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IDENTIFICAÇÃO DE ALTERAÇÕES POSTURAIS EM JOGADORAS DE VOLEIBOL AMADOR ATACANTES E NÃO ATACANTES

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Academic year: 2021

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IDENTIFICAÇÃO DE ALTERAÇÕES POSTURAIS EM

JOGADORAS DE VOLEIBOL AMADOR ATACANTES E NÃO

ATACANTES

SILVA, Luana Gonçalves*; REZENDE, Silas Pereira**; BOAVENTURA, Cristina de Matos**, CARDOSO FILHO, Geraldo Magela**, MAGAZONI, Valéria Sachi **, CARVALHO, Caio Augusto Mendes***

*Acadêmica do curso de fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI – MG, Brasil. (lupi-luana@hotmail.com).

** Co-Orientadores e professores do curso de fisioterapia do Centro Universitário do Triangulo UNITRI – MG, Brasil. (professorsilas2014@gmail.com).

*** Orientador e professor do curso de fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI – MG, Brasil. (caiomendes@gmail.com).

RESUMO

Introdução: O voleibol é um esporte considerado um dos 10 desportos mais praticados em todo o mundo. Por exigir muito do atleta, pode provocar um processo de adaptação orgânica que resulta em efeitos deletérios para a postura, com alto potencial de desequilíbrio muscular, gerando alterações na forma da coluna vertebral vinculadas a desordens da postura associadas à eficiência do gesto desportivo. Dessa forma, a avaliação postural se faz importante para que seja possível mensurar os desequilíbrios e tentar adequar a melhor postura a cada indivíduo, sendo a avaliação por fotogrametria capaz de detectar mais precisamente as assimetrias. Objetivo: Identificar e comparar alterações posturais entre jogadoras de voleibol atacantes e não atacantes. Métodos: Foram avaliadas 13 atletas de voleibol, divididas em: 5 atacantes e 8 não atacantes. A avaliação foi realizada através da fotogrametria nas vistas anterior, posterior, lateral direita e esquerda. Após a tomada das fotografias a análise foi realizada pelo Software de Avaliação Postural – SAPO, sendo que os pontos demarcados foram os sugeridos pelo protocolo do próprio programa. Resultados: Com a análise postural a maioria das atletas apresentaram as seguintes alterações: cabeça inclinada à esquerda, elevação do ombro esquerdo, elevação da EIAS à direita, inclinação do tronco à direita, joelhos valgos, desvio lateral da patela, assimetria das escapulas, posteriorização de tronco e anteversão de quadril. Conclusão: O resultado desta pesquisa leva-nos a concluir que todas as atletas avaliadas apresentam alguma alteração postural em todas as vistas analisadas. Porém não foi identificada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos, exceto em relação ao alinhamento vertical do corpo na vista lateral esquerda.

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2 INTRODUÇÃO

O voleibol foi criado inicialmente com o intuito de não haver o contato físico entre os jogadores, subentendendo-se assim, um risco reduzido de lesões. No entanto, no atual momento histórico, o propósito primeiro apresentado transformou-se, já que grande parte dos jogadores de voleibol vem sofrendo com lesões constantes devido aos movimentos que são exigidos na realização dos fundamentos que envolvem as jogadas do desporto. Diferente do que ocorria no passado, o voleibol contemporâneo se tornou muito mais incisivo e veloz. Nas últimas décadas, esta modalidade vem apresentando acentuada evolução, tanto nas regras do jogo como no processo de treinamento, seja no nível físico, tático ou técnico, exigindo cada vez mais um melhor desempenho dos atletas (ANTONIO, 2012). Na questão diretamente focada nas excelências de movimento, as alterações posturais, fruto do gesto repetido é possível relacionar a repetição de determinados gestos com posições e movimentos habituais, que, juntamente com a sobrecarga de treino (over training/over use), parecem provocar um processo de adaptação orgânica que resulta em efeitos prejudiciais para a postura, com alto potencial de desequilíbrio muscular (RAMOS, 2016). Já existem há algum tempo protocolos que possibilitam uma análise mais abalizada sobre eficiência e padrões de movimento que podem ser utilizados em atletas de qualquer nível de treinamento servindo de base para montagem de treinamentos específicos, corrigindo padrões de compensação e assimetrias de movimento e influenciando diretamente na diminuição de lesões relacionadas a esses padrões. Uma Avaliação Funcional do Movimento analisa os padrões fundamentais de movimento e identifica alterações na mobilidade, estabilidade e assimetrias nesses padrões. A correção destes padrões, uma vez conseguida, permite maior eficiência de movimento para o atleta, influenciando em uma melhora no desempenho e diminuição do potencial de lesões (ARAÚJO, 2012).

