Pós-Graduação em Ciência da Computação
“EQUIPES DE DESENVOLVIMENTO DE
SOFTWARE
:
Concepção, Caracteres, Espécies e Fatores
Influentes no Desempenho”
Por
FABIANA FIGUEIRA SANCHES FLORES
Dissertação de Mestrado
Universidade Federal de Pernambuco posgraduacao@cin.ufpe.br www.cin.ufpe.br/~posgraduacao
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE INFORMÁTICA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
FABIANA FIGUEIRA SANCHES FLORES
“EQUIPES DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE:
Concepção, Caracteres, Espécies e Fatores Influentes no
Desempenho"
ESTE TRABALHO FOI APRESENTADO À PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO DO CENTRO DE INFORMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO.
ORIENTADOR(A): PROF. DR. ROBERTO SOUTO MAIOR DE BARROS
Catalogação na fonte
Bibliotecária Jane Souto Maior, CRB4-571
Flores, Fabiana Figueira Sanches
Equipes de desenvolvimento de software: concepção,
caracteres, espécies e fatores influentes no desempenho /
Fabiana Figueira Sanches Flores. - Recife: O Autor, 2013.
368 p., il., fig., tab., quadro
Orientador: Roberto Souto Maior de Barros.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CIn, Ciência da Computação, 2013.
Inclui referências e apêndices.
1. Engenharia de software. 2. Aspectos humanos. I. Barros, Roberto Souto Maior de (orientador). II. Título.
Dissertação de Mestrado apresentada por Fabiana Figueira Sanches Flores à Pós-Graduação
em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de
Pernambuco, sob o título “EQUIPES DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE:
Concepção, Caracteres, Espécies e Fatores Influentes no Desempenho” orientada pelo
Prof.
Roberto
Souto
Maior
de
Barros
e
aprovada
pela Banca Examinadora formada pelos professores:
______________________________________________
Prof. Hermano Perrelli de Moura
Centro de Informática / UFPE
______________________________________________
Prof. Antonio Mendes da Silva Filho
Departamento de Estatística e Informática / UNICAP
_______________________________________________
Prof. Roberto Souto Maior de Barros
Centro de Informática / UFPE
Visto e permitida a impressão.
Recife, 9 de julho de 2013
___________________________________________________
Profa. Edna Natividade da Silva Barros
Coordenadora da Pós-Graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco.
Ao grande incentivador de projetos,
o Dr. Paulo Nunes Meireles
AGRADECIMENTOS
Para a realização deste estudo, diversas pessoas concorreram de modo direto e
indireto, razão pela qual agradeço a todos os que, de alguma forma, fomentaram
minha busca por conhecimento, registrando, em particular, minha especial gratidão:
ao Professor Dr. José Antônio Monteiro de Queiroz, por sua crença na capacidade
produtiva das pessoas e pelo incentivo ao contínuo aperfeiçoamento;
aos Professores Dr. Adriano Lorena Inácio de Oliveira e Dra. Cristine Gusmão, pelo
estímulo ao ingresso em programa de pós-graduação desta instituição;
ao Desembargador Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria, pelo apoio para
participação no Mestrado;
ao Professor Dr. Fábio Queda Bueno da Silva, pelo despertar de meu interesse na
área objeto de pesquisa e por suas relevantes exposições a respeito de metodologia
de pesquisa cientifica;
aos Professores Dr. Hermano Perrelli de Moura e Dr. Antonio Mendes da Silva Filho,
por suas signitificativas críticas e sugestões indispensáveis à consolidação da
versão final dessa dissertração;
ao solícito e diligente orientador desta pesquisa, o Professor Dr. Roberto Souto
Maior de Barros, por sua contínua disponibilidade, gentileza e atenção durante toda
minha experiência no Mestrado e a produção do presente trabalho.
RESUMO
O desenvolvimento de software tornou-se uma atividade essencialmente
dependente do trabalho coletivo, sendo, então, relevante se estudar, neste domínio,
como as equipes são concebidas, sua estruturação, caracteres e formação. Com
foco na ampliação deste conhecimento e na identificação de fatores importantes ao
desempenho das equipes, foi conduzido um estudo qualitativo baseado em análise
temática. Trinta e sete artigos, previamente apreciados em trabalho relacionado,
foram reexaminados sob uma nova abordagem fundada em diferentes referencial
teórico e protocolo de análise. Os resultados da nova pesquisa sugerem que,
atualmente: a) não há, na indústria de software, conhecimento formal a respeito de
equipes; b) equipes são construídas de diversas maneiras diferentes; c) a
construção de equipes se constitui em tarefa dependente de habilidades individuais;
d) múltiplos fatores inter-relacionados influenciam os desempenhos das equipes de
desenvolvimento de software; e) diversas estratégias são empregadas para o
gerenciamento destes fatores.
PALAVRAS-CHAVES:
Software.
Engenharia.
Engenharia
de
Software.
ABSTRACT
Software development has become an activity essentially dependent on collaborative
work, being then relevant, in this domain, studying how teams are conceived, their
structure, characters and formation. Focusing on broadening this kwnoledge and on
identifying important factors that affect teams performance, it was conducted a
qualitative study grounded on thematic analysis. Thirty seven papers, previoulsy
studied in a related work, were reexamined in a new approach using different
theoretical background and analysis protocol. Research results suggest that,
nowadays: a) software industry has not a formal comprehension about teams; b)
software teams are built in several different manners; c) building software teams is a
task dependent on individuals abilities; d) multiple inter-related factors influence
software development teams’ perfomances; e) intending to manage these factors,
several strategies have been employed.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação Esquemática dos Processos ... 23
Figura 2 - Principais Atividades do Processo de Desenvolvimento de Software .... 24
Figura 3 - Configurações dos Grupos ... 30
Figura 4 - Papéis nos Grupos ... 31
Figura 5 - Classificação dos Papéis Grupais no Tocante à sua Finalidade ... 32
Figura 6 - Táticas de Socialização nos Grupos ... 34
Figura 7 - Estágios no Desenvolvimento Geral dos Grupos ... 36
Figura 8 - Estágios do Desenvolvimento dos Grupos ... 39
Figura 9 - Categorias e Espécies de Grupos... 40
Figura 10 - Classificação dos Grupos ... 41
Figura 11 - Classificação dos Grupos Quanto à sua Gestão/Administração ... 42
Figura 12 - Resultados da Atuação dos Grupos e Equipes ... 45
Figura 13 - Papéis na Percepção de Adair (2004) ... 48
Figura 14 - Papéis Individuais Nocivos às Equipes ... 50
Figura 15 - Principais Papéis Desempenhados nas Equipes ... 51
Figura 16 - Liderança em Equipe ... 55
Figura 17 - Espécies de Liderança no Tocante ao Processo Decisório ... 55
Figura 18 - Estágios do Desenvolvimento das Equipes ... 57
Figura 19 - Estágios do Desenvolvimento das Equipes ... 58
Figura 20 - Classificação das Equipes ... 60
Figura 21 - Categorias de Equipes em Função de sua Liderança e Gerenciamento ... 62
Figura 22 - Performance Atual das Equipes ... 66
Figura 23 - Alto Desempenho das Equipes ... 68
Figura 24 - Autoavaliação das Equipes de Alto Desempenho ... 69
Figura 25 - Eficácia das Equipes na Concepção de Schermerhorn Jr. et al (2010) ... 70
Figura 26 - Fatores Contribuintes para a Eficácia das Equipes ... 72
Figura 27 - Fatores Impactantes na Eficácia das Equipes ... 73
