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A actividade física adaptada e o desenvolvimento psicomotor de alunos com necessidades educativas especiais: estágio realizado no Agrupamento de Escolas de Águas Santas

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Academic year: 2021

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(1)A Actividade Física Adaptada e o Desenvolvimento Psicomotor de Alunos Com Necessidades Educativas Especiais Estágio realizado no Agrupamento de Escolas de Águas Santas. Relatório de Estágio apresentado com vista à obtenção do grau de Mestre (Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de Março) em Ciências do Desporto – Área de especialização de Actividade Física Adaptada.. Orientador: Prof. Doutor Rui Corredeira Supervisor de estágio: Dr. Luís Lopes. Vasco Miguel Santos Ferreira Porto, 2009.

(2) Ferreira, V. M. S. (2009). Relatório de Estágio para provas de Mestrado em Ciências do Desporto com especialização em Actividade Física Adaptada apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. PALAVRAS-CHAVE:. ACTIVIDADE. PSICOMOTRICIDADE, MULTIDEFICIÊNCIA.. ii. FÍSICA. ADAPTADA,.

(3) AGRADECIMENTOS.. A realização deste trabalho não teria sido possível sem o apoio, incentivo e colaboração de várias pessoas, a quem desejo expressar o meu sincero agradecimento: Prof. Doutor Rui Corredeira por todo o apoio, disponibilidade e compreensão demonstrados ao longo do trabalho e, acima de tudo, por me ter dado a oportunidade de o realizar. Ao Dr. Luís Lopes pela motivação, partilha de conhecimentos e acompanhamento ao longo do estágio. Ao. Agrupamento. de. Escolas. de. Águas. Santas,. por. toda. a. disponibilidade e colaboração demonstradas. E ao seu Director por permitir a realização deste trabalho. À Associação Atlética de Águas Santas, pela colaboração prestada. Ao meu irmão por estar sempre presente. Á Professora Helena Santos por todo o apoio e auxílio sempre demonstrados. Ao Albino Mendes por não me deixar desistir e todo o apoio prestado. Por fim, aos meus pais e à Goretti, pelo enorme contributo que tiveram na minha formação como pessoa e ser humano.. iii.

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(5) ÍNDICE GERAL. Índice de Quadros ............................................................................................. vii Índice de Anexos .............................................................................................. viii Resumo .............................................................................................................. ix Abstract .............................................................................................................. xi Résumé ............................................................................................................ xiii 1.. INTRODUÇÃO. 1.. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1. 2.. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 - A Pessoa com Deficiência ...................................................................... 7 2.2. As Necessidades Especiais ..................................................................... 9 2.3. Conceito De Desporto Para Pessoa com Deficiência. ........................... 10 2.4. Os Benefícios da Actividade Física Adaptada ....................................... 12 2.5. Enquadramento da Actividade Docente ................................................. 14. 3. OBJECTIVOS 3.1. Objectivos do estudo.............................................................................. 19 3.1.1. Objectivo Geral ................................................................................ 19 3.1.2. Objectivos Específicos ..................................................................... 19 3.2. Hipóteses do estudo .............................................................................. 20 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Plano de Estágio .................................................................................... 27 4.2. Caracterização da amostra .................................................................... 23 4.2.1. Caracterização dos alunos .............................................................. 23 4.2.2. Caracterização do Meio ................................................................... 24 v.

(6) 4.3. Instrumentos e Procedimentos de Aplicação ......................................... 30 4.3.1. Metodologia ..................................................................................... 30 4.3.2. Acção docente ................................................................................. 30 4.3.3. Bateria Psicomotora de Fonseca ..................................................... 32 5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6. CONCLUSÕES ............................................................................................ 50 7. SUGESTÕES ............................................................................................... 58 8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 62 9. ANEXOS ...................................................................................................... 66 ANEXO I AVALIAÇÕES INICIAIS .................................................................... 65 ANEXO II AVALIAÇÕES FINAIS...................................................................... xix ANEXO III PROGRAMAS EDUCATIVOS INDIVIDUAIS .................................. xlv ANEXO IV AUTORIZAÇÃO DOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO ......... lxxi ANEXO V DECRETO-LEI N.º 3/2008 DE 7 DE JANEIRO ............................. cxvi. vi.

(7) Índice de Quadros. Quadro 1 – Cronograma do estágio…………………………………………... Quadro 2 – Resultados obtidos nos itens de Tonicidade no Pré e Pós Programa…………………………………………………………………………. Quadro 3 - Resultados obtidos nos itens de Equilibração no Pré e Pós Programa. ……………………………………………………………………….. 24 49. 50. Quadro 4 - Resultados obtidos nos itens de Noção de Corpo no Pré e Pós Programa. ………………………………………………………………….. 51. Quadro 5 - Resultados obtidos nos itens de Espácio-temporal no Pré e Pós Programa…………………………………………………………………….. 51. Quadro 6 - Resultados obtidos nos itens de Praxia Global no Pré e Pós Programa. ……………………………………………………………………….. 52. Quadro 7 – Perfil Psicomotor no Pré e Pós Programa…………………….... 57. .. vii.

(8) Índice de Anexos. Anexo 1 – Avaliações inicias ……...…………………………………………... xxix Anexo 2 – Avaliações Finais……………………………………………………. xlv. Anexo 3 – Programa Educativos Individuais …………………………………. lxxi. Anexo 4 – Autorização dos Encarregados de Educação ………………….. cxv. Anexo 5 – Decreto de Lei n.º3/2008 de 7 de Janeiro ………………………. cxix. viii.

(9) Resumo. O presente estudo pretendeu avaliar o desenvolvimento psicomotor de cinco alunos de uma Unidade de Intervenção Especializada em Multideficiência através da frequência de aulas de Educação Física Adaptada. Tratou-se da realização de um estágio onde se pretendeu avaliar a pertinência da existência de Aulas de Educação Física Adaptada no Ensino dito “normal”. O estágio foi realizado no Agrupamento de Escolas de Águas Santas, teve a duração de oito meses. Para a avaliação dos alunos foi utilizada a Bateria Psicomotora de Fonseca (1992). Os resultados foram obtidos através da comparação dos dois momentos de avaliação, uma inicial e outra final, após a frequência das aulas de Educação Física Adaptada. Com este trabalho pudemos concluir que com a realização das aulas os alunos evoluíram positivamente, na maioria dos parâmetros avaliados, o que sugere que a realização das mesmas poderá introduzir melhorias no perfil psicomotor dos seus frequentadores. Deste modo parece haver pertinência em incluir nos currículos destes alunos aulas de Educação Física Adaptada a fim de melhorar as suas prestações, e aumentar a oferta da escola.. PALAVRAS-CHAVE:. ACTIVIDADE. PSICOMOTRICIDADE, MULTIDEFICIÊNCIA.. ix. FÍSICA. ADAPTADA,.

(10) x.

