de Intersubstituição (25 consultas), Consulta de Saúde Infantil e Juvenil (19 consultas), Consulta de Saúde
Materna (6 consultas), Consulta de Planeamento Familiar (14 consultas) e Consultas ao Domicílio (2 de
cariz médico e 1 de enfermagem). Globalmente, as consultas foram munidas de um carácter fortemente
preventivo e dedicadas ao acompanhamento continuado dos principais problemas e à prestação de
cuidados imediatos. Ao longo do estágio foi possível incrementar o nível de conhecimento ajustável a
diferentes situações e aperfeiçoar as valências práticas.
3. Estágio de Pediatria(4 semanas:7 de Novembro 2016 a 2 de Dezembro 2016)
Local: Hospital Dona Estefânia (HDE) do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC)
Coordenador da UC: Prof. Doutor Luís Varandas || Orientador/Tutor do Estágio: Dra. Paula Kjöllerström
Para o estágio de Pediatria defini como objetivos essenciais a compreensão, de forma mais ampla e ao
mesmo tempo específica, das dimensões patológicas inseridas na faixa pediátrica; aquisição de destreza
na abordagem diagnóstica e terapêutica em contexto pediátrico e, o treino de aptidões de comunicação
interpessoal com a respetiva família. O estágio foi constituído por uma componente prática e teórica. A
primeira decorreu predominantemente na enfermaria do internamento de Hematologia pediátrica (com
observação de patologias pouco comuns noutros contextos, nomeadamente Síndrome Hipereosinofilia 1º,
Kjöllerström. Ademais, foi possível participar em consultas externas de Hematologia pediátrica (local mais
propício à aprendizagem de doenças raras, com a investigação de componente genético e/ou hereditário),
Imunoalergologia (Dra. Sónia Rosa), Infeciologia (Infeciologia Pediátrica, Orto-infeciologia e consulta do
Viajante) sob o cuidado da Mestre Catarina Gouveia e integração no internamento de Infeciologia,
Neurologia (Dra. Sofia Duarte) e Cardiologia pediátrica (sob a orientação da Mestre Fátima Pinto, no serviço
de Cardiologia Pediátrico do Hospital de Santa Marta). Este último ponto, contribuiu para a proficuidade do
estágio, ao permitir a perceção de um panorama mais abrangente da área de pediatria e o desenvolvimento
de autonomia. A componente teórica compreendeu sessões científico-clínicas (reuniões clínicas, sessões
clínicas, sessões Sofia e seminários clínicos dos alunos) e as aulas teórico-práticas de Imunoalergologia.
4. Estágio de Ginecologia e Obstetrícia(4 semanas:5 de Dezembro 2016 a 13 de Janeiro 2017)
Local: Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Vila Franca de Xira (HVFX)
Coordenador da UC: Prof.ª Doutora Teresa Ventura
Orientadores/Tutores do Estágio: Dra. Rita Passarinho; Dra. Raquel Robalo
O estágio integrou predominantemente uma vertente prática e, ainda, uma componente teórico-científica.
No que concerne os objetivos definidos, destaca-se o desenvolvimento de autonomia na realização de
procedimentos intrínsecos à especialidade e a consolidação de conhecimentos inerentes às particularidades
da mesma, como a vigilância de uma gravidez de risco, a abordagem da patologia ginecológica e obstétrica.
A componente prática decorreu nas diferentes atividades assistenciais das áreas de Ginecologia e
Obstetrícia (Consulta de Patologia do Colo, Consulta de Ginecologia Geral, Consulta de Tratamento de
Patologia do Colo, Planeamento Familiar, Ecografia Ginecológica, Histeroscopia, Bloco Operatório, Consulta
de Obstetrícia, Consulta de Obstetrícia de alto risco, Internamento de puérperas e Serviço de Urgência –
serviço de admissões, sala e bloco de partos), sob supervisão alternada da Dra. Rita Passarinho e Dra.
