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Gestão de recursos naturais em terrenos comunitários no noroeste da Península Ibérica: valorização de ativos florestais

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Academic year: 2021

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Gestão de recursos naturais em terrenos

comunitários no noroeste da Península Ibérica:

Valorização de ativos florestais

Dissertação de Mestrado em Gestão de recursos naturais

Rut María Valado Vidal

Orientador: Professor Doutor Luis Filipe Gomes Lopes Co-orientador: Engenheiro João Gama Amaral

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Gestão de recursos naturais em terrenos comunitários

no noroeste da Península Ibérica:

Valorização de ativos florestais

Dissertação de Mestrado em Gestão de recursos naturais

Rut María Valado Vidal

Orientador: Professor Doutor Luis Filipe Gomes Lopes Co-orientador: Engenheiro João Gama Amaral

Composição do Júri:

Professor Doutor José Manuel Martinho Lourenço Professora Doutora Aurora Carmen Monzon Capapé

Professor Doutor Luis Filipe Gomes Lopes

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III

‘A teoria apresentada neste trabalho é unicamente da responsabilidade do autor’

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V

“Hablamos sobre los recursos naturales como si todo tuviera una etiqueta con el precio. Pero no podemos comprar los valores espirituales en una tienda. Las cosas que estimulan nuestro espíritu son intangibles: los viejos bosques, un río claro , el vuelo de un águila, el aullido de un lobo, el espacio y el silencio sin ruido de motores. Esos son los valores que las personas buscan y todos necesitan “

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VII AGRADECIMIENTOS

Este espacio está dedicado a todas las personas que contribuyeron a la elaboración de este trabajo.

Al profesor Luís Filipe Gomes Lopes en especial por su paciencia y su calmada manera de explicarme las cosas . Además de esto, por todo lo que me ha enseñado, por sus críticas, sus sugerencias y por disponibilizarme su tiempo.

Al ingeniero Joao Gama Amaral por todos los datos y bibliografía que aportó al trabajo sin los cuales la veracidad del mismo estaría comprometida.

A los trabajadores que nos recibieron con una disponibilidad admirable en nuestra salida a territorio gallego.

A mi familia y amigos, sin nombres ni apellidos. Ellos han hecho que llegue hasta aqui. Eternamente gracias.

A este Reino maravilloso.

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VIII RESUMO

A gestão de recursos naturais em territórios comunitários na Península Ibérica (Norte de Portugal e Galiza) é o objeto central de estudo desta tese. Entende-se por territórios comunitários os terrenos possuídos e geridos por comunidades locais. Neste trabalho pretende-se aprofundar as questões referentes aos montes em titularidade comum. Com este propósito, estabelecem-se os conceitos básicos sobre os terrenos comunitários, para posteriormente fazer uma análise comparativa da legislação dos os montes comunitários em Portugal - os baldios e os terrenos comunitários da Galiza - os montes veciñas. Com esta abordagem conseguimos traçar um percurso pela história legislativa e institucional dos

baldios e dos montes veciñas, verificando os paralelismos, as especificidades e mesmo as

divergências entre estes territórios.

A parte prática deste trabalho é um exercício de valorização económica, tentar dar um valor numérico (em euros) aos diferentes bens e serviços associados aos recursos naturais dos terrenos comunitários. Escolheu-se o baldio de Ansiães para realizar esta valoração económica. Foram descritos parâmetros como o valor ecológico, a fixação de carbono, o valor da madeira etc. Os resultados obtidos dão uma visão, por ventura, mais fidedigna do real valor dos recursos naturais principalmente das florestas nos territórios comunitários na Península Ibérica.

ABSTRACT

The management of natural resources in community territories in the Iberian Peninsula (North of Portugal and Galicia) is the central theme of this thesis study. We define community land as those which are owned and managed by local communities. This work seeks to fathom into issues relating to the mountains of common ownership. For this purpose, the basic concepts about land community are established to subsequently make a comparative analysis of the legislation between the community in Portugal - Os Baldíos - and community land in Galicia-Montes vecinales-. Having this in perspective, we have to track through legislative and institutional history "Os Baldíos " and the "Montes vecinales", verifying the parallelisms, specificities and even divergences between these territories.

The practical aspect of this work is an exercise in economic recovery, to try to give a numeric value (in euros) to different goods and services related to natural resources of Community

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Land. O Baldío de Ansiaes was chosen to perform this economic valuation. There were described parameters such as the ecological value, carbon fixation, the value of wood etc. The results give us a more faithful vision of the real value of natural resources, mainly forests in the community lands of the Iberian peninsula.

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X

Índice

AGRADECIMIENTOS... VII RESUMO ... VIII ABSTRACT ... VIII

Capítulo I- Considerações iniciais ... 12

1.1 Introdução ... 12

1.2 Definição de " bens comuns" ... 13

1.3 Características dos territórios comunitários - Common lands ... 14

1.4 Os proprietários dos terrenos comunitários na PI : os comuneros/veciños ( GZ) e compartes (PT) ... 16

Capítulo II- Os terrenos comunitários no noroeste da Península Ibérica (PI) ... 18

2.1 Evolução dos " terrenos comunitários " ... 18

2.2 Territórios comunitários em Espanha (Galiza ) - Os Montes veciñais ... 18

2.2.1 Processo histórico dos Montes veciñais ... 19

2.2.2 Situação atual dos montes veciñais ... 19

2.3 Territórios comunitários em Portugal - Os Baldios ... 23

2.3.1.Processo histórico dos baldios ... 24

2.3.2 Situação atual baldios ... 26

2.4 Comparação da distribuição espacial e quantitativa dos baldios com os montes veciñais ... 30

Capítulo III- Regime jurídico associado aos territórios comunitários ... 31

3.1 Legislação Europeia ... 31

3.2 Legislação espanhola ... 32

3.3 Legislação Portuguesa ... 41

Capítulo IV- Gestão de Recursos naturais no baldio de Ansiães ... 50

4.1 Valorização ambiental ... 50

4.2 Valorização económica e ecológica do baldio de Ansiães ... 52

4.2.1 Caracterização do baldio de Ansiães ... 52

4.2.2 Metodologia ... 53

4.2.3 Resultados ... 58

Capítulo V- Conclusões... 65

BIBLIOGRAFÍA ... 67

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XI Índice de figuras

Figura 1- por comarcas da Galiza em 2001 (Fonte: revista ambienta) ... 21

Figura 2 - Propriedades florestais administradas pelo ICNF ... 27

Figura 3 - Legislação no âmbito dos MVMC antes da “constitución española” ES ... 34

Figura 4 - Marcos legislativos no âmbito dos MVMC após a “Constituição de 1978”em Espanha ... 39

Figura 5 - Legislação, mais importantes, da Galiza relacionadas com a floresta ... 40

Figura 6 - Legislação no âmbito dos Baldios antes da ditadura em Portugal ( pt). ... 44

Figura 7 - Legislação no âmbito dos Baldios após a ditadura em Portugal ( pt) ... 47

Figura 8 - Direito comparado entre os principais pontos da legislação Espanhola relativa aos MVMC com a legislação Portuguesa dos Baldios ... 49

Figura 9 - Categorias do valor econômico ... 51

Figura 10 - Localização baldio de Anciães ... 53

Figura 11 - Resultados finais em percentagem da valorização ambiental realizada para o baldio de Ansiães... 64

Índice tabela Tabela 1 - Classificação dos recursos segundo Elinor Ostrom ... 13

Tabela 2 - Montes veciñais por província na Galiza ... 20

Tabela 3 - Montes veciñais por comarca na Galiza ... 21

Tabela 4 - Unidades de baldio por distritos *... 29

Tabela 5 - Comparativa entre número de baldios PT e montes veciñais GZ ... 30

Tabela 6 - Valores ecológicos estimados das diferentes espécies arbóreas do baldio de Ansiães ... 58

Tabela 7 - Valor estimado da fixação de carbono no baldio de Ansiães. ... 59

Tabela 8 - Valor protetor estimado da floresta e matos do baldio de Ansiães. ... 59

