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LINGUÍSTICA TEÓRICA E DESCRITIVA (MESTRADO) INSTRUÇÕES

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Academic year: 2021

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LINGUÍSTICA TEÓRICA E DESCRITIVA (MESTRADO)

INSTRUÇÕES

1. Este Caderno possui duas questões discursivas, das quais o candidato escolherá uma. Verifique se o caderno está completo e sem imperfeições gráficas que impeçam a leitura. Detectado algum problema, comunique-o imediatamente à Comissão de Seleção.

2. Após sortear o código que o(a) identificará durante a 1 a etapa do processo seletivo (prova escrita), você deverá colocá-lo no espaço reservado a esse fim na parte inferior desta página. 3. A questão será avaliada considerando-se apenas o que estiver escrito no espaço reservado

liara o texto definitivo.

4. Escreva de modo legível, pois dúvida gerada por grafia e/ou rasura implicará redução de pontos.

5. Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha.

6. Os rascunhos e as marcações que você fizer neste Caderno não serão considerados para efeito de avaliação.

7. A versão definitiva da resposta deverá ser redigida de caneta esferográfica azul ou preta. 8. Você dispõe de, no máximo, quatro horas para desenvolver a questão desta prova.

9. Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva à Comissão de Seleção este Caderno de provas e todas as folhas utilizadas como rascunho.

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LINGUÍSTICA TEÓRICA E DESCRITIVA - MESTRADO

QUESTÃO GERAL – A SER RESPONDIDA POR TODOS OS CANDIDADOS [OBS. A questão deverá ser respondida em no máximo 2 laudas]

Considere os textos: Texto 1:

“Para proceder ao estudo científico da linguagem é necessário que se construa uma teoria geral sobre o modo como ela se estrutura e/ou funciona. O linguista busca sistematizar suas observações sobre a linguagem, relacionando-as a uma linguística construída para esse propósito. A partir dessa teoria, criam-se métodos rigorosos para a descrição das línguas.

O estatuto científico da linguística deve-se, portanto, à observância de certos requisitos que caracterizam as ciências de um modo geral. Em primeiro lugar, a linguística tem um objeto de estudo próprio: a capacidade da linguagem, que é observada a partir dos enunciados falados e escritos. Esses enunciados são investigados e descritos à luz de princípios teóricos e de acordo com uma terminologia específica e apropriada. A universalidade desses princípios teóricos é testada através da análise de enunciados em várias línguas.

Em segundo lugar, a linguística tende a ser empírica, e não especulativa ou intuitiva, ou seja, tende a buscar suas descobertas em métodos rígidos de observação, ou seja, a maioria dos modelos linguísticos contemporâneos trabalha com dados publicamente verificáveis por meio de observações e experiências. ”

CUNHA, Angélica F. da; COSTA, Marcos A.; MARTELOTTA, Mário E. Linguística. In MARTELOTTA, Mário E.; OLIVEIRA, Mariângela R.; CESÁRIO, Maria M.; CUNHA, Angélica F. da; COSTA, Marcos A.; WILSON, Victoria; KENEDY, Eduardo; LEITÃO, Márcio M.; PALOMANES, Roza. Manual de Linguística. São Paulo: Ed. Contexto, 2008, p. 20.

Texto 2:

“A postura metodológica adotada na linguística [...] decorre naturalmente da definição do seu objeto e considera, sobretudo, que:

 todas as línguas e todas as variedades de uma mesma língua são igualmente apropriadas ao estudo, uma vez que interessa ao linguista a construção de uma teoria geral sobre a linguagem humana. Cabe ao pesquisador descrever com objetividade o modo como as pessoas realmente usam a sua língua, falando ou escrevendo, sem atribuir às formas linguísticas qualquer julgamento de valor, como certo ou errado. Isso significa dizer que a linguística é não prescritiva. ”

CUNHA, Angélica F. da; COSTA, Marcos A.; MARTELOTTA, Mário E. Linguística. In MARTELOTTA, Mário E.; OLIVEIRA, Mariângela R.; CESÁRIO, Maria M.; CUNHA, Angélica F. da; COSTA, Marcos A.; WILSON, Victoria; KENEDY, Eduardo; LEITÃO, Márcio M.; PALOMANES, Roza. Manual de Linguística. São Paulo: Ed. Contexto, 2008, p. 21.