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(12) Abstract. The aim of the present study was to evaluate the psychomotor development of five students from a Specialised Multi-deficiency Intervention Unit that attended Adapted Physical Education classes. It consisted in an internship to evaluate the relevancy of Adapted Physical Education classes within the so called “normal” schooling. The internship was carried out at the Águas Santas Group of Schools for a period of eight months. Students were evaluated according to the Fonseca Psychomotor Test Battery (1992). Results were obtained through comparing the two moments of evaluation, at the beginning and the end, following the attendance of Adapted Physical Education classes. This work led to the conclusion that students benefited from a positive evolution in most evaluated parameters, suggesting that classes may bring about the amelioration of the attendants psychomotor profile. It seems accurate to say that it is indeed pertinent to include Adapted Physical Education classes in these students curriculum so as to improve their performances and augment the School’s offer.. KEYWORDS: ADAPTED PHYSICAL ACTIVITY, PSYCHOMOTRICITY, MULTIDEFICIENCY.. xi.

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(14) Résumé. Cette étude a eu pour but d'évaluer le développement psychomoteur de cinq élèves d'une Unité d'intervention spécialisée pour pluri-handicapés durant leur fréquentation d'un cours d'éducation physique adaptée. Elle a été effectuée lors d'un stage lors duquel nous avons voulu évaluer la pertinence de l'existence de Cours d'éducation physique adaptée dans l'enseignement dit "normal". Le stage s'est déroulé au Groupement d'écoles [Agrupamento de Escolas] de Águas Santas, durant une période de huit mois Pour évaluer les élèves, nous avons utilisé la batterie psychomotrice de Fonseca (1992). Les résultats ont été obtenus par comparaison des deux moments d'évaluation : évaluation initiale et évaluation finale, après que les élèves ont fréquenté les cours d'Éducation physique adaptée. Nous avons ainsi pu conclure que, grâce à ces cours, les élèves ont eu une évolution positive dans la plupart des paramètres évalués, ce qui suggère que ces cours pourront être à l'origine d'améliorations du profil psychomoteur de ceux qui les fréquentent. Il nous semble donc pertinent que soient inclus dans les cursus de ces élèves des cours d'Éducation physique adaptée afin d'améliorer leurs performances, et que l'école par ailleurs augmente son offre.. MOTS-CLÉS : ACTIVITÉ PHYSIQUE ADAPTÉE, PSYCHOMOTRICITÉ, PLURI-HANDICAPS.. xiii.

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(16) 1.. INTRODUÇÃO.

(17)

(18) 1.. INTRODUÇÃO. A Educação da criança é influenciada logo desde o início pela sociedade: a família, o meio social, os interesses, os costumes e especialmente a linguagem. A evolução da sociedade e a sua criatividade estão dependentes da reacção do ser humano face ao meio social, criticando-o e reformando-o. De contrário, sofre de facto o reflexo dela. A orientação pessoal deve ser uma das metas que cada ser humano procura alcançar para se sentir responsável perante os outros. Numa sociedade democrática não é necessário actuar, pensar ou sentir da mesma forma, é sim importante assumir determinadas tarefas. A sociedade reclama competência, quer ao nível dos «saberes», consequentemente geradores de Cultura, quer ao nível do «saber fazer», aplicando com eficiência, segurança e capacidade para inovar, quer ao nível do «saber estar», proporcionando uma integração e vivência em grupo mais capaz e duradoura, como meio de fomentar a formação da personalidade. A escola é uma instituição que, através da disciplina de Educação Física e do Desporto Escolar se encarrega de promover a prática de actividades físicas. Essa promoção, numa perspectiva de desporto para todos, na escola para todos, assenta sobre a ideia do livre acesso a todas as pessoas, independentemente das suas características. Essa escola para todos, preconizada na redacção da Declaração de Salamanca (1994), faz com que as escolas regulares com uma orientação inclusiva sejam um meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de proporcionar comunidades acolhedoras, de criar uma sociedade inclusiva e de facultar uma educação para todos. Além disso, proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças e promovem a eficiência, numa relação óptima de custo - qualidade do sistema educativo (Ainscow, M., 1999). 1.

(19) Embora existam divergências, a Educação Física e o Desporto são por excelência uma actividade cultural. O seu contributo pode ser um forte elemento catalisador para que o ser humano atinja um estado completo de bem-estar físico, mental e social. O corpo humano é a base existencial da pessoa e, a aprendizagem que façamos do mesmo afecta toda a sua vida nos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Assim, como refere Molina (2002) a prática desportiva propõe-se fornecer aos alunos uma maior consciência corporal e um desenvolvimento óptimo das suas capacidades físicas, utilizando como instrumento básico o movimento humano sob as suas mais variadas formas, adquirindo através destes, hábitos, técnicas e gestos corporais desde os mais simples aos mais complexos presentes no nosso quotidiano. Foi no sentido de proporcionar “vivências” diferentes que este trabalho surge, enquadrado com os programas de Educação Física. A Educação Física das crianças portadoras de deficiência tem sido fortemente penalizada pela visão incorrecta que se tem tido da mesma. Segundo Pires (2002), o objectivo da Educação Física consiste em transmitir aos alunos uma cultura desportiva que lhes proporcione vantagens no domínio do biológico, do psicológico e do social, que se prolonguem para a vida. O Desporto Escolar deve contribuir para os mesmos objectivos do Sistema Educativo. Ele está inserido no projecto Educativo de cada escola ou Agrupamento de Escolas, e tem uma relação estreita com a disciplina de Educação Física, devendo proporcionar a prática desportiva para todos, numa escola inclusiva, adequando as tarefas desportivas às diferentes exigências e características da população que define aquela ou outra escola, baseados no seu Projecto Educativo. Deverá ser oferecido aos alunos um leque de actividades que, na medida do possível, reflicta e dê resposta às suas motivações intrínsecas e extrínsecas, proporcionando-lhes actividades individuais e colectivas que sejam adequadas aos diferentes níveis de prestação motora e de estrutura corporal. Os alunos deverão, ao longo do seu processo de formação, conhecer as implicações e benefícios de uma participação regular nas actividades físicas e. 2.

(20) desportivas escolares, valorizá-las do ponto de vista cultural e compreender a sua contribuição para um estilo de vida activa e saudável. O presente estudo encontra-se organizado da seguinte forma:  Capítulo I – Introdução - Contendo uma descrição sucinta do estudo salientando os aspectos mais importantes dos mesmo assim como a sua pertinência, os objectivos a que nos propomos e a sua estrutura.  Capítulo II – Revisão da Literatura - Descrição dos temas essenciais para a fundamentação do nosso trabalho.  Capítulo III – Objectivos – Apresentação dos objectivos do trabalho, assim como os objectivos específicos do mesmo, e respectivas hipóteses.  Capítulo IV – Material e Métodos - Descrição do plano de estágio, o estudo, a caracterização da amostra e do meio e a metodologia utilizada.  Capítulo V – Apresentação e Discussão dos Resultados – Contém a apresentação e discussão dos resultados do nosso estudo.  Capítulo VI – Conclusões – Apresentação das conclusões de forma sucinta e sustentada nos objectivos e hipóteses formuladas.  Capítulo VII – Sugestões – Apresentação de sugestões para trabalhos futuros.  Capítulo VIII – Bibliografia – Contém as referências bibliográficas utilizadas na realização do trabalho.  Capítulo IX – Anexos – documentos utilizados na realização do trabalho.. 3.

(21)

(22) 2. REVISÃO DA LITERATURA.