Tabela 9 - Valor recreativo calculado para o baldio de Ansiães. ... 60

Tabela 10 - Valor económico da pastagem existente no baldio de Ansiães. ... 60

Tabela 11 - Valor económico do mel estimado no baldio de Ansiães. ... 61

Tabela 12 - Valor económico do gado estimado para o baldio de Ansiães. ... 61

Tabela 13 - Valor económico da madeira existente no baldio de Ansiães... 61

Tabela 14 - Valor económico água existente no baldio de Ansiães. ... 62

Tabela 15 - Valor económico da atividade da pesca no baldio de Ansiães. ... 62

Tabela 16 - Valor económico da atividade de caça praticada no baldio de Ansiães. ... 63

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12 Capítulo I- Considerações iniciais

1.1 Introdução

O debate sobre os regimes de propriedade, poderá oferecer o melhor ponto de partida para o argumento de que todas as soluções de governança dos recursos naturais (RN) poderão ser entendidas como formas de propriedade. Por este motivo, comparar a gestão Galega dos "Montes veciñais en man común" (MVMC) com a gestão dos terrenos comunitários (Baldios) em Portugal poderá ser uma abordagem esclarecedora e trazer novas ideia para a gestão dos recursos naturais nos terrenos comunitários do noroeste da Península Ibérica. Assim, pretendemos desenvolver um trabalho científico focado na valorização económica dos ativos florestais associados aos territórios comunitários do Norte de Portugal e aos Montes Veciñais

en mano común da região autónoma da Galiza - Espanha.

É hoje, unanimemente, reconhecido pela sociedade que as florestas naturais e/ou artificiais desempenham um papel triplo: económico, ecológico e social. Encontrar o equilíbrio entre essas três funções nem sempre é fácil. O debate entre produtividade e conservação continua na agenda das instituições europeias. O relatório de avaliação ambiental da Agência Europeia do Ambiente (EEA, 1999), coloca as florestas europeias no centro de muitos problemas ambientais e económicos, incluindo as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, erosão do solo, stress hídrico e a falta de estabilidade das zonas de montanha. Do ponto de vista económico, a valorização de ativos florestais continua a carecer de estudos científicos e de novas abordagens. É verdade que as florestas fornecem benefícios diretos e indiretos, e que muitos têm valor de mercado. Assim, a eficiente gestão das nossas florestas seria a chave para a manutenção de um mercado justo e de acordo com a realidade. Porém a valorização de bens e serviços do ecossistema sem mercado (non market) é mais complexa, neste caso a gestão dos recursos naturais das florestas é mais complexa, significa não só atribuir um valor económico, mas também ter em conta outros aspetos, tais como a herança, o valor cultural . Neste trabalho incidiremos, na parte prática, apenas na valorização de ativos florestais num caso de estudo de uma unidade de terrenos comunitários do Norte de Portugal - baldio de Ansiães.

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13 1.2 Definição de " bens comuns"

Elinor Ostrom (1990 e 2009) expandiu a redutora divisão económica clássica de bens privados (exclusivos e rivais) e bens públicos (não exclusivos e não rivais). Esta autora aumentou para quatro as categorias de bens (ver tabela 1) substituindo o termo "rivalidade do

consumo" por "subtractabilidade no uso" e pondo estas características a variar do "mais" (High) para o memos (Low), em vez de caracterizá-las como presente ou ausente. Dessa

forma, obteve a classificação de mais duas categorias de bens: "recursos comuns" que compartilham o atributo de subtractabilidade com os bens privados e dificuldade de exclusão com os bens públicos .

Fonte : Ostrom, E., (2005). Understanding Institutional Diversity. Princeton: Princeton University Press.

Em termos conceptuais, um bem comum é uma categoria particular de bem público. A sua definição remete para os critérios de rivalidade e exclusividade. Assim, um bem comum é um bem não exclusivo (onde são elevados os custos de exclusão de potenciais beneficiários) e rival no consumo, ou seja, o uso de uma unidade por uma pessoa priva as outras do seu uso, mas não se pode condicionar o acesso a não ser através de uma regulação pública que se imponha a cada um dos agentes (Caldas e Louçã., 2010). Dentro dos bens comuns temos duas categorias; os bens públicos que dependem do Estado e os bens que dependem de uma comunidade. Isto significa que , os bens públicos tenham diferencias com os bens comunais . Há, pelo memos, duas formas de definir bens públicos : do ponto de vista do direito, entende-se que os bens públicos é tudo o que é propriedade ou é proveito pelo Estado ( em

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qualquer dos seus níveis administrativos) ; e do ponto de vista da economia que é um bem que esta disponível a todos e que o uso que dele faz uma pessoa não reduz ou prejudica o que possam fazer outras de ele.

Existe algumas diferenças entre os bens públicos e os bens comunais: vistos desde o direito não são geridos pelo Estado, senão a comunidade que adquiriu os direitos sobre ditos bens ou recursos; os bens comuns , alem, normalmente são recursos susceptíveis de se esgotar ou congestionar quando o seu uso não está regulado visto da economia , pelo que o seu desfrute está restringido. Há que diferenciar também entre os bens comunais de aceso aberto e os restringidos. Os primeiros são acessíveis a toda a gente, qualquer pessoa pode aceder, em quanto que os segundos estão submetidos a umas regras que definem quem tem direitos sobre eles, e como e quando se utilizam ( Ostrom 2005 e 2009; Cox et al. 2010). Mas o tipo de aceso também pode ser misto, por exemplo, se alguns usos dos recurso são abertos mas outros fechados (qualquer pessoa pode passear na floresta mas o direito de exploração das árvores é restrito).

Assim, podemos apelidar de "comuns" aqueles recursos, processos ou coisas (materiais ou de caráter intangível ) no qual o beneficio, posse e ou direitos de exploração pertencem a um grupo ou a uma comunidade de pessoas. O grupo em questão pode ser extenso, incluindo todos os habitantes de um país, região, cidade, aldeia... ou restringido como uma família ou algum dos seus membros. Os bens, recursos, processos ou coisas que na atualidade podem ser considerados como comuns são; desde bens gerais e físicos até bens abstratos como o conhecimento (i.e. dados, informação) (Ostrom e Ostrom,1977).

1.3 Características dos territórios comunitários - Common lands

São muitas as diferenças que há entre terrenos comunitários espalhados um pouco por todo mundo, porém há algo que os identifica: em todos eles partilha-se algo em coletividade, tentando prevenir o conflito. È precisamente por isso que tem de existir normas que regulam, quem, como e quando se pode fazer uso do que partilham; como se organizam e decidem; como distribuem o que produzem e como se conjugam os diferentes interesses (Acheson, 2011). Ainda que em cada caso cheguem a formas de organização dispares ( desde muito simples a muito complexas), dado que as circunstâncias, o recurso e a comunidade são também diferentes, em todos eles os seus compartes tenham direito e capacidade de intervir, propor e de modificar como se governam.

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São condições para evitar o conflito na governação dos "comuns" a facilidade em obter informação sobre o recurso que compartilham, as regras com as que se governam e tudo o que acontece na comunidade (Berge e van Laerhven , 2011). Em todas procura-se um equilíbrio, nem sempre fácil, entre as capacidades do recurso e as necessidades da comunidade. Ostrom, (1990) identifica uma serie de princípios aplicáveis aos casos de gestão eficiente de recursos de uso comum e que podemos encontrar ( em diferentes graus). Estes princípios são : o grupo que compõe a comunidade está bem delimitado. Está claro quem tem o direito a fazer parte dela e a fazer uso dos recursos que partilham. Também estão bem definidos os recursos que utilizam e os limites que devem respeitar para não os esgotar ou congestionar. As normas de uso dos recursos estão desenhados levando em conta a sua natureza e características. As pessoas que compõem a comunidade podem participar na modificação das normas de uso. Terem formas de controlo de usos inapropriados dos recursos e frequentemente terem um regime sancionador associado aos usos inapropriados (Wilson et al., 2002).