Raquel Robalo. Consagrou-se, nesta vertente, a possibilidade de colaborar em várias cesarianas como 3º
elemento, clampagem do cordão umbilical, proceder ao exame objetivo da placenta, realizar o exame
ginecológico, citologia cervical, toque vaginal nas mulheres em trabalho de parto, entre outros. A
componente teórico-científica compreendeu a exposição oral e resumo protocolar de um tema pertinente e
5. Estágio de Cirurgia (8 semanas:23 de Janeiro 2017 a 17 de Março 2017)
Local: Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Forças Armadas (HFAR) – Pólo Lisboa
Coordenador da UC: Prof. Doutor Rui Maio || Orientador/Tutor do Estágio: Dr. Bruno Ferreira (Tenente-Coronel)
O estágio compreendeu uma secção prática de 7 semanas no serviço de Cirurgia Geral no HFAR e uma
teórico-prática. A componente prática foi envolta pela sua singularidade, de se associar à valência militar
com a presença de médicos exclusivamente especialistas, permitindo uma aprendizagem
preeminentemente prática perante a possibilidade de ser 2º ajudante da equipa de cirurgia no bloco
operatório (total de 32 cirurgias, com participação em 9) e 1º ajudante na pequena cirurgia (participação nas
4 totais); acompanhamento diário dos períodos pré e pós-operatório na enfermaria e participação nas
consultas externas. Destacaram-se como objetivos principais, a avaliação das situações cirúrgicas mais
prevalentes (litíases, neoplasias, hérnias), determinar prioridades de atuação e adquirir competências
práticas das principais técnicas cirúrgicas. A componente teórico-prática abrangeu sessões
científico-clínicas, nomeadamente, sessões clínicas do hospital e integração nas reuniões científico-clínicas do serviço
de Cirurgia e Oncologia do HFAR; visita ao Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica e à Sessão de
Treino Fisiológico do Voo no Centro de Medicina Aeronáutica do HFAR; uma semana de aulas teóricas e
teórico-práticas no Hospital Beatriz Ângelo (HBA) e a realização do Mini-Congresso de Cirurgia no HBA.
6. Estágio de Medicina (8 semanas:20 de Março 2017 a 19 de Maio 2017)
Local: Serviço de Medicina 2.5 do Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC) do CHLC
Coordenador da UC: Prof. Doutor Fernando Nolasco|| Orientador/Tutor do Estágio: Dra. Catarina Salvado
O estágio foi composto por uma componente prática e outra teórica. Maioritariamente, as atividades práticas
foram desempenhadas na enfermaria do serviço de Medicina 2.5, com participação ativa no
acompanhamento diário dos doentes internados (ratio 2/3 doentes/dia) e inerente apresentação e discussão
da evolução clínica em reunião médica do serviço, como elemento de uma equipa multidisciplinar. Decorreu,
ainda, a participação nas consultas externas de Medicina Interna e no Serviço de Urgência do HSJ, sob a
supervisão dos internos Dr. Gonçalo Pinto e Dra. Maria do Mar Menezes. Posso afirmar que os objetivos
basilares foram alcançados, com a crescente autonomia e responsabilidades concedidas; com o trabalho
de equipa, na partilha de opiniões e discussão das decisões clínicas, motivando o empenho constante e
com a otimização da capacidade comunicativa. Dada a casuística do internamento ser predominantemente
avançado, foi verosímil o desenvolvimento de sensibilidade particular para a abordagem de doentes em fim
de vida e das situações de obstinação/encarniçamento terapêutico. A componente teórica integrou
seminários teórico-práticos na NMS, sessões clínicas e aulas teórico-práticas no HSAC e a exposição oral
de um tema proposto pelos docentes, com posterior elaboração de um artigo em formato de revisão teórica.
7. Estágio Clínico Opcional – Medicina Intensiva (2 semanas:22 de Maio 2017 a 2 de Junho 2017)
Local: Serviço de Cuidados Intensivos Polivalentes (SMIP) do CHEDV
Coordenador da UC: Prof. Doutor José Alves|| Orientador/Tutor do Estágio: Dr. Paulo Reis
A escolha da área de Medicina Intensiva, integrando o SMIP para a realização do estágio clínico opcional,
decorreu do profundo interesse pessoal e ambição em prosseguir uma carreira médica fundamentada na
urgência/emergência e cuidado agudo do doente. No respetivo serviço, houve a participação ativa nos
Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios e Sala de Emergência, com observação de diversificadas
patologias (Angina de Ludwig, Esclerose Lateral Amiotrófica, Síndrome de Guillain-Barré, Síndrome
Coronário Agudo, etc) e de procedimentos práticos, traqueostomia percutânea, verificação de morte
cerebral, entubações orotraqueais, paracenteses, hemodiálise, colocações de linhas arteriais, reanimação
cardiorrespiratória, entre outros. Neste âmbito, assisti a duas sessões formativas, relativas aos temas
“Pneumonia associada ao Ventilador” (Dra. Magda Sousa) e “Desmame Ventilatório” (Dra. Sandra Nunes).