A postura e o controle do equilíbrio são fundamentais na vida de um atleta, a fim de realizar com segurança qualquer tipo de movimento e tarefa motora que envolva o deslocamento de segmentos corporais ou todo o corpo. A postura pode ser definida como a posição de diferentes segmentos do corpo e equilibrar-se

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3 como a manutenção do centro de massa do corpo acima da base de suporte para evitar uma queda (PAILLARD, 2015).

Para manter uma boa postura, os segmentos corporais devem ser alinhados para minimizar o torque muscular e a tensão em toda a cadeia cinética. Para ser classificado como anormal, o alinhamento deve produzir limitações funcionais que podem ocorrer em qualquer local da cadeia cinética, nas articulações adjacentes ou distais por meio de movimentos ou posturas compensatórias. A correta posição vertical é definida como a orientação mais adequada dos segmentos da coluna vertebral e de cada parte do corpo, em comparação com o segmento adjacente, bem como com o tronco inteiro. A correta postura vertical é um dos marcadores de um sistema musculoesquelético saudável (COSTA et al. 2017).O Comitê de Postura da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos define boa postura como "o estado do equilíbrio muscular e esqueleto que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesões ou deformidades progressivas", independentemente da posição (ereto, deitado, agachado ou curvado) em que essas estruturas estão trabalhando ou descansando, não existindo um procedimento padrão para análise de postura (HAZAR, 2015).

Visto que a postura é fundamental para o bom desempenho do atleta, a dor tornasse uma problemática relevante. Atualmente, a Associação Internacional do Estudo da Dor (IASP), define a dor como “uma experiência sensorial e emocional desagradável relacionada com lesão tecidual atual ou potencial ou descrita em termos de tal lesão” e defende o seu tratamento como um direito humano. Apesar disso, a IASP destaca que a dor é uma problemática subtratada e postula que a busca pela saúde deve incluir uma avaliação da dor e do seu impacto sobre os doentes, contando com os esforços profissionais para controlá-la. Sabendo-se que todos os indivíduos terão experiências dolorosas em sua vida, que por sua vez é um componente essencial para a sobrevivência do ser humano, ela serve como alarme identificando ao indivíduo quando algum estimulo está sendo lesado (OLIVEIRA, 2015). Na prática esportiva torna-se mais evidente estas experiências dolorosas, diante disto é comum que muitos jogadores treinem e joguem lesionados ou em constante estado de dor. Fazendo com que o aumento da intensidade da prática esportiva ou de atividades físicas ocasiona em maior número de lesões, que trazem consequências negativas para

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4 a saúde do atleta, prejudicando seu treinamento e desempenho. O atleta vive e convive não só com a lesão, inevitável em maior ou menor grau, mas com a dor (MEDEIROS, 2016)

Na última década, vários métodos foram desenvolvidos para realizar avaliações posturais mais precisas na posição permanente. Os últimos desenvolvimentos tecnológicos permitiram o uso de vários métodos altamente confiáveis e fáceis de usar, como os scanners de raios X e os sistemas fotográficos computadorizados. A análise da postura fotográfica pode ser considerada como um método de medição básica e observacional, permite cálculos angulares usando pontos de referência anatômicos, é um método de medição digital, mais objetivo (HAZAR, 2015).