Figura 28 - Estratégia de Trabalho Diário para o Desempenho Eficaz das Equipes... 78
Figura 29 - Ciclo de Vida do Software ... 80
Figura 30 - Composição das Equipes de -Desenvolvimento de Software ... 84
Figura 31 - Métricas de Avaliação das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 87
Figura 32 - Classificação das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 102
Figura 33 - Modelo de Inter-Relações entre os Fatores Influentes no Desempenho das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 112
Figura 34 - Categorias de Fatores/Condições Influentes no Desempenho das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 114
Figura 35 - Erros na Formação do Referencial Teórico ... 145
Figura 36 - Fases Macroscópicas do Processo de Construção de Referenciais Teóricos ... 146
Figura 37 - Fluxograma da Construção do Referencial Teórico ... 147
Figura 38 - Referencial Teórico ... 148
Figura 39 - Metodologia Científica ... 153
Figura 41 - Principais Atividades do Processo de Delineamento da Metodologia
Científica ... 157
Figura 42 - Principais Espécies de Delineamentos de Pesquisas ... 158
Figura 43 - Elementos da Metodologia ... 160
Figura 44 - Principais Bases Lógicas para Produção de Inferências ... 163
Figura 45 - Espécies de Coleta em Função da Natureza Original dos Dados Buscados ... 164
Figura 46 - Instrumentos de Coleta de Dados ... 166
Figura 47 - Diagrama de Atividades da Preparação para Coleta de Dados ... 170
Figura 48 - Recursos de Processamento e Análise de Dados... 171
Figura 49 - Fluxo de Atividades para Processamento e Análise de Dados Coletados ... 173
Figura 50 - Extrato das Ideias Expostas no Estudo S002 ... 196
Figura 51 - Síntese Representativa do Conteúdo do Estudo S004 ... 198
Figura 52 - Metodologia & Desenvolvimento de Software ... 199
Figura 53 - Desenvolvimento de Software & Metodologia XP ... 201
Figura 54 - Desenvolvimento de Software & Metodologia em Cascata Branda ... 202
Figura 55 - Esquema Representativo das Ideiais Principais Extraídas do Estudo S010 ... 205
Figura 56 - Esquema de Representação Complementar das Ideias Expostas no Estudo S010 ... 206
Figura 57 - Fluidez, Familiaridade e Desenvolvimento de Software ... 209
Figura 58 - Mensuração da Performance no Desenvolvimento de Software ... 210
Figura 59 - Representação Esquemática dos Pontos Essenciais do Estudo S012 ... 212
Figura 60 - Ideias Básicas Identificadas no Estudo S013 ... 215
Figura 61 - Equipe Sem Ego de Weinberg ... 216
Figura 62 - Estrutura de Equipe Proposta por Mills e Implementada por Baker... 216
Figura 63 - Rede de Comunicação na Equipe de Mills & Baker ... 217
Figura 64 - Estrutura da Equipe Descentralizada Controlada ... 218
Figura 65 - Rede de Comunicação da Equipe Descentralizada Controlada ... 218
Figura 66 - Representação Esquemática da Concepção de Matei sobre as Estruturas de Equipes ... 220
Figura 67 - Principais Ideias Expostas no Estudo S018 ... 223
Figura 68 - Desenvolvimento de Software por Equipes ... 224
Figura 69 - Desenvolvimento de Software por Equipes Ágeis: Síntese das Principais Ideias Associadas ... 228
Figura 70 - Desenvolvimento de Software por Equipes Ágeis: Ideias Suplementares Identificadas no Estudo S019 ... 229
Figura 71 - Focos na Implantação de Metodologias Ágeis em Equipes de Desenvolvimento de Software... 230
Figura 72 - Desenvolvimento Ágil e Auto-Organização ... 233
Figura 73 - Balanceamento entre Liberdade e Responsabilidade ... 234
Figura 74 - Balanceamento entre Multifuncionalidade e Especialização ... 235
Figura 75 - Balanceamento entre Aprendizado Contínuo e Pressões de Iterações ... 236
Figura 76 - Ideias Relevantes do Estudo S026 ... 239
Figura 77 - Representação Suplementar das Ideias Relevantes do Estudo S026 ... 240
Figura 78 - Desenvolvimento de Software por Equipes ... 242
Figura 79 - Desenvolvimento de Software por Equipes Abertas ... 245
Figura 80 - Decisão por Consenso em Equipes Abertas de Desenvolvimento de Software ... 247
Figura 81 - Ideias Básicas do Estudo S028 ... 249
Figura 82 - Visão Geral das Inferências Produzidas com a Análise do Artigo S029 ... 252
Figura 83 - Visão Suplementar das Inferências Produzidas com o Exame do
Artigo S029 ... 255
Figura 84 - Síntese de Inferências Produzidas com o Exame do Artigo S030 ... 258
Figura 85 - Adesão Individual à Metodologia e Desempenho da Equipe ... 259
Figura 86 - Desenvolvimento de Software & Equipes Ágeis Escalonáveis ... 262
Figura 87 - Escalonamento de Equipes Ágeis de Desenvolvimento de Software ... 265
Figura 88 - Desempenho das Equipes Ágeis de Desenvolvimento de Software ... 267
Figura 89 - Desenvolvimento de Software por Equipes ... 270
Figura 90 - Controle no Desenvolvimento de Software ... 272
Figura 91 - Desenvolvimento de Software & Controle do Trabalho Coletivo ... 275
Figura 92 - Controle do Trabalho no Desenvolvimento de Software em Equipe ... 277
Figura 93 - Ideias Principais do Estudo S039 ... 279
Figura 94 - Desenvolvimento de Software: Personalidade e Padrões de Comportamento ... 281
Figura 95 - Conhecimento da Personalidade no Desenvolvimento de Software ... 283
Figura 96 - Personalidade no Desenvolvimento de Software ... 284
Figura 97 - Desenvolvimento de Software: Papéis, Capacidades, Competências e Personalidades ... 285
Figura 98 - Performance Individual ... 287
Figura 99 - Extrato de Inferências Produzidas com a Análise do Artigo S046 ... 290
Figura 100 - Equipes Ágeis de Desenvolvimento de Software ... 294
Figura 101 - Desenvolvimento Ágil de Software ... 295
Figura 102 - Autogerenciamento: Barreiras e Estratégias de Superação ... 296
Figura 103 - Colaboração Cruzada e Alocação de Recursos entre Equipes Distribuídas de Desenvolvimento de Software ... 299
Figura 104 - Desenvolvimento de Software e Trabalho Coletivo ... 302
Figura 105 - Fatores Influentes no Desempenho das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 303
Figura 106 - Fatores Relevantes à Eficácia das -Equipes de Desenvolvimento de Software ... 304
Figura 107 - Caracteres das Equipes Microsoft ... 307
Figura 108 - Desenvolvimento Distribuído com Equipes Ágeis de Grande Porte ... 310
Figura 109 - Equipes Ágeis Distribuídas de Grande Porte ... 311
Figura 110 - Desempenho & Estágios de Desenvolvimento das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 314
Figura 111 - Ilustração de Estágio de Decaimento: Desnormalização ... 315
Figura 112 - Fatores Influentes no Desempenho das Equipes ... 316
Figura 113 - Personalidade & Desenvolvimento de Software ... 318
Figura 114 - Representação de Proposta de Componente para Auxílio na Avaliação da Personalidade... 320
Figura 115 - Personalidade nas Equipes de Desenvolvimento de Software ... 322
Figura 116 - Síntese Macroscópica das Ideias Expostas no Estudo S064 ... 324
Figura 117 - Representação Básica da Abordagem TSi ... 326
Figura 118 - Desenvolvimento de Software & Balanceamento ... 329
Figura 119 - Balanceamento das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 331
Figura 120 - Desenvolvimento de Software por Equipes Distribuídas ... 333
Figura 121 - Colaboração, Coesão e Personalidade nas Equipes de Desenvolvimento de Software ... 339
Figura 122 - Equipes, Papéis e Personalidade no Desenvolvimento de Software ... 340
Figura 123 - Coesão e Desempenho nas Equipes de Desenvolvimento de Software ... 341
Figura 124 - Personalidade, Coesão e Desempenho ... 341