(23)

(24) 2.1 - A Pessoa com Deficiência O conceito de ser pessoa, é descrito por Bento (2004), como ser sujeito e autor da sua própria vida. É o ter consciência de si, que leva à construção da própria pessoa. Moura e Castro (2002) exprime a ideia de que, as pessoas deficientes possuem uma limitação maior devido às consequências da deficiência. Neste sentido, é necessário tentar ver na limitação, apenas um factor de referência que deve ser compensado pelo potencial restante. A Pessoa com deficiência acima de tudo é um ser humano como os outros. Encerra nela as capacidades como pessoa, os mesmos direitos como cidadão, tal como os demais à sua volta. Segundo Dias, (2001), a maior deficiência está na ideia comummente adaptada de que os deficientes rendem menos, que devem ficar em casa e que, são unicamente sujeitos passivos, receptores do desenvolvimento económico. Pensamos que, acima de tudo e de qualquer visão que a própria sociedade possa ter das pessoas com deficiência, essas pessoas têm que superar as incapacidades das suas próprias deficiências. Têm o direito de se superar, de se transcender, dentro das suas incapacidades. Mais do que pensar a deficiência como universo dos outros, e a inclusão como a estratégia de integrar esses outros no mundo dos que lhe são opostos, deve-se construir a perspectiva de que no universo dos seres humanos não há senão seres diferentes a funcionar obrigatoriamente de forma diferenciada e que, a inclusão só faz sentido se for uma estratégia educativa a aplicar a todos os seres independentemente das suas distintas formas de ser, fazer ou estar, que o mesmo é dizer, de afirmar o “Ser”. Fonseca (1980) define a criança deficiente, tão objectivamente como sendo a criança que se desvia da média ou da criança normal em seis parâmetros, sendo eles: i) características mentais; ii) aptidões sensoriais; iii) características neuromusculares e corporais; iv) comportamento emocional e social; v) aptidões de comunicação e; vi) múltiplas deficiências; até que se justifique a modificação das práticas educacionais e a requisição ou a criação 7.

(25) de serviços especiais, de educação especial no sentido de desenvolver ao máximo capacidades destas crianças. Para Ferreira (2000), o conceito de deficiência tem sido de difícil definição. Este autor apoia-se na Lei de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (1989), onde podemos verificar como é definido o conceito de deficiência em termos legislativos, citando o artigo 2º: -“ Considera-se pessoa com deficiência aquela que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica susceptível de provocar restrições de capacidade, pode estar considerada em situações de desvantagem para o exercício de actividades consideradas normais tendo em conta a idade, o sexo e os factores sócio-culturais dominantes. - As pessoas com deficiência não constituem grupos homogéneos, pelo que exigem a definição de respostas específicas que vão ao encontro das suas necessidades diferenciadas e identificáveis. - A identificação da situação de deficiência e consequente orientação e encaminhamento decorrem de um diagnóstico precoce, que tem carácter multidisciplinar. Esta Lei tem como principais objectivos promover e garantir o exercício dos direitos constitucionais na área da prevenção da deficiência, do tratamento da reabilitação e da equiparação de oportunidades da pessoa com deficiência. Desta forma, assegura-se aos cidadãos deficientes direitos de modo a poderem participar com autonomia e activamente na vida social.. 8.

(26) 2.2. As Necessidades Especiais De acordo com o Decreto-Lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro, podemos verificar que nos últimos anos, principalmente após a Declaração de Salamanca (1994), tem vindo a afirmar -se a noção de escola inclusiva, capaz de acolher e manter, no seu seio, grupos de crianças e jovens tradicionalmente excluídos. Esta noção, dada a sua dimensão eminentemente social, tem merecido o apoio generalizado de profissionais, da comunidade científica e de pais. A educação inclusiva visa a equidade educativa, sendo que por esta se entende a garantia de igualdade, quer no acesso quer nos resultados. No quadro da equidade educativa, o sistema e as práticas educativas devem assegurar a gestão da diversidade da qual decorrem diferentes tipos de estratégias que permitam responder às necessidades educativas dos alunos. Deste. modo,. a. escola. inclusiva. pressupõe. individualização. e. personalização das estratégias educativas, enquanto método de prossecução do objectivo de promover competências universais que permitam a autonomia e o acesso à condução plena da cidadania por parte de todos. Todos os alunos têm necessidades educativas, trabalhadas no quadro da gestão da diversidade acima referida. De acordo com Marques e Castro (1999), o termo Necessidades Especiais é abrangente e envolve além das Necessidades Educativas Especiais as Deficiências e os indivíduos portadores de quaisquer lesões ou incapacidades,. temporárias. ou. definitivas,. que. impliquem. formas. de. intervenção especializada, no sentido de compatibilização com um estilo e uma qualidade de vida ajustados. Segundo Fonseca (1998) “a problemática da deficiência reflecte a maturidade humana e cultural, que está na base do julgamento que distingue entre deficientes e não deficientes” onde a noção de deficiente não é objectiva, mas revela antes um complexo de superioridade que se multiplica em sociedades ignorantes. 9.

(27) O conceito foi adoptado em 1994 na “Declaração de Salamanca” (UNESCO, 1994), e redefinido como abrangendo todas as crianças ou jovens cujas necessidades se relacionem com deficiências ou dificuldades escolares. Inclui, crianças deficientes ou sobredotadas, crianças da rua ou que trabalham, crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.. 2.3. Conceito de Desporto para Pessoas com Deficiência.. O Desporto para a Pessoa com Deficiência tem vindo a ser alvo de variadas atenções, sendo a “Carta Europeia do Desporto para Todos” – Conselho da Europa 1988, que reconhece o desporto como “ meio privilegiado de Educação, Readaptação, Valorização do lazer, e Integração social”, um bom exemplo disto. Segundo Bento (1991), “ o desporto não existe no singular, mas sim no plural, sendo uma das suas formas o Desporto de Reabilitação”. O Desporto para Pessoas com Deficiência é definido por Potter (1981), como uma gama completa de actividades físicas adaptadas às capacidades de cada um, particularmente ao desenvolvimento motor, à Educação Física e a todas as disciplinas Desportivas. O Desporto para Pessoas com Deficiência ocorre, porém, num contexto diferenciado de outras expressões do desporto em geral, nomeadamente pela importância que assume a sua componente terapêutica e social, e pela ligação estreita que mantém, desde a sua origem com a Reabilitação da Pessoa com deficiência (Varela, 1991). Os desportos para todas as crianças, constituem uma oportunidade para testar as suas capacidades e limites, para adquirirem auto-estima e independência, para desfrutarem e se socializarem num ambiente organizado por regras e com um elevado sentido ético (lealdade, compromisso, trabalho 10.

(28) em equipa, entre outros). Neste sentido, é pois muito importante para uma criança com deficiência viver esta experiência fora do contexto da Reabilitação. Para que tal aconteça, além de ser necessário que as escolas possuam entre outros recursos, os meios físicos que possibilitem às crianças e jovens com limitações motoras, o acesso aos edifícios, é também necessário prestar formação específica aos responsáveis por essas actividades. Uma das preocupações da escola passa por preparar todas as crianças para o desempenho de actividades adequadas às capacidades específicas de cada um, de forma a adquirirem competências que lhes permitam a integração de todos os alunos no meio escolar. Entre as actividades englobadas nessas preocupações, estão sem dúvida as actividades físicas. Ora, como essas actividades são na escola da responsabilidade, da EF, e como já vimos, também do Desporto Escolar, cabe a essas duas áreas disciplinares, procurar encontrar os meios necessários para que essa integração e inclusão sejam efectuadas. O conceito de Desporto, por si só, revela-se bastante abrangente, concretamente na área da Deficiência, podendo incluir várias vertentes: o Desporto/Terapia, o Desporto integração, o Desporto recreação/lazer e o Desporto/competição (Henriques, 2000). Como refere Silva, (1991), inicialmente, o desporto foi concebido como uma experiência clínica, sendo visto, actualmente, de uma forma diferente, isto é, num contexto para além da terapia Segundo Doll-Tepper (1992), a Actividade Física Adaptada significa movimento, actividade física e desportos nos quais é dada ênfase especial aos interesses e capacidades das pessoas com limitações. Este mesmo autor define os termos “Actividade Física Adaptada” de uma forma muito particular, onde “Actividade Física” significa experiências de movimento em participações que podem ser dirigidas para a terapia, a. 11.