IV
–
ATIVIDADE SUPLEMENTAR
No que concerne as atividades extracurriculares desenvolvidas ao longo do percurso académico individual,
destaco a participação ativa nas seguintes:
•Colaboradora do departamento Cultura e Workshops da AEFCM durante o mandato 2015, com organização
do evento Fotoscópio IX;
•Diretora de equipa do departamento Internacional da AEFCM durante o mandato 2016 (delegação das
atividades inerentes ao departamento e organização direta da I Feira Internacional);
•Elemento da Crew Logística do Congresso anual da NMS-UNL, iMed 8.0 Conference (13-16/10/16);
•Redatora e elemento da equipa FRONTAL, revista médica da AEFCM, desde 2014 até ao presente ano
letivo, com principal papel na dinamização da 45ª edição da revista; cobertura fotográfica do evento iMed
6.0 (10-12/10/14) e redação científica iMed7.0 (17-20/09/15); elaboração do projeto “Mini-guias da
No que diz respeito à participação nos congressos científicos vigentes no ano corrente, fundamento a
minha escolha, pelo facto da maioria englobar conteúdos transversais aos temas de Trauma, Emergência e
Cuidado Agudo do doente, área médica com sublime interesse e admiração para o futuro profissional.
V
–
REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
Numa perspetiva global, foi possível, neste ano profissionalizante, a constante consolidação dos
conhecimentos previamente apreendidos num percurso académico de 5 anos e a aquisição de novas noções
inerentes às variadas dimensões patológicas das diferentes especialidades. Em adição, verificou-se uma
contínua e crescente aprendizagem de competências práticas, com a obtenção das valências necessárias
para o desenvolvimento de autonomia, diligência, destreza e responsabilidade substanciais para etapas
vindouras. Certas aptidões, como empatia, gestão, auto-aprendizagem e proatividade, respeito pelos valores
da comunidade e a aplicação de princípios de confidencialidade, consentimento informado e integridade são
essenciais para o exercício da profissão médica e foram transversais a todas as unidades curriculares.
Considero que os estágios foram, globalmente, bastante práticos, organizados e integrados para a
formação de um médico generalista, com destaque para o trabalho numa equipa multidisciplinar e
abordagem holística do doente. Outro aspeto que se relevou proveitoso, foi a exigência constante de manter
o ratio docente:discente de 1:1. Pelo exposto e, pela disponibilidade formativa apresentada pelos tutores,
posso inferir que a prestação individual, no presente ano, foi envolta de interesse, empenho e dedicação,
tendo, no seguimento, alcançado a maioria dos objetivos delineados. A desenvoltura e progressiva
autonomia foram mais notórias nos estágios de Medicina Interna e Cirurgia, que abordam patologias mais
polivalentes, por oposição a outras especialidades, que requerem conhecimentos e prática clínica
especificas. Neste sentido, permitiram assumir com maior destaque a vivência do quotidiano da prática
clínica, com o acompanhando da evolução dos doentes, num equilíbrio entre a progressiva independência
e a orientação supervisionada e tutelada. Em MGF, as principais expetativas foram concretizadas, através
da observação da terapêutica implementada pela tutora, com posterior discussão, cedendo lugar a uma
evolução no conhecimento desta vertente; do aperfeiçoamento da execução do exame objetivo em adultos,
recém-nascidos e grávidas e, de uma maior compreensão do ambiente sociocultural, laboral e familiar do
doente. Em Pediatria, Saúde Mental e Ginecologia e Obstetrícia, foi possível expandir os conhecimentos
e, fomentar a capacidade comunicativa, com a interação com outros profissionais de saúde e na relação
com o ambiente familiar e social do doente.