Por sua vez, a fotogrametria é uma técnica não invasiva amplamente utilizada para avaliação postural. É uma opção viável para profissionais de saúde e pesquisadores no campo da postura, possivelmente porque permite uma avaliação quantitativa sucinta e precisa, registrando mudanças sutis na postura em geral. Do ponto de vista da avaliação da coluna vertebral, é capaz de fornecer informações nos planos frontal e sagital (ARAUJO et al. 2012). Este instrumento vem sendo amplamente difundido na área de fisioterapia como recurso diagnóstico, especialmente em avaliações posturais. Seu uso tem sido preconizado nas avaliações posturais, se mostrando um valioso recurso para registro das transformações da postura ao longo do tempo, pois é capaz de evidenciar mudanças sutis e inter-relacionar diferentes partes do corpo que são difíceis de mensurar clinicamente (FURLANETTO, 2016)

A avaliação da postura constitui a base da avaliação da fisioterapia. Isso ajuda a identificar os defeitos no corpo, que levam a vários problemas musculoesqueléticos. A avaliação postural é uma ferramenta importante que pode ser usada para avaliar os motivos de várias lesões em pessoas esportivas, uma vez que o carregamento repetitivo de corpo causado por atividades esportivas leva a certas alterações posturais, que podem causar dor e lesões (SINGLA, 2014).

O presente estudo terá como objetivo a identificação de desvios e assimetrias posturais em praticantes de voleibol comparando atacantes com não atacantes.

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5 MÉTODOS

Foram avaliadas 13 voluntárias praticantes de voleibol do gênero feminino residentes na cidade de Uberlândia com idade entre 17 a 27 anos.

As voluntárias compareceram ao local da avaliação, sob prévio agendamento, e responderam a um questionário de questões sobre os dados pessoais, seu estado de saúde, frequência de treinamento, quanto a pratica do voleibol e outras atividades esportivas e físicas concomitantes.

Foi realizada a avaliação individual de cada atleta onde as mesmas se apresentaram em trajes apropriados sendo eles top e short. As atletas foram posicionadas em uma área pré-determinada e devidamente marcada, descalças em uma posição de pé sendo a elas confortáveis. Para o registro fotográfico foram posicionadas na vista anterior, posterior, lateral direita e lateral esquerda com uma distância pré-determinada, 3.5 metros (SIQUEIRA, et al. 2010).

Para a marcação dos pontos anatômicos foram utilizados isopor e adesivos de formatos esféricos fixado através de uma fita dupla face. Os pontos anatômicos selecionados para avaliação foram: (vista anterior) trago (2 e 3), acrômio (5 e 6), espinha ilíaca ântero-superior EIAS (12 e 13), trocanter maior (14 e 15), projeção lateral da linha articular do joelho (16 e 19), centro da patela (17 e 20), tuberosidade da tíbia (18 e 21), maléolo latera (22 e 25) e maléolo medial (23 e 26); (vista lateral direita e esquerda) trago (2), acrômio (5), processo espinhoso C7 (8), EIAS (21), espinha ilíaca póstero-superior EIPS (22), trocânter maior do fêmur (23), projeção da linha articular do joelho (24), maléolo lateral (30) e região entre o segundo e o terceiro metatarso (31); (Vista posterior) ângulo inferior da escapula (7 e 8), processo espinhoso T3 (17), ponto medial da perna (32 e 33), linha intermaleolar (35 e 39), tendão calcâneo (37 e 41). Todos os pontos serão marcados de forma bilateral (ARAUJO, et al. 2010).

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Pontos anatômicos demarcados na vista anterior, posterior e lateral segundo o protocolo SAPO.

Fonte: http://demotu.org/sapo2/SAPOdoc.pdf. Acesso em: 05/04/2017

Para a obtenção das imagens foi utilizado uma câmera digital OLYMPUS (VG-120, 14 Megapixel), posicionada a uma distância de 3,5 metros do ponto demarcado no chão para o posicionamento dos pés da participante, amparada por um tripé a 90 centímetros do chão. As imagens foram armazenadas em um cartão de memória TOSHIBA (SDHC, 4gigabites). As imagens foram transferidas e analisadas por um software de avaliação postural SAPO versão 0.69, através do protocolo criado com base nas estruturas anatômicas selecionadas, quantificando as possíveis assimetrias das atletas voluntárias participantes (SIQUEIRA, et al. 2010).