Os territórios comunitários da Península Ibérica têm as seguintes características:

-Posse comum e pacífica, em referência aos proprietários, o regime é de comunidade germânica ou em mão comum.

-Zelo dos vizinhos da qualificação destes montes como vizinhais em mão comum. -Procedência foral dos montes.

-Monte indiviso e benefícios para os vizinhos. Tudo pertence a toda a comunidade sem divisão possível.

-Evolução dos aproveitamentos das áreas de repovoamentos florestais com o objetivo de reforçar a comunidade, com uma gestão conjunta destas áreas.

- Sendo os vizinhos os proprietários é compreensível que o monte não pode ser herdado ou vendido.

-Interesse da comunidade proprietária por adquirir personalidade jurídica para intervir na administração e defesa destes montes, assim como poder participar nos possíveis benefícios sobre a repovoamento florestal e outros planos de melhora que se estabeleçam nos mesmos.

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-Conveniência de que se documentem estes montes corretamente em prol da comunidade proprietária sendo coligidas nas prescrições dos usos e costumes, apoiando-se nas condições vizinhais dos mesmos.

Princípios dos comuns

Podemos considerar alguns princípios ou funções que partilham os diversos bens comuns: -Sustento básico. Provém alimento, possibilitam a vida, constituem meios de cultivos, combustíveis e mesmo medicamentos;

-Fonte primordial de recursos e reabastecimento;

-Destino de resíduos. Permitem a reciclagem da água, o oxigénio, o carbono e quase todos os resíduos da humanidade;

- São fonte de conhecimentos , podemos encontrar resposta sobre os ciclos da vida, da água, a interação de espécies…

-São o lugar onde poder partilhar vivencias e viver em comunidade. Proporcionam lazer e descanso.

1.4 Os proprietários dos terrenos comunitários na PI : os comuneros/veciños ( GZ) e compartes (PT)

Na Galiza os proprietários dos terrenos comunitários apelidam-se de "Comuneros" que são os que participam numa comunidade. Geralmente aplica-se às pessoas que não possuem a terra de forma individual. Nos montes em "mano comúm" a propriedade é coletiva.

Define-se no” Art 3 Ley 13/1989, de 10 de octubre, de montes vecinales en mano común “que :

“1. La propiedad de los montes vecinales en mano común, con independência de su origen, es de naturaleza privada y colectiva, correspondiendo su titularidad dominical y aprovechamiento, sin asignación de cupos, al conjunto de los vecinos titulares de unidades económicas, con casa abierta y residência habitual en las entidades de población a las que

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tradicionalmente hubiese estado adscrito su aprovechamiento, y que vengan ejerciendo, según los usos y costumbres de la Comunidad, alguna actividad relacionada con aquéllos.

2. La Comunidad vecinal a que se refiere el apartado anterior se entenderá compuesta por los vecinos que la integren en cada momento. “

Na recente legislação portuguesa que altera a lei dos Baldios, de 2 de setembro de 2014, explicita-se que os proprietários dos terrenos comunitários:

“ 3 - São compartes todos os cidadãos eleitores, inscritos e residentes nas comunidades locais onde se situam os respetivos terrenos baldios ou que aí desenvolvem uma atividade

agroflorestal ou silvo pastoril".

4 - São ainda compartes os menores emancipados que sejam residentes nas comunidades locais onde se situam os respetivos terrenos baldios” Lei n.º 89/97, de 30 de julho”

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Capítulo II- Os terrenos comunitários no noroeste da Península Ibérica (PI)

2.1 Processo histórico dos " terrenos comunitários "

No início da nossa civilização, todos os recursos eram livremente acessíveis a todos. Ou seja, "comuns" em sentido lato. No entanto, mesmo antes da criação dos Estados modernos, foram desenvolvidas regras sociais para manter uma ordem implícita associada ao consumo desses recursos em ambientes com múltiplos utentes (Lopes et al., 2013). Os bens comunais surgem durante o período feudal na Europa como o conjunto de bens que eram concedidos a um senhorio para a sua exploração: feudos. Após a progressiva desaparição do feudalismo a partir do século XIII, estes bens passaram a formar parte das aldeias e cidades que estiveram a nascer ao longo do tempo na volta dos castelos e assentamentos feudais. Agora já não era propriedade de um senhor, senão da comunidade. Depois foram regulados pelos distintos foros. Uma parte de aqueles bens passaram a ser propriedade exclusiva dos antigos senhores, mas outros engrossaram o património do comum dos cidadãos. Os foros regularam a sua exploração que estava sujeita a limitações de toda ordem . Como características principais, podemos dizer que eram bens não alienáveis e a exploração dos mesmos devia ter implicado o respeito e cuidado do bem. A capacidade de regular o seu uso foi ficando nas mãos das distintas aldeias, até que nas legislações municipais a partir dos séculos XVIII e XIX permitiram aos municípios um alto nível de autorregulação. Hoje em dia ainda existem muitos terrenos comunitários na Europa como se referenciou em 2008 no International Journal of the Commons (Bravo e de Moor, 2008).

2.2 Territórios comunitários em Espanha (Galiza ) - Os Montes veciñais

No período em que o homem como atividade dominante praticava a agricultura, domesticou e criou gado, também se instalou em essas terras usando-as como comunitárias. A propriedade coletiva subsiste ao longo das múltiplas ocupações da Península Ibérica (Berge , 2005).

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19 2.2.1 Processo histórico dos Montes veciñais

É na idade media quando os domínios senhoriais estendem a sua autoridade mas de maneira difusa ou não efetiva. A terra foi cedida a traves de contratos que duraram gerações. O passo do feudalismo ao capitalismo ainda se observa na Galiza com os foros não sendo estes extintos ate o século XX.

É a partir do século XVII quando a questão do uso e utilidade dos terrenos comunitários é levantada publicamente.

O crescimento demográfico a partir do XVIII abre o caminho para fundamentar a repartição de sistemas agrários imprescindíveis para os pequenos camponeses – incultos.

Chegando já ao liberalismo do século XIX defende-se o esforço modernizador do Estado, os direitos absolutos da propriedade privada das teorias desenvolvidas.

Na Galiza durante o século XIX os montes tinham um papel insubstituível no funcionamento agrário tradicional. O Estado, pela contrario, tentava fazer repovoamentos florestais e surgiam também problemas nas aldeias em virtude da propriedade individual. No entanto , os espaços coletivos foram mantidos por outros interesses comunitários como os agrários, e pela falta de firmeza nas instituições do Estado. A partir das décadas centrais do século XX, o Estado começa a ter muito mais poder de coagem e menos limites para o seu funcionamento.

Em diversas partes do mundo se vem exemplos de como há casos de regimes de propriedade comunitária . É então quando a partir da década de 80 começam a se gerirem os recursos de outro jeito. Em primeiro lugar esclarecem-se conceitos. A propriedade comunitária não é sinónimo de “open acces” , senão que, é um jeito de aproveitamento em comum dos recursos diferentes aos da propriedade privada ou pública. Identificam os fatores essenciais a ter em conta na análise da propriedade comunitária.

2.2.2 Situação atual dos montes veciñais

Os montes vizinhais em mão comum constituem hoje perto de 3.000 unidades produtivas comunitárias que ocupam cerca de 700.000 hectares da superfície da Galiza (Xunta de Galicia, 2012 ) (ver tabela 2). No transverso da segunda metade do século passado experimentaram vários regimes institucionais, até que a partir de 1968 começou um processo de devolução da propriedade do monte ás comunidades de vizinhos, processo que se

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consolidou por como uma lei da que depois falaremos ( lei 13/1989 do Parlamento de Galiza) o qual continuamos a seguir na atualidade.

Com esta devolução das superfícies comunais aos seus proprietários estava à espera de, não só outorgar a estes um reconhecimento moral e político, senão também, facilitar a mobilização produtiva das terras e o desenvolvimento das áreas em que os montes vizinhais têm maior presença. Estas expectativas ainda não são certas cento por cento atualmente porque estes ativos físicos susceptíveis de serem mobilizados produtivamente não suscitam a auto-organização das comunidades (Quiroga, 2012).