Figura 125 - Estratégias para o Desenvolvimento do Senso de Coletividade ... 342
Figura 126 - Notas Básicas sobre Equipes Extraídas do Estudo S090 ... 344
Figura 128 - Estrutura das Equipes Ágeis Medianas ... 345
Figura 129 - Estrutura das Equipes Ágeis de Grande Porte ... 346
Figura 130 - Personalidade nas Equipes de Desenvolvimento de Software ... 348
Figura 131 - Desenvolvimento de Software: Papéis e Fatores Influentes ... 349
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Modelo de Equilíbrio Pontuado ... 38 Gráfico 2 - Distribuição de Frequência dos Fatores/Condições Influentes no
Desempenho das Equipes Desenvolvedoras de Software Referidos ao Menos Dez Vezes no Conjunto de Estudos Analisados ... 110
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fatores Determinantes da Estruturação dos Grupos ... 28
Quadro 2 - Modelos de Desenho nos Grupos ... 29
Quadro 3 - Categorias de Papéis nos Grupos ... 31
Quadro 4 - Espécies de Papéis Informais ... 32
Quadro 5 - Classificação dos Papéis Grupais no Tocante à sua Finalidade ... 33
Quadro 6 - Fatores Intervenientes no Desempenho de Papéis ... 33
Quadro 7 - Táticas de Socialização nos Grupos ... 34
Quadro 8 - Estágios no Desenvolvimento Geral dos Grupos ... 37
Quadro 9 - Estágios de Desenvolvimento dos Grupos ... 39
Quadro 10 - Categorias e Espécies de Grupos ... 40
Quadro 11 - Classificação dos Grupos ... 41
Quadro 12 - Classificação dos Grupos Quanto à Sua Gestão/Administração ... 42
Quadro 13 - Principais Diferenças entre Grupos e Equipes ... 45
Quadro 14 - Papéis na Percepção de Adair (2004) ... 48
Quadro 15 - Papéis Individuais Nocivos à Atuação das Equipes ... 50
Quadro 16 - Principais Papéis Desempenhados nas Equipes ... 51
Quadro 17 - Concepções Acerca das Espécies de Papéis nas Equipes ... 52
Quadro 18 - Papéis na Concepção de Belbin (2010) ... 53
Quadro 19 - Espécies de Liderança Quanto ao Processo Decisório ... 56
Quadro 20 - Estágios do Desenvolvimento das Equipes ... 57
Quadro 21 - Estágios do Desenvolvimento das Equipes ... 58
Quadro 22 - Classificação das Equipes ... 61
Quadro 23 - Categorias de Equipes em Função de sua Liderança e Gerenciamento ... 63
Quadro 24 - Modelos e Estratégias para Avaliação do Desempenho das Equipes ... 65
Quadro 25 - Performance Atual das Equipes ... 66
Quadro 26 - Indicadores de Desempenho ... 67
Quadro 27 - Fatores Impactantes na Eficácia das Equipes ... 74
Quadro 28 - Modelos e Estratégias de Desenvolvimento de Software ... 81
Quadro 29 - Categorias de Integrantes das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 85
Quadro 30 - Estilos Usuais de Estruturação de Equipes ... 86
Quadro 31 - Métricas de Avaliação das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 88
Quadro 32 - Delineamento Geral da Pesquisa Proposta ... 91
Quadro 33 - Classificação das Equipes Quanto à Abertura/Acessibilidade Livre ... 102
Quadro 34 - Classificação das Equipes de Desenvolvimento de Software Quanto à Estruturação/Hierarquia ... 103
Quadro 35 - Fatores e Condições Influentes no Desempenho das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 104
Quadro 36 - Categorias de Fatores/Condições Influentes no Desempenho das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 114
Quadro 37 - Categorização dos Fatores Impactantes no Desempenho das Equipes de Desenvolvimento de Software Fundada nas Ideias de Robbins (2009) ... 117 Quadro 38 - Medidas Identificadas no Estudo para a Administração dos Oito
Fatores e Condições Mais Frequentemente Influentes no Desempenho das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 118 Quadro 39 - Erros na Formação do Referencial Teórico ... 145 Quadro 40 - Principais Erros na Construção de Referenciais Teóricos ... 146 Quadro 41 - Módulos Constituintes do Referencial Teórico ... 149 Quadro 42 - Perguntas para Reflexão no Delineamento de Pesquisas ... 156 Quadro 43 - Caracteres das Principais Espécies de Delineamentos de
Pesquisas ... 159 Quadro 44 - Concepções Filosóficas ... 160 Quadro 45 - Paradigmas de Investigação ... 161 Quadro 46 - Bases Lógicas para Condução de Investigações ... 163 Quadro 47 - Espécies de Coletas em Função da Originalidade dos Dados
Buscados ... 165 Quadro 48 - Principais Instrumentos de Coleta de Dados ... 167 Quadro 49 - Processamento e Análise de Dados Coletados ... 173 Quadro 50 - Relação Original dos Estudos Objeto de Exame ... 175 Quadro 51 - Relação dos Estudos Descartados da Investigação ... 185 Quadro 52 - Relação dos Estudos Submetidos à Análise Temática ... 187 Quadro 53 - Relação dos Estudos com Resultados Aproveitados na Pesquisa ... 191 Quadro 54 - Funções Associadas aos Papéis Previstos na Estrutura Mills &
Baker de Equipe ... 217 Quadro 55 - Papéis Identificados nas Equipes Descentralizadas Controladas de
Desenvolvimento de Software ... 219 Quadro 56 - Recomendações para a Estruturação de Equipes ... 221 Quadro 57 - Potenciais Benefícios, para as Equipes, da Adoção de
Metodologias Ágeis ... 224 Quadro 58 - Papéis nos Processos Criativos ... 253 Quadro 59 - Rol Ordenado dos Três Principais Fatores de Motivação no
Desenvolvimento de Software de Código Aberto ... 291 Quadro 60 - Papéis na TSi ... 327 Quadro 61 - Medidas Empregadas na Administração dos Fatores e Condições
Influentes no Desempenho das Equipes de Desenvolvimento de
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACM Association for Computing Machinery
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CIn/UFPE Centro de Informática da UFPE
CMM Capability Maturity Model
DBA Database Administrator
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
MBTI Myers-Briggs Type Indicator
PDF Portable Document Format
PMI Project Management Institute
RAD Rapid Application Development
RUP Rational Unified Process
SPI Self-Perception Inventory
TSi Versão Reduzida do Team Software Process (TSP)
TSP Team Software Process
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ... 23 1 REFERENCIAL TEÓRICO ... 27 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DE GRUPOS E EQUIPES ... 27 1.1.1 Grupos ... 27 1.1.1.1 Natureza, Finalidade e Definição ... 27 1.1.1.2 Estrutura ... 27 1.1.1.3 Dinâmica ... 31 1.1.1.3.1 Papéis e Socialização ... 31 1.1.1.3.2 Estágios de Desenvolvimento ... 36 1.1.1.4 Categorias ... 40 1.1.1.5 Fatores Impactantes no Desempenho ... 43 1.1.1.6 Eficácia ... 44 1.1.2 Equipes ... 44 1.1.2.1 Natureza, Finalidade e Definição ... 44 1.1.2.2 Caracteres e Relevância ... 45 1.1.2.3 Estrutura ... 47 1.1.2.4 Dinâmica ... 47 1.1.2.4.1 Papéis e Liderança ... 47 1.1.2.4.2 Estágios ... 56 1.1.2.5 Espécies ... 59 1.1.2.6 Desempenho ... 63 1.1.2.6.1 Fatores Impactantes ... 64 1.1.2.6.2 Avaliação ... 65 1.1.2.6.3 Alto Desempenho ... 67 1.1.2.6.4 Eficácia/Efetividade ... 70 1.2 NOTAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E SUAS
EQUIPES ... 79 1.2.1 Considerações Preliminares sobre o Desenvolvimento de
Software ... 79 1.2.2 Equipes em Engenharia de Software ... 82 1.2.2.1 Definição ... 82 1.2.2.2 Formação ... 83 1.2.2.3 Composição ... 84 1.2.2.4 Estilos de Estruturação ... 85 1.2.2.5 Desempenho ... 87 2 METODOLOGIA ... 91 2.1 DELINEAMENTO GERAL ... 91 2.2 OBTENÇÃO DE DADOS ... 92 2.3 ANÁLISE DE DADOS ... 92 2.4 VALIDAÇÃO DE RESULTADOS ... 93 3 RESULTADOS ... 95 3.1 INFORMAÇÕES PRELIMINARES ... 95 3.2 SÍNTESE DE INFERÊNCIAS PRODUZIDAS NO ESTUDO ... 96 3.2.1 Concepção das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 96 3.2.2 Formação das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 96 3.2.3 Composição e Estruturação das Equipes de Desenvolvimento de
