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O interesse pela música como escolha profissional: a motivação em igrejas evangélicas de Ceará-Mirim/RN

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA

JOÃO BATISTA BARBOSA DA PENHA

O INTERESSE PELA MÚSICA COMO ESCOLHA PROFISSIONAL: a motivação em igrejas evangélicas de Ceará-Mirim/RN

Natal/RN 2019

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JOÃO BATISTA BARBOSA DA PENHA

O INTERESSE PELA MÚSICA COMO ESCOLHA PROFISSIONAL: a motivação em igrejas evangélicas de Ceará-Mirim/RN

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Música.

Orientador: Prof. Me. José Simião Severo

Natal/RN 2019

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JOÃO BATISTA BARBOSA DA PENHA

O INTERESSE PELA MÚSICA COMO ESCOLHA PROFISSIONAL: a motivação em igrejas evangélicas de Ceará-Mirim/RN

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Música.

Aprovada em: ____/____/____

________________________________________________________

PROF. Me. JOSÉ SIMIÃO SEVERO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) (ORIENTADOR)

________________________________________________________

PROF(A). DRA. MARIA CLARA DE ALMEIDA GONZAGA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

(MEMBRO DA BANCA)

________________________________________________________

PROF(A). DRA. CAROLINA CHAVES GOMES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) (MEMBRO DA BANCA)

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, autor do meu destino, companheiro de todos os momentos. Ele alimentou a minha alma com calma e esperança durante toda a jornada. Não posso esquecer dos meus pais que através do exemplo me ensinaram a nunca desistir dos meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

É inevitável agradecer sem antes atribuir essa conquista ao meu Criador, meu Senhor, a Ele atribuo essa vitória. Conforme podemos encontrar no livro de Jó no capítulo 42.2: “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido”, este versículo tem acompanhado toda a minha trajetória. Não posso deixar de agradecer as pessoas que sempre me acolheram, sempre cuidaram de mim, meus pais, o senhor Ernani Cipriano e a senhora Maria do Carmo, mesmo sem cursar uma faculdade, detêm um conhecimento extraordinário e me ensinaram, me prepararam para o mundo. A vocês meus sinceros agradecimentos por tudo que fizeram e fazem por mim e por nossa família. A minha esposa Thaty Silva, que com muita paciência acompanhou todo esse meu processo de vida acadêmica. A todos os meus familiares que com amor e carinho souberam me compreender nesses dias tão difíceis.

Agradeço a toda a equipe da EMUFRN, em especial ao professor Danilo Guanais, orientador da turma de 2104; pela atenção dada a mim, junto a elaboração do tema em questão e incentivo. Agradeço a professora Carolina Chaves Gomes por toda atenção, carinho e paciência e também a professora Maria Clara de Almeida Gonzaga que se esforçou ao máximo para transmitir seus conhecimentos e foi compreensiva nos momentos de dificuldade. Um agradecimento especial também a toda dedicação de José Simião Severo, meu orientador/amigo nesse árduo trabalho, porém muito especial e também com grandes contribuições para nossa área. Obrigado pela parceria, por todo o incentivo em não desistir. Aos meus amigos e a todos os meus alunos que o universo musical ofereceu como presente.

À I Igreja Batista em Ceará-Mirim/RN pela permissão em aperfeiçoar minha musicalidade e desenvolver experiência na área. E também, aos músicos que pude conhecer através da abordagem qualitativa para este trabalho, obrigado por fazerem da música nas igrejas uma verdadeira obra de paixão, fé, amor e Arte em suas vidas. A todos os mestres da música e da educação que tive o prazer de tê-los como meus professores, alguns se tornaram amigos mais chegados, outros, com certeza, admirados por compartilharem conhecimentos que fazem o diferencial na minha vida profissional. A todos que contribuíram, direta ou indiretamente, meus sinceros agradecimentos por fazerem parte da minha vida!

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EPÍGRAFE

A música não possui apenas esquemas lógicos no aprendizado, mas também elementos simbólicos como sentimentos, ideais e valores, o que confirma a necessidade de se estruturar afetivamente para os esquemas mentais. Portanto, em um ambiente em que favoreça as interações cooperativas criam-se maiores possibilidades de estruturação emocional e mental para o aprendizado da música.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta considerações acerca das práticas metodológicas musicais utilizadas nas igrejas evangélicas da cidade de Ceará-Mirim/RN, evidencia quais as motivações que levam ao interesse musical dos seus respectivos músicos. O estudo tem objetivo em compreender a contribuição e a atuação das igrejas evangélicas no relacionamento direto e indireto com o ensino e aprendizagem musical, expondo as diferentes concepções sobre o que a música representa para alguém que tenha sua formação musical introduzida neste ambiente. Através da pesquisa bibliográfica, o suporte teórico está ancorado nos conceitos de educação musical formal, não-formal e informal. Assim, autores tais quais: Freitas (2008), Costa (2008), Arroyo (2000), Müller (2000); Prass (1998) e Libâneo (2000), bem como entrevistas feitas com músicos profissionais que tiveram sua formação musical nas referidas igrejas, fomentam este trabalho. Os resultados evidenciam a relação das determinadas práticas musicais nos cultos e de todo este ambiente, com a busca por uma educação musical mais sistêmica. Com isso, constata-se a importância das Igrejas como instituições que exercem influências musicais, de forma direta ou indireta, demonstrando o quanto esse contexto é perscrutador e, ao mesmo tempo essencial para que os envolvidos possam seguir, mostrar interesse e buscar uma carreira profissional na área da música.

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ABSTRACT

This paper presents considerations about the methodological practices used in the evangelical churches of the city of Ceará-Mirim / RN showing the motivations that lead to the musical interest of their respective musicians. The study aims to understand the contribution and performance of evangelical churches in direct and indirect relationship with the teaching and learning of music, exposing the different conceptions about what music represents for someone who has their musical formation introduced in this environment. Through bibliographic research, the theoretical support is anchored in the concepts of formal, non-formal and informal music education. Thus, authors such as: Freitas (2008), Costa (2008), Arroyo (2000), Müller (2000); Prass (1998) and Libaneo (2000), as well as interviews with professional musicians who had their musical training in these churches, foster this work. The results show the relationship of certain musical practices in the cults and all this environment, with the search for a more systemic music education. This shows the importance of churches as institutions that exert musical influences, directly or indirectly, demonstrating how much this context is searching and, at the same time, essential for those involved to follow, show interest and pursue a professional career. in the area of music.