(29) recreação, a reeducação e/ou a competição onde “Adaptada” significa que requer adaptações que podem ser educativas, técnicas ou estruturais. De acordo com Castro (1995), a Actividade Física Adaptada tem que ser encarada nos seus mais variados aspectos como qualquer outra disciplina desde o primeiro ano de escolaridade, não podendo mais, ser analisada como tratando-se apenas da educação do corpo. Robert e Hage (1995), afirmam que a Educação Física é uma ocasião para a aprendizagem da socialização, do conhecimento e da sensibilização ao mundo dos objectos e dos seres vivos. Referem ainda que a educação das condutas motoras dá ao sujeito poderes sobre ele mesmo e sobre o mundo físico e humano que o rodeia. A Educação Física tem um papel preponderante a desempenhar na medida em que, contrariamente às outras disciplinas, pode dotar os alunos de competências concretas e imediatamente aplicáveis nas actividades da vida diária. Os efeitos da disciplina de Educação Física não se limitam, única e exclusivamente a um período de tempo, mas sim para o resto da vida, assim como os seus benefícios e competências adquiridas. De acordo com a Unesco (1978), todo o ser humano tem direito à prática da. Educação. desenvolvimento. Física. e. integral. do da. Desporto, sua. os. quais. personalidade.. são A. essenciais. ao. liberdade. de. desenvolvimento físico, intelectual e moral através da Educação Física e do Desporto deve ser garantida no sistema educacional e em outros aspectos da vida social.. 2.4. Os Benefícios da Actividade Física Adaptada Segundo Potter (1975) independentemente do nível da prática desportiva, os efeitos da actividade física na pessoa com deficiência são de três ordens: 12.

(30) - Fisiológicos: através da exploração dos limites articulares, do controlo de movimento voluntário, bem como da melhoria da aptidão física geral e da saúde; - Psicológicos: pelo domínio do gesto o qual conduz a um aumento da autoconfiança, redução da ansiedade e melhoria da comunicação; - Sociais: pela sua contribuição para o desenvolvimento da autonomia e da integração social. Um pouco mais tarde Gutman (1977) ainda acrescenta os benefícios terapêuticos, utilizados como complemento da terapia física e os recreativos, demonstrando que a grande vantagem do desporto sobre o exercício curativo reside na sua vertente recreacional. Para Loovis (1978) citado por Silva (1992) os efeitos da participação em actividades desportivas promovem no indivíduo com deficiência múltiplos benefícios dos quais se destacam: - as habilidades motoras; a agilidade; as capacidades físicas; o ajustamento social,. participação; o auto conceito/imagem. corporal; a. percepção; a posição social; as realizações académicas; a atenção; a destreza manual; a prevenção de acidente/doenças; a inteligência e; o controlo verbal.. Segundo Ferreira (1993), o Desporto quando bem orientado contribui para melhorar a qualidade de vida da Pessoa com Deficiência, nomeadamente ao: - melhorar os padrões normais de movimento; - desenvolver autonomia motora; - proporcionar alegria o movimento; - constituir uma situação de sucesso perante si próprio e perante os companheiros; 13.

(31) - proporcionar o desejo normal e saudável de progredir, de fazer novas conquistas, descobrindo potencialidades e limitações. - favorecer a aceitação dos valores, contribuindo para o desenvolvimento da socialização; - permitir uma melhoria da imagem corporal, contribuindo para a aceitação do corpo e consequentemente a relação corporal e afectiva com os outros, e por último; - Estimular e desenvolver a comunicação.. Segundo Marques e Castro (1999) a Actividade Física Adaptada é o termo que designa todas as formas de actividade física no sentido recreativo, reabilitativo ou competitivo, destinado a pessoas com necessidades especiais e que procura incutir um estilo de vida activo e uma qualidade de vida acrescida. Para Riera (2000), a Educação Física é vista de um modo global, como uma das áreas que mais promovem o desenvolvimento integral do individuo, assim como a maturidade do aluno, uma vez que o seu trabalho também compreende tarefas de carácter colectivo, as quais permitem um melhor autoconhecimento, mais participação, convívio e resolução de problemas. Podemos então concluir que, tal como refere Bento (2001), a prática desportiva para a pessoa com deficiência assume um valor social inestimável.. 2.5. Enquadramento da Actividade Docente. A área curricular específica de Psicomotricidade surge no âmbito dos Programas Educativos Individuais dos alunos com Programa Específico Individual, dos alunos abrangidos pela Educação Especial na escola. Assim, e 14.

(32) de acordo com o Decreto-Lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro que rege a Educação Especial e que define os apoios especializados a prestar na educação préescolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo, visando a criação de condições para a adequação do processo educativo às Necessidades Educativas Especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da. aprendizagem,. da. mobilidade,. da. autonomia,. do. relacionamento. interpessoal e da participação social (art.º1º, nº1). Percebe-se, desta forma, que as escolas devem incluir nos seus projectos educativos as adequações relativas ao processo de ensino e de aprendizagem, de carácter organizativo e de. funcionamento,. necessárias. para. responder. adequadamente. às. Necessidades Educativas Especiais de carácter permanente das crianças e jovens, com vista a assegurar a sua maior participação nas actividades de cada grupo ou turma e da comunidade escolar em geral (art.º4º, nº1). Neste âmbito surgem os Programas Educativos Individuais que de acordo com o mesmo Decreto documentam, fixam e fundamentam as respostas educativas e respectivas formas de avaliação, documentando também as Necessidades Educativas Especiais da criança ou jovem, baseadas na observação e avaliação de sala de aula e nas informações complementares disponibilizadas pelos participantes no processo (art.º8º, nos1 e 2), sendo o único documento que permite a aplicação de qualquer adequação no processo de ensino e de aprendizagem. Funciona igualmente como o documento referencial para o desenvolvimento do processo educativo para este tipo de alunos.. 15.

(33) 16.

(34) 3. OBJECTIVOS.