3.2.4 Categorização das Equipes de Desenvolvimento de Software ... 101 3.2.5 Fatores Influentes no Desempenho das Equipes de
Desenvolvimento de Software ... 103 3.2.5.1 Relação de Fatores Influentes no Desempenho das Equipes de
Desenvolvimento de Software Identificados na Pesquisa ... 103 3.2.5.2 Inter-Relações entre os Fatores/Condições Influentes no Desempenho
das Equipes de Desenvolvimento de Software & Modelo de Eficácia/Efetividade para a Amostra Analisada ... 111 3.2.5.3 Categorização dos Fatores/Condições Impactantes no Desempenho
das Equipes Desenvolvedoras de Software ... 113 3.2.5.4 Recursos Empregados no Gerenciamento dos Fatores/Condições
Influentes no Desempenho das Equipes Desenvolvedoras de Software 117 3.2.6 Emprego de Diretrizes para a Construção de Equipes de
Desenvolvimento de Software ... 123 3.3 REFLEXÃO GLOBAL ACERCA DO PRODUTO DA INVESTIGAÇÃO ... 124 4 CONCLUSÕES ... 127 REFERÊNCIAS ... 131 APÊNDICE A - NOTAS GERAIS SOBRE REFERENCIAIS TEÓRICOS ... 141 APÊNDICE B - OBSERVAÇÕES BÁSICAS A RESPEITO DE
METODOLOGIA CIENTÍFICA ... 153 APÊNDICE C - RELAÇÃO ORIGINAL DE ESTUDOS OBJETO DE EXAME ... 175 APÊNDICE D - DIRETRIZES PARA BUSCA E OBTENÇÃO DE ARTIGOS A
SEREM UTILIZADOS NO ESTUDO QUALITATIVO ACERCA DE EQUIPES EM DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ... 179 APÊNDICE E - MODELO DE QUESTIONÁRIO PARA VALIDAÇÃO
SUPLEMENTAR... 181 APÊNDICE F - RELAÇÃO DE ESTUDOS DESCARTADOS NA
INVESTIGAÇÃO... 185 APÊNDICE G - RELAÇÃO DE ESTUDOS SUBMETIDOS À ANÁLISE
TEMÁTICA ... 187 APÊNDICE H - RELAÇÃO DE ESTUDOS COM RESULTADOS
APROVEITADOS NA PESQUISA ... 191 APÊNDICE I - EXTRATOS INDIVIDUALIZADOS DE INFERÊNCIAS
PRODUZIDAS ... 195 APÊNDICE J - RELAÇÃO INTEGRAL DE MEDIDAS NA PESQUISA
IDENTIFICADAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DOS FATORES E CONDIÇÕES INFLUENTES NO DESEMPENHO DAS EQUIPES DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ... 351
INTRODUÇÃO
Ao conjunto de operações que, mediante a transformação de insumos diversos, resultam em produtos e serviços é usual a denominação de processo (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009).
De modo esquemático, os processos podem ser representados como ilustrado na Figura 1.
Figura 1 - Representação Esquemática dos Processos1
OPERAÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO RECURSOS DE ENTRADA: · Instalações Físicas · Insumos Materiais · Informações · Trabalho Humano SAÍDAS: · Produtos · Serviços
PROCESSO
Em amplo conjunto de processos, o trabalho humano se revela recurso essencial (DRUCKER, 1995), demandando-se, então, maior atenção na sua concepção (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). No desenvolvimento de software, a relevância do labor humano também se verifica, pois:
· do exame da Figura 1, resulta a percepção de que o desenvolvimento de software pode ser concebido como um processo, já que nele se empregam elementos diversos e ao final das operações de transformação, espera-se obter bens intangíveis (softwares), sob a forma de produtos ou serviços;
1
· inserindo-se o software na categoria de bens imateriais, construções abstratas/incorpóreas/intangíveis (SOMMERVILLE, [2007?]), é patente a importância da ação humana em sua produção (EVANS, 2004).
De fato, a ação humana, independentemente da sistemática adotada para o desenvolvimento, constitui elemento primordial na Engenharia de Software, já que as operações de transformação efetivadas nos quatro principais conjuntos de atividades deste processo (Figura 2) resultam, essencialmente, de esforço humano (EVANS, 2004).
Figura 2 - Principais Atividades do Processo de Desenvolvimento de Software2
ESPECIFICAÇÃO PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO VALIDAÇÃO EVOLUÇÃO ATIVIDADES DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
Pelo exposto, independentemente do paradigma de desenvolvimento eleito (Metodologia Ágil, Desenvolvimento Rápido de Aplicações, Prototipação ou Sistemáticas Estruturadas e Tradicionais de Desenvolvimento, e.g.3), há, no domínio em discussão, que se compreender mais acerca do fator humano, mormente quando observado que:
2
Representação elaborada com a consideração das notas de Sommerville ([2007?]), p. 64.
3
Não se inserindo o exame dos paradigmas de desenvolvimento no escopo deste estudo, recomenda-se, para esclarecimentos iniciais acerca deste tema, consulta a Sommerville ([2007?]), p. 391 - 413.
· diante das altas taxas de insucesso na produção de software (MEIRA, 2013), revela-se, apesar da divergência quanto às estatísticas de fracasso/falha (EVELEENS; VERHOEF, 2011), atual a premissa defendida por Shaw (1990), ou seja, é verossímil a tese de que se está, ainda hoje, em um estágio inicial do desenvolvimento da Engenharia de
Software;
· nos processos de produção referidos, o labor dos trabalhadores de conhecimento é patente, sendo, então, evidente a necessidade de maior compreensão sobre sua participação individual e coletiva.
Sendo, pois, a força humana indispensável aos processos produtivos de desenvolvimento de sistemas e consideradas as diversas, constantes e contínuas alterações por que têm passado as relações de trabalho em geral (downsizing, outsourcing e reengenharia, e.g.) (GEORGE, JONES; 2012), há que se compreender mais acerca da construção, do desenvolvimento e da manutenção de equipes de desenvolvimento de
software, já que, para a consecução deste objetivo, usualmente se reúnem os indivíduos
(BOOCH, 1999) e que a esta espécie de agrupamento têm sido, genericamente, associados atributos diversos (RICO; HERA; TABERNERO, 2011), como:
· Agilidade de Resposta e Atuação;
· Flexibilidade e Adaptatividade;
· Potencialidade de Integração de Múltiplas Percepções Individuais Distintas com Eventual Sinergia Positiva;
· Criatividade;
· Eficácia de Desempenho.
Com o propósito de se contribuir para a compreensão referida, conduziu-se a investigação ora relatada, um estudo qualitativo acerca do trabalho coletivo no desenvolvimento de software, tencionando-se apreender como se dão, atualmente, a formação e a estruturação de equipes que tenham esta missão e se objetivando, especificamente, a obtenção de resposta às seguintes questões:
· Como podem ser concebidas as equipes no contexto do desenvolvimento de software?
· Como se formam as equipes de desenvolvimento referidas?
· Como são compostas e se estruturam as equipes mencionadas?
· Há, no momento, preferência pela adoção de alguma sistemática particular no tocante à formação e à atuação das equipes de desenvolvimento de software?
· Têm sido empregadas, em função da natureza de um projeto ou de outros aspectos, diretrizes na adoção de formas determinadas de equipes de desenvolvimento de
software?
· Que fatores, na percepção dos participantes do processo de desenvolvimento, podem estar associados à eficiente formação e atuação das equipes de produção de software?
Para se alcançar os objetivos mencionados (ampliação do entendimento geral acerca das equipes de desenvolvimento de software e obtenção de respostas às perguntas indicadas), procedeu-se, dada a relevância do referencial teórico nos trabalhos científicos, à construção de um arcabouço gnosiológico inicial. Síntese dos resultados deste processo de construção é apresentada no Capítulo 1.