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LISTA DE IMAGEM

Imagem 1 – Foto do Ministério de Louvor da Igreja Universal do Reino de Deus ... 37

Imagem 2 – Foto do Ministério de Louvor da Igreja Universal do Reino de Deus ... 37

Imagem 3 – Foto do Ministério de Louvor da I Igreja Batista da Convenção ... 38

Imagem 4 – Foto do Ministério de Louvor da I Igreja Batista da Convenção ... 39

Imagem 5 – Foto do Ministério de Louvor da I Igreja Batista da Convenção ... 39

Imagem 6 – Foto do Ministério de Louvor da Igreja Adventista do Sétimo Dia ... 40

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEM - Associação Brasileira de Educação Musical

ANPPOM - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música EMUFRN - Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte RN – Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...13

2 A EDUCAÇÃO MUSICAL E SUAS ESPECIFICIDADES ... 15

3 UM ESTUDO SOBRE O ESPAÇO NÃO FORMAL DE ENSINO ...19

3.1 Um passeio sobre as Doutrinas ... 21

4 A COMPREENSÃO DOS MÚSICOS NO PROCESSO DE INTERAÇÃO COM A MÚSICA ...23

4.1 As entrevistas ... 26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 33

6 REFERÊNCIAS ... 35 ANEXOS

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1. INTRODUÇÃO

Ao analisar e refletir acerca do interesse pela música como escolha profissional nas igrejas evangélicas no município de Ceará-Mirim/RN, o estudo pretende compreender de que forma o ambiente musical nas igrejas evangélicas interferem no processo de interesse e imersão ao conhecimento musical, sua contribuição e atuação no relacionamento direto e indireto com o ensino e aprendizagem. Este trabalho responde, principalmente, à seguinte questão: Até que ponto a igreja evangélica impulsiona ou limita a aprendizagem musical? Para isso é exposto durante o trabalho, concepções das pessoas que estão inseridas nos ministérios, suas introspecções, as relações que a arte musical tem com as igrejas evangélicas e como essa arte se modificou ao longo do tempo.

A motivação para o tema da pesquisa surgiu a partir de vivências musicais durante minha formação no ambiente musical de uma igreja protestante. Com isso, houve um desejo de querer compreender os reflexos da interação entre os músicos no aprendizado musical nesse ambiente. Pude vivenciar esse contexto que me fez conhecer novas oportunidades de imersão no conhecimento musical. Logo, é perscrutador o quanto o mesmo interfere e ao mesmo tempo torna-se essencial para que os envolvidos possam seguir, mostrar interesse e buscar uma carreira profissional ou não. A escolha pela temática deu-se justamente pela necessidade de desenvolver e trabalhar com uma prática de ensino mais aprofundada, mais dedicada, próximo da realidade musical daquele contexto.

Como metodologia para descrever esse interesse, temos uma abordagem qualitativa, para melhor compreendermos o que envolve aprender música em um espaço não formal de ensino. Segundo Oliveira (2003), a pesquisa qualitativa é realizada no contexto em que se pesquisa, ou seja, retratando a realidade de cunho social e da descoberta dos fatos. Portanto, ela identifica a interpretação em contexto, busca retratar a realidade de forma completa e profunda, procura representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista presentes numa situação social. Ou seja, possibilita uma experiência mais aproximada. É preciso estar inserido no contexto onde se realiza a ação. É compreendida a interpretação de fenômenos que não podem ser traduzidos em números. Segundo Silva e Menezes (2005, p. 20), “ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento- chave.” Dentre as referências, vale mencionar algumas como Freitas (2008) e Costa (2008) ambos abordando um

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estudo detalhado de experiências sociais e educacionais relacionadas à música em igrejas evangélicas.

Com este propósito, busquei desenvolver leituras a partir de material já elaborado neste tema, como: livros, artigos, documentos tipografados e eletrônicos, obtidos via internet em locais de domínios da Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM), bem como a consulta de monografias com temáticas correlatas e entrevistas semiabertas.

Os procedimentos escolhidos neste trabalho, consistem em observação de diferentes denominações de cunho religioso evangélico para relatar fatos que comprovem uma relação direta com o ambiente musical nas igrejas do município de Ceará-Mirim RN, além de entrevistas realizadas com músicos que tiveram sua inicialização musical em igrejas evangélicas para obter informações de diferentes pontos de vista sobre a influência da igreja na educação musical de cada um.

Partindo desse pressuposto, o trabalho está dividido em quatro capítulos: o primeiro é destinado a apresentação do trabalho, quanto as questões norteadoras, os objetivos do estudo, a motivação para a justificativa, a metodologia e os caminhos da análise. Logo em seguida, apresento a Educação Musical de forma geral e específica, abordando assim um tópico sobre a Educação Musical e suas especificidades bem como com seus respectivos subtópicos. Em seguida, um panorama geral bíblico apresentando analogias e diferenciações entre dons e talentos, um estudo sobre o espaço não formal de ensino e como o ensino de Música ocorre em alguns desses contextos. Pontuarei algumas possíveis etapas sob o princípio da abordagem qualitativa e as motivações que fazem com que os músicos das igrejas evangélicas em Ceará-Mirim/RN, busquem a música como formas de interação social. Ressaltarei também as conclusões sobre as entrevistas realizadas com músicos que tiveram sua inicialização musical em igrejas evangélicas, a fim de que possa obter informações de diferentes pontos de vista sobre a influência da igreja na educação musical de cada um, mencionando as contribuições e desafios encontrados e vencidos no desenvolvimento desse percurso.

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2. A Educação Musical e suas especificidades

No século XX, a Educação Musical brasileira foi influenciada por Métodos Ativos de 1ª geração elaborados por Zoltán Kodaly, Émile-Jaques Dalcroze, Carl Orff e Shinichi Suzuki. Cada qual optou por desenvolver determinado aspecto da Educação Musical como a prática vocal e instrumental; da valorização no movimento corporal e na habilidade de escuta; por meio da integração de linguagens artísticas e o ensino baseado no ritmo, no movimento e na improvisação; e a capacidade de aprender música do mesmo modo que se aprende a falar a língua de seu país (FONTERRADA, 2008). Destaco aqui o compositor Villa-Lobos (1887-1959), que sonhou com a inclusão da cultura musical no currículo das escolas dos ensinos fundamental e médio, após anos de discussão, conseguiu que o sonho se tornasse real. O Parlamento aprovou a Lei nº 11.769 em agosto de 2008. No entanto, ao final de 1930, admirou-se do grande descaso com a música e o total analfabetismo musical da população brasileira, o que o levou a apresentar um plano de Educação Musical às autoridades competentes, segundo Felipe Radicetti (2008), mestre em música, em entrevista concedida à Comissão de Cultura. Plano este que tanto abriu o leque para que o ensino da música pudesse ser inserido em ambientes formais quanto em ambientes não formais e ao me referir às práticas musicais ocorridas dentro e fora da escola, estou considerando, segundo Arroyo (2000, p. 78), “a educação [musical] como prática social e cultural que é mais ampla que a escolarização”. A autora ainda considera que o fazer musical de diversas culturas, tempos e sociedades traz consigo sua própria identidade.

