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Figura 43 - Elementos da Metodologia104

ELEMENTOS DA METODOLOGIA

Concepções Filosóficas

Paradigmas de Investigação

Bases Lógicas para Produção de Inferências

Instrumentos para Coleta, Análise e Interpretação de Dados

Nas seções 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 deste apêndice, expõem-se ágeis notas acerca destes elementos.

4.1 CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS

Na elaboração da pesquisa e em sua condução, é necessário se considerar as concepções filosóficas do investigador em relação à forma como se produz o conhecimento. No Quadro 44, apresentam-se algumas das principais concepções filosóficas.

Quadro 44 - Concepções Filosóficas105

CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS

CONCEPÇÃO

FILOSÓFICA IDEIAS BÁSICAS

Positivismo · A realidade existente é determinada por leis e mecanismos rígidos;

· Pode-se, a partir do exame da realidade, extrair informação sobre as leis e mecanismos determinantes de um fenômeno. Para tanto, procede-se à produção de generalizações absolutas (livres de contexto) e à realização de provas para demonstração de sua verificação.

Pós-Positivismo · Não é possível a perfeita e integral compreensão da realidade existente, pois a mesma é determinada por leis naturais que somente podem ser parcialmente entendidas;

· Ainda que não se possa compreender, com perfeição, a realidade, é possível

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Figura elaborada com o emprego das observações de Marques et al (2006), Creswell (2007), Gil (2002), Gray e Malins (2004), bem como de Lakatos e Marconi (1991).

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Quadro construído com o emprego das observações tecidas por Easterbrook (2007) e Creswell (2007), bem como por Gray e Malins (2004).

CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS

CONCEPÇÃO

FILOSÓFICA IDEIAS BÁSICAS

se obter aproximações para sua representação;

· Como estas representações são abstrações simplificadas, não lidam com todos os fatores potencialmente impactantes no objeto estudado, de modo que,a verificação de sua validade se efetiva, então, mediante demonstração de que não há condições que a refutem.

Construtivismo/ Interpretativismo

· A realidade é múltipla e dependente da ótica sob a qual é examinada, decorrendo, na verdade, de construções mentais produzidas em sociedade e, portanto, dependentes de contexto;

· A partir de um contexto específico, é possível compreender um objeto, estabelecendo, para este contexto, generalizações ou “verdades” locais.

Teoria Crítica · Não é possível a perfeita compreensão da realidade existente; ainda assim, pode-se, por decisão política, ser conhecido um objeto seu;

· Conhecendo-se um objeto, fortalece-se o entendimento da realidade, fomentando-se transformações.

Pragmatismo · A realidade pode ser entendida de múltiplas formas, a depender do seu elemento sob foco e quaisquer recursos que se utilize para sua análise apresentam influências ou tendências espúrias;

· Para a compreensão do objeto estudado, quaisquer estratégias podem ser adotadas, desde que apresentem resultados.

4.2 PARADIGMA DE INVESTIGAÇÃO

Ao se delinear uma pesquisa, é necessária a definição do paradigma a partir do qual se pretende conduzir o estudo, ou seja, é preciso se estabelecer o foco com que os dados serão examinados e com que serão produzidos os resultados.

É possível se adotar distintos paradigmas na condução de estudos, como revela o Quadro 45.

Quadro 45 - Paradigmas de Investigação106

PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO

PARADIGMA IDEIA BÁSICA EXEMPLOS DE TÉCNICAS

EMPREGADAS Paradigma

Qualitativo

Não sendo possível se analisar matemática e estatisticamente os dados referentes ao objeto

estudado, busca-se a

compreensão do objeto a partir das percepções dos sujeitos-objetos da pesquisa · Realização de Entrevistas · Aplicação de Questionários Abertos · Registro de Fotografias · Discussão em Grupo · Observação Sistemática · Observação Participante Paradigma Quantitativo Empregam-se a matemática e a estatística na análise dos dados

· Aplicação de Questionários Fechados

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PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO

PARADIGMA IDEIA BÁSICA EXEMPLOS DE TÉCNICAS

EMPREGADAS

referentes ao objeto em estudo · Aplicação de Testes Padronizados de Múltipla Escolha · Experimentação · Observação Sistemática com Mensuração Paradigma Quali- Quantitativo No estudo, utilizam-se a matemática, a estatística e as percepções dos sujeitos sobre o objeto, enfatizando-se, porém, estes útlimos elementos

· Realização de Entrevistas · Aplicação de Questionários · Registro de Fotografias · Discussão em Grupo · Observação Sistemática · Observação Participante · Aplicação de Testes Padronizados de Múltipla Escolha · Experimentação · Observação com Mensuração Paradigma Quanti- Qualitativo Na investigação, utilizam-se a matemática, a estatística e as percepções dos sujeitos sobre o objeto, enfatizando-se, porém, estes útlimos elementos

· Realização de Entrevistas · Aplicação de Questionários · Registro de Fotografias · Discussão em Grupo · Observação Sistemática · Observação Participante · Aplicação de Testes Padronizados de Múltipla Escolha · Experimentação · Observação com Mensuração

4.3 BASES LÓGICAS PARA PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS

Na condução da investigação, diversas espécies de raciocínios lógicos podem ser empreendidos (MARQUES, 2006), destacando-se os representados na Figura 44.

Figura 44 - Principais Bases Lógicas para Produção de Inferências

No Quadro 46, expõem-se algumas breves notas sobre as bases referidas na Figura 44.

Quadro 46 - Bases Lógicas para Condução de Investigações108

BASES LÓGICAS PARA CONDUÇÃO DE INVESTIGAÇÕES BASE LÓGICA IDEIAS PRINCIPAIS

Análise Decompondo-se o objeto em partes, chega-se à compreensão do todo com o entendimento dos relacionamentos das partes.

Síntese Para a construção do conhecimento com base no fracionamento do objeto, não é suficiente a decomposição. Faz-se necessário recompor o objeto estudado, construindo-se o conhecimento mediante agregação dos entendimentos sobre os componentes. Dedução Partindo-se da análise de um objeto geral, chega-se à

compreensão sobre um objeto específico e particular inserido no grupo macroscópico a partir do qual se realizou o exame.

Indução A partir do conhecimento de objetos específicos, é possível se estabelecer generalizações, produzindo-se, então, conhecimento novo para um conjunto mais amplo ou novo de objetos.

Hipótese-Dedução Dadas as dificuldades na confirmação definitiva e perfeita da validade de determinadas espécies de hipóteses, a demonstração, por via oblíqua, de que não há como se efetivar sua refutação, constitui-se em evidência idônea da admissibilidade de hipótese desta espécie.

Dialética Contextualizando-se os fatos relacionados a um objeto/fenômeno, é possível, mediante o estabelecimento de afirmações e contradições, estabelecer-se conhecimento sobre o objeto de estudo.

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Figura construída com o emprego das observações de Marques et al (2006).

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Quadro elaborado com a consideração das idéias expostas por Marques et al (2006).

BASES LÓGICAS

ANÁLISE SÍNTESE DEDUÇÃO INDUÇÃO HIPÓTESE-

DEDUÇÃO DIALÉTICA

4.4 RECURSOS E INSTRUMENTOS PARA COLETA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Consideradas a concepção filosófica do pesquisador diante do problema e suas escolhas no tocante ao paradigma de investigação e bases lógicas para produção de inferências, é preciso definir os recursos a serem utilizados na coleta, na análise e na interpretação de dados, expondo-se, nas subseções seguintes, breves notas sobre esta definição.

4.4.1 Coleta de Dados

· Definição e Finalidade

Por coleta de dados, entende-se a etapa da pesquisa em que se buscam, como a própria denominação indica, dados úteis ao estudo, ou seja, elementos que possibilitem reflexões sobre o objeto estudado e a produção de inferências sobre o mesmo.