Concluída a formação do referencial teórico basilar da investigação, foi definida a metodologia de trabalho, tal como exposto no Capítulo 2.
Finda a concepção a metodologia, partiu-se para a execução propriamente dita do estudo, sendo os seus resultados e reflexão acerca dos mesmos apresentados no Capítulo 3.
No Capítulo 4, finaliza-se o relato da pesquisa com breves conclusões.
Cessando este intróito, vale, ainda, esclarecer, em razão do propósito de produção de um documento autocontido, i.e., compreensível por si mesmo, independentemente da necessidade de recurso a outras fontes, que se inseriram, nos apêndices A e B, comentários básicos sobre referências teóricos e metodologia de pesquisa científica.
1 REFERENCIAL TEÓRICO
Empregando-se as ideias apresentadas no apêndice A, construiu-se referencial teórico inicial a partir do qual se conduziu a investigação científica objeto deste relato, apresentando-se, nas seções seguintes, sucintas considerações sobre seus elementos conclusivos mais relevantes no tocante aos grupos e equipes em geral, bem como em relação às equipes atuantes no segmento de produção de software.
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ACERCA DE GRUPOS E EQUIPES
Nesta seção, discorre-se, rapidamente, acerca de grupos e quipes, expondo-se ideias concernentes à sua natureza, finalidade, definição, estrutura, dinâmica, categorias e desempenho.
1.1.1 Grupos
Em virtude de haver posicionamentos no sentido de que as equipes constituem categoria especial de grupo (WAGNER; HOLLENBECK, 2004), apresentam-se, nesta seção, observações sintéticas acerca deste.
1.1.1.1 Natureza, Finalidade e Definição
Como destacado na introdução deste documento, há ocasiões em que, para a consecução de um fim/objetivo, indivíduos associam-se, formando grupos (CHIAVENATO, 2005).
1.1.1.2 Estrutura
De acordo com Robbins (2009) e Chiavenato (2005), a estruturação de um grupo é determinada por uma série de fatores, destacando-se: liderança, papéis individuais, normas, status, tamanho, natureza da composição e coesão. No Quadro 1, apresentam-se notas breves acerca destes fatores.
Quadro 1 - Fatores Determinantes da Estruturação dos Grupos4
FATORES DETERMINANTES DA ESTRUTURAÇÃO DOS GRUPOS
FATOR DEFINIÇÃO
RELEVÂNCIA PARA A ESTRUTURAÇÃO DOS GRUPOS
LIDERANÇA Conjunto de habilidades de influência de um grupo para alcance de metas/resultados
· Repercussões variadas (impactos nos fatores de estruturação do grupo e nos resultados/produtos deste)
PAPÉIS INDIVIDUAIS Diferenciado conjunto de atribuições e condutas esperados dos indivíduos integrantes dos grupos
· Delimitação de expectativas
· Atribuição de
responsabilidades (Divisão do Trabalho)
NORMAS Padrões de comportamento definidos como necessários ao grupo
· Estabelecimento da
sistemática de atuação do grupo
· Fixação de regras de conduta para os integrantes do grupo
· Garantia da ordem no grupo
· Preservação, defesa e promoção dos interesses do grupo
STATUS Posição social atribuída a um
grupo ou a seus membros
· Definição e divulgação da importância social do grupo
· Estabelecimento e difusão da relevância interna dos componentes dos grupos
TAMANHO Dimensão quantitativa dos integrantes de um grupo
· Repercussão direta e indireta no estabelecimento de outros fatores da estruturação dos grupos (definição dos papéis individuais, liderança e normas, e.g.)
NATUREZA DA
COMPOSIÇÃO
Natureza das habilidades e competências dos integrantes do grupo
· Promoção de maior ou menor diversidade ideológica no grupo · Repercussão no relacionamento intragrupo, na inovação e no processo decisório
COESÃO Grau de união dos integrantes do grupo para manutenção e defesa da associação
· Repercussões variadas (impactos nos fatores de estruturação do grupo e nos resultados/produtos deste)
Transpondo-se para os grupos as ideias referentes à estruturação de organizações, vale destacar, ainda, a importância do desenho, i.e., do modelo de definição de atribuições e responsabilidades no conjunto (CHIAVENATO, 2004) (KEELLING, 2006). No Quadro 2, apresentam-se ágeis considerações sobre os desenhos tradicionalmente observados, ressalvando-se, todavia, a possibilidade de eleição de formas híbridas.
4
Quadro produzido com base nas observações de Chiavenato (2005), p. 284- 288 e p. 345 – 385, bem como de Robbins (2009), p. 189 - 205 e p. 258 - 273.
Quadro 2 - Modelos de Desenho nos Grupos5
MODELOS DE DESENHO NOS GRUPOS
MODELO REPRESENTAÇÃO
VISUAL CARACTERES BÁSICOS
DESENHO MECANÍSTICO/ DIFERENCIADO/ FUNCIONAL · Multiplicidade de Níveis Hierárquicos · Coordenação Centralizada
· Rigidez e Limitação nas Atribuições e na Comunicação · Simplicidade e Monotonia nas Atribuições · Especialização · Baixa Capacidade de Processamento de Informações · Ênfase no Método/Rotina e na Eficiência na Produção · Imutabilidade · Incapacidade de Inovação DESENHO MATRICIAL · Hibridismo (Acoplamento de Níveis Hierárquicos a Estruturas de Produtos e Serviços) · Coordenação Descentralizada sob Dupla Subordinação (Autoridade Funcional e Autoridade de Projeto/Serviço) · Diversidade · Relativa Interatividade · Receptividade à Inovação · Mediana Complexidade de Atribuições · Relativa Capacidade de Processamento de Informações · Mutabilidade Razoável
5
Quadro construído a partir de reflexão crítica acerca das observações de Chiavenato (2004), p. 34 – 40, Maximiano (2009), p. 150 – 157, Keelling (2006), p. 124 – 133, e Robbins (1997), p. 192 - 199, com a transposição das inferências produzidas para o universo dos grupos.
MODELOS DE DESENHO NOS GRUPOS
MODELO REPRESENTAÇÃO
VISUAL CARACTERES BÁSICOS
DESENHO ORGÂNICO · Ausência de Hierarquia · Autonomia · Interdependência · Agilidade, Maleabilidade, Fluidez e Simplicidade na Organização · Intensa Interatividade · Mutabilidade · Facilitação e Fomento à Inovação · Flexibilidade · Adequação a Tarefas Complexas e Diversificadas · Elevada Capacidade de Processamento de Informações · Dinamismo · Informalidade na Comunicação · Descentralização nos Processos de Tomada de Decisões
Soto (2005), Wagner e Hollenbeck (2004), todavia, identificam, em função do modo de estabelecimento da comunicação, outras configurações para os grupos, como ilustrado na Figura 3.
Figura 3 - Configurações dos Grupos6
CONFIGURAÇÕES DOS GRUPOS
Configuração
Radial/ “Timão” Configuração “Y”
Configuração Corrente/ Encadeada Configuração Circular Configuração de Conexão Total/ Completamente Conectada
6
Reprodução adaptada de ilustração produzida por Soto (2005), p. 184, e Wagner III e Hollenbeck (2004), p. 224 - 225.
1.1.1.3 Dinâmica
Para a compreensão da dinâmica dos grupos, indispensável se faz o estudo dos papéis por seus integrantes desempenhados e dos seus estágios de desenvolvimento.
1.1.1.3.1 Papéis e Socialização
Em termos genéricos, os papéis podem ser concebidos como conjuntos de padrões comportamentais esperados individualmente dos integrantes de um grupo/unidade social (ROBBINS, 2009).
De acordo com Chiavenato (2005), é possível a classificação dos papéis em função de sua formalização no grupo, como ilustrado na Figura 4.
Figura 4 - Papéis nos Grupos7
No Quadro 3, esclarece-se, como sugerido pela própria denominação, a diferença entre as categorias referidas na Figura 4.