Texto 3:

“O uso da língua nas situações reais de comunicação sugere que estamos constantemente adaptando as estruturas linguísticas para se tornarem mais expressivas nos contextos em que as empregamos. Isso ocorre porque, por um lado, as formas muito frequentes na língua acabam perdendo seu grau de novidade, ou seja, sua expressividade. Por outro lado, o homem muda e, com ele, muda também o

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ambiente social que o cerca. Assim surgem novas tecnologias, novas profissões e novas relações sociais, o que faz com que os falantes busquem novos meios de rotular esses novos conceitos.

Mas essa dinâmica da língua não se dá de qualquer maneira, ou seja, a criatividade que caracteriza o ato comunicativo não é movida por meros artifícios arbitrários de que os falantes lançam mão porque acidentalmente lhes vieram à cabeça. Ao contrário, parece que esse processo adaptativo é veiculado por determinados mecanismos básicos que refletem a natureza de nossa inteligência e o modo como ela regula nossa vida social. Isso sugere que há muito mais motivação ou iconicidade nas línguas do que se poderia inicialmente imaginar. ”

WILSON, Victoria; MARTELOTTA, Mário E. Arbitrariedade e Iconicidade. In MARTELOTTA, Mário E.; OLIVEIRA, Mariângela R.; CESÁRIO, Maria M.; CUNHA, Angélica F. da; COSTA, Marcos A.; WILSON, Victoria; KENEDY, Eduardo; LEITÃO, Márcio M.; PALOMANES, Roza. Manual de Linguística. São Paulo: Ed. Contexto, 2008, p. 77.

A partir das reflexões suscitadas pelos excertos, redija um texto dissertativo que contemple duas questões fundamentais: (1) avaliação das implicações teóricas e metodológicas das noções de linguagem (ou capacidade de linguagem) e língua para a análise linguística, na linha de pesquisa em que você se inscreveu; (2) caracterização da noção de uso linguístico para uma das linhas de pesquisa do PPgEL.

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LINGUÍSTICA TEÓRICA E DESCRITIVA – QUESTÃO ESPECÍFICA – MESTRADO O CANDIDATO DEVERÁ ESCOLHER UMA DAS TRÊS QUESTÕES ABAIXO

[OBS. A questão deverá ser respondida em no máximo 2 laudas]

QUESTÃO 1 - DISCURSO, COGNIÇÃO E INTERAÇÃO Considere o fragmento abaixo:

“Os cognitivistas propõem também que o pensamento provém da constituição corporal humana, apresentando características derivadas da estrutura e do movimento do corpo e da experiência física e social que os humanos vivenciam por meio dele. Além disso, o pensamento é imaginativo, o que significa dizer que, para compreender conceitos que não são diretamente associados à experiência física, emprega metáforas e metonímias que levam a mente humana para além do que se pode ver ou sentir. Sendo assim, a sintaxe não é autônoma, mas subordinada a mecanismos semânticos que nossa mente processa durante a produção linguística em determinados contextos de uso.”

MARTELOTTA, Mário E.; AREAS, Eduardo K. A Visão Funcionalista da Linguagem no Século XX. In CUNHA, Maria A. F. da; OLIVEIRA, Mariângela R. de; MARTELOTTA, Mário E. (orgs.)

Linguística Funcional: teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 23.

No trecho apresentado, os autores tratam a não-autonomia da sintaxe como um ponto de convergência entre o enfoque cognitivista e a tradição funcionalista. Considerando esse ponto de contato entre as duas perspectivas, redija sua resposta levando em consideração os diferentes sentidos que podem ser atribuídos à noção de sintaxe com base na leitura dos fragmentos I, II e II. Ao elaborar sua resposta:

(a) Desenvolva a ideia de que a sintaxe é subordinada a mecanismos semânticos;

(b) Descreva o papel do contexto de uso na constituição da estrutura sintática de uma língua. I. “[...] a língua não é um mapeamento arbitrário de ideias para enunciados: razões estritamente humanas de importância e complexidade refletem-se nos traços estruturais das línguas. As estruturas sintáticas não devem ser muito diferentes, na forma e na organização, das estruturas semântico-cognitivas subjacentes. ”

CUNHA, Maria A.; COSTA, Marcos A., CEZARIO, Maria M. Pressupostos Teóricos Fundamentais. In CUNHA, Maria A. F. da; OLIVEIRA, Mariângela R. de; MARTELOTTA, Mário E. (orgs.) Linguística

Funcional: teoria e prática. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 34.