Tabela 2 - Montes veciñais por província na Galiza

2012 Província Nº Montes Superfície (ha) A Coruña 291 47.665,72 Lugo 949 207.891,04 Ourense 1.226 277.019,49 Pontevedra 748 134.323,72 TOTAL Galiza 3.214 666.899,97

Fonte : Xunta de Galicia 2012, man común.

O 22,55% da superfície galega , que é 2957400ha, corresponde a monte veciñal.

Agora vamos fazer uma distinção por comarcas (fig. 1). As comarcas são subdivisões das províncias que se consideram homogêneas por vários fatores tais como condições naturais ou a persistência de demarcações históricas.. Na Galiza temos 53 comarcas com 314 municípios como se pode ver na tabela 3.

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Figura 1- MVMC por comarcas da Galiza em 2001 (Fonte: revista ambienta)

Tabela 3 - Montes veciñais por comarca na Galiza

2012 Província Comarca Nº Montes

Superfície (ha) Galiza 3214 66.899,97 A Coruña 291 47.665,72 Arzúa 1 37,86 Barbanza 56 9.032,41 A Barcala 0 0,00 Bergantiño 8 1.450,74 Betanzos 10 1.234,12 A Coruña 3 445,71 Eume 2 349,68 Ferrol 4 418,37 Fisterra 5 418,71 Muros 28 5.457,75 Noia 54 9.985,69

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22 Ordes 4 209,50 Ortegal 10 4.265,57 Santiago 0 0,00 O Sar 56 5.709,22 Terra de Melide 10 3.671,67 Terra de Soneira 13 2.010,03 Xallas 28 2.968,69 Lugo 949 207.891,04 Os Ancares 244 38.768,46 Chantada 21 3.624,58 A Fonsagrada 54 10.857,49 Lugo 121 24.020,40 A Mariña Central 17 9.280,80 A Mariña Occidental 25 9.614,14 A Mariña Oriental 15 1.902,98 Meira 9 1.469,24 Quiroga 83 34.407,03 Sarria 139 16.557,74 Terra Chá 85 28.249,52 Terra de Lemos 101 22.829,03 A Ulloa 35 6.309,63 Ourense 1.226 277.019,49 Allaríz-Maceda 98 8.239,41 Baixa Limia 106 32.156,25 O Carballiño 154 13.518,66 A Limia 136 26.848,18 Ourense 67 6.549,05 O Ribeiro 97 14.794,72 Terra de Caldelas 65 6.586,96 Terra de Celanova 154 15.092,23 Terra de Trives 55 13.865,42 Valdeorras 82 45.826,28 Verin 138 53352,39

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23 Viana 74 40.189,94 Pontevedra 748 134.323,72 O Baixo Miño 45 15.656,29 Caldas 131 10.931,55 O Condado 76 11.384,68 Deza 38 4.942,09 O Morrazo 18 3.726,14 A Paradanta 56 19.529,59 Pontevedra 146 31.750,36 O Salnés 36 3.644,95 Tabeirós-Terra de Montes 86 10.833,70 Vigo 116 21.924,37

Fonte: Xunta de Galicia, inventario de man común.

2.3 Territórios comunitários em Portugal - Os Baldios

Na história da evolução dos baldios podem identificar-se quatro momentos distintos relativamente às formas de exercício da propriedade por parte das comunidades locais. Num primeiro momento, as comunidades locais faziam usos tradicionais do baldio, centralizados nos compartes, constituindo uma extensão das suas economias individuais. Os interesses centravam-se sobretudo nas pastagens, matos, lenha e floresta, constituindo os usos mais tradicionais, onde havia um exercício da propriedade jurídica e da posse económica por parte dos compartes. Num segundo momento, as comunidades locais perderam a propriedade jurídica dos seus baldios, que passaram a estar sob a tutela dos Serviços Florestais após a sua submissão ao regime florestal, com a implementação da Política de Arborização dos Baldios – Lei do Povoamento Florestal de 1938. Ocorreram significativas limitações à utilização dos recursos do baldio por parte das comunidades locais, sobretudo relacionadas com o pastoreio, tendo diminuído também a posse económica. Com o decreto lei 39/76 do 19 de janeiro , que marca o terceiro momento, os baldios foram restituídos às comunidades locais e, de acordo com este diploma legal, os baldios poderiam passar a ser geridos segundo duas modalidades:

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em exclusivo pelos compartes, através de um Conselho Diretivo do Baldio mas sempre com o privilegio de ser zelado pelo Estado, ou pela Junta de Freguesia, quando lhe fossem delegados poderes para a gestão; e em parceria entre o Estado e o órgão que representa o baldio. A segunda situação é a mais frequente (Baptista et al., 2001). As comunidades locais recuperaram a propriedade jurídica dos seus terrenos comunitários, mas transferindo a gestão da floresta (praticamente o único recurso gerador de receitas na época), havendo um desfasamento entre o exercício da propriedade jurídica e a posse económica dos terrenos proprietários. Finalmente, num quarto momento, ocorreram usos exteriores não praticados pelos compartes, nem traduzidos em benefícios para a entidade gestora, sendo exemplos o turismo e lazer, aliados aos recursos 7 de 10 ambiente e património. O baldio passou a ser um espaço de novas procuras por parte de novos agentes, que dele retiram benefícios, sem que as comunidades locais deles beneficiem ou os controlem. As comunidades locais detêm a propriedade jurídica destes terrenos coletivos mas não a propriedade económica. Estudos mais recentes confirmam o forte declínio dos usos tradicionais por parte dos seus legítimos proprietários, bem como a emergência de novos utilizadores e de novas formas de exploração.

2.3.1.Processo histórico dos baldios

Os baldios têm uma longa história de usos coletivo tradicionais exercidos e controlados pelos compartes, seus detentores legais. A mudança de paradigma de utilização dos baldios a que se assiste hoje acompanha as alterações ocorridas nas explorações agrícolas e nas formas de exploração dos recursos, decorrentes da transformação da sociedade portuguesa e, em particular, das economias regional e local. Tendencialmente, vão sendo em menor número as explorações agrícolas cuja economia depende da utilização destes espaços, 6 de cada 10 são comunitários. Assim, sua importância enquanto espaços complementares das explorações agrícolas vai-se esbatendo gradualmente. À par do progressivo abandono de formas tradicionais de exploração dos baldios emergiram novas formas de utilização e novos utilizadores, motivados pelos recursos destes espaços, relacionados, sobretudo, com o ambiente e o património, e maioritariamente centradas em práticas de lazer e de exploração de recursos naturais. Estas novas procuras decorrem num palco que cada vez temos menos território do rural e mais espaço, como destaca Baptista (2003) aludindo ao desfasamento entre a fruição do terreno comunitário, a utilização das receitas e o investimento produtivo.

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No período medieval-feudal, a terra só tinha dois donos : o rei e os fidalgos . A relação fazia-se entre quem tinha e quem não tinha terra, mas na hierarquia social camadas intermédias tinham os instrumentos de produção e usufruíam de alguns direitos .

Das revoluções de finais do século XVIII até meados do século XIX surge um novo sistema económico, político e social, com profundas alterações no modo de produção , que começava a ser o capitalismo.

Em Portugal , este período de transição atinge a plenitude com a implantação da República. É neste período que cresce a problemática contraditória dos baldios. Nenhuma outra propriedade foi ou é mais livre e plena que a dos baldios. A pesar de isto, era contraria as reformas liberais da agricultura e as propriedades privadas. Existiam então problemas com as propriedades comunais que pertenciam a um coletivo.

Esta questão levanta-se neste período em que um novo conceito de propriedade privada se releva, tendo como princípio a libertação da terra e a sua individualização .

Da mesma natureza de esta teoria jurídico-política foram os baldios repartidos ou inteiramente absorvidos , em antigas herdades, de que resultou alguns dos latifúndios.