Outro compositor que deu grande impulso à Educação Musical brasileira a partir de 1937 foi Hans Joachim Koellreutter (1915-2005). Segundo Fonterrada (2008), p. 215-216 ele “trouxe ideias frescas, que refletiam a nova postura diante da arte contemporânea e abriu um campo voltado à pesquisa e à experimentação”. Em torno de Koellreutter forma-se um grupo de jovens musicistas brasileiros que criam o Grupo Música Viva.

A trajetória musical brasileira é muito rica e está interligada intimamente na vida das pessoas em diversos âmbitos. Essas teias têm se ramificado dentro de inúmeros ambientes, dentre eles, as igrejas, mais precisamente, as igrejas evangélicas.

A música é reconhecida como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em

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questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. A valorização do contato da criança com a música já era existente há tempos, Platão (427 a.C.) dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Sendo assim, tendo em vista os benefícios, acredita-se que seja por isso que até hoje os períodos de louvor são tão bem aceitos no decorrer das liturgias dos cultos.

Dessa maneira, é possível afirmar que já temos uma trajetória histórica, educativa e cultural que nos permite uma reflexão crítica acerca de perspectivas e caminhos concretos que possam subsidiar a inserção da Educação Musical em qualquer ambiente social até mesmo na informalidade das igrejas evangélicas.

Segundo Morris (1975, p. 235):

Tudo que é caracteristicamente humano depende da linguagem. O ser humano é, em primeira instância, o animal falante. O discurso representa o mais essencial – mas não o único – papel no desenvolvimento e na preservação da identidade humana e de suas aberrações, assim como faz no desenvolvimento e na manutenção da sociedade e de suas aberrações.

A necessidade de comunicação entre os povos tornou a música uma marca vital de identificação de cada comunidade e sua cultura. Segundo Oliveira (1999, p. 42), “é a necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da linguagem”. As comunidades podem ser identificadas pela música que escutam e trazendo para temática em questão, essa mesma música pode ser o elo entre os cristãos, os membros daquela igreja, com o próprio Deus.

Mediante este fato torna-se relevante, portanto, refletir sobre os significados dos termos “formal” e “informal”, considerados como temática de destaque nas discussões atuais de educação musical. Segundo Arroyo (2000), ao utilizarmos o termo “formal” para qualificarmos a educação musical diferentes significados poderão ser destacados, pois esse termo pode ter significações, tais como: escolar, oficial, ou dotado de uma organização. Assim, a educação musical “formal” pode ser considerada tanto aquela que acontece nos espaços escolares e acadêmicos, envolvendo os processos de ensino e aprendizagem, quanto aquela que acontece em espaços considerados alternativos de música. A autora coloca, ainda, que podem ser considerados não somente os sistemas regulamentados, mas também as práticas que ocorrem no contexto da cultura popular, pois estudos já realizados revelaram que existem formalidades características dessas práticas (ARROYO, 2000; MÜLLER, 2000; PRASS, 1998).

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Entretanto, Arroyo (2000, p. 79), ao discutir sobre o termo “informal”, esclarece que o mesmo pode ser visto como “não-formal”, sendo considerado algumas vezes como educação musical não oficial e outras não escolar, utilizado para referendar o ensino e a aprendizagem de música que podem ocorrer nas situações cotidianas e entre as culturas populares. Para a autora, é possível perceber que não há unanimidade no que se refere a um termo que poderá ser adotado para nomear uma realidade um tanto complexa, como tem se revelado esta que abrange o ensino e a aprendizagem decorrentes de contextos diversos. Arroyo (2000, p. 79) reconhece que “particularmente, estamos à procura de denominações mais precisas que deem conta de contemplar toda essa diversidade”.

A necessidade de transitar entre o “formal” e o “informal” é colocada como questão de caráter primordial, pois significa, para Arroyo (2000, p. 89), que:

A educação musical contemporânea demanda a construção de novas práticas que deem conta da diversidade de experiências musicais que as pessoas estão vivenciando na sociedade atual. Assim, transitar entre o escolar e o extra-escolar, o “formal” e o “informal”, o cotidiano e o institucional, torna-se um exercício de ruptura com modelos arraigados que teimam em manter separadas esferas que na experiência vivida dialogam.

“Mas esse trânsito entre o “formal” e o “informal”, que ampliaria as possibilidades de uma educação musical, precisa ser instrumentalizado”. Desse modo, é preciso que se possa olhar além do que convencionalmente se vê, para isso é necessário preparo conceitual, pois esse trânsito requer postura reflexiva, diálogo com outras áreas e revisão do campo da Educação Musical (ARROYO, 2000; SOUZA, 2001b).

Alguns autores não chegam a discutir profundamente a utilização de um ou outro termo, mas fazem referência a eles. Santos (2001, p. 41), ao referir-se aos múltiplos espaços de atuação musical atuais, declara que “a escola de ensino fundamental e médio, a de educação infantil e as escolas de música são campos consagrados, instituídos como legítimos”, “mas que a identificação desses espaços não deve significar a fixação de um território, de uma prática, ou de uma identidade”.

Ao buscar os autores da área de educação, foi possível perceber que algumas definições acerca dos conceitos relativos a essas práticas formais, não-formais ou informais vêm sendo discutidas. Ao discorrer sobre o que denomina de “dimensões da educação”, Libâneo (2000) esclarece que esta pode ser considerada em duas modalidades: a educação não intencional, chamada de informal ou paralela, e a

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educação intencional, que é estendida em educação formal e não-formal. O termo “educação informal” o autor considera mais adequado para indicar uma modalidade de educação que resulta do “clima” onde os indivíduos vivem, em que faz parte tudo o que está imbuído na vida grupal e individual. São relações educativas adquiridas independentemente da consciência de suas finalidades, pois não existem metas ou objetivos preestabelecidos conscientemente. A educação informal perpassaria as modalidades de educação formal e não-formal, pois o contexto da vida social, política, econômica e social, bem como a família e a rua, também produzem efeitos educativos sem constituírem instâncias claramente institucionalizadas.