(35)

(36) 3.1. Objectivos do estudo 3.1.1. Objectivo Geral. O objectivo do nosso estágio foi avaliar o desenvolvimento psicomotor de cinco alunos inseridos numa sala de multideficiência, com base na participação dos mesmos em aulas de Educação Física Adaptada. 3.1.2. Objectivos Específicos.  Mobilizar e reorganizar as funções psíquicas emocionais e relacionais;  Aperfeiçoar a conduta consciente e o acto mental;  Harmonizar e maximizar o potencial motor, afectivorelacional e cognitivo; . Manter. um. controlo. postural. e. organização. perceptiva; . Manter uma equilibração estática e dinâmica;. . Manter uma tonicidade efectiva de suporte à acção;. . Integrar a “linha média do corpo”, lateralidade e. respectiva assimetria funcional no espaço quinestésico; . Perceber a imagem do corpo e esquema corporal de. forma a interagir com a diversidade das situações; . Cumprir tarefas de forma coordenada (coordenação. óculo-manual e pedal), sendo capaz de dissociar movimentos; . Manipular objectos de forma efectiva e eficaz;. . Interagir com os colegas, professores e outros. elementos de forma adequada e equilibrada, adaptando-se e sendo capaz de ser independente na auto-regulação e controlo das interacções.. 19.

(37) 3.2. Hipóteses do estudo H1 – Os alunos apresentam maior cotação nos diversos parâmetros da Bateria Psicomotora de Fonseca após frequência das aulas de Educação Física Adaptada. H2 – Os alunos apresentam maior cotação no seu perfil psicomotor na Bateria Psicomotora de Fonseca após frequência das aulas de Educação Física Adaptada.. 20.

(38) 4. MATERIAL E MÉTODOS.

(39)

(40) Foi no sentido de aproveitar e dar continuidade às experiências que foram fornecidas pela Educação Física aos alunos envolvidos neste estudo, que este projecto se baseou. Tentando evitar a continuidade da actividade como disciplina de Educação Física, mas aplicá-la como um complemento fornecido por outras actividades e vivências divergentes que a filosofia do desporto escolar pode oferecer, tais como os encontros entre as diversas escolas, o experimentar de novas modalidades nesses encontros, o convívio. O. princípio. enunciado. assentou. na. realização. de. actividades. estimulantes, partindo da actividade física, à descoberta de novos percursos e saberes, relacionando as suas vivências e tendo em conta os seus interesses, através de métodos. diferenciados para as crianças envolvidas, que. permitissem a realização de aprendizagens integradas, criando-lhes uma visão mais flexível e unificadora do pensamento, apropriando-se de valores inerentes à sociedade onde estão inseridos, de forma crítica mas equilibrada. Além disso, procurou-se criar hábitos de trabalho, regras e condutas específicas no mundo do desporto, entre elas: os hábitos de higiene, a noção de “jogo limpo / Fair– Play”, participação e autocrítica, com base em actividades e vivências diversas, diferentes das que o grupo de alunos em causa (grupo de alunos que integra o Núcleo dos Apoios Educativos da Escola envolvida, e que, possui deficiências motoras e/ou mentais) está habituado, tais como: colaboração em equipa, saídas da escola para torneios e /ou competições, entre outras. 4.1. Caracterização da amostra. 4.1.1. Caracterização dos alunos. O grupo/equipa de Desporto Adaptado existente no Agrupamento de Escolas de Águas Santas em funcionamento desde o ano Lectivo 2008/2009, era dirigido aos alunos com deficiências pertencentes ao Núcleo dos Apoios Educativos do Agrupamento. Este grupo foi criado na sequência da rentabilização das condições existentes no Agrupamento. Dada a existência de inúmeros alunos com deficiência nas Escolas Básicas, e as condições 23.

(41) humanas existentes na Escola Secundária, juntaram-se ambas no sentido de proporcionar aos alunos novas experiências já descritas nos pontos anteriores. Este grupo foi constituído por cinco alunos com idades compreendidas entre os oito e os catorze anos de idades. Estes alunos estavam inseridos numa sala de intervenção especializada em multideficiência, cujas deficiências eram: Pertubação Global de desenvolvimento do Espectro Autismo, Espinha Bífifa, Distrofia Muscular Progressiva, Asperger com deficit cognitivo, atraso grave de desenvolvimento psicomotor. No capítulo dos anexos estão os Programas Educativos Individuais de cada aluno onde constam informações mais detalhadas sobre os mesmos. 4.1.2. Caracterização do Meio O Agrupamento de Escolas de Águas Santas (AEAS) é um agrupamento vertical constituído por: Jardim de Infância de Moutidos, Escola EB1 do Corim, Escola EB1 da Granja, Escola EB1 de Moutidos, Escola EB1 da Pícua e a Escola Secundária/2,3 de Águas Santas, onde fica a Sede da Unidade Orgânica do Agrupamento. Situa-se na periferia urbana do Porto, freguesia de Águas Santas, a 4 km da cidade do Porto e a 8 km da cidade da Maia, na proximidade do importante nó rodoviário de Águas Santas, constituído pela intercepção das estradas A3/A4 e IP4. As vias de comunicação e a rede de transportes são boas, uma vez que é atravessada no sentido Sul Norte por uma importante via de comunicação, a estrada nacional 105 que liga o Porto a Guimarães. No sentido Nascente Poente pela EN 208 que cruza com a anteriormente citada 105 no Alto da Maia ligando também o Porto de Leixões à EN 15. É igualmente o principal elo de ligação entre O Alto Douro e Trás-os-Montes. É de salientar o facto de a freguesia ser atravessada pelo Rio Leça que ao longo dos. tempos. tem. contribuído para a sua projecção com. preponderância para a moagem de cereais. Era nele que se localizavam moinhos de grandes dimensões, um dos quais conhecido por “Moinhos de Laje” que deu origem à actual empresa Cerealis, importante unidade fabril. 24.

(42) A freguesia de Águas Santas, devido à sua privilegiada localização e a uma boa rede de transportes públicos, (a Escola Secundária encontra-se algo estrangulada em termos de acessibilidades), tem conhecido, nas últimas décadas, uma contínua expansão urbanística e populacional, tendo-se mesmo tornado na mais populosa freguesia do concelho da Maia. Terra próspera, de economia rural à partida, foi desenvolvendo o seu comércio e viu criadas algumas estruturas industriais mantendo, no entanto, o seu estatuto de freguesia dormitório da cidade do Porto. Anualmente a freguesia de Águas Santas recebe, aproximadamente, um milhar de novas pessoas, facto que per si, revela muito sobre a diversidade sociológica da sua população e sobre as implicações que daí decorrem – desenraizamento cultural, heterogeneidade sócio-económica, díspars níveis de escolarização e formação. É evidente o impacto desta diversificação na população discente que acolhe, repercutindo-se este sobre a necessidade de adaptação a uma realidade educativa diferente. Existem mais alunos (oriundos também de outras freguesias, concelhos, dada a sua localização limítrofe, e ainda de outros países), maior diversidade, mais e maiores desafios, maior necessidade de dar respostas a outras realidades. Considerar a diversidade para garantir a equidade foi um dos motes do Projecto Educativo 2008-2009 do Agrupamento de Escolas de Águas Santas. Este Agrupamento de Escolas tem-se esforçado por diversificar a sua oferta educativa/formativa, por proporcionar um leque variado de actividades de enriquecimento/complemento curricular (projectos, clubes, desporto…) que funcionam mesmo para além do horário laboral, e ainda por criar estruturas de apoio ao estudo (aulas de reforço, apoio pedagógico). À comunidade escolar é dada a oportunidade de participar activamente em todas as actividades contribuindo. para. o. desenvolvimento. educandos.. 25. integral,. afectivo/cognitivo. dos.