Foi então conquistando espaço a revolução liberal. Assim se confirmava a burguesia rural como nova classe.

Por tanto, tornava-se necessário acompanhar as transformações correspondentes á natureza do estado liberal e, criar uma nova ordem jurídica. Essa tarefa histórica cumpriu-a Mouzinho da Silveira, ao separar, o poder administrativo do poder judicial e iniciar as reformas ao regime feudal. Reformas profundas que davam pé ao capitalismo.

As novas leis implantadas passaram a criar cada vez maior desigualdade económica. Uma parte da nobreza aburguesada e algum campesino enriquecido une-se em torno do aumento da propriedade. Livres de contratar e/ou comprar – vender. Assim é como vão desaparecendo as pequenas e médias parcelas.

Os baldios do norte vão sendo florestados.

Os levantamentos dos compartes e as sucessivas petições que chegavam as cortes evitou que fossem apropriados para as herdades ou para florestação todos os baldios. Principalmente no norte que é a parte que nos interessa , já que, sobreviveu uma forte organização comunitária. Em finais do século XIX, foi decisiva a entrada plena no sistema capitalista.

A apropriação individual dos terrenos baldios passa a ser prática normal e, nenhuma voz se levanta a favor dos compartes, a não ser os próprios.

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26 2.3.2 Situação atual baldios

Com os novos tempos, e após os baldios passarem por estas diferentes etapas – políticas do Estado Novo , transformação da agricultura e do mundo rural, apropriação e por cedências, processo de devolução o número de baldios decresceu.

Nos territórios comunitários existe, desde o ano de 1976, um processo gradual de organização das comunidades locais, resultante da aplicação do Decreto -Lei n.º 39/76, de 19 de janeiro, que estabeleceu as regras de devolução ao uso, fruição e administração dos compartes os terrenos baldios submetidos ao Regime Florestal ou reservados, antes sob a gestão do Estado. Até 1976, nos terrenos baldios submetidos ao Regime Florestal existia uma gestão única exercida pela Administração Pública florestal, com base no conceito de Regime Florestal estabelecido através de Decretos de 1901 e de 1903, ambos de 31 de dezembro (Germano, 2004). Com a publicação do Decreto -Lei n.º 39/76, de 19 de janeiro, foi alterada a forma de gestão dos terrenos baldios, a qual passou a poder ser partilhada e participada pelas comunidades locais de compartes. Constituem -se, então, as «unidades de baldio», que podem corresponder a um ou mais lugares, ou a toda a freguesia, em resultado da organização das assembleias de compartes, que elegem os seus órgãos representativos e escolhem a modalidade de administração a levar a cabo no baldio: regime de exclusividade pelos compartes, ou regime de associação entre os compartes e o Estado. Em 1993 é publicada a Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, que revogou o Decreto -Lei n.º 39/76, de 19 de janeiro, mas manteve o conceito de baldio, de comparte, de unidade de baldio, bem como as finalidades que devem nortear o aproveitamento dos recursos dos baldios. Com esta lei é reforçada a competência das assembleias de compartes, a figura da nulidade dos atos de apropriação de terrenos baldios e é criado o conceito de plano de utilização dos recursos do baldio, o qual têm como objetivo a programação da utilização racional dos recursos efetivos e potenciais dos baldios. Recentemente, com a publicação da Lei n.º 72/2014, de 2 de setembro, o conceito de compartes, a aplicação das receitas geradas pelos baldios e a sua administração, constituem alguns aspetos essenciais da alteração do respetivo regime jurídico instituído pela Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, que visam reforçar o papel ativo das comunidades locais no aproveitamento e na exploração sustentada dos recursos deste património coletivo. Quanto à administração dos terrenos baldios, mantêm-se os regimes definidos em 1976 com as alterações introduzidas pela Lei n.º 72/2014, de 2 de setembro: regime de exclusividade pelos compartes, ou regime de associação entre os compartes e o Estado, este vigorando

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transitoriamente; e prevêem-se as figuras administrativas dos poderes de delegação, e da administração transitória. Existem ainda territórios baldios nos quais não se verificou a organização dos compartes, que representam 17% do número total das freguesias com baldios submetidos a regime florestal (ICNF). Na figura 2 podemos ver representada a superfície de baldios em Portugal.

Figura 2 - Propriedades florestais administradas pelo ICNF Fonte: ICNF

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Existe um grande desconhecimento atual da situação dos baldios - como foi constatado no Inquérito 2000 . Não existe , em quase todas as zonas do Continente ao norte do Tejo cadastro geométrico da propriedade rústica. Além de isto também se sente falta de um cadastro específico dos baldios.

Uma das causas de estes vazios são os conflitos de delimitação entre comunidades locais e o facto do declínio das atividades tradicionais.

A diminuição nestes últimos anos está provavelmente associada á absorção de terrenos comunitários pelas autarquias.

Assiste-se, no momento atual, a uma transição da propriedade comunitária, onde as atividades tradicionais praticadas como suporte das economias individuais, declinaram e onde são crescentes novos interesses. Importa redefinir ou refundar a propriedade comunitária no sentido da sua economia se inserir no desenvolvimento local, valorizando os seus recursos de forma integrada, sob o controlo e em benefício das comunidades.

Apresenta-se a seguir os dados do número de baldios no ano 1939 em comparação com os de 2010 na tabela 4. Podemos ver como o número de baldios por distrito diminui em todos os casos.

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Tabela 4 - Unidades de baldio por distritos

Fonte : Unidades que constam na base de dados de suporte á execução do protocolo : DGRF/Baladi DGRF/ Forestis 2010. Baldios Portugal continental registrados no Inventory of the number of common land, and its

surface in 1939. Distrito Nº Unidades de baldio 1939 *Inventory of commond lands Nº. Unidades de baldio 2010 (baladi/forestis) Perdida de unidades de baldio (%) Viana do Castelo 689 213 69% Braga 448 95 79% Vila Real 844 333 61% Bragança 1149 160 86% Porto 272 15 94% Aveiro 299 33 89% Coimbra 780 70 91% Viseu 1279 254 80% Guarda 477 42 91% Castelo Branco 135 12 91% Leiria 420 28 93% Santarém 157 1 99% Lisboa 444 1 99% Setúbal 29 100% Portalegre 40 100% Évora 52 100% Beja 55 100% Faro 69 100% Total 7638 1257 84%

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2.4 Comparação da distribuição espacial e quantitativa dos baldios com os montes veciñais

Na tabela 5 apresentam-se os distritos de Portugal com o número de baldios que tem cada um assim como o as províncias da Galiza com os seus montes veciñais. Pode-se ver como o número de territórios comuns é muito maior na Galiza sendo esta de menor superfície. Outro dado que nos achega esta tabela é que o número de terrenos comunitários é maior no norte de Portugal e no sul da Galiza, refletindo a história em comum entre estas duas terras.

Tabela 5 - Comparativa entre número de baldios PT e montes veciñais GZ

Fonte: Unidades que constam na base de dados de suporte á execução do protocolo : DGRF/Baladi DGRF/ Forestis 2010. Xunta de galicia, inventario de man común 2012.

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Capítulo III- Regime jurídico associado aos territórios comunitários

3.1 Legislação Europeia

A normativa comunitária europeia em matéria florestal não tem uma política florestal geral comum, pelo que esta matéria continua sendo essencialmente competência dos Estados membros. Em concordância com o principio de subsidiariedade e com o de complementaridade , os Estados membros são responsáveis da planificação e da execução dos programas florestais nacionais ou instrumentos equivalentes, no contexto de uma gestão florestal sustentável .