Quadro 3 - Categorias de Papéis nos Grupos8
CATEGORIAS DE PAPÉIS NOS GRUPOS CATEGORIA NOTA DISTINTIVA
PAPÉIS FORMAIS Previsão formal no grupo PAPÉIS INFORMAIS Imprevisão formal no grupo
7
Figura construída com o emprego das considerações de Chiavenato (2005), p. 285 - 286.
8
Quadro estruturado a partir das observações de Chiavenato (2005), p. 285 - 286.
PAPÉIS NOS GRUPOS
PAPÉIS NOS
GRUPOS
PAPÉIS
FORMAIS
PAPÉIS
INFORMAIS
Acerca dos papéis informais, Chiavenato (2005) destaca, ainda, a possibilidade de sua inserção em quatro subconjuntos, como exposto no Quadro 4.
Quadro 4 - Espécies de Papéis Informais9
ESPÉCIES DE PAPÉIS INFORMAIS
ESPÉCIE FUNÇÕES PRIMORDIAIS
CONTRIBUINTE · Cumprimento/execução efetiva das tarefas do grupo COLABORADOR · Melhoria e consolidação do grupo, com a difusão de sua
missão, valores e objetivos
COMUNICADOR · Facilitação da comunicação, da retroação e da resolução de conflitos
DESAFIADOR · Questionamento dos objetivos, valores e métodos do grupo
· Encorajamento à inovação e à assunção de riscos
Soto (2005), por seu turno, identifica, em função de sua finalidade, três espécies de papéis nos grupos, como representado na Figura 5.
Figura 5 - Classificação dos Papéis Grupais no Tocante à sua Finalidade10
CLASSIFICAÇÃO DOS PAPÉIS NOS GRUPOS QUANTO À SUA
FINALIDADE PAPÉIS FOCADOS NA MANUTENÇÃO DO GRUPO
PAPÉIS INDIVIDUAIS
CLASSIFICAÇÃO DOS PAPÉIS GRUPAIS NO TOCANTE À SUA FINALIDADE
PAPÉIS ASSOCIADOS À EXECUÇÃO DE TAREFAS
No Quadro 5, rápidas notas sobre as categorias referidas na Figura 5 são expostas.
9
Adaptação de ilustração produzida por Chiavenato (2005), p. 286.
10
Quadro 5 - Classificação dos Papéis Grupais no Tocante à sua Finalidade
PAPÉIS NOS GRUPOS
ESPÉCIE DESCRIÇÃO
PAPÉIS ASSOCIADOS À EXECUÇÃO DE TAREFAS
Papéis voltados à execução efetiva de tarefas do grupo
PAPÉIS FOCADOS NA MANUTENÇÃO DO GRUPO
Papéis destinados à garantia da sobrevivência do grupo e à manutenção de sua unidade
PAPÉIS INDIVIDUAIS Papéis individualmente desempenhados pelos integrantes do grupo segundo seus interesses pessoais
Independentemente da natureza de um papel, diversos fatores interferem no seu desempenho (CHIAVENATO, 2005) (ROBBINS, 2009). No Quadro 6, apresentam-se algumas observações sobre estes fatores.
Quadro 6 - Fatores Intervenientes no Desempenho de Papéis12
FATORES INTERVENIENTES DO DESEMPENHO DE PAPÉIS
FATOR DEFINIÇÃO
IDENTIDADE DO PAPEL Atitudes e comportamentos consistentes com o papel assumido
PERCEPÇÃO DO PAPEL Forma de visão das atribuições e responsabilidades inerentes ao papel pelo próprio membro a ele associado EXPECTATIVA DO PAPEL Padrão de comportamento esperado pelo
grupo para o membro que apresenta um papel a ele associado
CONFLITO DE PAPÉIS Choque entre papéis assumidos por um membro do grupo, dada a existência de dissonâncias, contradições e incompatibilidades entre os mesmos
Do exame do Quadro 6, resulta que quatro fatores interferem no desempenho dos papéis: a identidade do papel, a percepção do papel, a expectativa do papel e o conflito de papéis. No tocante aos três primeiros fatores, há que se salientar a importância da socialização em sua determinação.
Socialização, como exposto por George e Jones (2012), é a denominação dada ao processo em que os novos integrantes de um grupo travam um contato inicial com os papéis, normas e regras do conglomerado, aprendendo, então, sua função no mesmo.
11
Quadro construído a partir das observações de Soto (2005), p. 182 - 183.
12
Quadro concebido a partir das ideias expostas por Chiavenato (2005), p. 285 - 286, e Robbins (2009), p. 189 - 190, bem como por George e Jones (2012), p. 281 - 282, acerca de modelo concebido por Bruce W. Tuckman.
Empregando modelo concebido por John Van Mannen e Edgar Schein, George e Jones (2012) destacam um conjunto de táticas utilizadas na facilitação do aprendizado referido. Na Figura 6, expõe-se representação esquemática destas táticas.
Figura 6 - Táticas de Socialização nos Grupos13
TÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO NOS GRUPOS TÁTICAS PARA ORIENTAÇÃO REFERENTE AO GRUPO TÁTICAS PARA ORIENTAÇÃO REFERENTE AO MEMBRO TÁTICAS COLETIVAS TÁTICAS FORMAIS TÁTICAS SEQUENCIAIS TÁTICAS FIXAS TÁTICAS SERIAIS TÁTICAS DE DESINVESTIDURA TÁTICAS INDIVIDUAIS TÁTICAS INFORMAIS TÁTICAS ALEATÓRIAS TÁTICAS VARIÁVEIS TÁTICAS DISJUNTIVAS TÁTICAS DE INVESTIDURA
TÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO NOS GRUPOS
No Quadro 7, apresentam-se breves considerações sobre as táticas referidas na Figura 6.
Quadro 7 - Táticas de Socialização nos Grupos14
TÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO NOS GRUPOS CATEGORIA ESPÉCIES DESCRIÇÃO
TÁTICAS PARA
ORIENTAÇÃO
REFERENTE AO GRUPO
TÁTICAS COLETIVAS Condução de um conjunto de novos membros por uma experiência de aprendizado voltada à formação de padrões de resposta em contextos determinados TÁTICAS FORMAIS Prévia segregação do novo
membro e adoção de estratégias de facilitação do aprendizado sobre o grupo e
os padrões de
comportamento esperados TÁTICAS SEQUENCIAIS Realização de um processo
com etapas pré-definidas de ensino sobre os padrões de comportamento, regras e normas do grupo TÁTICAS DE DURAÇÃO FIXA Estratégias de ensino de comportamento e normas
13
Figura produzida com o emprego das considerações tecidas por George e Jones (2012), p. 297 - 300.
14
TÁTICAS DE SOCIALIZAÇÃO NOS GRUPOS CATEGORIA ESPÉCIES DESCRIÇÃO
com duração previamente estabelecida e inalterável
TÁTICAS DE
APRENDIZADO DIRECIONADO
Medidas, empreendidas por integrantes antigos do grupo, para direcionamento e facilitação do aprendizado dos novos membros
TÁTICAS DE
DESINVESTIDURA
Tratamento dos novos membros por reforço negativo dos integrantes mais antigos, até que sejam pelos primeiros aprendidas as expectativa dos papéis, as regras e normas do grupo
TÁTICAS PARA
ORIENTAÇÃO
REFERENTE AO
MEMBRO
TÁTICAS INDIVIDUAIS Ensino individualizado do padrão de comportamento a ser seguido pelo novo membro, considerada a expectativa do papel que lhe foi reservado
TÁTICAS INFORMAIS Promoção, com o propósito
de facilitação do
aprendizado sobre o grupo, da interação entre novo
membro e antigos
integrantes seus
TÁTICAS ALEATÓRIAS Ensino dos padrões de comportamento, regras e normas do grupo em função
dos interesses e
necessidades do seu novo integrante
TÁTICAS DE DURAÇÃO VARIÁVEL
Estratégias de facilitação da apreensão de expectativas de papel e de normas com duração variável em função do desempenho do novo membro
TÁTICAS DE
AUTOAPRENDIZADO
Medidas para que o próprio novo membro, por si mesmo, compreenda a estruturação do grupo e sua função neste
TÁTICAS DE
INVESTIDURA
Imediato emprego, pelos membros mais antigos do grupo, de medidas para facilitação concreta do aprendizado dos novos integrantes acerca das expectativas, regras e normas do grupo
A respeito das táticas de socialização referidas na Figura 6 e no Quadro 7, vale salientar que a sua eleição é dependente das necessidades e objetivos dos grupos.