(43) 4.1.2.1. Dimensão e condições físicas das Escolas do Agrupamento Particularidades de cada um dos edifícios escolares Jardim de Infância – O edifício do Jardim de Infância, de construção recente, compreende três salas de aulas, um polivalente, um WC para crianças e um outro para adultos, uma despensa e um gabinete para reuniões. Existe também uma área de recreio em calçada portuguesa e relva e ainda um parque infantil. EB1 do Corim – Edifício escolar de tipologia P3, cuja construção remonta a finais dos anos setenta. O polivalente é um espaço que tem servido até à data, para a realização de inúmeras actividades. Tem sido utilizado, simultaneamente, como cantina e espaço de lazer (é aqui que os alunos vêem televisão, visionam vídeos). É ainda um local onde se prestam as variadas sessões informativas e se realizam as festas escolares. Serve também de recreio nos dias de chuva. EB1 da Granja – Edifício escolar construído em 1950 seguindo a tipologia de Plano Centenário. Por estar localizado muito próximo da A4, continua a apresentar elevados níveis de poluição sonora que prejudicam a prática pedagógica. Devido às obras de alargamento da auto-estrada são reduzidos os espaços exteriores que os alunos têm para brincar. EB1 de Moutidos – Esta escola abrange dois edifícios tipo Plano Centenário, definidos há cerca de cinquenta e cinco anos, tendo recebido ao longo do tempo obras de beneficiação. Nesta escola, é notória a falta de espaços cobertos onde os alunos possam brincar em segurança, sobretudo quando as condições climatéricas não permitem brincadeiras ao ar livre, e que possa ser também utilizado para a prática da actividade física. A Biblioteca funciona num espaço pouco adequado (sala de professores/reprografia). EB1 da Pícua - É uma escola nova, tendo entrado em funcionamento com o início das actividades escolares em Novembro de 2006. É uma escola de construção moderna, com espaços amplos, com excepção do refeitório. Apresenta alguns problemas ao nível da concepção e construção, sendo de 26.

(44) referir a falta de um espaço coberto e fechado, com dimensões adequadas para a prática da actividade física, e ainda a má drenagem das águas pluviais, que inundam o campo polidesportivo. Escola Sec/2,3 de Águas Santas - Ocupa as actuais instalações desde 1986 e alguns espaços do edifício começam a acusar a degradação natural decorrente da passagem do tempo e alguma desactualização a nível da estrutura espacial e dos materiais utilizados. Ao longo dos anos, a Escola foi apenas alvo de uma intervenção de fundo, mas tem sido política da gestão executiva a manutenção constante das instalações e criação de condições para aqueles que apresentam mobilidade condicionada, tendo-se procedido há já alguns anos à construção de rampas de acesso e no ano lectivo 2007/2008, a instalações sanitárias adaptadas. Por opção assumida, e mercê da oferta formativa diversificada, a ocupação real das instalações é plena em muitas horas. Existe falta de espaços para reuniões, gabinetes de trabalho para docentes, salas para aulas de apoio e reforço. O órgão de gestão tem, por isso, tentado rentabilizar ao máximo os espaços existentes, concebendo soluções para tornar possível, por exemplo, o funcionamento da sala de matemática e garantir espaços para o trabalho individual dos docentes (gabinetes de departamento).. 4.2. Plano de Estágio. O estágio teve lugar no Agrupamento de Escolas de Águas Santas, mais concretamente envolvendo os alunos da Escola EB 1 da Pícua, sob a supervisão do Dr. Luís Lopes da Direcção Regional da Educação do Norte e a orientação do Professor Doutor Rui Corredeira da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Atendendo ao facto destes alunos até à data do início deste estágio não terem envolvimento com o Agrupamento de Escolas a que pertenciam. Nesse sentido, tentamos colmatar esta lacuna também através das aulas de Educação Física. Desta forma, após o 1º período em que as aulas foram 27.

(45) ministradas na escola dos alunos, sob condições pouco favoráveis para uma boa prática desportiva, conjugaram-se esforços no sentido de levar os alunos à Escola Sede para aí poderem ter aulas no Pavilhão Municipal de Corim, onde existiam melhores condições para o desenvolvimento das actividades propostas. Através do Conselho Executivo do Agrupamento, entramos em contacto com a Associação Atlética de Águas Santas, no sentido de nos concederem uma carrinha, para o transporte dos alunos até à referida Escola. Tendo sido, prontamente facultado esse apoio, todas as semanas transportamos os alunos até à Escola sede do Agrupamento para a realização das aulas de Educação Física em melhores condições. Desta forma os alunos ficaram também a conhecer a Escola, o corpo docente do grupo disciplinar de Educação Física, bem como o corpo não docente que sempre esteve presente prestando todo o auxílio necessário a estes alunos. No quadro seguinte pode observar-se o cronograma do estágio e as suas diversas etapas de desenvolvimento.. 28.

(46) Quadro 1 – Cronograma do estágio SETEMBRO. OUTUBRO. NOVEMBRO. Sábado. 1. 3. 2. 4. Restauração da Independência 2. Segunda. Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta. JANEIRO. 2. Domingo. Terça. DEZEMBRO. FEVEREIRO. MARÇO. ABRIL. MAIO. JUNHO. JULHO. Dia de Todos os Santos 1. 1. 2. 2. 1. 3. 3. 2. 3. 1. 5. 3. 4. 4 Visita 1. 1. 3. 1. 4. 6 Aula EFA 7. 4 Aula EFA 5. 5 Aula EFA 6. 4 Avaliação. 2. 2. 5 Aula EFA 6. 2. 5. 2 Recolha autorização 3. 3. Dia do Trabalhador. 5. 3. 6. 4. 8. 6. 3. 7. 7. 4. 2. 6. 4. 7. 5. 9. 7. 4. 8. 8. 5. 3. 7. 5. 8. 6. 10. 5. 9. 9. 6. 4. 8. 6. 9. 7. 9. 6. 10. 10. 7. 5. 9. 7. 10. 8. Feriado Municipal S. Martinho 12. 10. 7. 11. 11. 8. 6. 11. 9 Avaliação. 13 Aula EFA. 11 Aula EFA. 8 Aula EFA. 12 Aula EFA. 12 Aula EFA. 9. 7 Aula EFA. 12. 10. 14. 12. 9. 13. 13. Sexta-feira Santa. 13. 11. 15. 13. 10. 14. 14. 11. 14. 12. 16. 14. 11. 15. 15. 15. 13. 17. 15. 12. 16. 16. 16. 14. 18. 16. 13. 17. 17. 17. 15. 19. 17. 14. 18. 18. 15. 18. 16 Avaliação. 20 Aula EFA. 18 Aula EFA. 15 Aula EFA. 19 Aula EFA. 19 Aula EFA. 19. 17. 21. 19. 16. 20. 20. 20. 18. 22. 20. 17. 21. 21. 18. Imaculada Conceição. Ano Novo. Dia de Camões e. 8 9. 8. Corpo de Deus 12. 9. 13. 11. 10. 14. 12. 13. 11. 15. 13. 14. 12. 16. 14. 13. 17. 15. 16 Aula EFA. 14 Aula EFA. 18. 16. 17. 15. 19. 17. 16. 20. 18. PÁSCOA. 10. 21. 19. 23. 21. 18. 22. 22. 19. 17. 21. 19. 22. 20. 24. 22. 19. 23. 23. 20. 18. 22. 20. 23. 21. 25. 23. 20. 24. 21. 19. 23. 21. 24. 22. 26. 24. 21. 25. 25. 22. 20. 24. 22. 25. 23 Aula EFA. 27 Aula EFA. 22 Aula EFA. 26 Aula EFA. 26 Aula EFA. 23 Aula EFA. 21 Aula EFA. 25. 23. 26. 24. 28. 26. 23. 27. 27. 24. 22. 26. 24. 27. 25. 29. 27. 24. 28. 28. 27. 25. 26. 30. 28. 25. 29. Dia da Liberdade 26. 23. 28. 24. 28. 26. 29. 27. 29. 26. 30. 27. 25. 29. 27. 30. 28. 30. 27. 31. 28. 26. 30. 28. 29. 31. 28. 29. 27 Visita 2. 29. 29 Aula EFA 30. 30 Aula EFA. 28 Avaliação. 30. 29. 31. 30 Aula EFA 31. NATAL. CARNAVAL. 31. Sábado. 30 31. Domingo. Legenda:. Aula de EFA – aula de Educação Física Adaptada. Visita 1 – Visita à APPACDM da Maia. Visita 2 – Visita ao Pavilhão de Ginástica da Maia.. 29.