As modalidades de educação intencional são definidas nos seguintes termos: educação formal seria aquela estruturada, organizada, planejada intencionalmente, sistemática, sendo que a educação escolar convencional seria o exemplo típico. A educação não-formal seria aquelas atividades que possuem caráter de intencionalidade, mas pouco estruturadas e sistematizadas, onde ocorrem relações pedagógicas, mas que não estão formalizadas relacionando-as muito bem com o meu objeto de estudo, o ensino da música como escolha profissional nas igrejas evangélicas (LIBÂNEO, 2010).

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3. Um estudo sobre o espaço não formal de ensino.

Fazendo um estudo sobre o espaço não formal de ensino e como o ensino de Música ocorre em alguns desses contextos, encontro uma dicotomia bem relevante dentro das igrejas evangélicas, a distinção entre dons e talentos. Sendo assim, como o desenvolvimento deste trabalho está fundamentado na motivação da escolha pela música como forma profissional, julgo necessário fazer algumas considerações sobre o significado do que os membros de uma igreja consideram como dom e o que consideram como talento, assim como pontuar algumas áreas de conhecimento onde esta dicotomia é aplicada.

Nessas discussões a formação daqueles que trabalham com o ensino de música tem sido repensada, constituindo-se numa preocupação presente, sendo que esses profissionais já atuam ou irão atuar nos múltiplos espaços e com novas demandas profissionais (ARROYO, 2000; HENTSCHKE, 2001; SOUZA, 2000). E nas igrejas não é diferente, segundo as escrituras dispostas na Bíblia Sagrada o homem é capacitado para o serviço cristão pelo Espírito Santo com dons e talentos (I Co 12:5; I Pe 4:10), que devem ser usados visando o serviço do Reino. Um talento é uma habilidade humana e natural com a qual se nasce ou é adquirida e pode ocorrer nas áreas da: música, oratória, administração e outras. Já um Dom é um presente divino.

Contudo, fazendo um panorama geral bíblico apresentando analogias e diferenciações entre dons e talentos, observei que muitos cristãos não desenvolvem seus dons, pois não valorizam seus talentos, outros ficam angustiados porque não sabem para que Deus os chamou, outros até desejam viver de sua arte, porém o receio de viver da música e a incerteza de uma instabilidade financeira os impede de tal ato.

A palavra "dom" em inglês é "gift", que significa presente. Ou seja, dons são presentes, dádivas que recebemos de Deus, de acordo com a Bíblia e o ensinamentos que ali foram passados.

Segundo os ensinamentos cristãos, o talento natural é a capacidade concedida por Deus a todos os homens indistintamente, com o objetivo de capacitá-los ao serviço à humanidade e à própria realização, na esfera natural. O talento pode e precisa ser desenvolvido ao longo da vida, pode ou não ser colocado a serviço de Deus, a serviço da humanidade, a serviço do próprio indivíduo ou a serviço do bem ou do mal.

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Diferente do talento natural, temos o talento adquirido que é a capacidade conquistada e desenvolvida através da perseverança individual, motivada pelas circunstâncias ou pela apreciação do talento natural.

Semelhantemente ao talento, um dom espiritual também é dado ao homem após o seu nascimento, porém, não é no nascimento do ventre da mãe, mas sim no nascimento do novo homem e confirma essa aliança por meio do batismo. Recebemos um dom espiritual para que o usemos na vida da igreja e a igreja é composta por todos aqueles que reconhecem Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas.

A Bíblia nos pontua uma lista de dons espirituais em passagens diferentes, conforme podemos perceber em 1 Coríntios 12: 1-12 e Romanos 12: 3-8 e o objetivo desses dons espirituais é justamente o aperfeiçoamento para o desempenho do seu serviço e para a edificação da igreja. De modo resumido, temos descritos na Bíblia os seguintes dons: palavra de sabedoria, aconselhamento, palavra de ciência, ensino, fé, dons de cura, operação de maravilhas, profecias, discernimento de espíritos, ministração, ensino, exortação, motivação, generosidade, liderança, dentre outros. Conforme o apóstolo Paulo diz em seu livro de Romanos 11:29 “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” e é a partir disso que os demais músicos muitas vezes estão a frente de um ministério de louvor, como escolha alternativa/profissional, desenvolvendo ou não seus talentos, buscando ou não uma capacitação nesta área posteriormente.

É notório que a educação musical atualmente precisa construir práticas que contemplem a diversidade de experiências ocorridas dentro e fora do ensino não-formal. É necessário um trânsito entre o formal e o informal, entre o cotidiano e o institucional, rompendo com modelos estereotipados de ensino de música (ARROYO, 2000, p. 89).

A aprendizagem na dimensão não-formal vai sendo desenvolvida sem que haja uma obrigatoriedade ou ainda mecanismos de repreensão para o não-aprendizado. O que ocorre é que a necessidade do grupo acaba por envolver os participantes num processo de ensino e aprendizagem. Esse envolvimento resulta numa relação mais prazerosa e significativa com a construção do saber, onde a bagagem de cada um é respeitada e se faz presente no decorrer das atividades desenvolvidas (GARCIA, 2001). Segundo Gohn (1999, p. 103), “é a experiência das pessoas em trabalhos coletivos que gera um aprendizado”. Os conhecimentos musicais dos músicos, em seus respectivos ministérios, não são produzidos pela aquisição de conteúdos estabelecidos previamente; é um conhecimento que vai sendo obtido através das próprias dificuldades que vão

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surgindo, das necessidades que vão se mostrando a cada ensaio. O fato de ficarem muito tempo juntos faz com que os integrantes interajam, resultando em ações que são fundamentais para que novos saberes sejam adquiridos, ocorrendo no plano da comunicação verbal, oral (GOHN, 1999).

3.1 Um passeio sobre as Doutrinas

Por conveniência, precisei embasar como parte metodológica do meu trabalho os pontos inerentes a cada doutrina, já que apresentarei as concepções das pessoas que estão inseridas nos ministérios, bem como, suas introspecções. O pentecostalismo é um movimento de renovação de dentro do cristianismo que dá ênfase especial numa experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo. O termo pentecostal é derivado de Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos, este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Atos 2. Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento. E é por ter esses ensinamentos enraizados na Igreja Primitiva que muitas vezes não há abertura para musicas seculares.

Entretanto, a doutrina Neopentecostal, ou a expressão Terceira Onda do Pentecostalismo, designam a terceira onda do movimento pentecostal. É um movimento dentro do cristianismo que surgiu em meados dos anos 1970 e 1980, algumas décadas após o movimento pentecostal do início do século XX, ocorrido em 1906. Dissidente do evangelicalismo que congrega denominações oriundas do pentecostalismo clássico ou mesmo das igrejas cristãs tradicionais (batistas, presbiteriana, metodistas, etc), o neopentecostalismo é considerado um movimento sectário.