1.1.1.3.2 Estágios de Desenvolvimento
Analisando-se os grupos ao longo do tempo, é possível, de modo geral, a identificação de estágios próprios reveladores da espécie de eventos ocorrentes (CHIAVENATO, 2005) (SCHERMERHORN Jr.; HUNT; OSBORN, 2002) (GEORGE; JONES, 2012): Formação; Tormenta/Atrito/Tumulto; Normalização; Desempenho; Interrupção/Dissolução.
Na Figura 7, apresenta-se o fluxo usual entre os referidos estágios, expondo-se, no Quadro 8, breves considerações acerca dos mesmos.
Figura 7 - Estágios no Desenvolvimento Geral dos Grupos15
Estágio I Formação Estágio II Tormenta Estágio III Normalização Estágio IV Desempenho Estágio V Interrupção Pré-Estágio
ESTÁGIOS NO DESENVOLVIMENTO DOS GRUPOS
15
Quadro 8 - Estágios no Desenvolvimento Geral dos Grupos
ESTÁGIOS NO DESENVOLVIMENTO GERAL DOS GRUPOS
ESTÁGIO IDEIA BASILAR
FORMAÇÃO Etapa de ingresso no grupo e de definição do seu funcionamento (refinamento do propósito, deliberação quanto à sua estruturação/liderança e alinhamento inicial, e.g.)
TORMENTA Fase de conflito interno ao grupo (conflito de objetivos, conflito filosófico-cognitivo, conflito de afetividade e conflito comportamental, especialmente)
NORMALIZAÇÃO Estágio de fortalecimento e consolidação do
grupo (alinhamento de
expectativas/condutas e coesão)
DESEMPENHO Etapa em que o grupo, já consolidado, atua regularmente, na busca dos objetivos definidos
INTERRUPÇÃO Momento de cessação da existência do grupo
Não é sempre que os estágios referidos se verificam no desenvolvimento dos grupos (GEORGE; JONES, 2012). Ainda assim, do exame da Figura 7 e do Quadro 8, depreende-se que:
reunidos os indivíduos e estabelecidas as bases de sua atuação coletiva, formam-se os grupos;
efetivamente constituído um grupo, é possível que surjam conflitos, caracterizando-se, então, o estágio de tormenta;
diante de conflitos, dois fluxos podem se seguir: a dissolução do grupo, se não superados os conflitos, ou sua normalização, se, resolvidas as diferenças, o grupo for fortalecido e consolidado;
normalizado o grupo, tem lugar a fase de desempenho regular.
Para os agrupamentos temporários com prazos definidos para o cumprimento de tarefas, em especial, a solução dos cinco estágios não é aplicável, sendo proposto, para síntese do fluxo de suas atividades, o Modelo de Equilíbrio Pontuado (ROBBINS, 2009), representado no Gráfico 1.
16
Quadro construído a partir da análise das ideias de B. W. Tuckman e M. C. Jensen por Chiavenato (2005), p. 282 - 283, expostas e das observações tecidas por Roberts e Hunt (1991), p. 208.
Gráfico 1 - Modelo de Equilíbrio Pontuado17
MODELO DE EQUILÍBRIO PONTUADO
A (A+B)/2 B TEMPO D E S E M P E N H O Fase 1 Fase 2 Conclusão Primeira Reunião Transição
No Modelo de Equilíbrio Pontuado exposto por Robbins (2009), três fases se sobressaem. A primeira delas é precedida pela primeira reunião do grupo, momento em que se estabelecem e se difundem suas diretrizes de trabalho.
Definidas as bases de sua atuação, os grupos realizam suas atividades regulares, até que, em um momento equivalente à sua meia-vida prevista, em possível crise diante da proximidade do lapso para sua dissolução, eventualmente se redefinem as coordenadas por que se guiam os grupos, efetivando-se os ajustes necessários para que, à época de sua extinção, tenham sido produzidos os resultados esperados.
Feitos os citados ajustes, inicia-se a segunda fase do ciclo de desenvolvimento dos grupos temporários com prazos definidos para tarefas. Prossegue-se nesta etapa até que se realize uma última reunião do grupo, iniciando-se período de conclusão de atividades até a extinção do conglomerado.
Acerca dos estágios de desenvolvimento dos grupos, importa destacar, ainda, que Wagner III e Hollenbeck (2004) defendem uma posição um pouco diferente, como ilustrado na Figura 8.
17
Figura 8 - Estágios do Desenvolvimento dos Grupos
INICIAÇÃO DIFERENCIAÇÃO INTEGRAÇÃO MATURIDADE
ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DOS GRUPOS
Como se depreende do exame da Figura 8, não há, também na percepção de Wagner III e Hollenbeck (2004), uma única possibilidade de fluxo entre os estágios de desenvolvimento. Desta forma, ao longo de sua existência, um grupo pode passar por distintos estágios. No Quadro 9, apresenta-se sucinta descrição destas etapas.
Quadro 9 - Estágios de Desenvolvimento dos Grupos19
ESTÁGIOS DE DESENVOVIMENTO DOS GRUPOS
ESTÁGIO DESCRIÇÃO
INICIAÇÃO Fase de formação do grupo, reunindo-se seus integrantes para estabelecimento de contato inicial e definição da estruturação do grupo
DIFERENCIAÇÃO Estágio de estabelecimento de conflito entre os integrantes do grupo acerca dos rumos e missões deste
INTEGRAÇÃO Etapa de resolução de conflitos e de consolidação do grupo
MATURIDADE Estágio em que, já consolidado o grupo, desempenham-se regularmente os papéis nele definidos
Atingida a maturidade, Bowditch e Buono (2006) defendem o ingresso do grupo em um novo patamar em que a reavaliação passa a se tornar uma constante, dada a possibilidade de, pelo decurso do tempo, práticas e valores não mais adequados terem se sedimentado, sendo, então, necessário se decidir, com a mencionada avaliação, os rumos futuros do grupo: reformulação, manutenção integral ou suspensão/interrupção.
18
Figura construída a partir das observações de Wagner III e Hollenbeck (2004), p. 214 - 215.
19
1.1.1.4 Categorias
É usual a classificação dos grupos em função de sua formação, como ilustrado na Figura 9.
Figura 9 - Categorias e Espécies de Grupos20
No Quadro 10, apresentam-se notas e exemplos dos grupos expostos na Figura 9.
Quadro 10 - Categorias e Espécies de Grupos21
CATEGORIAS E ESPÉCIES DE GRUPOS
CATEGORIAS NOTA BÁSICA ESPÉCIES
GRUPO FORMAL Grupo com atribuições determinadas por uma organização
· Grupos de Comando
· Grupos de Tarefa GRUPO INFORMAL Grupo espontaneamente
estabelecido em razão das relações de interação entre indivíduos · Grupos Primários · Grupos de Interesses · Grupos de Amizade · Coalizões
20
Ilustração produzida com o emprego das considerações de Chiavenato (2005), p. 280 – 282.
21 Quadro estruturado a partir das observações de Chiavenato (2005), p. 280 – 282.
CATEGORIAS E ESPÉCIES DE GRUPOS GRUPOS FORMAIS GRUPOS INFORMAIS Grupos de Comando Grupos de Tarefa Grupos Primários Grupos de Interesses Grupos de Amizade Coalizões
Bowditch e Buono (2006) defendem, porém, que são admissíveis outras classificações para os grupos, como demonstra a Figura 10.