Após a análise dos dados pelo software SAPO, os resultados foram quantificados por medida de porcentagem, onde serão transferidos para o programa Microsoft Excel para formação de gráficos.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa, 13 atletas, jogadoras de voleibol do sexo feminino, com idade entre 17 e 27 anos, que responderam a um questionário e foram submetidas a uma avaliação postural. Pelo questionário aplicado na entrevista das atletas a média de idade é de 21 anos (D.P. ± 3,63). As atletas

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7 divididas em grupos sendo eles de atacantes que representaram 38,46% e atletas não atacantes (líberos e levantadoras) que representaram 61,54% do total da amostra. Dentre estas todas relataram tem o membro superior direito como dominante, exceto uma que relata ser ambidestra.

Foi verificado que a maioria das atletas, sendo elas 61,54%, relatam sentir dores localizadas, entretanto quando questionadas ao período do dia em que as mesmas aparecem 30,77% relataram não relacionam a dor com períodos específicos do dia.

Com referência aos dados posturais, os números acompanhados de sinal negativo (-) referem-se a um desvio postural para o lado esquerdo; os números sem sinal referem-se a um desvio postural para o lado direito. Foi calculado a média obtida e o seu desvio padrão de todas as medidas avaliadas, para evidenciar as principais alterações encontradas entre toda a amostra que pode ser observado na tabela 1, 2, 3 e 4.

Na tabela 1, estão demonstrados os valores de médias, desvios padrão, alterações à direita e à esquerda, relativos às medidas obtidas na Vista Anterior.

Tabela 1- Valores referentes a medidas obtidas na vista Anterior de alterações à direita e à esquerda Vista anterior Médias DP Direita Esquerda Cabeça

Alinhamento horizontal da cabeça Tronco

Alinhamento horizontal dos acrômios Alinhamento horizontal das EIAS Ângulo entre dois acrômios e duas EIAS Membros Inferiores

Ângulo frontal do membro inferior direito Ângulo frontal do membro inferior esquerdo Diferença no comprimento dos membros inferiores Alinhamento horizontal das tuberosidades das tíbias Ângulo Q direito Ângulo Q esquerdo 0,68 -0,54 -0,20 0,35 -4,99 -3,72 0,55 -1,70 13,32 11,26 2,57 1,92 2,09 2,48 3,65 5,60 5,56 2,43 5,05 6,04 05 07 06 07 11 11 05 10 00 01 08 06 07 06 02 02 08 03 13 12 Media: em ângulo (para valores negativos desvio para a esquerda de valores positivos desvio a direita) e DP: desvio padrão.

Ao observar o alinhamento horizontal da cabeça, 61,54% das atletas apresentaram inclinação da cabeça para a esquerda, e 38,46 % para a direita. No alinhamento horizontal dos acrômios, 53,85% tiveram elevação do ombro esquerdo e 46,15% do ombro direito. No alinhamento horizontal das EIAS, 46,15% apresentaram elevação da EIAS esquerda e 53,85% da direita, e que no

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8 ângulo entre os dois acrômios e as duas EIAS houve inclinação do tronco à esquerda em 46,15% das atletas e à direita em 53,85%.

Com relação aos membros inferiores, nota-se que 84,62% das atletas apresentam joelhos valgo nos dois membros e 15,58% varo. A diferença no comprimento dos membros inferiores mostra que 61,54% apresentam o membro inferior esquerdo maior que o direito, que por sua vez apresenta 38,46% das atletas com membro inferior direito maior que o esquerdo. Quanto ao alinhamento horizontal das tuberosidades das tíbias 23,08% apresentam a tíbia esquerda mais elevada e 76,92% a direita mais elevada, e o ângulo Q do membro inferior esquerdo apresenta um desvio lateral da patela em 100% das atletas, no membro inferior direito um desvio lateral da patela em 92,30% das atletas e um desvio medial da patela em 7,70% das atletas.

Tabela 2 – Médias, desvios padrão, alterações à direita e à esquerda, relativos às medidas obtidas na Vista Posterior.