A doutrina Batista são diversas denominações cristãs, com forma de governo congregacional, cuja doutrina básica se dá na salvação mediante a fé somente, tendo como regra de fé e prática a Bíblia Sagrada, e por princípio a separação entre Igreja e Estado. Está distribuída em todo o mundo, e não possui hierarquia, tampouco governo único, visto que é princípio da maior parte das Igrejas Batistas o governo local da Igreja. Os batistas entendem haver duas ordenanças de Jesus Cristo: a Ceia do Senhor e o Batismo.

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Sendo assim, mesmo não contemplando todas as igrejas do município de Ceará-Mirim, busquei imergir em todas as doutrinas existentes, visto que as igrejas inseridas nestas doutrinas seguem o mesmo padrão. A Doutrina Adventista do Sétimo Dia é uma denominação cristã restauracionista, trinitariana, sabatista, mortalista, não cessacionista, que se distingue pela observância do sábado como dia do Senhor, o sétimo dia da semana judaico-cristã (sabbath) e por sua ênfase e influência vinda do judaísmo em sua doutrina e na iminente segunda vinda de Jesus Cristo. Entre seus vários pioneiros está Ellen White, cujos escritos são tidos pelos adventistas como inspirados por Deus.

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4. A COMPREENSÃO DOS MÚSICOS NO PROCESSO DE INTERAÇÃO COM A MÚSICA

Neste capítulo, apresentarei as etapas da experiência ação sob o princípio da abordagem qualitativa, destacando espontaneamente como os músicos compreendem o processo de interação com a música e como ocorre o processo de ensino aprendizagem dentro das instituições (igrejas).

Essa forma de conceber a pesquisa tornou-se um importante apoio metodológico, uma vez que as reflexões tecidas no decorrer do estudo foram baseadas nas declarações dos entrevistados que, com frequência, situaram o fazer musical e a troca de experiência como a instância mais valorizada durante o processo de ensino aprendizagem musical.

Os grupos e ministérios de louvor (serviço a outros em nome de Deus com vistas ao enaltecimento e exaltação a Deus através da música) das igrejas têm desempenhado um papel muito importante na relação prática do ensino musical, o „fazer musical‟ é algo que acontece rotineiramente e criam um propósito para a educação. “Na igreja os estudantes de música possuem estímulos para o aprendizado musical, devido ao fato de utilizarem este aprendizado quase que de forma simultânea à prática musical exercida nos cultos”. (COSTA, 2008, p. 16).

Santos (1991) relata que existe um esquema de aprendizado-prática embutido no contexto das igrejas que fazem com que os estudantes de música desses ambientes percebam sentido em estudar, pois no momento de tocar eles colocam em prática tudo aquilo que aprenderam, tornando aquele um momento de fixação de conteúdo.

A aprendizagem musical se dá no próprio fazer, como atividade intuitiva (de nível pré-lógico) sobre o visto e o ouvido, auxiliada por mediadores como a palavra rítmica, a imagem visual, tátil e cinestésica; o domínio do repertório do grupo é sempre presente na prática musical, respondendo pela ênfase na reprodução, na fixação de partes musicais já ouvidas e de formas de estruturar o material sonoro (SANTOS, 1991, p. 10).

Sobreira (2003) afirma que pessoas ligadas às comunidades evangélicas têm mais facilidade de desenvolver uma habilidade para o canto do que outras que não pertencem: “Pessoas ligadas às religiões protestantes com contato estreito, desde a infância com ambiente musical muito propício, cantam com muita facilidade”

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(SOBREIRA, 2003, p. 121). Esses indivíduos, por estarem em contato com o canto coletivo rotineiramente, adquirem habilidades para cantar por causa desta exposição.

Dentro das igrejas acontece os momentos de preparação da técnica vocal e instrumental, como ensaio de coros, ensaio para cantatas ou para os cultos, não há um ensino formal voltado para os conceitos teóricos e sim uma sistematização do que os músicos precisam para reproduzir aquele repertório escolhido pelo ministério de louvor ou pelo ministro responsável.

O processo de ensino aprendizagem utilizado como metodologia nas igrejas foi observado como uma ferramenta muito importante para aqueles que sentiam dificuldades de acompanhamento em uma determinada música, a contagem unida aos acordes e ao ritmo faz com que os demais músicos não se percam ao tocar.

A música modifica e interage com o indivíduo até ele ter o pensamento musical formado e poder atuar na área com essa importância. Ao experienciar essa abordagem qualitativa pude enxergar o papel importante que a Música tem e o quanto a mesma tem o poder de capacitar e envolver pessoas na sua melodia.

Os músicos que participam do ministério de louvor dão evidência de que o aprendizado musical anterior à escola formal é movido pela oportunidade de inclusão e participação imediata na prática coletiva; com sentido inscrito num círculo de sociabilidade.

A igreja, além de proporcionar todo o ambiente que permite liberdade para experimentar, criar e aprender musicalmente, também preza por um sentimento de cooperativismo entre os fiéis, algo que segundo Kebach (2008) facilita ainda mais o aprendizado:

A música não possui apenas esquemas lógicos no aprendizado, mas também elementos simbólicos como sentimentos, ideais e valores, o que confirma a necessidade de se estruturar afetivamente para os esquemas mentais. Portanto, em um ambiente em que favoreça as interações cooperativas criam-se maiores possibilidades de estruturação emocional e mental para o aprendizado da música. (KEBACH apus CUNHA, 2013, p. 22).

O resultado dessa articulação seria um saber criticamente reelaborado. Esse saber reelaborado significaria uma nova relação com a experiência vivida, uma ligação à sua significação humana e social. Para que isso ocorra, os processos de ensino e aprendizagem, precisam ter repercussão na vida dos músicos, considerando a educação

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como “uma atividade mediadora no seio da prática social, global” (LIBÂNEO, 1996, p. 39).

Nesse sentido, Libâneo (1996) afasta a possibilidade de que os processos de ensino e aprendizagem informais sejam artificiais. Essa artificialidade estaria caracterizada através de dois polos: em um lado, um ensino dogmático onde o saber é apenas depositado e, em outro, onde o músico traz um saber totalmente espontâneo ou natural, sem uma ligação ao significado humano e social (LIBÂNEO, 1996, p. 40-41). Para Libâneo (1996, p. 39), considerar a educação como “atividade mediadora no seio da prática social” significa um acesso ao saber institucionalizado e reconhecido e àquele cotidianamente construído, estabelecendo uma articulação entre ambos. Para o autor, o relacionamento da prática vivida com o saber institucionalizado resultaria numa ruptura, no sentido de constatar a prática real, confrontando o que é visto na escola, formalmente, com o que é realizado fora dela. Esse confronto seria o resultado da uniformidade entre a teoria e a prática, entre o formal, não-formal e informal (LIBÂNEO, 1996, p. 39-41).