Figura 10 - Classificação dos Grupos22
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS 1º CRITÉRIO: FORMALIZAÇÃO 2º CRITÉRIO: FOCO 3º CRITÉRIO: HOMOGENEIDADE DE COMPOSIÇÃO 4º CRITÉRIO: SISTEMÁTICA DE INTERAÇÃO 5º CRITÉRIO: PERMANÊNCIA GRUPOS FORMAIS GRUPOS INFORMAIS GRUPOS PRIMÁRIOS GRUPOS SECUNDÁRIOS GRUPOS HOMOGÊNEOS GRUPOS HETEROGÊNEOS GRUPOS DE INTERAÇÃO GRUPOS NOMINAIS GRUPOS TEMPORÁRIOS GRUPOS PERMANENTES CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS
No Quadro 11, expõem-se considerações básicas acerca da classificação apresentada na Figura 10.
Quadro 11 - Classificação dos Grupos23
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS CRITÉRIO CATEGORIA DESCRIÇÃO
FORMALIZAÇÃO GRUPOS FORMAIS Grupos formalmente estabelecidos GRUPOS INFORMAIS Grupos espontânea e
informalmente instituídos
FOCO GRUPOS PRIMÁRIOS Grupos voltados a relações interpessoais próximas (Família, e.g.)
GRUPOS SECUNDÁRIOS Grupos focados em tarefas e metas HOMOGENEIDADE
DE COMPOSIÇÃO
GRUPOS HOMOGÊNEOS Grupos constituídos de indivíduos similares sob enfoque determinado GRUPOS HETEROGÊNEOS Grupos que, sob perspectiva
específica, são formados por indivíduos com características não uniformes
SISTEMÁTICA DE INTERAÇÃO
GRUPOS DE INTERAÇÃO Grupos em que a interação entre seus integrantes de faz ativa e diretamente
GRUPOS NOMINAIS Grupos em que a interação entre
22
Ilustração elaborada com a consideração das ideias expostas por Bowditch e Buono (2006), p. 102 - 104.
23
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS CRITÉRIO CATEGORIA DESCRIÇÃO
componentes se realiza de modo controlado ou indireto
PERMANÊNCIA GRUPOS TEMPORÁRIOS Grupos com duração determinada e finita
GRUPOS PERMANENTES Grupos com duração indeterminada
Soto (2005) salienta, ainda, a possibilidade de classificação dos grupos quanto à forma de sua gestão/administração, como ilustrado na Figura 11.
Figura 11 - Classificação dos Grupos Quanto à sua Gestão/Administração24
CLASSIFICAÇÃO DOS
GRUPOS QUANTO À SUA GESTÃO/ ADMINISTRAÇÃO
GRUPOS DIRIGIDOS/ DE
ADMINISTRAÇÃO TRADICIONAL
GRUPOS AUTODIRIGIDOS
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS QUANTO À SUA GESTÃO/ ADMINISTRAÇÃO
No Quadro 12, apresenta-se brevemente a diferença entre os grupos expostos na Figura 11.
Quadro 12 - Classificação dos Grupos Quanto à Sua Gestão/Administração25
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS QUANTO À SUA GESTÃO/ADMINISTRAÇÃO
CATEGORIA DEFINIÇÃO
GRUPOS DIRIGIDOS/DE
ADMINISTRAÇÃO TRADICIONAL
Grupos em que a gestão fica a cargo de um indivíduo determinado (líder ou administrador oficial, e.g.)
GRUPOS AUTODIRIGIDOS Grupos em que a gestão é coletiva e comum, sendo, então, todos os seus integrantes por ela responsáveis
24
Figura concebida a partir das observações de Soto (2005), p. 176 - 177.
25
1.1.1.5 Fatores Impactantes no Desempenho
Sendo, também para os grupos, importantes as questões da eficácia e da eficiência, consideradas a necessidade de consecução de objetivos e de racionalização de recursos, identificam-se alguns fatores impactantes no seu desempenho (CHIAVENATO, 2005):
· Estratégia organizacional;
· Estrutura de autoridade;
· Regulamentação formal;
· Alocação de recursos;
· Processos de seleção de pessoal;
· Sistemática de avaliação de desempenho e de definição de recompensas;
· Cultura organizacional;
· Ambiente físico de trabalho.
Soto (2005), na apreciação deste mesmo tópico, destaca um conjunto diferenciado de fatores impactantes:
· Unidade real de objetivos entre os participantes do grupo;
· Percepção do status social do grupo como importante;
· Coesão entre os integrantes do grupo;
· Eficiente gestão de conflitos;
· Autoconfiança no grupo.
Quanto ao desempenho dos grupos, Schermerhorn Jr., Hunt e Osborn (2002) ressaltam, ainda, que:
· são também relevantes a estruturação conferida ao grupo e a sua maturidade;
· pode-se falar em alto desempenho, quando os seus resultados da atuação do grupo são expressivos e há, ao longo do tempo, manutenção na composição e estruturação dos seus insumos humanos.
1.1.1.6 Eficácia
Conclusivamente cumpre salientar, quanto aos grupos, que, na percepção de Wagner III e Hollenbeck (2004), pode-se falar em grupo eficaz quando três fatores se observam:
· o atendimento, em seus resultados, dos padrões estabelecidos de quantidade e qualidade;
· a satisfação de seus membros;
· a aptidão para cooperação continuada. 1.1.2 Equipes
No atual contexto sócio-econonômico de constantes, diversificadas e rápidas mudanças, a organização do trabalho sob a forma de equipes constitui relevante objeto de estudo, dados seus caracteres próprios que a tornam, em ambientes determinados, estrutura eficazmente produtiva e facilitadora da inovação (THOMAS, 2007) (SHAH et al, 2008).
Em face da relevância mencionada, expõem-se, nesta seção, sintéticas considerações gerais acerca das equipes, sua natureza, finalidade, definição, caracteres, dinâmica, estágios de desenvolvimento, espécies e desempenho.
1.1.2.1 Natureza, Finalidade e Definição
Apesar das similaridades com os grupos, as equipes são, genericamente, concebidas como associações/conglomerados, destinados à realização de trabalhos específicos, em que o desempenho coletivo não é determinado apenas pelo somatório de esforços individuais, sendo, também, produto da interação entre os seus integrantes (CHIAVENATO, 2005).
A partir desta definição, verifica-se que, diversamente do que ocorre nos grupos, os produtos da atuação das equipes apresentam, potencialmente, um valor agregado extra, resultante de sinergia positiva, i.e., da coordenação dos esforços individuais (ROBBINS, 2009), como representado esquematicamente na Figura 12.
Figura 12 - Resultados da Atuação dos Grupos e Equipes26 RESULTADOS DA ATUAÇÃO DE UM GRUPO RESULTADOS DA ATUAÇÃO DE UMA EQUIPE = =
ΣESFORÇOS INDIVIDUAIS + VALOR EXTRA COORDENAÇÃO DE ESFORÇOS
ΣESFORÇOS INDIVIDUAIS
RESULTADOS DA ATUAÇÃO DOS GRUPOS E EQUIPES
As equipes diferem dos grupos, ainda, quanto a outros aspectos (ROBBINS, 2009) (CHIAVENATO, 2005), como sinteticamente exposto no Quadro 13.
Quadro 13 - Principais Diferenças entre Grupos e Equipes27
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE GRUPOS E EQUIPES
ASPECTO MANIFESTAÇÃO NOS
GRUPOS
MANIFESTAÇÃO NAS EQUIPES
SINERGIA POTENCIAL · Sinergia Negativa
· Sinergia Neutra · Sinergia Positiva · Sinergia negativa · Sinergia Neutra RESPONSABILIDADE · Responsabilidade Individual · Responsabilidades Individual e Mútua MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO · Avaliação dos Desempenhos Individuais · Conjunta Avaliação do Resultado Coletivo e dos Desempenhos
Individuais
1.1.2.2 Caracteres e Relevância
No contexto atual, modificou-se o paradigma de concepção do homem nos processos produtivos, passando-se a reconhecer sua condição de parceiro/agente de colaboração (CHIAVENATO, 2004) e a consequente relevância das equipes, em decorrência natural das características peculiares desta espécie de conglomerado de indivíduos (ROBBINS, 2009).
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Representação construída a partir das observações de Robbins (2009) e Chiavenato (2006) para ilustração da diferença entre os produtos das ações dos grupos e das equipes.
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