Não obstante, o sector florestal vê-se afetado por determinadas políticas comunitárias como as de desenvolvemento rural, proteção contra os incêndios e contaminação atmosférica, conservação da biodiversidade ( Natura 2000) aplicação do Convénio sobre o cambio climático, investigação e, incluso, competitividade da silvicultura . A gestão , conservação e desenrolo sustentável das florestas são temas essencial hoje dentro de outras políticas comuns vigentes como a de meio ambiente e a política agrícola comum (PAC). É necessário cada vez mais uma ação coordenado a nível europeu em matéria florestal. A maior parte das disposições normativas da União Europeia aprovadas ate o de agora em matéria florestal estiveram ligadas a PAC e regularem principalmente ações de fomento por meio de bolsas e ajudas. Na União Europeia, o sector florestal a partir dos anos 80 vê-se com uma grande preocupação pela sua degradação , mas ao mesmo tempo como um setor de futuro , já que, o incremento das massas florestais foi considerado uma solução para algumas terras.

Este foi o objetivo principal da normativa comunitária florestal, que sempre teve um caráter secundário com respeito a dominante política agrícola comum. Não há uma política florestal autónoma que de uma resposta global aos problemas e necessidades do setor .

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32 3.2 Legislação espanhola

Para falar na legislação galega , primeiro temos que fazer uma abordagem sobre o histórico da proteção de montes e posteriormente da lei de montes que é a antessala da legislação galega própria de montes vizinhais em Mão comum.

As primeiras normas protetoras sobre as florestas aparecem na Idade Média

Depois, a sua proteção incrementou ate os séculos XVIII E XIX nos que se criara um autentico sistema administrativo florestal : “Ordenanza de Montes de 1833 (Javier de Burgos) A pesar de tudo, as circunstâncias dos montes foram muito diferentes em ambos os Séculos. Ante o desmatamento pelas políticas anteriores , no século XVIII , os Borbones começaram a proibir , por exemplo, as podas sem presença de um experto.

Pela contra de isso, a Armada espanhola estava facultada para pegar nas madeiras e gerir a conservação dos montes contíguos com o mar e rios navegável.

Com o século XIX aparece o liberalismo:

- Aparece uma rejeição pelas limitações das propriedades privadas. -Achasse que os cultivos em mãos dos particulares seria mais efetiva.

Como resultado de isto, a liberdade de aproveitamento que se predicava dos montes de propriedade particular deu a lei de montes de 1863 na qual se vai tentar salvar da privatização determinados montes públicos do estado e das aldeias.

Na linha evolutiva da legislação espanhola foi sempre primordial , quase absolutamente, a preocupação pela função económica do monte , pela sua exploração e só desde um tempo até esta parte , a sua importância meio ambiental. Neste sentido há que se lembrar de que não só Espanha, também a nível mundial, já que o monte estava visto como um bem ilimitado. A lei de Montes de 8 junho do 1957 era mais uma lei de propriedade florestal que de meio ambiente florestal. A norma aprovou-se em um momento histórico em que a consciência ambiental não estava na mente das pessoas. A filosofia subjacente na Lei é produtivista. Boa parte de esta Lei é baseada em disciplinar a propriedade florestal, as servidumbes (servidão) e os seus direitos, o regime jurídico dos aproveitamentos e as indústrias florestais. Também se pode apreciar na norma do 1957 uma pequena preocupação ambiental e de proteção dos

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montes (por exemplo, a Lei regula a conservação e melhora dos montes públicos e dos particulares, cria as categorias dos montes catalogados de utilidade pública e a dos montes protetores, regula a repovoações florestal , atuações hidrológico-florestais, normas para a defesa dos montes contra as pragas e os incêndios e normas sobre os Parques nacionais) , mas não é o seu centro de referência.

Faltava na legislação pré-constitucional de montes uma consideração do bosque no seu conjunto como objeto de proteção. A normativa protegia só determinados bosques que pela sua ubicação ou características têm uma função relevante, sobretudo, em relação com os processos hidrológicos. Entre os montes de particulares ( 2/3 do total) , praticamente só eram considerados protetores, e por tanto , regiam-se pela regulação publica , as florestas situadas nas bacias hidrográficas.

Na Lei de Montes de 1957 estavam sujeitos a um especial regime jurídico aqueles que tivessem umas determinadas circunstâncias : tratava-se de montes não catalogados, que estivessem povoados em tudo ou em parte com alguma das espécies estabelecidas pelo Regulamento de Montes do 1962 ( art. 228) ou outra disposição regulamentaria ; no caso de montes de qualquer entidade publica, que estivessem catalogados ou de utilidade pública ou, se forem montes dos particulares , que fossem montes protetores, quando pela sua função sejam objeto de uma singular declaração administrativa. Quando os terrenos que tinham consideração de montes para a Lei, ainda que não estivessem com as características anteriormente nomeadas, tinham uma adscrição florestal, isso é , se eles mudar de uso ou destino devia ser autorizado pela Administração florestal. Em definitiva , os montes dos particulares constituíam uma propriedade privada especial, já que, ainda que regime básico do direito privado se mantinha , era uma propriedade sujeita a um importante regime de intervenção administrativa. A legislação pré-constitucional de montes , além de pela Lei de montes do 1957, estava integrada pela Lei de Patrimônio Florestal do Estado de 1941 , a Lei de Incêndios Florestais de 1968 , a Lei de Fomento da Produção Florestal de 1977 e os seus regulamentos . Todas estes eventos são resumidos sinteticamente na figura 3.

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Período histórico

Idade media Primeiras normas sobre as florestas

S.XVII Incremento progressivo da proteção das florestas tempo dos

“ Borbones e a Armada Española “

S.XIX Rejeitam-se as propriedades privadas e o monte só se vê como

unidade produtiva Liberalismo , “Ordenanza de Montes 1833”

Lei de Património florestal do Estado 1941 posteriormente ICONA

-lei de propriedade florestal

* lei produção florestal 1977 (e seus regulamentos)

S.XX Lei de montes -carácter produtivista

8 junho 1957 *lei de incêndios florestais 1968

- aparece algo de preocupação ambiental

Regulamento de Montes 1962

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“Constitución Española de 1978”

Uma nova orientação jurídica. Com aprovação da “Constitución Española” , vai-se produzir uma importante mudança desdê a que ver toda a normativa florestal. Se por uma parte vão a se reconhecer competências de desenvolvimento legislativo e executivo as Comunidades autónomas na matéria, por outro elevasse a rango de principal a política económica social e o direito a desfrutar de um meio ambiente adequado para o desenvolvimento da pessoa, como o dever de preservá-lo. Contem também um mandado para os poderes públicos, ao estabelecer que há que ter um usso racional de todos os recursos naturais. Ao partir de esta base ¨( art 45 ) a principal norma estatal de desenrolo de esta norma é a Lei de conservação dos Espaços Naturais e a Flora e Fauna Silvestre . Isto marca um importante ponto de inflexão no âmbito florestal. A norma , em cumprimento do art 45.2 e conforme ao disposto no art. 1469.1.23 da “Constitución “ , teve como objetivo o estabelecimento de normas de proteção , conservação, restauração e melhora dos recursos naturais e particularmente nas relativas aos espaços naturais e a flora e fauna silvestres.

A base dos princípios inspiradores da Lei ( manutenção dos processos ecológicos essenciais e dos sistemas vitais básicos ; utilização ordenada dos recursos e preservação da diversidade genética, a variedade, singularidade e beleza dos ecossistemas naturais e da paisagem ), é o artigo 9 da Lei 4/89 o que constitui desdê a sua aprovação uma referência obrigatória em matéria florestal. Esta Lei também consagrou a nova direção da política e da ação florestal a desenrolar pelas Administrações públicas, na qual a parte ambiental passou a ser prioritária. Esta disposição propôs como finalidade básica fazer um aproveitamento ordenado dos montes, com independência da sua propriedade. Outro aspeto importante foi o planeamento dos recursos naturais. Esta Lei criou , como novo instrumento, os “ Planes de Ordenación de lós Recursos Naturales y las Directrices para la Ordenación de lós Recursos Naturales”

A distribuição de competências entre o Estado e as Comunidades autônomas em matéria florestal

Em concordância com o artigo 149.1.23 da “Constitución”, o Estado tem reservada a competência sobre a legislação básica em matéria de montes, aproveitamentos florestais e vias

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pecuárias, correspondendo as Comunidades autônomas , em geral, o resto das funções normativas e executivas na matéria.