II. “É importante ressaltar que há noções semânticas que costumam ser gramaticalmente especificadas nas línguas do mundo, enquanto outras nunca se apresentam gramaticalmente, mas apenas através do léxico. É comum, por exemplo, a especificação de quantidade em relação ao objeto referido por um nome, em termos de “singular” e “plural” [...]. Encontram-se, ainda, especificações de número do tipo dual (dois objetos), trial (três objetos) e paucal (alguns objetos). Por outro lado, não se tem notícia de nenhuma língua que apresente flexões marcando a cor, o tipo de material ou a forma do objeto al qual o nome se refere. Essa noções semânticas precisam ser especificadas por elementos lexicais: vermelho (cor), alumínio (material) e oval (forma).”

FERRARI, Lilian. Introdução à Linguística Cognitiva. São Paulo: Editora Contexto, 2011, p. 77.

III. “Em função do Princípio da Não Sinonímia, não se pode derivar a construção bitransitiva da construção dativa, já que suas sintaxes são distintas. As duas construções existem independentemente na gramática, relacionando-se pragmaticamente, sem que nenhuma operação de transformação sintática tenha gerado uma a partir da outra.

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Em termos pragmáticos, Goldberg (1995) propõe que a construção bitransitiva descreve a cena transferencial, tomando o recipiente [...] como tópico e o tema [...] como foco, enquanto a construção dativa descreve a mesma cena, estabelecendo o inverso [...], assumindo o tema como tópico e marcando o recipiente como foco.”

FERRARI, Lilian. Introdução à Linguística Cognitiva. São Paulo: Editora Contexto, 2011, p. 142.

QUESTÃO 2 – VARIAÇÃO E MUDANÇA

Leia a carta abaixo, de Raphael Tobias de Barros ao cunhado Washington Luís, 01/08/1900 (Simões/Kewitz 2006, Carta 02):

São Paulo, 1 de Agosto de 1900 | Washington ! | Recebi hontem tua prezada | carta de 13 do corrente, estimo | que continues com saúde, assim | como Sophia. | Pelas minhas cartas Você póde | saber as quantias que tenho te | creditado no Banco do Commercio | e Industria. (...) Indaguei | no banco do teu haver, e você | tem no momento 3:494$800 || Não creias que seja incom-|modo tratar de seus pequenos | negócios, pois quem trabalha | na praça não acha isso | incommodo, e independente | d´isso n´aquillo que te possa | ser útil é só escrever que | de bôa vontade te servirei. - | (...) Como em geral escrevo | muito ligeiro desculpe | alguns erros, e rasgue | ou guarde bem minhas || cartas. - | Muitas saudades | a Sophia e disponha | do mano Amigo Primo | Raphael.

O exemplar de carta pessoal acima ilustra fenômenos de variação entre os pronomes tu e você para o mesmo referente (paralelismo), que se manifesta nas formas pronominais (tua, te, teu, você, seus) e nas verbais (continues, creias, rasgue, guarde, disponha).

A partir deste exemplo, explique a) qual é a relação entre tradição discursiva, variação linguística, oralidade e escrituralidade; b) qual é sua consequência para a organização de corpora.

Fig. 1: contínuo de oralidade e escrituralidade (Koch/Oesterreicher 2013)

QUESTÃO 3 - ESTUDOS LINGUÍSTICOS DO TEXTO

Adam (2011, p. 204-205) faz da proposição-enunciado uma unidade textual elementar. No Capítulo 4, ao estudar as unidades tipificadas - períodos e sequências - o autor define essas últimas como:

“[...] unidades textuais complexas, compostas de um número limitado de conjuntos de proposições-enunciados: as macropoposições. ” Nessa direção, Adam define uma sequência como “uma estrutura, isto é:

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uma rede relacional hierárquica: uma grandeza analisável em partes ligadas entre si e ligadas ao todo que elas constituem;

uma entidade relativamente autônoma, dotada de uma organização interna que lhe é própria, e, portanto, uma relação de dependência-independência com o conjunto mais amplo do qual faz parte (o texto).”

ADAM, J.-M. A linguística textual. Introdução à análise textual dos discursos. São Paulo: Cortez, 2 e., 2011.

Tomadas como referências as considerações de Adam (2011), no trecho citado, explicite sua compreensão acerca da problemática das sequências textuais, estabelecendo a caracterização de cada uma delas.

Referências

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