Santos e Figueiredo (2003) descrevem que quando os estudantes falam de ensino formal na academia, os mesmos retratam um conhecimento desvinculado das práticas musicais que o justifiquem. E revelam uma precarização no “esquema de gratificação” da tarefa de fazer música do ensino formal, levando-os à estagnação e criando uma sensação de falta de propósito. Isto traz à tona a relação do conhecer e fazer musical que Swanwick (1994) sugere.

Fronteiras curriculares separam o fazer musical do conhecer (conhecimento proposicional e factual desvinculado à prática musical); separam o executar e compor do conhecer (confinado a fatos de história e teoria); e concebem o executar e compor como atividades sem reflexão, nas quais o entendimento não é nem adquirido, nem demonstrado. (SWANWICK, 1994, p. 57)

Os estudantes de música da academia demostram um sentimento de descontentamento frente à um ensino que desvincula o que é aprendido formalmente com as atividades do cotidiano. Fronteiras entre saber cotidiano e acadêmico se firmam (SANTOS; FIGUEIREDO, 2003). Na igreja esta sensação inexiste visto que todo aprendizado necessita ser colocado logo em prática, cumprindo a demanda que a igreja exige de seus músicos, mesmo iniciantes, no uso da música nas práticas coletivas de seus membros. (COSTA, 2008, p. 17).

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4.1 As entrevistas

Foram feitas entrevistas com os músicos dos quatro ministérios de louvor representantes das quatro denominações existentes nas igrejas no município de Ceará-Mirim, músicos estes que desenvolveram suas habilidades musicais nas igrejas evangélicas, com a intenção de exemplificar as relações educacionais que acontecem nestes ambientes e as diversas possibilidades de desenvolvimento profissional musical de acordo com a visão e concepção de cada um. Escolhi as denominações de igrejas evangélicas (Pentecostal, Neopentecostal, Batista da Convenção e Adventista), justamente com o objetivo de expor as diferentes visões e possibilidades que podem existir entre a atuação dos músicos e os diferentes tipos de educação que ocorrem nestes ambientes.

Dentre os questionamentos mencionados pontuei: Se há uma maior capacitação para desenvolver suas habilidades; Foi indagado também se os músicos concordam com Sobreira (2003) quando o mesmo defende que as pessoas ligadas às comunidades evangélicas têm mais possibilidade de desenvolver uma habilidade do que outras que não pertencem, justamente a fim de sondar em quais denominações acredita-se no desenvolvimento da sua habilidade através do dom e em quais menciona o desenvolvimento da habilidade através do talento. Se há algum método de ensino da música em sua igreja, e se houver, qual? A seguinte afirmação também foi mencionada: "Grande parte das igrejas proporcionam um ensino musical básico e se o músico quiser desenvolver suas habilidades ele necessariamente precisa buscar no secular a fonte para o desenvolvimento, pois a música produzida na igreja é limitada tecnicamente", alguns concordaram, outros não. A fim de que pudéssemos compreender melhor este processo de ensino aprendizagem e também que eles pontuassem qual a importância de se tocar na igreja, comentando um pouco sobre as práticas musicais das instituições, foi perguntado se alguns deles já haviam estudado música em outro ambiente além da igreja e se os mesmos viviam da música? Se sim, se há uma valorização da profissão por parte das igrejas? Por fim, também questionei se a busca por uma capacitação na área da música pode ser vista como uma forma profissional e por que alguns músicos buscam aprimorar seus talentos em um ensino formal e outros não?

Desta forma, a primeira trajetória musical começa com os músicos e representantes da denominação Neopentecostal. Um deles inclusive chega a descrever sua iniciação musical que, curiosamente não foi com o seu atual instrumento:

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Comecei a tocar com 16 anos de idade numa igreja evangélica. O instrumento que aprendi foi bateria, nunca tive aulas particulares, apenas ia para igreja e buscava aprender sozinho e assim consegui desenvolver. Com o tempo fui estudar outros instrumentos, o contra baixo foi um deles, por um tempo também me dediquei a guitarra pela necessidade da igreja. Graças a Deus pelo meu dom de poder tocar alguns instrumentos¹.

Quando questionados sobre o aprendizado dos respectivos instrumentos descrevem que o ensino formal aconteceu de forma muito superficial, mas o maior aprendizado é tocando nos cultos, através do ensino informal ou não intencional.

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¹ Informação fornecida por Jefferson Campos, membro do Ministério de Louvor Consciência Cristã (Neopentecostal), em outubro de 2019.

Sobre a importância de se tocar na igreja, o grupo fala sobre o fator “prática musical” que é intenso, enxergando isso como diferencial para quem aprende a tocar na igreja, comparado a outros ambientes. E abre um paralelo quanto a práticas musicais ao tocar na igreja como cristão, de acordo com um dos entrevistados, “penso que você se torna um músico educado pelo repertório tocado na igreja, músicas mais clássicas e mais trabalhadas”.

Algo em comum no grupo foi justamente o despertar para essa modalidade de ensino que veio por meio da igreja, já que outros irmãos tocavam no grupo de louvor e os mesmos procuraram aprender também, segundo um deles, “o incentivo de outras pessoas nos fizeram desenvolver com mais facilidade”. Um dos componentes também comenta que a igreja proporciona a base, mas cabe à pessoa buscar pela evolução musical, afirmando que “minha motivação sempre é buscar dar o melhor para Deus, buscando desenvolver musicalmente. Minha forma de estudar é por meio de vídeos aulas e ouvindo diversas músicas e vários ritmos”.

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¹ Informação fornecida por Jefferson Campos, membro do Ministério de Louvor Consciência Cristã (Neopentecostal), em outubro de 2019.

Quando indagados se eles concordariam ou não com a afirmação de Sobreira (2003), respondem:

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É bem relativo, cremos que dentro da comunidade evangélica é bem mais fácil de um jovem ou criança aprender um instrumento, porém desenvolver outras habilidades é necessário procurar outros meios fora da igreja, exceto quando a comunidade cristã tem uma própria escola de ensino musical¹.

Sendo assim, como princípio da minha abordagem, questionei se a busca por uma capacitação profissional na área da música pode ser vista como uma forma profissional? Por que alguns músicos buscam aprimorar seus talentos em um ensino formal e outros não? Ressaltaram a importância do ensino não-formal, porém reiteraram a necessidade da busca por uma outra modalidade.