Sobre as florestas, que são um recurso natural de importância fundamental para a conservação do meio ambiente, incidem também as regulações normativas baseadas nas competências em matéria medio ambiental previstas nos artigos 148.1.9 e 149.1.23 , que permitem as Comunidades autônomas assumirem competências de gestão em matéria de proteção do meio ambiente, dando ao Estado a competência exclusiva para ditar a legislação elementar mas podendo as autonomias ditarem normas adicionais de proteção. Além de estas competências , tanto as Comunidades autônomas como o Estado possuem outras competências que incidem sobre a matéria florestal, como são as que têm a ver com a ordenação do território e a política territorial, o urbanismo, as vivendas, a agricultura , os bens públicos, agricultura e gado, fomento e investigação , promoção do desporto e lazer, espaços naturais , regime jurídico civil e administrativo e economia .

A Lei estatal 43/2003 do 21 de novembro clarifica as funções na matéria da Administração Geral do Estado nos aproveitamentos florestais e meio ambiente. Recolhe de este jeito a representação internacional de Espanha em matéria florestal; a definição dos objetivos gerais da política florestal espanhola ; a elaboração e sistematização da informação florestal para manter e atualizar a Estatística florestal espanhola; bases da extinção de incêndios; medidas fitossanitárias urgentes; planes de formação e emprego florestal; programas de melhora genética e conservação de recursos genéticos florestais de âmbito nacional; Instruções básicas para a ordenação a aproveitamento de montes ; fomento da investigação científica e a coordenação do Catalogo de Montes de Utilidade Pública.

A lei 43/2003 opta com claridade pela colaboração e cooperação entre as Administrações para beneficio de um médio florestal que não percebe de fronteiras administrativas

O complexo esquema espanhol da distribuição de competências em matéria de montes, aproveitamentos florestais e proteção do meio ambiente, conduziu até uma colaboração e cooperação administrativa. Existe um dever geral de colaboração entre o Estado e as Comunidades Autónomas que não é necessário justificar mediante preceitos concretos porque é ,de essência, o modelo de organização territorial do Estado implantado pela “Constitución”. A matéria florestal é um campo propicio para a celebração de convénios entre as diferentes Administrações públicas. Existe uma importante legislação autonómica florestal além de uma

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local. Concretamente no âmbito local as administrações tenham faculdades de ordenação, exploração e melhoria dos montes.

A lei de Montes que 43/2003 revitalizou o papel das Administrações locais dando a elas uma maior participação na adoção de decisões que incidem diretamente sobre os seus próprios montes, com isso também , o seu papel como principais proprietários florestais públicos em Espanha e a sua contribuição a conservação dos recursos naturais dos que todos somos beneficiários.

O artigo número 9 da Lei 43/2003 precisa que as entidades sociais devem ter as seguintes competências:

- A gestão dos montes da sua titularidade não incluídos no “ Catalogo de Montes de Utilidade Pública”

- A gestão dos montes catalogados da sua titularidade quando assim se disponha na legislação florestal da comunidade autónoma

- A disposição do rendimento económico dos aproveitamentos florestais de todos os montes da sua titularidade, sem prejuízo, do disposto no artigo 38 da Lei de Montes em relação com o fundo de melhoras de montes catalogados ou, no outro caso, do disposto na normativa autonómica.

- A redação de um relatório preceptivo no procedimento de elaboração dos instrumentos de gestão relativos aos montes da sua titularidade incluídos no “ Catalogo de Montes de Utilidade Pública.

- A edição de outros relatórios preceptivos previstos em esta lei, relativos aos montes da sua titularidade.

-Aquelas outras que, na matéria objeto de esta lei, se atribua, de maneira expressa, a legislação florestal da comunidade autónoma ou outras leis.

Depois de ter ficado no caminho diversos anteprojetos, projetos e propostas de reforma da lei de Montes de 1957 , não foi até a aprovação da Lei 43/2003, quando se derrogou a legislação pré-constitucional.

Resulta iniludível a obrigação do Estado aprovar uma nova Lei florestal que se una à matéria e permitisse uma tutela integral da florestal. A numerosa e assistemática normativa florestal vigente até o momento em Espanha não respondia as novas questões que se estavam a

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plantear. A nova norma, em conformidade com o Direito florestal internacional e comunitário europeu, têm em conta os múltiplos usos que a nossa sociedade demanda hoje no monte mas, sobre tudo, a prioridade da proteção ambiental da floresta é básica. Assim define-se na “Carta Magna” e a jurisprudência do máximo intérprete constitucional, e nesta direção moveram a Lei de Conservação de Espaços Naturais e a posterior legislação florestal autonómica. Hoje em dia, uma política florestal que não estiver apoiada em uma política ambiental esta destinada a perder tudo o seu significado.

Também a Lei 42/2007 do Património Natural e da Biodiversidade centra-se na prevalência da proteção ambiental sobre a ordenação territorial e urbanística e esta estabelece que as Administrações competentes garantam que a gestão dos recursos naturais se produza com os maiores benefícios para as gerações atuais sem comprometerem as futuras.

Os princípios que inspiram a Lei 42/2007 baseia , da perspetiva da consideração do próprio património natural na manutenção dos processos ecológicos essenciais e dos sistemas vitais básicos na preservação da diversidade biológica, genética , de populações e de espécies e na preservação da variedade, singularidade e beleza dos ecossistemas naturais . Esta declaração de intenções adverte que a norma inspirasse em uns princípios que venham em marcados no conceito primeiro e fundamental da gestão florestal sustentável . A partir de ele podem-se deduzir os demais : multifuncionalidade, integração da planificação florestal na ordenação do território, a coesão territorial e a subsidiariedade , o fomento das produções florestais e o desenvolvimento rural, a conservação a biodiversidade florestal, a integração das políticas florestais nos objetivos ambientais internacionais, a cooperação entre as Administrações e a obrigada participação de todos os agentes sociais e económicos interessados na tomada de decisões sobre o meio florestal. Na elaboração da Lei 43/2003 jogou um papel decisivo a Estratégia Florestal Espanhola, favorecida pelo trabalho da “ Dirección General de Conservación de La Naturaleza “ aprovada a 17 de março de 1999 pela “Conferência Sectorial de Medio Ambiente” , assim como o “ Plan Forestal Español”, aprovado pelo “ Consejo de Ministros “ em julho de 2002.

Lei de montes de 2015. Esta lei tem como objetivos “ contribuir a la conservación de la biodiversidad, la prevencion de los incencios forestales , la lucha contra El cambio climático y aprovechamiento económico de los montes “ .Contudo,e como é logico , deija inquetos aos coletivos ecologistas já que, fica nas mãos das comunidades autônomas a potestade de autorizar a construção nos montes arrasados pelos incêndios.

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A anterior lei de 2006 proibia a mudança de uso florestal das zonas incendiadas no mínimo durante 30 anos. Esta era a maneira de evitar que se provocassem incêndios florestais com fins especulativos . Agora as comunidades “ poderão acordar câmbios de uso florestal em zonas incendiadas, justificando a existência de um interesse general prevalente e mediante o estabelecimento de medidas compensatórias”

Resumimos na figura seguinte os acontecimentos mais relevantes relativos à legislação dos MVMC com ocorrência após a instauração da “ constitución española “ (Fig 4).

-Importância do ordenado e aproveitamento das florestas -Prioridade da componente ambiental

-Reconhecem-se competências legislativas e executivas às Comunidades Autónomas -Planeamento dos recursos naturais

Lei 4/1989 “ Conservación de los Espacios Naturales y de la Flora y Fauna silvestre”.