Tabela 2- Valores referentes a medidas obtidas na vista Posterior de alterações à direita e à esquerda Vista posterior Médias DP Direita Esquerda Tronco

Assimetria horizontal da escápula em relação à T3 Membros Inferiores

Ângulo perna/retropé direito Ângulo perna/retropé esquerdo

4,82 4,23 7,08 19,42 8,39 5,31 05 03 01 08 10 12

Media: em ângulo (para valores negativos desvio para a esquerda de valores positivos desvio a direita) e DP: desvio padrão.

Pode ser observado que em relação a assimetria horizontal da escapula em relação a T3, 61,54% das atletas apresentam elevação e adução da escapula esquerda e 38,46% da escapula direita. Nos membros inferiores 76,92% apresentam o ângulo perna/retropé direito valgo e 23,08% varo, no ângulo perna/retropé esquerdo 92,30% valgo e 7,70 varo.

Tabela 3 – Médias, desvios padrão, alterações à direita e à esquerda, relativos às medidas obtidas na Vista Lateral Direita.

Tabela 3- Valores referentes a medidas obtidas na vista lateral direita de alterações à direita e à esquerda

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Cabeça

Alinhamento horizontal da cabeça (C7) Alinhamento vertical da cabeça (Acrômio) Tronco

Alinhamento vertical do tronco Ângulo do quadril (tronco e coxa) Alinhamento vertical do corpo Alinhamento horizontal da pélvis Membros Inferiores Ângulo do joelho Ângulo do tornozelo 58,26 -1,02 -2,85 -6,15 1,28 -15,54 1,15 85,55 10,38 10,99 4,18 5,43 2,24 4,92 6,21 4,67 00 07 09 11 03 13 05 00 13 06 04 02 10 00 08 13 Media: em ângulo (para valores negativos desvio para a esquerda de valores positivos desvio a direita) e DP: desvio padrão.

Na tabela 4 - estão demonstrados os valores de médias, desvios padrão, alterações à direita e à esquerda, relativos às medidas obtidas na Vista Lateral Esquerda.

Tabela 4- Valores referentes a medidas obtidas na vista lateral esquerda de alterações à direita e à esquerda

Vista lateral esquerda Médias DP Direita Esquerda Cabeça

Alinhamento horizontal da cabeça (C7) Alinhamento vertical da cabeça (Acrômio) Tronco

Alinhamento vertical do tronco Ângulo do quadril (tronco e coxa) Alinhamento verticao do corpo Alinhamento horizontal da pélvis Membros Inferiores Ângulo do joelho Ângulo do tornozelo 59,57 -1,66 -4,72 -7,12 0,04 -14,08 1,00 85,68 4,59 12,03 2,79 4,79 1,22 6,03 5,46 2,10 00 07 13 13 05 13 05 00 13 06 00 00 08 00 08 13

Media: em ângulo (para valores negativos desvio para a esquerda de valores positivos desvio a direita) e DP: desvio padrão.

Foi verificado que o alinhamento horizontal da cabeça C7, 100% das atletas apresentam extensão da cabeça. No alinhamento vertical, 53,85 apresentam retificação e 46,15% anteriorização da cabeça, tanto na vista lateral direita quanto na esquerda.

O alinhamento vertical do tronco nos mostra que 69,23% das atletas tem posteriorização do tronco e 30,77% anteriorização do tronco na vista lateral direita e na esquerda 100% das atletas apresentam posteriorização do tronco. Com relção ao ângulo do quadril 84,60% apresentam anteversão e 15,38% retroversão do quadril na vista lateral direita e na esquerda 100% apresentam anteversão do quadril. O alinhamento vertical do corpo 76,92% apresentam inclinação anterior e 23,08% inclinação posterior do tronco na vista lateral direita

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10 e na esquerda 61,54% apresentam inclinação anterior e 38,46% inclinações posterior. Já no alinhamento horizontal da pelve 100% das atletas apresentaram antiversão da pelve em ambas as vistas.

Nos membros inferiores nota-se que no ângulo do joelho 61,54% das atletas apresentam geno flexo e 38,46% geno recurvado tanto na vista lateral direita quanto na esquerda. Quanto ao ângulo tíbio-társico as atletas apresentaram uma média de 85,55 graus na vista lateral direita e 85,68 graus na vista lateral esquerda.