Vemos de forma alternativa e como profissional, alguns músicos têm a música para ganhar um dinheiro extra, uns como um hobby, outros apenas pra aprender a tocar. Por outro lado, muitas pessoas se dedicam e vivem da música. Acreditamos que todo profissional capacitado e dedicado conseguirá viver daquilo que gosta. Também acreditamos que muitos músicos têm o dom de tocar, sem precisar estar com um professor, pois o talento se sobressai e ele consegue desenvolver até um certo nível de musicalidade, por outro lado, surge a necessidade de um ensino mais formal para aprimorar sua técnica.

Já o segundo grupo de louvor entrevistado foram os representantes da doutrina Pentecostal, em que os mesmos já foram informando que a música esteve presente desde sempre na vida de cada um, um dos componentes confessou “Tive sérios problemas na pré-adolescência com depressão e autoestima. Então, quando me envolvi com a igreja e com os jovens despertei para investir na música, algo que sempre gostei de fazer”.

Quando questionados com relação à motivação no estudo musical e se os mesmos vêm desenvolvendo seu talento conforme a exposição do mesmo ou se têm buscado aulas particulares ou até mesmo uma maior capacitação nas escolas de ensino formal quando o objetivo é a profissionalização para desenvolver suas habilidades, já responderam que a maior motivação é buscar superação.

Quando investimos na música no início foi apenas pela força de vontade, sem nenhum estudo mesmo. Após muitas situações resolvemos buscar conhecimento teórico e a forma correta de executar na prática. Até porque a nossa denominação não tem como algo "Principal" ou "essencial" a questão do ensino na música. Porém, na mesma denominação existe uma seleção de grupos onde são divididos por faixa etárias dos participantes ex: Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Cada grupo desenvolve atividades de acordo com o talento de cada um. No

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caso, nós fazemos parte dos jovens, onde no grupo existem projetos com a música, coral, formação de bandas, e instrumentistas. Eu, particularmente estudei canto particular por um ano e há quase dois anos estudo em uma unidade de ensino musical oferecido pela prefeitura. A igreja independente de qual seja a denominação em sua maioria incentiva e disponibiliza de recursos, incentivo e auxílio para pessoas que desejam desenvolver seu talento com a música, porém acredito que a busca por uma maior capacitação do ensino formal ainda é a melhor opção.

Assim como analisado anteriormente, a educação musical na igreja evangélica fica “estagnada” em um certo ponto de desenvolvimento. O grupo deixa claro esse consentimento em sua fala: “Se realmente a pessoa quer adquirir conhecimento mais profundo a igreja é mais limitada em relação ao ensino. Infelizmente é preciso recorrer ao secular para se ter mais conhecimento tecnicamente falando”.

Os músicos não enxergam a igreja como um meio para atuar profissionalmente, mas como um lugar que engloba inúmeros serviços voluntários e a música é mais um desses serviços, achando importante a participação musical na igreja desta forma. Um dos componentes do ministério de louvor reitera: “Quando se trata de igreja geralmente os líderes religiosos entendem e o que é de fato é que o que você faz é por amor então não existe remuneração por este trabalho com a música. Na igreja eles não levam música como profissão e sim como oferta”.

A música como forma alternativa/profissional nas igrejas evangélicas de Ceará-Mirim, segundo um dos entrevistados, “é uma alternativa, pois alguns realmente querem música como profissão e outros como hobby ou como uma maneira de ofertar a Deus. Se for como profissão, no meu ponto de vista, o ensino formal é sem dúvida indispensável”, relata.

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² Informação fornecida por Leiza Dias, membro do Ministério de Louvor da Igreja Universal do Reino de Deus (Pentecostal), em outubro de 2019.

Na doutrina Adventista, como base de dados para minha abordagem, a maioria teve o seu despertar ainda na infância ou adolescência, começaram cantando na igreja, isso estimulou bastante no crescimento e interesse pela música. Sendo assim, temos uma base ao que vai de encontro com o que Sobreira, 2003, p.121 afirma, as pessoas

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ligadas às comunidades evangélicas têm mais possibilidade de desenvolver uma habilidade do que outras que não pertencem.

Alguns desses músicos inclusive, já sentem a necessidade de buscar uma modalidade mais formal, de desenvolverem seus talentos de uma forma mais totalitária, um deles menciona “No momento eu busco uma posição profissional, através de aulas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN))”.

Sobre a importância de se tocar na igreja, o grupo fala que é intenso, enxergando isso como diferencial para quem aprende a tocar na igreja, comparado a outros ambientes. “O louvor de forma geral, ele é algo envolvente e bastante importante para o culto como um todo, e para nós, tocar na igreja é bastante construtor... Nossa prática de música na igreja é bem intenso, participamos de praticamente tudo que se diz respeito à música”.

Questionei se a busca por uma capacitação profissional na área da música pode ser vista como uma forma alternativa, todos os músicos afirmaram que até então nunca haviam buscado uma modalidade formal de aprendizagem e que tinham muito receio de tocar algum estilo musical que não fosse o gospel, pois poderiam não ser considerados como músicos consagrados dentro da doutrina da igreja e os que procuram uma modalidade de ensino mais formal, buscam porque pretendem e pensam em algo mais específico com relação à música e profissionalização, buscam como uma alternativa de profissionalizar-se, não apenas para tocar nas igrejas.

É imprescindível perceber os contrapontos existentes em cada doutrina, enquanto temos a doutrina Adventista em que não há permissão para reprodução de músicas seculares, observamos a doutrina Neopentecostal em que durante os cultos são reproduzidas até músicas africanas, uma mescla de culturas com o propósito de evangelização.

Os ministérios de louvor das igrejas têm desempenhado um papel muito importante na relação prática do ensino musical é algo que acontece rotineiramente e criam um propósito para a educação. Algumas denominações com algumas dificuldades, talvez pela doutrina apregoada durante muitos anos, outras conseguem lidar de modo mais sutil com o fazer musical.

Logo, ao entrevistar os músicos pertencentes ao ministério de louvor da Igreja Batista da Convenção em Ceará-Mirim observei o grau de importância que os mesmos demonstraram pela modalidade de ensino formal. Um dos componentes menciona desde

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cedo o interesse pela música e o engajamento em bandas de música escolares ainda na infância.

Quando o grupo foi indagado a respeito da motivação musical, grupo este que estou a frente há mais de 10 anos, a resposta foi: “Sempre tivemos em mente o propósito de viver da arte e fazemos isso até hoje. Por isso, procuramos desenvolver nossos talentos com aulas particulares, o nosso próprio ministro de louvor até conseguiu ingressar na Escola de Música da UFRN, onde pode fazer vários cursos de formações propostos pela Academia”.