Medidas de conservação

Julho 2002 Plano florestal Espanhol

Lei 43/2003 de Montes Derroga-se a legislação pré-constitucional , “ Estrategia

Forestal Española” – Mais competências as comunidades autónomas

Lei 10/2006 28 abril , modifica-se a lei de montes ( lei 43/2003) Lei 42/2007 “Património natural y de la Biodiversidad”

1-derroga a lei 4/1989 2 -prevalência da proteção ambiental sobre a ordenação territorial e urbanística 3-responsabiliza-se as administrações que garantam a gestão dos recursos

Lei 21/2015 Montes Modifica a anterior lei de montes ( lei 43/2003)

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“Eleição de representantes dos montes em Mão comum”

Entre as leis relacionadas com a floresta galega (fig 5) encontramos a lei de montes veciñais atual que recolhe a representatividade das comunidades de montes nos jurados provinciais , mas a eleição deste membro era muito complexa, ou impossível , já que se exigia a celebração de uma assembleia provincial das comunidades de montes e na que tinha que dar se um quórum do 50%. Desde o mesmo nascimento da Organização Galega de Comunidades de Montes Vizinhais (ORGACCMM) sempre defendeu a importância das comunidades de montes contarem com representação em este organismo.

Lei 10/1985 14 agosto “ Concentración parcelaria en Galicia” Lei 13/1989 10 outubro “ Montes vecinales en mano común “ Lei 1/1995 2 janeiro “ Protección ambiental de Galicia”

Lei 10/1995 23 novembro “ Ordenación del territorio de Galicia” Lei 9/2001 21 agosto “ Conservación de la naturaleza”

Lei 12/2001 10 setembro - modifica Lei de “Concentración parcelaria en Galicia”

Lei 9/2002 30 dezembro “ Ordenación urbanística y Protección del Medio Rural de Galicia Lei 15/2004 29 dezembro – modifica lei 9/2002

Lei 3/2007 9abril “Prevención y defesa contra los incendios forestales “ Lei 7/2008 7 julho “ Protección del paisaje de Galicia”

Lei 7/2012 28 junho de Montes (atual)

Figura 5 - Legislação, mais importantes, da Galiza relacionadas com a floresta

No ano 2001 a ORGACCMM lança uma campanha para proceder a eleger ao representante das comunidades de montes na província de A Coruña , por ser a de menos presença nas comunidades de montes . A pesar de tudo, não se conseguiu o quórum.

A partir de 2007, a “ Consellería do Medio Rural”, por meio da direção política do BNG (¨Bloque Nacionalista Galego “), com a finalidade do superar o claro não cumprimento da lei de montes vizinhais resolveu convocar assembleias provinciais de comunidades de montes

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para elegerem o seu representantes nos jurados provinciais. Estas eleições tiveram lugar os dias 6 de outubro de 2007 na Coruña, 30 de março de 2008 em Lugo e 22 de novembro de 2008 em Pontevedra. Em estas três localidades, os representantes eleitos, foram os candidatos da ORGACCMM, a falta da representação da província de Ourense. Quantitativamente, pode-se dizer que o peso que tem o representante das comunidades de montes nos júris provinciais vai ser escasso, mas a sua presença vai ser fundamental pela defesa dos direitos das comunidades e pela informação direta dos expedientes .

Em termos gerais, a atitude da “Xunta de Galicia” respeito do reconhecimento de terras como monte veciñal não são de tudo positivas. O período legislativo 2002-2005 , com governo do “ Partido Popular” os jurados provinciais caracterizaram-se por muitas pejas para a classificação das terras como monte vizinhais alegando argumentos como os de serem terras de pouca superfície ou ocupadas por algum tipo de instalação , ainda sendo esta ilegal, não ter atividade florestal ou que era solo urbano.

Em maio de 2009 , uma sentença do “Tribunal Superior de Xustiza de Galicia “ de que os montes vizinhais só podem ser os que continuam como terrenos florestais. Este é o caso da sentença pela que se declaram como monte vizinhais parcelas da paróquia viguesa de Teis que estava ocupadas pelo zoológico da Madroa e por instalações desportivas do Celta de Vigo. No período legislativo 2002-2005 a anterior “Dirección Xeral de Montes” apresentou as entidades relacionadas com o monte , um rascunho de projeto de lei de montes em que se eliminavam os júris provinciais de classificação de montes vizinhais por perceberem que já não havia mais terra que pode-se ser declarada como monte veciñal. Naquele momento, esse intento legislativo não avançou pela atitude contraria de “ Comisións Obreiras”, “Sindicato Labrego Galego “ e da ORGACCMM.

Como um feito contrario, no período legislativo 2005-2009 da “ Conselleria do Medio Rural” , avançou muito na declaração de parcelas como monte veciñal. Assim, a “Delegación Provincial de Pontevedra” declarou como veciñal mais do 80% das solicitudes apresentadas.

3.3 Legislação Portuguesa

No mundo o direito ambiental teve origem no século XIX, particularmente determinadas questões ambientais cuja verdadeira intensificação se verificou em finais dos anos 60 e início de 70 em virtude do modelo de desenvolvimento económico-industrial (Frade, 1999). Em Portugal, o Direito Ambiental tem origem ancestral numa envolvente muito diversa da atual.

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Observando a Constituição da República Portuguesa de 1822 anota-se que os particulares não tinham tantas obrigações face à administração pública. Era da competência das câmaras municipais o dever de plantar árvores nos baldios e terrenos concelhios. Em 1892 o dever puramente público começa a mudar e os cidadãos começaram a despertar para a contaminação das águas o fez emergir o decreto para regulamentar os Serviços Hidráulicos. Após um período de 27 anos surge uma nova Lei de Águas por força da Lei n.º 5787 de 10 de Maio/1919 ( Faria ,2013).

Com a entrada no século passado, até aos anos 60, a preocupação ambiental residia numa utilização e gestão não danosa dos recursos naturais, altura em que estes começaram a ser observados como fatores de produção e alguns até como bens de consumo. A mera preocupação não foi suficiente para regulamentar ou para permitir a preservação de um ambiente saudável para todos. No entanto possibilitou o incremento voluntario e não voluntario, da legislação ambiental. Com o tempo a regulamentação ambiental começou finalmente a dar frutos em Portugal por consequência da adesão à atual União Europeia. Na altura, em 1986, a Comunidade Económica Europeia (CEE) já dispunha de uma série de ações protecionistas ao ambiente e aos cidadãos, fruto de uma evolução coerciva que em 1962, iniciou a criação de institutos e leis. O primeiro foi o Comité de peritos europeu para a conservação da natureza e dos recursos naturais, o segundo o Comité sobre a poluição das águas (aquando da publicação da Carta da água em 1968). Em 1967 foi aprovada uma Diretiva Europeia relativa à classificação da rotulagem e embalagem de substâncias perigosas; em 1970 são aprovadas as diretivas relativas ao nível sonoro e às emissões de veículos a motor. Nesse mesmo ano o Conselho da Europa promoveu uma declaração relativa ao ordenamento do ambiente na Europa que definiu pela primeira vez os grandes princípios de ação em prol da proteção ao ambiente. Portugal, particularmente em matéria de ações ambientais, envolveu-se em 1971 na Conferência de Estocolmo com a comunicação da Comissão Nacional de Ambiente (CNA). Em 1974 criou a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) que de 1979 a 1985 se integrou no Ministério da Qualidade de Vida (Frade, 1999). Após anos 70 e meados dos anos 80, começa a surgir uma panóplia de leis para proteção dos recursos naturais e do planeta em si, forçando através do direito o combate à poluição privilegiando um carácter sancionatório aos infratores (Pinto, 2000). O direito começa a ter uma dignidade constitucional, um quadro legislativo, e uma política interventiva, focada na sociedade e no seu bem-estar. Anote-se que “o Código Penal de 1995 estabeleceu nos seus artigos 278º, 279º e 280º, respectivamente, sobre os crimes de “danos contra a natureza”,

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Tabela 1 - Classificação dos recursos segundo Elinor Ostrom
Tabela 2 - Montes veciñais por província na Galiza
Figura 1-  MVMC por comarcas da Galiza  em 2001 (Fonte: revista ambienta)
Figura 2 - Propriedades florestais administradas pelo ICNF  Fonte: ICNF
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Referências

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