Com o objetivo de verificar a existência ou não de diferenças, estatisticamente significantes, entre os resultados obtidos pelas atacantes e as não-atacantes, foi aplicado o teste U de Mann-Whitney aos valores encontrados na vista anterior, na vista posterior, na vista lateral direita e na vista lateral esquerda. O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste bilateral. Onde foi verificada diferença significativa apenas no alinhamento vertical do corpo na vista lateral esquerda como mostra o gráfico abaixo:

Gráfico 1 – Distribuição de probabilidade em relação à existência de diferenças, estatisticamente significante entre os resultados obtidos pelas atacantes e não atacantes na vista lateral esquerda.

DISCUSSÃO

Segundo Oliveira, as diferentes posições de atuação do jogador, exigem diferentes níveis de preparação física e técnica. Em avaliações realizadas em um estudo de 2015 foram observadas que cada posição necessita de uma qualidade física especifica, devido a isso são periodizados diferentes tipos de

0,1282 0,2712 0,6121 0,6121 0,0278 0,7996 0,3519 0,3105 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

Alinhamento horizontal da cabeça (C7) Alinhamento vertical da cabeça (acrômio) Alinhamneto vertical do tronco Ângulo do quadril (tronco e coxa) Alinhamento vertical do corpo Alinhamento horizontal da pelve Ângulo do joelho Ângulo do tornozelo V IS T A L A T E R A L E S Q U E R D A

Probabilidades

Probabilidades

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11 treino por posição do atleta, a técnica se reflete no treinamento baseado nas situações que os jogadores estejam aptos a realizar durante o jogo. Que corrobora com o estudo de Araújo et al. (2012), onde conclui que apesar de vários estudos envolvendo a postura de atletas apresentar prejuízo em alinhamentos e simetrias articulares, não se encontra uma padronização para caracterização de alterações e nem mesmo torna-se possível vincular a prevalência das lesões. Isso pode ser justificado pelo fato de se variar o meio que se utiliza para a análise da postura, assim como os gestos esportivos.

Podemos notar com o resultado do estudo que os treinos envolvem uma intervenção global no alinhamento e no padrão postural das atletas, onde a técnica, repetição de movimentos, sobrecarga de exercícios, encurtamento e força muscular são alguns fatores determinantes para a instalação das mesmas, associado também a hábitos posturais do cotidiano. Justificando a identificação de alterações posturais em todas as atletas pesquisadas.

O treino e a prática esportiva resultam no desenvolvimento de uma musculatura específica relacionada ao esporte praticado. Essa especificidade, durante o treinamento da força muscular, pode dar início ao desequilíbrio das forças que agem nas articulações e gerar alterações da postura ou da mecânica articular. Esse desequilíbrio muscular pode predispor os atletas a lesões e diminuição do desempenho (Carnahan e Elliott, 1987; Siqueira et al., 2002).

Para Silva em 2016, a avaliação funcional no voleibol em relação à posição específica demonstrou que atacantes e não atacantes devem ser avaliadas e trabalhadas de forma distinta e específica de acordo com as características de cada jogador, estas devem ser trabalhadas de forma a potenciar as qualidades físicas e de carga interna de cada jogador em função da sua especialização na competição.

Cada jogadora tem uma prescrição de treino diferente baseada nas características de cada posição e de cada jogadora para o alcance da melhor performance. Todas apresentam alterações, que pode ser justificado pelo fato de se tratar de jogadoras amadoras onde muitas vezes desempenham mais de uma função na equipe, e desta forma o treino muitas vezes é generalizado para todas as atletas.

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12 Em um estudo realizado por Moreira et al. em 2016, foi observada alta ocorrência de dor e presença de lesão musculoesquelética em atletas de basquete durante a preparação para os jogos universitários, onde relaciona a alta frequência de dor percebida pelos atletas com características próprias da modalidade esportiva e também pela necessidade do atleta de se sentir mais preparado para a competição, e assim aceitar a dor como uma experiência necessária para alcançar melhor rendimento, que vem em concordância ao estudo de Azevedo et al. em 2014, que concluiu que mais da metade dos futebolistas pesquisados apresentam dores localizadas.