No entanto, devo reconhecer a presença de algumas dificuldades, que impossibilitaram o cumprimento,
na sua íntegra, de todos os objetivos propostos. Destaco, assim, a incompleta aquisição de autonomia na
abordagem dos doentes e na execução de certas técnicas, face às expetativas iniciais. Esta lacuna foi mais
notória em certos estágios, como MGF, dado o facto da tutora se encontrar, no momento do estágio, a
estabelecer um primeiro contacto de confiança e de relação médico-doente com a maioria dos utentes
observados, limitando a conduta integralmente autónoma do estudante. Neste sentido, de forma a se
potencializar a autonomia e a aquisição de maior destreza, sugiro o aumento da duração do estágio (1 mês
e meio a 2 meses) e a sua divisão em 2 componentes, uma observacional da prática clínica, transitando, a
meio, para a vertente prática autónoma. Em consideração à terapêutica médica, esta constitui, ainda, um
importante obstáculo, que tentei colmatar durante os períodos de estágios, mas que prevejo suplantar com
um estudo aprofundado e com a experiência profissional.
Relativamente a aspetos menos positivos percecionados nos diferentes estágios, ressalva-se que, apesar
de serem observáveis esforços para a uniformização dos mesmos, ainda persistem discrepâncias na
autonomia concedida, na carga horária e critérios de avaliação dentro da mesma especialidade.
A constituição como elemento ativo numa associação de estudantes e como redatora de uma revista,
incumbiram-me de conhecimentos práticos indeléveis e imprescindíveis para a formação e crescimento
individual e, pautaram-se por incutir competências cruciais a qualquer exercício profissional.
Nesta reta final da pré-graduação em Medicina, sinto-me capacitada para, nas próximas etapas e desafios,
identificar as necessidades de aprendizagem; assumir a responsabilidade pela formação contínua e
demonstrar iniciativa para tal; compreender os pontos fortes, vulnerabilidades pessoais e áreas que
necessitam de ser aperfeiçoadas.
Concluo este relatório, com um profundo agradecimento a todos os profissionais e colegas que
contribuíram e continuam a cooperar para a minha melhor formação profissional e enriquecimento pessoal,
através da verdadeira compreensão do significado de ser médico, da identidade e responsabilidade
VI
–
ANEXOS
Anexo I – Cronograma do Ano letivo 2016/2017
Unidade Curricular Regente Duração Local Tutor/Orientador
Saúde Mental
Prof. Doutor Miguel Xavier
4 semanas
12/09/16 a 7/10/16
PGT -
CHPL Dra. Inês Cargaleiro
Medicina Geral e Familiar Prof.ª Doutora Isabel Santos
4 semanas
10/10/16 a 4/11/16 Oriente USF Dra. Ana Isabel Esteves
Pediatria Luís Varandas Prof. Doutor
4 semanas
7/11/16 a 2/12/16 HDE - CHLC Kjöllerström Dra. Paula
Ginecologia e Obstetrícia Teresa Ventura Prof.ª Doutora
4 semanas
5/12/16 a 13/01/17 HVFX
Dra. Rita Passarinho
Dra. Raquel Robalo
Cirurgia Prof. Doutor Rui Maio
8 semanas
23/01/17 a 17/03/17 HFAR (Tenente- Coronel da Dr. Bruno Ferreira FAP)
Medicina Prof. Doutor Fernando Nolasco
8 semanas
20/03/17 a 19/05/17
Serviço Medicina 2.5 do HSAC Dra. Catarina Salvado Medicina Intensiva
(estágio clínico opcional) Prof. Doutor José Alves
2 semanas
Anexo II – Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante
Estágio Temas & Autores
Saúde Mental
Thomsen, M.S.; et al; “Neurocognitive deficits in Borderline Personality disorder:
associations with childhood trauma and dimensions of personality
psychopathology”; Journal of Personality Disorders, 2016; Vol. 30: 1-19 Inês Amaral (2011478)
Pediatria
“Doença de Behçet em idade pediátrica”
Inês Amaral (2011478), Bence Verpeléti (2016021), Isabel Silva (2011393)
Ginecologia e Obstetrícia
“Exercício Físico na gravidez e no pós-parto”
Inês Amaral (2011478), Filipe Vicente (2011424), Inês Manique (2011416)
Cirurgia
“Caso Clínico – A Introspeção por um estimado companheiro”
Inês Amaral (2011478), Afonso Murta (2011397), Diogo Rodrigues (2011398)
Medicina
“Anemias”
Anexo III - Atividades Extracurriculares
Anexo D –Certificado de Redatora da 45ª edição da revista FRONTAL; enquanto elemento da equipa de
Anexo I –Certificado de Participação no Congresso “XX Congresso Nacional de Medicina Intensiva | VI