(47) 4.3. Instrumentos e Procedimentos de Aplicação 4.3.1. Metodologia. Para que pudesse funcionar como referencial orientador da acção educativa, elaboramos a componente do Programa Educativo Individual relativa à área curricular específica de psicomotricidade em coordenação com os directores de turma, o docente de Educação Especial, os encarregados de educação e os serviços de psicologia, tendo em conta a caracterização de cada aluno. Todos os Programas Educativos Individuais foram submetidos à consideração e aprovação do Conselho Executivo da Escola de forma a serem validados. 4.3.2. Acção docente. Ao nível da realização da actividade lectiva foram tidos em consideração os seguintes aspectos: . A actividade lectiva teve como objectivo o cumprimento dos objectivos definidos nos Programas Educativos Individuais (área curricular específica de Psicomotricidade): i). realização de aulas de acordo com as orientações. programáticas dos Programas Educativos Individuais; . A adequação dos materiais utilizados, ao nível da funcionalidade de cada aluno e ao seu nível etário, nomeadamente com: i). a. utilização. de. materiais. adequados. ao. nível. de. funcionalidade de cada aluno, ao seu nível etário e; ii). a utilização de estímulos verbais e não verbais adequados. e potenciadores do processo de aprendizagem individual.. 30.

(48) . A adequação das estratégias e actividades desenvolvidas às medidas e objectivos educativos definidos nos Programas Educativos Individuais, as quais: i). incorporaram suportes variados, promotores da aquisição. de competências básicas nos diversos domínios; ii). adoptaram métodos de trabalho adequados à forma de. aprendizagem de cada aluno. . A utilização de métodos de ensino adequados às estratégias de aprendizagem de cada aluno em situação de grupo: i). pelo fomento e desenvolvimento da autonomia nas. actividades propostas aos alunos; ii). com o envolvimento e a comunicação com os diversos. agentes integrantes do ambiente educativo. Ao nível da relação pedagógica com os alunos tivemos como referenciais os aspectos seguintes: . A disponibilidade para dar apoio nas diferentes situações contextuais; . A promoção de um ambiente favorável à aprendizagem, ao bem-estar e desenvolvimento afectivo, emocional e social dos alunos, concretamente através da: i). criação de situações favoráveis à aprendizagem;. ii). implementação de estratégias favorecedoras do bem-estar. emocional e social. . A criação de um ambiente de trabalho favorável à convivência, ao respeito pelos outros e pelas diferenças individuais: i). criando oportunidades de participação iguais para todos os. alunos; 31.

(49) ii). promovendo a integração dos alunos;. iii). adoptando regras de convivência, de colaboração e de. respeito mútuos.. Deste modo foram ministradas ao longo de 33 semanas, aulas de Educação Física a este grupo de alunos com Necessidades Educativas Especiais, na Escola EB1 da Pícua e posteriormente no pavilhão Municipal de Corim. Em todas essas aulas forma abordados os conteúdos descritos nos objectivos específicos, de forma a promover uma melhoria dos mesmos ou a sua manutenção. 4.3.3. Bateria Psicomotora de Fonseca. A Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) surge da necessidade de criar uma metodologia onde se relacionem e justifiquem os vários factores e subfactores psicomotores com as três unidades funcionais do cérebro, segundo o modelo Luriano. “A BPM é um instrumento baseado num conjunto de tarefas que permite detectar défices funcionais em termos psicomotores, cobrindo a integração sensorial e perceptiva que se relaciona com o potencial de aprendizagem da criança”. (Fonseca, 1992) Esta bateria, ao longo do tempo, (cerca de dezassete anos de experiência), tem sofrido alterações e adaptações, fruto das observações psicopedagógicas feitas a crianças com problemas de desenvolvimento, de comportamento e de aprendizagem. Entendida como um instrumento de observação do perfil psicomotor e como um dispositivo clínico, embora com limitações, tem demonstrado a sua utilidade, ao ajudar à compreensão dos problemas demonstrados por crianças e jovens dos 4 aos 12 anos. 32.

(50) Nesta perspectiva é um instrumento de identificação de sinais psicomotores e não um exame neurológico. Aliás, não pretende substituir os exames neurológicos ou psicológicos standardizados, pois tem como objectivo captar a personalidade psicomotora da criança e ao mesmo tempo o grau de integridade dos sistemas funcionais complexos, segundo o modelo de organização cerebral de Luria. Decidiu-se neste trabalho a utilização desta bateria, dando continuidade ao trabalho já desenvolvido anteriormente nesta unidade na área da motricidade. Defina-se agora a importância de um desenvolvimento equilibrado dos diferentes factores da BPM para a aprendizagem. Segundo. Luria,. as. três. unidades. funcionais. não. trabalham. separadamente, mas sim em conjunto; uma sem as outras não funciona convenientemente. Assim, como sistema de comunicação onde existe uma inter-relação dinâmica, qualquer mudança ou organização que se opere numa unidade, interfere com a mudança ou organização das outras unidades. Da mesma forma os diferentes factores da BPM estão funcionalmente dependentes uns dos outros. Cada um dos sete factores constitui um todo, contribuindo individualmente, de forma integrada e harmoniosa, para um desenvolvimento psicomotor global.  Tonicidade O primeiro factor da BPM é a tonicidade, que se integra na primeira unidade funcional do cérebro, segundo Lúria, cuja principal função de alerta e vigilância assegura as condições energéticas e selectivas, sendo estas indispensáveis para qualquer realização a nível mental. Assim, a tonicidade é o alicerce fundamental da psicomotricidade, garantindo as actividades, as posturas, as mímicas e as emoções. Da tonicidade partem todas as actividades motoras humanas, assim, podemos 33.