De acordo com Santos e Greguol (2016) os atletas questionados sobre os maiores períodos de dor, 38,9% relataram que sentem mais dores durante o treino, 38,9% após o treino, 19,4% que não sentem dor e 2,8% próximo às competições. Já Oliveira (2004) contatou que em atletas em geral 76,7% afirmam que sentem dores durante o treinamento e em ginastas da categoria adulta, uma atleta apresenta dor após o treino; três durante o treino; duas durante todo o tempo; e duas quando fazem determinados exercícios. Para Oliveira (2011), muitos atletas, por desconhecer a dor que sentem durante o treino, deixam passar despercebido o fato e acabam correndo risco de uma lesão.

Com o resultado do estudo verificamos que a maioria das atletas não sente dor após o treino o que podemos justificar o fato da pesquisa ser realizada antes do inicio da temporada de maior frequência de jogos, sendo então os treinos mais técnicos do que físicos. Já nas dores localizada a maioria sentem dor, porem não relacionam a um período especifico do dia. Estas dores podem ser decorrentes de diversos fatores associados, tais como lesões anteriores, hábitos do dia a dia, dentre outros.

As principais ocorrências das alterações posturais em um estudo realizado por Dias (2009) com jogadoras de voleibol foram: inclinação da cabeça para a esquerda, elevação do ombro direito, escápula esquerda assimétrica, aumento da espinha ilíaca ântero-superior esquerda, tronco inclinado para frente, tendência à retroversão pelve, joelhos valgos e diferença no comprimento dos membros inferiores.

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13 Segundo Freitas (2007), que analisou o alinhamento postural em adultos jovens correlacionados ao estresse e a ansiedade, as principais alterações encontradas na avaliação postural foram de cabeça e pelve na vista anterior e de cabeça e tronco na vista lateral. As principais alterações posturais inclinação da cabeça para a esquerda, com anteriorização, elevação de ombro direito, aumento da espinha ilíaca ântero-superior esquerda, joelhos valgos, escápula esquerda assimétrica e inclinação do tronco para frente.

Kleinpaul et al. (2010) identificou no seu estudo com jogadores de futebol, que o desalinhamento horizontal da pelve (para a esquerda) e da cabeça (para a direita) foram os mais frequentes desvios posturais encontrados.

De acordo com o estudo de LOPES (1999) as atletas não atacantes tiveram menor ângulo lordótico que as atacantes, devido ao fato de o fundamento da levantadora e libero exigir movimentos rápidos e velozes, um melhor posicionamento do corpo, enquanto que a jogadora atacante utiliza mais o deslocamento, os saltos, a força e o arqueamento do corpo, para realizar o ataque e o bloqueio. Em contrapartida ao resultado do presente estudo que ouve uma diferença estatisticamente significativa apenas no alinhamento vertical do corpo na vista lateral esquerda, indo de encontro à hipótese do estudo, podendo ser justificado pela população da amostra, se tratando de amadoras onde muitas vezes desempenham mais de uma função na equipe, e desta forma o treino muitas vezes é generalizado para todas as atletas.

CONCLUSÃO

O resultado desta pesquisa leva-nos a concluir que todas as atletas avaliadas apresentam alguma alteração postural em todas as vistas analisadas. Porém não foi identificado diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos, exceto em relação ao alinhamento vertical do corpo na vista lateral esquerda.

As alterações são frequentes na pratica esportiva devido ao tempo da pratica esportiva e devido a especialização de treino de cada atleta, fazendo com que a repetição do gesto desportivo acarrete em uma desarmonia corporal,

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14 gerando desequilíbrios no sistema musculoesquelético. Ao mesmo tempo em que essas assimetrias geram uma adaptação orgânica do corpo para assim evitar dores e/ou lesões.

REFERÊNCIAS

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FURLANETTO, T. S. et al. Photogrammetry as a tool for the postural evaluation of the spine: a systematic review. World j orthop, , v. 7, n. 2, p. 136-148, mai./fev. 2016.

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Referências

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