O talento é dado a muitos, cabe a cada um buscar, aperfeiçoar e desenvolver cada vez mais. Até por que não há um método de ensino. Em nossa igreja não existe aula de música. Temos pessoas que procuram despertar seu talento, mas que não maioria das vezes é de forma informal. As poucas igrejas que oferecem cursos de música os oferecem em um nível básico, porém visando uma preparação para aqueles que querem realmente um curso de nível técnico ou até mesmo, quem sabe, um curso superior. Há aqueles que investem em uma formação musical e os que preferem ficar restritos aos conhecimentos prévios³.

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³ Informação fornecida por Vicente Inácio, membro do Ministério de Louvor da I Igreja Batista em Ceará-Mirim (Batista da Convenção), em outubro de 2019.

O que me chamou atenção com as entrevistas feitas aos membros das igrejas foi justamente a profundidade de como a música pode sim, ser ensinada e em algumas igrejas até já está sendo repensada como forma profissional de aprendizagem, ensino formal.

Relata um dos componentes do ministério de louvor da Igreja Batista da Convenção:

Tenho a igreja como uma escola onde estamos sempre aprendendo práticas musicais, seja na teoria ou prática. Procuramos passar um pouco do nosso conhecimento para aqueles que se interessam pela música e querem de uma forma ou de outra... desenvolver seu talento. Sou ministro de louvor onde atuo dando orientações para cantores e instrumentistas. Entre as práticas, cito a música coral que é bem aceita em minha igreja e faz com que cantores, instrumentistas e até leigos... participem e despertem seus talentos para a área musical³.

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³ Informação fornecida por Vicente Inácio, membro do Ministério de Louvor da I Igreja Batista em Ceará-Mirim (Batista da Convenção), em outubro de 2019.

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Um dos aspectos mencionados pelos membros foi justamente não haver valorização por partes das igrejas, em se tratando da parte financeira, aos seus músicos. Muitas igrejas dos distritos têm poucos membros, com isso, a remuneração de um músico é bem complicada e difícil de ser mantida. Porém, existem igrejas de portes grandes que os sustentam sim, oferecendo-lhe estabilidade financeira.

Os outros músicos pertencente a esta denominação ainda acrescentaram que buscar uma formação, significa investimento, coragem e acreditar que se pode viver de sua arte. Por isso, alguns procuram desenvolver cada vez mais seu talento e buscar sua estabilidade financeira, porém nem todos querem pagar o preço de investir horas de estudos e renunciar por algo cujo mercado de trabalho é bem restrito. Com isso, não investem por receio, outros porque só querem a música como um hobby e os demais, por olharem para música não como algo rentável. Procuram aprimorar-se em outras áreas, deixando a música em segundo plano. Isso sem contar com aqueles cuja condição financeira não ajuda para que se possa investir num curso superior. Com isso, partem para o aprendizado informal, autodidata.

Com isso, consigo exemplificar através das concepções das pessoas que estão inseridas nos ministérios, as diferentes relações de educação que existem nas igrejas evangélicas. E as diferentes interpretações de atuação profissional que os músicos “criados” em um ambiente evangélico podem ter.

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5. Considerações Finais

Diante das evidências levantadas no decorrer deste trabalho, pode-se concluir que a música tem um papel fundamental nas igrejas protestantes. E toda essa importância dada à participação musical nas igrejas, faz com que os fiéis de maneira informal através da exposição passiva e rotineira nos cultos compreenda a contribuição e a atuação das igrejas evangélicas no relacionamento direto e indireto com o ensino e aprendizagem musical.

O presente trabalho apresentou considerações acerca das práticas educacionais utilizadas nas igrejas evangélicas e possibilitou ter um conhecimento da realidade musical, bem como a influência da música no culto para a formação do músico, sabendo que esta realidade é parte de um contexto maior do que este trabalho pode desvendar.

Os músicos entrevistados puderam revelar, através de seus relatos, a necessidade de que o ensino formal proporcionasse não somente a transmissão de conhecimentos hierarquizados. Que este pudesse contribuir e incentivar capacidades “para atuar e pensar de forma criativa, inovadora, com liberdade” (Gohn, 1999, p. 109). Como afirma Libâneo (2000, p. 84), não há a intenção de “minimizar”, mas por causa da importância dos processos educativos não formais e informais é que se reitera a sua necessidade. O ensino de música fora da igreja é necessário como um espaço de intercâmbio de vivências, capaz de incorporar “poderosos instrumentos e ferramentas de conhecimento” (Pérez Gómez, 1998, p. 93), de construir pontes entre o conhecimento formal e as experiências cotidianas adquiridas fora dele. Esses instrumentos e ferramentas poderão ser utilizados na resolução de problemas e não como adereço.

Dessa forma, desde o princípio houve um desejo de querer compreender os reflexos da interação entre os músicos no aprendizado musical dentro das igrejas e ao final pude vivenciar um outro contexto que me fez conhecer novas oportunidades de imersão no conhecimento musical. O princípio da abordagem utilizado neste trabalho apenas confirmou como acontece o aprendizado dos músicos em meio ao ensino não-formal e as dificuldades dos mesmos nessa modalidade, todo conhecimento adquirido por esses músicos em suas práticas não-formais e informais foram imprescindíveis para sua prática musical fora do ensino formal. E desta forma, a necessidade de desenvolver e trabalhar com uma prática de ensino mais aprofundada, mais dedicada, próximo da realidade musical das igrejas me trouxe a esta problemática e isto significa compreender princípios “de um saber, de um saber-fazer e de um saber-ser”, já que vale muito a pena

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considerar o aprendizado do ensino não-formal, como também cada dia mais incentivar o ensino apregoada nas instituições formais. (DUMAZEDIER, 1994).

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

Foto Foto 1: Culto com Ministério de Louvor da Igreja Universal do Reino de Deus Doutrina Pentecostal.

Fonte: O autor (2019).

Foto Foto 2: Culto com Ministério de Louvor da Igreja Universal do Reino de Deus Doutrina Pentecostal.

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Foto 3: Ensaio do Ministério de Louvor da Igreja Batista em Ceará-Mirim Doutrina Batista da Convenção.

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Foto 4: Ensaio do Ministério de Louvor da Igreja Batista em Ceará- Mirim - Doutrina Batista da Convenção.

Fonte: o autor (2019).

Foto 5: Ministério de Louvor da Igreja Batista em Ceará-Mirim Doutrina Batista da Convenção

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Foto 6: Ministério de Louvor da Igreja Adventista do Sétimo Dia – Doutrina Ad- ventista

Fonte: o autor (2019).

Foto 7: Ministério de Louvor do Ministério Internacional Vida Cristã Doutrina Neopentecostal

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