(51) afirmar, que a tonicidade tem um papel fundamental no desenvolvimento motor e psicológico de qualquer indivíduo. A tonicidade está dependente dos feixes musculares, tendo estes, por este facto, uma enorme importância a nível biológico e psicológico, sendo também responsáveis pela forma de relação e comunicação social não verbal. A tonicidade subentende o nível mais baixo da organização psicomotora, sendo responsável pelas funções de atenção, de alerta e de activação dos estados mentais globais. Por outro lado, compreende a facilitação, ou seja, a inibição de todos os impulsos aferentes e eferentes assumindo uma função de integração sensorial. A vigilância ou a atenção contida na interacção organismo-meio é modulada no tronco cerebral, sendo uma função primitiva de sobrevivência, uma função vital sem a qual a evolução não ocorreria, e sem a sua modulação, a maturação neurológica surgiria afectada. A tonicidade compreende o grau de funcionalidade do tronco cerebral, (tálamo incluído). Todas as actividades reclamam a participação da tonicidade, função de transição entre o corpo e o cérebro, e, entre este e o meio. Em suma, a tonicidade está na base da organização de toda a informação sensorial. A tonicidade é avaliada da seguinte forma: . Extensibilidade: avalia o grau de mobilização e de amplitude que uma articulação atinge;. . Passividade: avalia a capacidade de relaxação passiva dos membros e extremidades distais (mãos e pés);. . Paratonia: avalia a liberdade motora a nível articular, assim como a organização tónica de base);. . Diadacocinésias:. avalia. os. movimentos. associados. fragmentados e dismétricos; . Sincinésias: avalia a capacidade de “inibição tónico-cinética”. 34.

(52) . Equilibração. O segundo factor que compõe a BPM é a equilibração. Integra-se também na primeira unidade funcional do cérebro, juntamente com a tonicidade, reflectindo a resposta motora vigilante e integrada face à gravidade, que actua permanentemente no indivíduo. A equilibração surge como resultado da interacção entre reflexos, informação. proprioceptiva,. integração. vestibular,. informação. visual. e. movimentos voluntários. A interacção entre estas estruturas conta ainda com o contributo das leis físicas do equilibrio. A equilibração é uma condição básica da organização psicomotora, que abrange o controlo postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. Da equilibração fazem parte o movimento e a postura, que são inseparáveis no que respeita ao controlo motor. A equilibração é portanto a integração da postura num sistema funcional complexo, que combina a função tónica e a proprioceptividade nas inúmeras relações com o espaço envolvente. O equilíbrio é indispensável a qualquer actividade motora ou de aprendizagem, uma vez que se encontra em permanente interacção com o universo extracorporal, coordenando informações internas e externas, servindo portanto de base para estruturar qualquer processo de aprendizagem. A equilibração reflete ainda a exclusividade humana da postura bípede, tal como é exclusiva a integração sensorial que está na base da equilibração. A. equilibração. é. um. elemento. chave. no. desenvolvimento. psiconeurológico do ser humano, sendo o alicerce dos processos de aprendizagem. A equilibração avalia-se tendo em atenção os seguintes critérios: 35.

(53) . Imobilidade: avalia o grau de controlo vestibular e cerebeloso da postura;. . Equilíbrio Estático: avalia a capacidade de controlo vestibular e cerebeloso da postura;. . Equilíbrio Dinâmico: avalia a capacidade de execução de movimentos precisos, económicos e melódicos.. . Lateralização. O terceiro factor da BPM é a lateralização, que é o primeiro dos três factores que integram a terceira unidade funcional cerebral, responsável pelas funções de recepção, análise e armazenamento da informação. A lateralização corresponde à progressiva especialização dos dois hemisférios cerebrais, à sua organização e hierarquização funcional. Os dois hemisférios cooperam ao longo do desenvolvimento, mas especializam-se progressivamente, um em funções simbólicas, e o outro em funções não simbólicas. Para que a lateralização se diferencie como sistema funcional e produza efeitos na psicomotricidade e na aprendizagem, é necessário que haja integração bilateral, e esta, vai depender da experiência tónica e postural, portanto do movimento. A lateralização é consequentemente um produto final da organização sensorial e de um processo central psicomotor, na medida em que o cérebro tem que processar primeiro sensações antes de processar informações mais complexas (símbolos), de onde podem resultar problemas de organização aferente e eferente que terão implicações na aprendizagem. Se não se verificar diferenciação lateral vai haver desintegração bilateral do corpo, a qual pode provocar confusões espaciais e direccionais, e consequentemente, prejudicar as relações com o envolvimento. Pode ainda afectar o controlo do equilíbrio e consequentemente das praxias, paralelamente à organização perceptivo-espacial, podendo surgir problemas de orientação, discriminação e exploração. 36.

(54) Dependente da integração bilateral está também a noção da linha média do corpo, que é uma aquisição básica fundamental para que haja orientação espacial e para a organização diferenciada das acções complexas, de onde decorrem as aprendizagens. A lateralização é aprendida pelo movimento dos dois lados do corpo, de onde vai emergir uma consciencialização interna que vai permitir a consciencialização das direcções no espaço envolvente. Em suma, a lateralização traduz a capacidade de reconhecimento dos dois lados do corpo. É uma competência operacional que rege todas as orientações do indivíduo e avalia-se da seguinte forma: . Lateralização: avalia e determina a consistência da preferência dos telerreceptores (olho e ouvido) e dos proprioceptores (mão e pé);. . Reconhecimento Direita-Esquerda: avalia a identificação e localização bilateral e contralateral e reversível de partes do corpo.. . Noção do Corpo. O quarto factor que integra a BPM é a noção do corpo e está integrada na segunda unidade funcional de Luria. Noção do corpo ou somatognosia será a tomada de consciência de uma forma organizada da estrutura corporal. Esta noção surge pela recepção, análise e armazenamento das informações sensoriais do exterior, ou seja, através dos estímulos periféricos e referências do movimento corporal, que são levados ao cérebro através do tronco cerebral, onde criam uma consciencialização específica do corpo. A noção do corpo é uma representação psicológica e linguística, construída pela própria criança. É uma aquisição essencial ao desenvolvimento da aprendizagem e da personalidade. 37.

(55) A noção ou imagem corporal, estrutura-se através do movimento corporal, da experiência cultural, integrando o emocional e o afectivo, o mágico e o fantástico. Através do movimento e de toda a experiência sensorial o cérebro vai organizar uma imagem do corpo, que se desenvolve a partir do próprio movimento. O cérebro, através da noção do corpo, vai conhecer as condições para elaborar e programar todas as actividades. Um fraco conhecimento do corpo vai necessariamente ser um obstáculo à aprendizagem e ao desenvolvimento da personalidade da criança. A noção do corpo será portanto uma representação que o cérebro faz do corpo que o comporta e que dá ao individuo a capacidade de se reconhecer como um objecto no seu próprio campo perceptivo, de onde resulta a auto-confiança, a auto-estima, o seu auto-controlo. Toda a prática corporal só pode ser concebida a partir de uma chave mestra, a estruturação do esquema corporal, elemento capital de organização racional do meio espacial e temporal da criança. Esta noção é indispensável para que a criança se possa mover no espaço, comunique e aprenda. É o ponto de referência espacial, é o alicerce de estrutura do “EU”. Avalia-se com base nos seguintes critérios: . Sentido Quinestésico: avalia o nível de conhecimento integrado do seu corpo, fornecido pelos proprioceptores;. . Auto-Imagem: avalia a capacidade da função proprioceptiva;. . Imitação de Gestos: avalia a capacidade de análise visual, de posturas e de gestos, assim como a retenção visual de curto termo e respectiva transposição motora através da cópia gestual bilateral;. . Desenho. do. Corpo:. avalia. o. nível. de. somatognósica e a sua experiência psicoafectiva. 38. integração.

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